As habilidades
essenciais dos profissionais que atuam no novo modelo de construção civil
O Programa Minha Casa Minha Vida (PMCV), criado em
2009 para atender a demanda de até 1,8 salários-mínimos, mudou o foco das
construtoras. A iniciativa deveria ser levantada com valores já
pré-determinados por financiamento da Caixa Econômica Federal e subsidiados em
até 30 %.
Esse movimento ajudou a impulsionar o acomodado
mercado imobiliário, principalmente no que diz respeito a moradias populares.
Antes, os bancos limitavam o tamanho da obra, com apartamentos de dois quartos,
um banheiro, cozinha conjugada, sendo que boa parte das unidades não
apresentavam sacadas e as disponíveis acomodavam apenas duas pessoas.
Conjuntos com 400 apartamentos, área de lazer com
piscinas pequenas, churrasqueiras e quiosques, que se todos os moradores usarem
faltaria espaço. Outros problemas nestes condomínios são salões de festas, que
são muito disputados.
Todos esses fatores colaboraram para que fosse
criado um novo desafio e a importância de uma gestão bem-feita é fundamental
para o sucesso do projeto como um todo. Esse profissional deve levar em
consideração, como ponto inicial, a aquisição do terreno, que não poder ser
acima de 10% do valor total do imóvel, além de fazer tudo com custo mínimo,
margens pequenas, mas que permitem ganho na produção e com o objetivo de
entregar um produto seguro e habitável, respeitando as exigências do banco.
Esse histórico contribuiu para que o mercado da
construção civil avançasse um pouco. Antes estagnado, agora o nicho preocupa-se
em combater o desperdício de obra e apresentar um bom projeto com a supervisão
de um gestor com capacidade multidisciplinar.
Novas tecnologias, que permitem construir com
materiais em menor quantidade e trabalhar em série, começaram a entrar em vigor
e contribuíram para o reaproveitamento ou materiais de caixarias com duração
até o final das obras, diminuindo o uso de madeiras e escoras, substituídas por
placas de aço e escoras também de ferro.
Entretanto, os terrenos passaram a ser
inflacionados e os materiais tornaram-se mais caros. Soma-se a isso os produtos
importados da China, que desequilibram a balança comercial, provocando o
fechamento de algumas indústrias de pisos e materiais de construção. A boa
notícia é que esse tipo de produto perdeu força no mercado.
Atualmente, as construtoras estão em uma nova etapa, o que exigiu um novo perfil daqueles que atuam nesse segmento. O gestor precisa ter capacidade de negociação, manter um grupo de colaboradores comprometido e estreitar relacionamento com fornecedores para aliar produtos de qualidade e preços competitivos.
Charles Everson Nicoleit - gestor de obras e empresário com quase 30 anos de experiência nesse segmento. Também é membro de associações da construção civil, construção selo verde e sustentabilidade. Possui diversas certificações e cursos que o habilitam como referência no mercado de construção civil.
https://www.linkedin.com/in/charles-nicoleit-37654562/
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