Em 2020, mais de 6,5 mil usuários no País foram atacados por stalkerware, segundo novo levantamento da Kaspersky
A espionagem de
celulares e computadores continua em alta no Brasil. Um novo
levantamento da Kaspersky mostrou que os brasileiros estão em segundo lugar no ranking global de
vítimas de stalkerware (programas espiões) que, apesar de comercializados
legitimamente, estão diretamente associados ao abuso e à violência doméstica.
Em 2020, mais de 6,5 mil usuários no País foram vigiados por esses softwares
(cerca de 12% do total de ataques no mundo), segundo dados da empresa de
cibersegurança. Com isso, o Brasil ficou apenas atrás da Rússia (com mais de
12,3 mil casos).
De acordo com a organização Coalition Against
Stalkerware (CAS), esses programas são muito usados, em todo o mundo, como
forma de perseguição e ciberviolência entre casais - e as maiores vítimas são
as mulheres. A maioria dos usuários afetados não sabem que estão sendo
vigiados, e nem mesmo que esse tipo de software existe, o que causa impotência
por parte da vítima.
O levantamento da Kaspersky mostra que a
violência pelo stalkerware afeta os países independentemente de tamanho,
sociedade ou cultura: além de Rússia e Brasil, Estados Unidos, Índia e México
também estão no topo da lista com mais internautas afetados (ver abaixo).
Dez países mais afetados do mundo por
stalkerware em 2020
|
"Observamos que o número de usuários
afetados por stalkerware permaneceu alto e detectamos novas amostras todos os dias.
É importante lembrar que, por trás de todos esses números, há a vida real de
uma pessoa e, às vezes, um pedido silencioso de ajuda. A nossa pesquisa serve
também para alertar sobre o problema e fazer com que as pessoas o entendam
melhor. Nosso objetivo é ajudar a acabar com o uso desses programas", comenta Fabio Assolini, analista sênior de segurança da
Kaspersky no Brasil.
Em comparação com 2019, o Brasil teve queda de 17% na quantidade de ataques de stalkerware. Segundo os especialistas da Kaspersky, a diminuição dos casos foi uma tendência mundial, e está ligado ao período de isolamento devido à pandemia (com mais pessoas em casa, houve menor necessidade de vigilância pelos perpetradores). Porém, a partir dos meses em que houve o afrouxamento das medidas de restrição em diversos países, os casos foram retomando o ritmo anterior.
Curva de usuários afetados por stalkerware
mundialmente
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Ação contra a violência cibernética
Em 2019, a Kaspersky cofundou, com nove outras
organizações, a Coalition Against Stalkerware (CAS), que atualmente possui 30 membros de cinco continentes.
A CAS visa melhorar a detecção de stalkerware no setor, o aprendizado mútuo de
organizações sem fins lucrativos e empresas, além de conscientizar o público.
Além disso, em novembro de 2020, a Kaspersky
lançou a ferramenta anti-stalkerware TinyCheck , para ajudar as organizações sem fins lucrativos a
apoiar as vítimas de violência doméstica e proteger a privacidade delas. Sua
característica exclusiva é ser capaz de detectar stalkerware e informar os
usuários afetados sem que o agressor saiba. A ferramenta tem o suporte da comunidade
de segurança de TI, que ajuda a atualizá-la continuamente.
É possível verificar se um dispositivo
móvel tem stalkerware instalado observando estes sinais:
• Verifique as permissões nos aplicativos instalados:
aplicativos de stalkerware podem estar disfarçados usando um nome falso, com
acesso suspeito a mensagens, logs de chamadas, localização e outras atividades
pessoais. Por exemplo, um aplicativo chamado "Wi-Fi" que tem acesso a
sua geolocalização é um candidato suspeito.
• Exclua os aplicativos que não são mais usados.
Se o aplicativo não foi aberto por um mês ou mais, provavelmente seu uso não é
mais necessário. Se isso mudar no futuro, basta reinstalá-lo.
• Verifique configurações de "fontes desconhecidas"
em dispositivos Android. Se houver "fontes desconhecidas" habilitadas
em seu dispositivo, pode ser um sinal de que foi instalado um software
indesejado de terceiros.
• Confira seu histórico de navegação. Para baixar
stalkerware, o agressor terá de visitar algumas páginas da Web que a vítima não
conhece. Por outro lado, poderá não haver nenhum histórico, se o agressor o
tiver apagado.
• Tenha uma solução de segurança comprovada, como
o Kaspersky Internet Security for Android , que protege o internauta de todos os tipos de
ameaças para dispositivos móveis e realiza verificações regulares no
dispositivo.
O que fazer antes de remover stalkerware
de um dispositivo?
• Não tenha pressa em remover o stalkerware
encontrado no dispositivo, pois o agressor poderá perceber. É muito importante
considerar que o agressor pode representar um risco à segurança. Em alguns
casos, como reação, o comportamento agressivo da pessoa pode aumentar.
• Entre em contato com as autoridades locais e as
organizações de atendimento de apoio a vítimas de violência doméstica para
obter assistência e um planejamento de segurança. Há uma lista de organizações
relevantes em vários países em http://www.stopstalkerware.org.
• Avalie se você deseja preservar provas do stalkerware
antes de removê-lo.
• Faça o que você acha que é o mais seguro.
Confira neste link a íntegra do relatório "O Estado do Stalkerware em
2020".
Kaspersky
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