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microscópica compara uma próstata saudável e outra com tumores
arquivo pessoal/Wellerson Scarano
arquivo pessoal/Wellerson Scarano
Novembro é o mês de conscientização ao Câncer de
Próstata, segundo tipo de neoplasia mais comum entre os homens. Segundo o
Instituto Nacional de Câncer (INCA), são mais de 68 mil novos casos por ano.
Idade avançada, histórico familiar e obesidade costumam ser os principais
fatores de risco.
Mas o que poucos sabem é que a exposição a
determinadas substâncias químicas, denominadas Desreguladores
Endócrinos, também pode contribuir no desenvolvimento desta doença. É o
que sugere um trabalho conduzido pelo Prof. Wellerson Scarano, biomédico e
docente do Instituto de Biociências da Unesp Botucatu, em parceria com
pesquisadores das universidades de Illinois, em Urbana/Champaign (College of
Veterinary Medicine) e Harvard (Harvard School of Public Health), nos Estados
Unidos.
O projeto intitulado “A collaborative study between
Brazilian and US scientists: the effects of environmental chemical exposures on
reproduction" (Um estudo colaborativo entre cientistas
brasileiros e norte-americanos: os efeitos das exposições químicas ambientais
na reprodução, na tradução literal) é financiado pela FAPESP e pelo Lemann Institute (USA).
Teve início em 2018 e desde então têm reunido dados que associam o impacto de
certos componentes tóxicos presentes no ambiente no sistema genital de seres
vivos.
Entre eles está o ftalato, substância química
bastante utilizada no processo industrial de produtos como cosméticos (para dar
brilho e fixação de cor) e objetos de plástico (para tornar mais rígido ou
maleável). Um dos experimentos, reportado na revista Toxicological Sciences, em
setembro deste ano, mostra que o ftalato alterou o desenvolvimento da
próstata dos filhotes de ratas tratadas durante a gestação e lactação.
“Os filhos de ratas tratadas tiveram aumento na
expressão de genes e microRNAs, alguns deles relacionados ao desenvolvimento do
câncer de próstata, o que nos leva a hipótese de que a exposição ambiental
a esses agentes químicos em gestantes pode aumentar a susceptibilidade dos
filhos desenvolverem doenças da próstata quando envelhecerem”, argumenta
Scarano, que recentemente esteve nos EUA ministrando palestras sobre o tema a
alunos e professores de Illinois e Harvard.
Além de Scarano, o projeto envolve outros
pesquisadores como a Dra. Jodi Anne Flaws (Illinois) e Dr. Bernardo Lemos
(Harvard). Esta parceria permitiu que um novo projeto seja proposto
ao NIH (National Institute of Health), também nos Estados Unidos. Se
concedido, o valor do financiamento será de aproximadamente R$ 1,2 milhões ao
longo de 5 anos. O tema: Biologia do Envelhecimento dos Tecidos
Reprodutivos. A princípio, outros dois professores do IBB também
estarão envolvidos na proposta: Luis Fernando Barbisan e Luis Antonio Justulin.
“Esta proposta pretende analisar duas variáveis
importantes do envelhecimento: a queda hormonal masculina e feminina nas
gônadas que leva a doenças como osteoporose, e às repercussões da
menopausa e andropausa; e o envelhecimento da mama e da próstata, que são
órgãos associados ao sistema reprodutor, e que são os alvos de maior incidência
de câncer em homens e mulheres com o avançar da idade”, explica Scarano, que
até 2021 deve fazer novas visitas às instituições norte-americanas dentro da
programação de atividades do projeto científico.
“Este projeto compreende quatro etapas, sendo que
três delas estão praticamente cumpridas. As próximas estão em andamento, e na
minha próxima visita aos EUA provavelmente discutiremos os resultados finais”,
complementa.
Prof. Wellerson
Scarano - da Unesp Botucatu, conduz trabalho com pesquisadores dos EUA
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