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sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Projeto Brief apresenta pesquisa inédita sobre a proteção de crianças e adolescentes nas redes sociais

Intitulada 120 dias depois do viral do Felca: o retrato da Adultização no Brasil, a pesquisa abordou 1.800 pais e mães a fim de apurar opiniões sobre o apoio à regulamentação das redes para assegurar um ambiente digital seguro para menores
 

Levantamento expõe falhas na educação digital das famílias e mostra que o tema rompe barreiras políticas: 73% dos eleitores de Bolsonaro e 90% dos de Lula defendem a criação de regras para o uso da internet por crianças e adolescentes
 

O Projeto Brief, plataforma dedicada a fortalecer a comunicação progressista baseada em dados e a mapear narrativas de impacto social e político no Brasil, lança nesta quinta-feira, 11 de dezembro, a pesquisa inédita 120 dias depois do viral do Felca: o retrato da Adultização no Brasil. O estudo, parte da série de investigações proprietárias do projeto, analisa como o uso precoce das redes por crianças e adolescentes vem alterando dinâmicas familiares, emocionais e culturais. E também revela um raro consenso na sociedade brasileira: oito em cada dez pessoas apoiam a regulamentação das redes para proteger menores no ambiente digital, independentemente de posição política ou ideológica. 

Mesmo entre eleitores de diferentes espectros políticos, o tema une opiniões: 73% dos eleitores de Bolsonaro e 90% dos eleitores de Lula defendem a criação de regras para limitar a exposição de menores às plataformas digitais. 

Segundo o levantamento, a maioria das famílias não se sente preparada para proteger os filhos online. Apenas 37% dos pais dizem saber usar ferramentas de controle parental, enquanto 45% já ouviram falar delas, mas não as utilizam. E 18% disseram nunca ter-se deparado antes com o termo. Mas entre as crianças de até 12 anos, 47% já têm celular próprio e, em geral, sem qualquer tipo de controle. 

A pesquisa também aponta para uma mudança simbólica na responsabilidade digital. Para os brasileiros, os influenciadores têm mais responsabilidade pela proteção infantil do que as próprias escolas. Entre os entrevistados, 82% consideram pais e mães como os principais encarregados da segurança dos filhos nas redes, seguidos por plataformas (76%), governo (61%), influenciadores (37%) e escolas (32%), mostrando como a sociedade enxerga a responsabilidade de criadores de conteúdo em relação a esse público jovem na internet. 

Mesmo com a aprovação do projeto de lei nº 2638 (que obriga as plataformas a oferecer ferramentas de controle parental, além de remover conteúdos perigosos) e de outras três leis voltadas à proteção de crianças no meio digital, o estudo revela que o ECA Digital ainda é desconhecido. Apenas 36% dos entrevistados já ouviram o termo, e só 15% desses sabem o que ele realmente significa. Os dados revelam que, embora a aprovação de leis represente um passo importante para a proteção de crianças e adolescentes, a legislação sozinha não transforma a cultura da sociedade. Cerca de 31% acreditam que o ECA Digital seja um aplicativo de controle parental, e 11% o confundem com uma campanha de ONGs, mostrando que ainda falta educação e clareza sobre o que as normas significam na prática e como aplicá-las para proteção dos filhos. 

O impacto do uso excessivo de telas também preocupa: 46% dos pais afirmam que os filhos demonstram ansiedade, irritabilidade ou dificuldade de foco devido ao tempo online, e 8% dos pais relataram que filhos sofreram episódios de assédio ou abuso digital, índice que dobra entre meninas de 13 a 15 anos. 

De forma geral, os resultados de 120 dias depois do viral do Felca: o retrato da Adultização no Brasil, reforçam a urgência de conversas públicas profundas sobre infância, tecnologia e responsabilidade coletiva. Se por um lado, a sociedade brasileira demonstra maturidade ao reconhecer a necessidade de regras, regulamentações e limites no ambiente digital, por outro ainda carece de informação, preparo técnico e orientação sobre como agir. “O Projeto Brief expõe que a proteção de crianças e adolescentes nas redes exige mais do que legislação: requer educação midiática, engajamento das plataformas e participação ativa de famílias, escolas e criadores de conteúdo, pilares essenciais para reconstruir uma internet mais segura e saudável para as próximas gerações e para a formação cidadã das crianças de hoje”, afirma Ricardo Borges Martins, coordenador-geral do Projeto Brief.
 

A pesquisa está disponível no site do Projeto Brief.

 

Sobre o Projeto Brief

O Projeto Brief é uma iniciativa que visa compartilhar inteligência em comunicação para aprimorar narrativas, mapear e antecipar estratégias de comunicação, monitorar investimentos em mídia paga e democratizar o acesso a pesquisas avançadas em comunicação e psicologia social.  

O intuito é capacitar atores progressistas para uma comunicação mais assertiva e influente no cenário político atual. Acredita que entender melhor o jogo nos deixa um pouco mais perto de vencê-lo. 

Não é preciso se estender muito para constatar a crescente importância da comunicação online na disputa política. Está, para o bem ou para o mal, na nossa cara, no nosso dedão rolando a tela, nas notificações dos grupos de zap, na batalha de hashtags... enfim, em toda parte e influindo cada vez mais nos rumos do país e do mundo.

Instagram: projetobrief

  

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