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O verão nem começou e já
sentem os efeitos dos termômetros em alta. Nos consultórios oftalmológicos a
evidência disso é o aumento de pacientes com a vermelhidão nos olhos típica da
estação. Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, diretor executivo do
Instituto Penido Burnier em Campinas, as doenças oculares mais frequentes no
verão são: conjuntivite, olho seco evaporativo e ceratite.
Gatilhos
O especialista ressalta que os prontuários do hospital indicam aumento entre 20% e 30% nos últimos dois anos dessas condições durante o calor. Os gatilhos, comenta, são a expansão do uso de lente de contato no País, aumento da poluição e radiação ultravioleta, além das alterações fisiológicas na superfície dos olhos, naturais na população com 55 anos ou mais, cada vez maior no Brasil
Riscos da automedicação
Embora a conjuntivite, olho seco e ceratite tenham
alguns sintomas em comum – vermelhidão, coceira, sensação de corpo estranho,
queimação, fotofobia e visão borrada o especialista alerta que as etiologias e
tratamentos são distintos. A tentativa de usar um colírio do armarinho de
medicamentos ou por indicação de um amigo pode não servir para o seu caso e
agravar a condição, alerta. “O colírio que sobra de algum tratamento deve ser
dispensado 30 dias depois de aberto porque todos perdem a validade”, pontua.
Além disso nenhum colírio pode ser compartilhado porque cada pessoa tem uma
flora bacteriana na superfície do olho e isso é suficiente para lima pessoa
contaminar a outra, explica.
Conjuntivite
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Queiroz Neto explica que toda conjuntivite é uma a inflamação da conjuntiva, membrana transparente que reveste a esclera (parte branca) do olho e o lado interno das pálpebras. O principal sintoma comum a todos os tipo, é o inchaço na pálpebra. “Geralmente aparece primeiro em um olho e depois no outro. “A contaminação do segundo olho acontece depois da pessoa coçar o olho com conjuntivite e passar a mão no outro”, diz Queiroz Neto. “Quando é bacteriana a secreção expelida pelos olhos é purulenta. Na viral a secreção é viscosa e na tóxica ou alérgica é aquosa”, frequentemente causada pelo excesso de filtro solar na região dos olhos.
Tratamento
“O tratamento deve ser iniciado ao primeiro
sintoma, sempre com a supervisão de um oftalmologista”, afirma. A conjuntivite
bacteriana é tratada com colírio antibiótico que só é vendido com receita
médica. A viral com corticoide que não deve ser interrompido abruptamente para
não causar efeito rebote, ou seja, recorrência mais intensa. Na conjuntivite
tóxica é indicado colírio lubrificante depois de lavar os olhos abundantemente
com água logo após o contato do olho com qualquer produto químico. Queiroz Neto
afirma que sempre é importante passar por consulta para uma avaliação da lesão
provocada. Isso porque, muitos produtos de cuidados pessoais contêm substâncias
bastante agressivas para a mucosa ocular e podem causar danos permanentes à
visão.
Prevenção
As principais recomendações do
oftalmologista para prevenir a contaminação por vírus ou bactéria são: manter
as mãos limpas; não coçar os olhos; evitar aglomerações; não compartilhar
toalhas, colírio, fronhas ou maquiagem; fazer compressa fria nos olhos quando a
secreção for viscosa e compressa morna quando a secreção acelera a recuperação;
manter o uso dos colírios conforme a prescrição evitando encostar o bico
dosador nos olhos e fundamental para evitar que a infecção fique mascarada.
Olho Seco
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Queiroz Neto afirma que o olho seco atinge 24% dos brasileiros na proporção de 3 mulheres para cada homem. A lágrima tem 3 camadas – lipídica, aquosa e de mucina que mantém a córnea transparente e lubrificada. “Há evidências científicas de que 70% dos casos de olho seco são do tipo evaporativo e estão relacionados à diminuição da camada gordurosa da lágrima” pontua. O tratamento é iniciado com instilação de colírio lubrificante e nos casos em que o desconforto persiste é indicada a aplicação de luz pulsada para extrair das pálpebras resíduos que obstruem a circulação da camada lipídica do filme lacrimal. O tratamento inclui três sessões de luz pulsada aplicadas a cada trinta dias. Outro tratamento indicado para pacientes que têm redução da produção da camada aquosa da lágrima, comum entre idosos por ser causada pela andropausa ou menopausa, é o implante de um plugue que oclui o canal lagrimal para manter a lágrima no olho. O oftalmologista afirma que não é normal enxergar embaçado e toda pessoa que tem alguma deficiência lacrimal não tem a visão nítida. “Cuidar do olho seco é tão importante quanto manter o exame de refração em dia”, salienta.
Ceratite
A ceratite é uma inflamação da córnea, lente transparente do globo ocular localizada na superfície frontal do olho. Tem a função de captar a luz que atravessa o olho e é conduzida ao cérebro onde se formam as imagens. Queiroz Neto explica que a córnea responde por 60% de nossa refração e por isso quando inflama ou sofre qualquer lesão provoca queda importante na qualidade da visão.
Apesar de ser causada por fungos, bactérias ou
vírus, a ceratite não pode ser transmitida de uma pessoa para a outra e pode
atingir só um dos olhos.
Queiroz Neto afirma que a causa mais frequente de
ceratite é o uso incorreto de lente de contato. No verão basta uma gota de água
entra em um olho que tem uma lente para causar ceratite e até a perda da visão.
Isso porque, a água contém acanthamoeba, protozoário de vida livre, encontrado
na água de torneira, piscina, lago ou mar uma frequente causa de ceratite.
O oftalmologista recomenda aos usuários de lente
jamais dormir usando lente de contato, nem as indicadas opara uso noturno,
porque toda lente fica apoiada na córnea o uso ininterrupto pode cegar. Outra
recomendação é interromper o uso da lente ao primeiro sinal de desconforto
consultar um oftalmologista. O uso abusivo e as maquiagens podem antecipar o
vencimento da lente e neste caso o melhor lugar para elas é o lixo, finaliza




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