Transição para o novo modelo de IVA (Imposto sobre Valor Adicionado), exigirá ajustes em precificação, contratos, tecnologia e gestão fiscal
A
partir de 2026, o Brasil inicia oficialmente a transição para o novo sistema
tributário, uma das maiores transformações fiscais da história recente do país.
A Reforma Tributária substituirá tributos como PIS, Cofins, ICMS e ISS pelo IVA
Dual (Imposto sobre Valor Adicionado), composto pela CBS (Contribuição sobre
Bens e Serviços) e pelo IBS (Imposto sobre Bens e Serviços).
Embora
o objetivo principal seja simplificar toda essa estrutura e reduzir litígios, a
fase de adaptação trará desafios imediatos para empresas de todos os portes,
impactando diretamente áreas como precificação, gestão contratual, automação de
processos e capacitação de equipes.
“A
Reforma Tributária não deve ser vista apenas como um desafio, mas como uma
oportunidade para revisar processos, sistemas e controles que sustentam a
operação fiscal e financeira das empresas. Antecipar essa adaptação é essencial
para chegar a 2026 com mais eficiência operacional, segurança de dados e
previsibilidade no cumprimento das obrigações”, afirma Erika Daguani, CPO da Qive, plataforma líder do Contas a Pagar, e aprovada no
projeto-piloto da Reforma Tributária promovido pela Receita Federal.
Para
apoiar gestores e empreendedores, a especialista reuniu cinco orientações
essenciais para as companhias que ainda não começaram a se preparar para essa
transição:
1-
Mapeie o impacto financeiro da mudança
A
substituição dos tributos atuais pelo modelo de IVA Dual, que incidirá
sobre todas as etapas da cadeia de consumo, exigirá revisão profunda das
estruturas de custo e precificação. As novas regras poderão alterar margens,
afetar contratos vigentes e gerar diferenças relevantes de carga tributária
entre setores e regiões.
“Realizar
simulações diversas, com base nas projeções de alíquotas da CBS e do IBS, é
essencial para entender como a Reforma influenciará o resultado operacional e o
fluxo de caixa. Esse diagnóstico antecipado permite ajustar o orçamento,
definir estratégias de repasse de custos e adotar medidas de eficiência fiscal
antes da transição oficial em 2026.”, afirma Erika.
2-Revise contratos e políticas comerciais
O
procedimento demandará uma reavaliação criteriosa dos contratos em vigor e das políticas
de precificação. Cláusulas que mencionem tributos específicos, como PIS,
Cofins, ICMS e ISS, precisarão ser atualizadas para refletir o novo formato de
IVA Dual, prevenindo interpretações divergentes e possíveis disputas. “De
maneira prática, o imposto hoje é calculado já embutido no preço do produto.
Com a Reforma, a proposta é que seja calculado ‘por fora’, isso no momento de
transição pode complicar tudo. Além disso, a alteração na incidência dos
impostos poderá impactar preços líquidos, sobretudo em contratos de longo
prazo, operações interestaduais e fornecimentos recorrentes. Recalcular
margens, renegociar valores e adequar políticas comerciais às novas alíquotas
são passos fundamentais para preservar a rentabilidade e manter a conformidade
fiscal ao longo da transição”, explica a CPO.
3 - Atualize cadastros fiscais e sistemas de emissão
Com a
Reforma Tributária, as empresas precisarão organizar e atualizar o cadastro de
tudo o que vendem e compram, sejam produtos, serviços ou operações. Essas
informações ficam dentro dos sistemas que centralizam dados financeiros,
estoque, produção e outras informações das empresas, os chamados ERPs.
O
processo de saneamento de cadastro de fornecedores está diretamente ligado à
tomada de crédito. A empresa precisa revisar de quem compra e se o regime
tributário do fornecedor permite o aproveitamento do crédito. “Quando não
permite, existem apenas dois caminhos: buscar outro fornecedor, ou alinhar com
o atual uma eventual migração de regime. Ambos levam tempo e planejamento. Esse
não é um tema tão crítico para o ano que vem, porque ainda é um ano de
transição, mas começa a pesar a partir de 2027, quando o novo modelo passa a
valer plenamente”, garante a especialista.
A
executiva ainda complementa que o saneamento dos dados internos para a correta
reclassificação dos produtos comercializados será uma ação essencial,
justamente para que o preenchimento das novas tags ocorra de maneira
fluida e com o correto tributo. “Para o ano que vem, o principal desafio nesse sentido
é garantir que isso não pare a operação, e a partir de 2027, ter esse fator
corretamente ajustado fará diferença no imposto a pagar”.
4- Fortaleça a infraestrutura tecnológica e a integração de dados
O novo
cenário tributário será marcado por maior digitalização e transparência.
Soluções capazes de integrar contabilidade, finanças e fiscal em tempo real
tornarão o cumprimento das obrigações mais ágil e confiável. “Investir em
plataformas que consolidam dados e automatizam cálculos, conciliações e cruzamentos
fiscais proporcionará ganhos de eficiência, redução de custos de conformidade e
melhor visibilidade sobre a performance tributária, elementos decisivos para a
tomada de decisão durante a transição”, recomenda Erika.
5 - Capacite equipes e mantenha vigilância regulatória contínua
A implementação da Reforma ocorrerá de forma gradual até 2033, exigindo atenção permanente às mudanças legais, normativas e operacionais. Preparar as equipes de finanças, contabilidade e compliance é essencial para evitar falhas e retrabalho. “Promover treinamentos regulares, estabelecer canais internos de atualização e contar com o apoio de especialistas ajudará as empresas a acompanhar o ritmo das transformações, garantindo conformidade e capacidade de adaptação em todas as etapas da transição tributária”, encerra a CPO da Qive.
Erika Daguani - CPO da Qive
Para saber mais acesse aqui.
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