Durante a pandemia, o home office obrigatório acentuou o poder da mulher de se reinventar. Ela passou de dupla jornada, para três ou mais jornadas ao mesmo tempo: casa, filhos, trabalho e marido. Ou seja, a mulher não para, mas consegue lidar com a situação da forma mais justa possível, criando possibilidades que atendam aos interesses de toda a família. Tanto é que, nesse período crítico da economia, para ajudar nas finanças da casa, muitas mulheres costureiras, por exemplo, iniciaram a costura de máscaras para vender, tornando-se uma nova forma de empreendimento e um ótimo retorno financeiro familiar.
Esse é o poder de cocriação, palavra conhecida como
iniciativa de gestão, ou forma de estratégia econômica, que reúne diferentes
partes, a fim de produzir conjuntamente um resultado mutuamente valorizado.
A facilidade feminina em lidar com as adversidades
pode ser parte de sua biologia aflorada pelo dom da maternidade, que a torna
mais fiel a sua missão e capaz de dividir e somar, pensando no próximo e nas
consequências de suas decisões. Se pegarmos essas características e levarmos
para o mundo corporativo, a mulher tem a chance de ser mais comprometida e de
tomar decisões mais justas e agregadoras.
Um exemplo pode ser observado no filme Pantera
Negra, de 2018, onde Wakanda, assim como nos quadrinhos da Marvel, é a nação
mais avançada do mundo, tanto social quanto tecnologicamente - uma utopia
afrofuturista onde tecnologia avançada e tradições se convergem.
Na história, o rei de Wakanda descobre que tem um
primo abandonado no mundo dos reais e esse primo cresce e toma o trono dele.
Quando isso acontece, até mesmo o homem de confiança do rei, que era casado com
a chefe do exército de Wakanda, fica ao lado do primo traidor mesmo sabendo que
ele iria destruir a cidade. Já as mulheres não. Elas foram fiéis e
comprometidas com Wakanda até a morte. Nesse contexto, em um momento crucial, a
mulher é mais fiel a sua causa e toma sempre a decisão mais justa.
Essa percepção chegou no mundo corporativo e a
mulher está em importantes cargos executivos com seu poder de liderança
agregador.
Hoje, com a evolução da sociedade, a cultura de
submissão e a visão da mulher como sexo frágil está indo por água abaixo. Já
estamos vencendo nossa necessidade de provar para o mundo que somos capazes e,
aos poucos, deixamos de lado o sentimento de culpa que carregamos quando não
conseguimos cumprir alguma tarefa no dia, ou por sair para trabalhar e deixar o
filho na creche.
A mulher está conquistando o seu verdadeiro lugar
na sociedade, dizendo não quando sabe que é impossível fazer algo ou negociando
suas prioridades da melhor forma possível.
A partir do momento que ela rompe essa barreira de
sentimento de culpa ela se sente desafiada e tem capacidade de cocriação.
Portanto, podemos observar que, mesmo diante do caos,
a mulher consegue acalmar a sua própria vida e se reinventar. Essa capacidade
aflora o seu poder de liderança tanto na vida pessoal como no mundo
corporativo, e assim como em Wakanda, vai lutar sempre pela justiça.
Priscila
Silvestre - formada em Marketing e Direito, é palestrante, realiza
mentoria e workshops com ênfase em empreendedorismo feminino e liderança e é
CEO do Club W2W Woman to Woman em São Paulo, comunidade de mulheres
empreendedoras que têm o propósito de promover negócios.
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