Em “Uma trajetória de sonhos, caos e fé”, Claudino Nóbrega convida o espectador a descobrir o melhor ângulo para contemplar suas pinturas, produzidas na década de 80 e que trabalham a interação entre formas e cores. Já em “Síntese de forma”, de Luiz 83, a letra é transformada metaforicamente em edificações e alegorias à figura humana, em diálogo com a arte urbana. As duas mostras serão abertas ao público em 8 de julho
A Arte132 Galeria inaugura, em 8 de julho,
duas individuais: Uma trajetória de sonhos, caos e fé,
de Claudino Nóbrega, e Síntese da forma, de
Luiz 83. Na seleção de pinturas da década de 1980,
Nóbrega explora a interação de cores e formas. Já a
coletânea de Luiz 83 traz esculturas em bronze e fibra de vidro com
pintura automotiva, além de desenhos produzidos em guache, nanquim e grafite
sobre papel, inspirados na paisagem urbana.
Claudino Nóbrega percorre dois caminhos paralelos ao estabelecer uma interação de cores
que obriga o público a olhar de perto, e uma interação de formas, que conduz a
um olhar mais afastado. Entre uma e outra, o olho dança. Para Nóbrega,
a individualização de cada pessoa vai definir o melhor ângulo para contemplar
suas obras. “A ideia é fazer o espectador questionar se a melhor visão de suas
obras fica melhor de perto ou de longe, a resposta fica a desejo dos olhos de
cada um. A distância ideal fica onde o olhar oscila, entre a forma e a cor”,
afirma o artista catarinense.
Ele chama atenção para a fragmentação executada em
cubos, com jogo de cores complementares em cima de fundo manchado, gerando
luzes com temperaturas diversas. “Essas luzes fragmentadas, olhadas a
distância, criam uma unidade de luz que não se mistura, uma luz indivisa e
inédita, que não se abre imediatamente”, comenta. O artista conclui explicando
que “a própria técnica traz efeitos óticos e até formação de arquétipos,
independentemente da atitude pictórica ou poética”.
Já o espaço expositivo reservado para as 23 obras
de Luiz 83 leva o visitante a um universo que ressignifica
os signos das metrópoles. As esculturas e desenhos mostram que o artista
paulistano se aproximou da arte primeiro pela pichação, agregando a pintura
urbana lúdica e violenta para, em seguida, projetar-se em suportes mais
clássicos.
As obras apresentadas na exposição Síntese da
forma retomam a estilização típica da pichação para transformar
as letras metaforicamente em massivas edificações e alusões à figura humana.
Para o crítico de arte Paulo Gallina, Luiz 83 comenta e transforma a
metrópole através de suas pinturas e esculturas, “em uma reflexão sobre o
contemporâneo, a cidade e suas construções materiais e simbólicas.”
Sobre os artistas
José Claudino da Nóbrega (São José-SC, 1951) entra em contato com os princípios da pintura,
ainda na juventude, aos 16 anos. Em 1984, realizou sua primeira exposição
individual na Ponte Galeria de Arte, em São Paulo, e teve seu trabalho
reconhecido pelo mercado de arte. As experimentações com a técnica pontilhista
começam em 1986, ano em que foi inserido no Dicionário Crítico da Pintura no
Brasil. Em 1993, começa a estudar a história paulista, dedicação que resulta,
em 2003, na mostra individual “Homenagem a São Paulo”, apresentada no Museu
Brasileiro da Escultura (MUBE).
Luiz dos Santos Menezes - Luiz
83 (São Paulo, 1983) é artista independente e
autodidata, indicado ao Prêmio Pipa on-line na edição de 2022. Extraiu da
vivência de “pichador” nas ruas da capital paulista um vocabulário plástico que
vem refinando por meio de pesquisas com os meios artísticos mais convencionais,
como o desenho, a pintura e a escultura. Teve obras expostas na PARTE - Feira
de Arte Contemporânea de São Paulo, em 2015, 2016 e 2019, e nas ruas de
Londres, em 2016. Apresentou exposições independentes em galerias da capital
paulista. Também participou de mostras coletivas como Tendências da Street Art,
no Museu Brasileiro de Escultura, e no 37° Panorama do Museu de Arte Moderna de
São Paulo.
Serviço
Uma trajetória de sonhos, caos
e fé | Claudino Nóbrega
Síntese da forma | Luiz 83
Local: Arte132
Endereço: Avenida Juriti, 132, Moema, São Paulo -
SP
Abertura: Sábado, 8 de julho de 2023, das 11h às
17h
Período expositivo: 8 de julho a 5 de agosto de
2023
Visitação: segunda a sexta, das 14h às 19h.
Sábados, das 11h às 17h
Entrada gratuita
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