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quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

“Não é só calçar o tênis e sair correndo”: médica do esporte dá dicas para quem deseja iniciar a prática da corrida

A corrida foi o esporte mais praticado em 2025.
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A corrida foi o esporte mais praticado no mundo em 2025 e deve seguir em alta em 2026. Especialista explica como começar sem riscos e por que treino de força, técnica e progressão são indispensáveis para evitar lesões. 

 

A corrida ganhou status de fenômeno global. Em 2025, foi o esporte mais praticado no mundo, segundo o relatório anual do Strava, plataforma que reúne dados de mais de 180 milhões de pessoas em 185 países. O documento mostra que a Geração Z está à frente desse movimento, priorizando o bem-estar e a conexão por meio da atividade física - inclusive durante as férias. 

O mesmo aconteceu em 2024 quando, só no Brasil, foram registrados mais de 19 milhões de corredores ativos, o que colocou o país em segundo lugar no ranking mundial. O movimento também se reflete no aumento de provas: no ano passado, tivemos mais de 2,8 mil eventos de corrida de rua, 29% a mais que em 2023, de acordo com a Associação Brasileira de Organizadores de Corridas de Rua e Esportes Outdoor. 

O entusiasmo com o esporte é explicado: correr é acessível, pode ser feito em qualquer lugar e tem benefícios comprovados para o coração, o cérebro e a saúde mental. Mas o crescimento acelerado do número de praticantes também traz um alerta: começar de forma inadequada pode transformar uma atividade prazerosa em fonte de dores e lesões. 

Para a médica do esporte Priscilla Benfica, do Studio Gorga Bem-Estar, é preciso encarar a corrida como uma prática que exige adaptação e planejamento. “O corpo precisa de tempo para se ajustar ao impacto. Articulações, músculos e tendões não estão prontos de um dia para o outro. A progressão é a chave para correr com segurança”, explica.

 

Empolgação x preparo: por que a pressa atrapalha? 

A maioria dos iniciantes começa empolgada, tentando aumentar a distância ou velocidade rapidamente. Essa abordagem, segundo a Dra. Priscilla, é a receita para dores e inflamações. “Não é sobre correr mais rápido, mas sobre manter ritmo constante, ganhar resistência e respeitar os sinais do corpo. A pressa só aumenta o risco de lesões”, afirma.

 

Corrida substitui o treino de força? 

Um dos equívocos mais comuns é acreditar que correr dispensa exercícios complementares. Na prática, é o contrário. “Sem treino de força, o corpo não tem estabilidade suficiente para sustentar o impacto repetitivo. Isso aumenta o risco de lesões em joelhos, tornozelos e quadris. A corrida e o fortalecimento são aliados, não concorrentes”, ressalta a médica.

 

O tênis certo faz diferença? 

Mais do que estética, o calçado adequado é um item de prevenção. De acordo com a especialista, o uso de tênis inadequado acelera o desgaste articular e pode comprometer o desempenho. “Cada corredor tem um tipo de pisada e um histórico físico. O ideal é buscar orientação para escolher um modelo que dê suporte e absorção de impacto adequados”, orienta a Dra. Priscilla.

 

Postura e técnica importam? 

A médica afirma que sim. Segundo ela, a forma de pisar, o movimento dos braços e até a inclinação do tronco influenciam diretamente no rendimento e no risco de dor. “Uma técnica ruim pode gerar compensações musculares e até limitar o progresso. Ajustes simples de postura ajudam a correr com mais eficiência e menos esforço”, explica.

 

E quanto ao fôlego? 

A Dra. Priscilla é enfática ao esclarecer que o condicionamento cardiovascular não vem de um dia para o outro. “É normal sentir cansaço no início. O fôlego melhora com constância e progressão adequada, não com excesso. O erro é achar que treinar até a exaustão vai acelerar resultados — na verdade, isso só atrasa”, diz a médica.

 

Nutrição e hidratação também fazem parte? 

A médica reforça que correr exige energia disponível e reposição de líquidos. Sem isso, a fadiga chega mais rápido e o risco de queda de performance aumenta. “Alimentação e hidratação fazem parte do treino tanto quanto o tênis e a planilha. Negligenciar esses pontos compromete o resultado”, observa a Dra. Priscilla. 

No fim das contas, a corrida é uma das práticas mais transformadoras para a saúde, mas o caminho seguro está longe da improvisação. “Escutar o corpo, respeitar limites e buscar orientação adequada são atitudes que garantem constância e evitam que a empolgação vire frustração. A corrida pode mudar sua vida, mas só se for feita com inteligência”, conclui a médica.

 


Studio Gorga Bem Estar



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