Na comparação com o levantamento
anterior, feito em 2010, a população cresceu 6,5%IMAGEM: Pablo de Sousa/DC
O Censo 2022 mostra que a
população do Brasil atingiu 203.062.512 pessoas, com aumento de 12,3 milhões
desde a última coleta, feita para o Censo 2010. Os dados foram divulgados nesta
quarta-feira, 28/6, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
O crescimento de 6,5% no
período representa um aumento médio da população 0,52%, o menor registrado
desde 1872, quando foi realizado o primeiro censo do país.
Os dados têm como data de
referência o dia 31 de julho de 2022 e fazem parte dos primeiros resultados de
População e Domicílios do Censo Demográfico 2022.
REGIÕES
Com 84,8 milhões de habitantes,
a Região Sudeste se manteve como a mais populosa. O total de habitantes
equivale a 41,8% da população do país. Na sequência estão o Nordeste (26,9%),
Sul (14,7%) e o Norte (8,5%). A região menos populosa é a Centro-Oeste, com
16,3 milhões de habitantes ou 8,02% da população do país.
A comparação dos censos
demográficos de 2010 e 2022 mostra que o crescimento anual da população não
ocorreu de maneira uniforme entre as grandes regiões. Embora seja menos
populoso, o Centro-Oeste registrou maior crescimento, resultando em taxa média
de 1,2% ao ano nos últimos 12 anos.
“Na composição da taxa de
crescimento anual, por região, observamos que o Norte, que mais crescia entre o
Censo 1991 e 2000 e entre 2000 e 2010, perde o posto para o Centro-Oeste que,
nesta década, ao longo dos últimos 12 anos, registrou crescimento de 23% ao
ano”, disse o gerente técnico do Censo 2022, Luciano Tavares Duarte.
Os menores crescimentos
populacionais ficaram com o Nordeste e o Sudeste. A taxa é menor que a média do
Brasil, de 0,52% ao ano.
“Seguindo a tendência histórica
de redução de crescimento da população total, as taxas calculadas para as cinco
grandes regiões são mais baixas que aquelas estimadas para os dois períodos
intercensitários anteriores”, observou o IBGE.
ESTADOS
São Paulo, Minas Gerais e o Rio
de Janeiro são os três estados mais populosos do país e concentram 39,9% da
população. Só o estado de São Paulo, com 44,4 milhões de pessoas recenseadas,
representando 21%, ou um quinto da população.
Na sequência ficaram a Bahia, o
Paraná e Rio Grande do Sul. Em sentido oposto estão os estados localizados na
fronteira norte do Brasil, entre eles Roraima, que segue como o estado menos
populoso (com 636 303 habitantes), seguido do Amapá e do Acre.
O Censo 2022 mostra ainda que
14 estados e o Distrito Federal tiveram taxas médias de crescimento anual acima
da média nacional (0,52%) entre 2010 e 2022.
Apesar de ser o menos populoso,
o estado com maior crescimento populacional foi Roraima, onde a taxa de
crescimento média anual chegou a 2,92% no período, único a superar a marca dos
2% ao ano.
DOMICÍLIOS
Houve aumento também no número
de domicílios do país. Conforme o Censo 2022, a alta foi de 34% ante o Censo
2010, totalizando 90,7 milhões.
As unidades domiciliares foram
classificadas na pesquisa atual em categorias, de acordo com sua espécie. O
critério levou em consideração a situação de seus moradores na data de
referência da operação. As categorias são domicílios particulares permanentes
ocupados, domicílios de uso ocasional, domicílios vagos, domicílios
particulares improvisados ocupados e domicílios coletivos com moradores e sem
moradores.
A intenção da operação
censitária é coletar as informações das pessoas moradoras nos domicílios. No
entanto, nem sempre, no momento da visita, o recenseador consegue fazer as
entrevistas ou porque os moradores se recusam a responder ou porque não há
ninguém no imóvel naquele momento. Nesses casos, a partir da Contagem
Populacional 2007, o IBGE passou a incluir a imputação de moradores em
domicílios ocupados sem entrevista realizada. Países como Austrália, Canadá,
Estados Unidos, México e Reino Unido também adotam esse método.
