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| A corrida foi o esporte mais praticado em 2025. Freepik |
A corrida foi o esporte mais praticado no mundo em 2025 e deve seguir em alta em 2026. Especialista explica como começar sem riscos e por que treino de força, técnica e progressão são indispensáveis para evitar lesões.
A corrida ganhou status de fenômeno global. Em 2025, foi o esporte mais praticado no mundo, segundo o relatório anual do Strava, plataforma que reúne dados de mais de 180 milhões de pessoas em 185 países. O documento mostra que a Geração Z está à frente desse movimento, priorizando o bem-estar e a conexão por meio da atividade física - inclusive durante as férias.
O mesmo aconteceu em 2024 quando, só no Brasil, foram registrados mais de 19 milhões de corredores ativos, o que colocou o país em segundo lugar no ranking mundial. O movimento também se reflete no aumento de provas: no ano passado, tivemos mais de 2,8 mil eventos de corrida de rua, 29% a mais que em 2023, de acordo com a Associação Brasileira de Organizadores de Corridas de Rua e Esportes Outdoor.
O entusiasmo com o esporte é explicado: correr é acessível, pode ser feito em qualquer lugar e tem benefícios comprovados para o coração, o cérebro e a saúde mental. Mas o crescimento acelerado do número de praticantes também traz um alerta: começar de forma inadequada pode transformar uma atividade prazerosa em fonte de dores e lesões.
Para a médica do esporte Priscilla Benfica, do Studio Gorga
Bem-Estar, é preciso encarar a corrida como uma prática que exige adaptação e
planejamento. “O corpo precisa de tempo para se ajustar ao impacto.
Articulações, músculos e tendões não estão prontos de um dia para o outro. A
progressão é a chave para correr com segurança”, explica.
Empolgação x preparo: por que a pressa atrapalha?
A maioria dos iniciantes começa empolgada, tentando aumentar
a distância ou velocidade rapidamente. Essa abordagem, segundo a Dra.
Priscilla, é a receita para dores e inflamações. “Não é sobre correr mais
rápido, mas sobre manter ritmo constante, ganhar resistência e respeitar os
sinais do corpo. A pressa só aumenta o risco de lesões”, afirma.
Corrida substitui o treino de força?
Um dos equívocos mais comuns é acreditar que correr dispensa
exercícios complementares. Na prática, é o contrário. “Sem treino de força, o
corpo não tem estabilidade suficiente para sustentar o impacto repetitivo. Isso
aumenta o risco de lesões em joelhos, tornozelos e quadris. A corrida e o fortalecimento
são aliados, não concorrentes”, ressalta a médica.
O tênis certo faz diferença?
Mais do que estética, o calçado adequado é um item de
prevenção. De acordo com a especialista, o uso de tênis inadequado acelera o
desgaste articular e pode comprometer o desempenho. “Cada corredor tem um tipo
de pisada e um histórico físico. O ideal é buscar orientação para escolher um
modelo que dê suporte e absorção de impacto adequados”, orienta a Dra.
Priscilla.
Postura e técnica importam?
A médica afirma que sim. Segundo ela, a forma de pisar, o
movimento dos braços e até a inclinação do tronco influenciam diretamente no
rendimento e no risco de dor. “Uma técnica ruim pode gerar compensações
musculares e até limitar o progresso. Ajustes simples de postura ajudam a
correr com mais eficiência e menos esforço”, explica.
E quanto ao fôlego?
A Dra. Priscilla é enfática ao esclarecer que o
condicionamento cardiovascular não vem de um dia para o outro. “É normal sentir
cansaço no início. O fôlego melhora com constância e progressão adequada, não
com excesso. O erro é achar que treinar até a exaustão vai acelerar resultados
— na verdade, isso só atrasa”, diz a médica.
Nutrição e hidratação também fazem parte?
A médica reforça que correr exige energia disponível e reposição de líquidos. Sem isso, a fadiga chega mais rápido e o risco de queda de performance aumenta. “Alimentação e hidratação fazem parte do treino tanto quanto o tênis e a planilha. Negligenciar esses pontos compromete o resultado”, observa a Dra. Priscilla.
No fim das contas,
a corrida é uma das práticas mais transformadoras para a saúde, mas o caminho
seguro está longe da improvisação. “Escutar o corpo, respeitar limites e buscar
orientação adequada são atitudes que garantem constância e evitam que a
empolgação vire frustração. A corrida pode mudar sua vida, mas só se for feita
com inteligência”, conclui a médica.
Studio Gorga Bem Estar

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