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quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Refluxo atinge até 85% das gestantes: gastroenterologista alerta para sinais e tratamentos seguros


 A condição é causada por alterações hormonais e crescimento do útero. Medidas dietéticas e medicamentos específicos podem proporcionar alívio eficaz

 

O refluxo gastroesofágico é uma das queixas mais comuns da gravidez, com sintomas como azia e regurgitação relatados por 40% a 85% das gestantes². Essas mudanças podem ocorrer bem cedo, ainda no primeiro trimestre, com tendência a piorar ao longo da gravidez. A condição pode ter um impacto negativo na qualidade de vida, afetando principalmente o sono, além da alimentação e da rotina social. 

As principais causas estão relacionadas às profundas alterações que ocorrem no corpo da mulher. O aumento dos níveis de progesterona é o principal fator hormonal responsável pelo problema, já que o hormônio relaxa o esfíncter esofágico inferior - uma espécie de "válvula" que impede o retorno do conteúdo ácido do estômago para o esôfago. 

"A progesterona tem um papel fundamental no relaxamento da musculatura uterina para prevenir contrações prematuras, mas infelizmente também afeta o esfíncter esofágico. Somado ao crescimento do útero que comprime o estômago, especialmente no segundo e terceiro trimestres, temos o cenário perfeito para o desenvolvimento do refluxo", explica Dr. Décio Chinzon (CRM 49552 SP), gastroenterologista. 

Sinais típicos do quadro incluem azia e regurgitação, enquanto outros casos podem apresentar dor no peito, sensação de bolo na garganta, eructação, soluços e tosse. Os sintomas tendem a piorar ao longo da gestação e quando a gestante se deita. 

Embora as complicações graves sejam raras, é fundamental estar atenta a sinais de alarme que podem indicar problemas mais sérios, como hemorragia (vômitos com sangue ou fezes enegrecidas) ou ausência de resposta ao tratamento, situações em que exames específicos e o uso de medicações podem ser necessários — com o acompanhamento de um médico. 

A boa notícia é que, na maioria dos casos, os sintomas desaparecem após o parto, quando os níveis hormonais retornam ao normal e a pressão mecânica diminui. No entanto, o impacto na qualidade de vida durante a gestação não deve ser subestimado, já que estudos mostram complicações em aspectos físicos, sociais e emocionais das gestantes afetadas¹-². 

O tratamento deve sempre priorizar mudança de hábitos como primeira possível solução, entrando com medicação com orientação médica em casos persistentes. A convite de LuftaGastro, Dr. Décio elenca algumas medidas que podem aliviar os sintomas no dia a dia:

  • Fracione as refeições: prefira reduzir o volume de alimentos ingeridos a cada refeição, se alimentando mais vezes ao dia. O ideal é ingerir algo a cada 2 ou 3 horas para manter o estômago menos cheio. Isso vai diminuir a pressão interna e a chance de o ácido retornar para o esôfago.
  • Espere um tempo antes de deitar: faça sua última refeição pelo menos 2 a 3 horas antes de ir para a cama. Deitar-se logo após comer facilita o retorno do conteúdo gástrico. Esse tempo permite que o estômago se esvazie parcialmente.
  • Ajuste sua posição ao dormir: eleve a cabeceira da cama em cerca de 15 cm (use travesseiros extras, por exemplo) e prefira dormir virada para o lado esquerdo. A elevação usa a gravidade a seu favor e a posição do lado esquerdo dificulta anatomicamente a subida do ácido.
  • Monitore sua alimentação: identifique e evite alimentos que costumam agravar o refluxo. Alguns exemplos comuns são alimentos gordurosos ou condimentados, chocolates, sucos cítricos e tomates.
  • Converse com seu obstetra: se as mudanças de hábitos não forem suficientes, existem opções seguras de medicações que seu médico pode recomendar. Os antiácidos com alginato de sódio, como LuftaGastro Dupla Ação, são classificados na categoria A de segurança para gestantes (a mais alta) pela ANVISA e, em contato com o ácido gástrico, formam um gel que funciona como uma barreira protetora do estômago.

O importante é não sofrer em silêncio. "O refluxo gastroesofágico na gravidez é uma condição muito comum que pode ser efetivamente controlada com o tratamento adequado. O primordial é buscar ajuda - existem soluções seguras que permitem às gestantes viverem este período de forma mais confortável e prazerosa", conclui Dr. Décio.



¹ Dall´Alba V, et al. Health-related quality of life of pregnant women with heartburn and regurgitation. Arq. Gastroenterol. 2015. 52(2):100-4.  

² FEBRASGO. Doença do refluxo gastroesofágico na gravidez. São Paulo; 2022. 

LUFTAGASTRO (alginato de sódio e bicarbonato de potássio). M.S. 1.7390.0005. Indicado para o tratamento de sintomas do refluxo, azia e queimação. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. OUT/2025


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