Os domicílios particulares
permanentes vagos cresceram 87% e atingiram 11,4 milhões. Já os de uso
ocasional, em 12 anos, aumentaram 70%, chegando a 6,7 milhões. Desde 2010, os
domicílios particulares permanentes ocupados aumentaram 26% e os não ocupados,
80%. “Existe uma diferença no crescimento entre os domicílios que estavam
habitados e os não habitados, aumentando de 10 milhões para 18 milhões”, disse
o gerente.
“O vago é o domicílio que está
para alugar ou para vender, efetivamente vazio, e o ocasional, em sua maioria,
é composto por domicílios de veraneio. A gente teve um aumento tanto nos
domicílios que estão vazios, quanto nos que são utilizados para veraneio”.
No total de unidades domiciliares
recenseadas em 2022, 90,6 milhões eram domicílios particulares permanentes, 66
mil domicílios particulares improvisados e 105 mil domicílios coletivos. A
média de moradores por domicílio no país é de 2,79 pessoas. Esse resultado
representa queda em relação ao Censo de 2010. Naquela época, a média era de
3,31 moradores por domicílio.
Ainda de acordo com o Censo
2022, entre os permanentes, 72,4 milhões, ou 80%, estavam ocupados. Mesmo com o
avanço do número absoluto de domicílios particulares permanentes ocupados,
frente a 2010, a proporção de ocupação dos domicílios particulares permanentes
recuou. Segundo o IBGE, em 2010 havia 57,3 milhões de domicílios particulares
permanentes ocupados, o que representa 85,1% do total de domicílios
particulares permanentes.
Por regiões, o Censo 2022
mostrou variações na ocorrência proporcional de domicílios particulares
permanentes vagos. Enquanto na Norte ficou em 12,6%, no Nordeste foi 15,0%, no
Sudeste 11,9%, no Sul 10,5% e no Centro-Oeste 12,6%.
“A Região Nordeste se destaca
como a de mais elevado percentual, assim como ocorreu em 2010, sobretudo em
municípios localizados no interior. Os estados com maior e menor percentual de
domicílios particulares vagos foram, respectivamente, Rondônia (com 16,7%) e
Santa Catarina (8,8%)”.
DENSIDADE
DEMOGRÁFICA
A densidade demográfica do país
na última pesquisa censitária foi estimada em 23,8 habitantes por quilômetro
quadrado (km²). De acordo com o IBGE, esse número continua desigual entre as
regiões. “No Norte, que tem área de 3.850.593 km², ou 45,2% do território do
país, a densidade é de 4,5 habitantes/km². Já na região mais populosa, a
Sudeste, a média é de 91,8 habitantes por quilômetro quadrado”, relatou o
órgão.
A densidade domiciliar, que é
representada pela relação entre moradores nos domicílios particulares
permanentes ocupados e o número de domicílios particulares permanentes
ocupados, recuou 18,7% no período censitário de 2022, índice mais acentuado que
os 13,5% notificados entre os censos 2000 e 2010, passando de 3,3, em 2010,
para 2,8, em 2022.
A maior densidade domiciliar
(3,3 moradores por domicílio) foi registrada na Região Norte, enquanto a Sul
foi a menor (2,6 moradores por domicílio). No contexto estadual, as médias
oscilam entre 2,5, no Rio Grande do Sul, e 3,6, nos estados do Amazonas e
Amapá.
“Apenas sete estados têm média
de moradores por domicílio maior ou igual a 3: os já citados Amazonas e Amapá,
Roraima, Pará, Maranhão, Acre e Piauí”, informou o IBGE.
Ao todo, foram aplicados
62.388.143 de questionários básicos, o que representou 88,9%. Nesse
questionário havia 26 quesitos e o tempo de aplicação era de seis minutos. Já o
ampliado levava 16 minutos e tinha 77 questões. Nesse modelo foram 7.772.064,
ou 11,1%.
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