Com
manifestações expressivas nas universidades de Harvard e Yale, nos
Estados Unidos, um fenômeno que tem chamado atenção de estudiosos e do público
em geral é a busca por cursos que ensinam felicidade. Essa busca tem sido maior
do que para cursos que oferecem a possibilidade de uma carreira profissional de
reconhecimento e sucesso financeiro.
Não por acaso, um dos temas marcantes de toda a história da filosofia é o da felicidade. Desde o surgimento da filosofia no ocidente e mesmo antes disso, pensadores de todos os tempos dedicaram-se a essa questão em algum momento ou ao longo de sua trajetória de vida. Pela sua relevância histórica e social e ao mesmo tempo por sua importância subjetiva, o tema ‘felicidade’ desperta interesse ontem e hoje. Mas seria a felicidade um comportamento ou estado de espírito passível de ser ensinado?
Filosoficamente, a felicidade pode ser compreendida como um estado de satisfação e realização. Estar feliz equivale, portanto, a sentir-se satisfeito, realizado. Embora tal satisfação não tenha uma duração permanente, são as experiências de momentos felizes que conduzem ao desenvolvimento de uma vida feliz, ou seja, uma vida realizada. Epicuro (341-270 a.C) inicia a Carta a Meneceu, mais conhecida como Carta sobre a Felicidade, com uma exortação ao exercício da filosofia, atividade que tem como finalidade tornar feliz o homem que a pratica. Assim, se alguém acredita que ainda não chegou ou que já passou o momento de se dedicar à filosofia, é como se dissesse que ainda não chegou ou que já passou o momento de ser feliz.
Para Epicuro o caminho mais adequado para alcançar a felicidade está na satisfação equilibrada dos desejos, sendo o prazer o início e o fim de uma vida feliz. Nesta perspectiva, não existe vida feliz sem prudência. Na sequência da carta, Epicuro apresenta o seu tetrapharkom (4 remédios) ou elementos necessários para uma vida feliz: 1) não atribuir falsos juízos aos deuses; 2) não temer a morte; 3) não há mal que seja eterno; 4) o bem é facilmente alcançável.
Diferente de Epicuro, nosso tempo é marcado, entre outras características, pelo imediatismo, que traz consigo a potencialização da ansiedade e suas consequências. Assim, quando uma expectativa não é concretizada no menor tempo possível, advém a frustração e com ela a insatisfação e a infelicidade. A própria busca “desesperada” da felicidade, a preocupação demasiada em ser feliz (e, junto com ela, a fuga de qualquer atividade), sentimento ou situação que leve à frustração, inclusive com o uso de medicamentos, pode provocar frustrações e converter-se no seu oposto, ou seja, produzir ainda mais insatisfação e infelicidade.
Considerando essa problemática, que caminho seguir? Como ensinar e aprender a felicidade ou o caminho para ela? Se estar feliz é sentir-se satisfeito, realizado, a dimensão da autoconsciência precisa ser considerada, ou seja, como me sinto, me compreendo, me considero? Quais são minhas prioridades? O que eu compreendo que pode me fazer mais feliz e por quê?
Não raro, existe uma discrepância entre o modo de compreender a si mesmo e o mundo no qual se vive com a realidade concreta da vida. Por exemplo, podemos considerar que para sermos mais felizes é necessário ficar mais tempo com a família e amigos, mas quanto isso se torna possível? De um modo geral, quando estamos reunidos preferimos ficar no celular ou absorvidos nas próprias preocupações com pouco ou nenhum envolvimento.
Uma solução simplista poderia indicar que é apenas necessário começar a pensar como se vive ou começar a viver como se pensa a fim de superar a discrepância e encontrar-se. Contudo, não somos seres totalmente programáveis respondendo a estímulos que produzem efeitos previamente estabelecidos. Podem existir tantas receitas para ser feliz quantas sejam as vidas que habitam no planeta. Ainda que bons exemplos e comportamentos possam ser ensinados, é necessário que cada ser humano e cada comunidade humana encontre os caminhos para sua realização e felicidade.
Não por acaso, um dos temas marcantes de toda a história da filosofia é o da felicidade. Desde o surgimento da filosofia no ocidente e mesmo antes disso, pensadores de todos os tempos dedicaram-se a essa questão em algum momento ou ao longo de sua trajetória de vida. Pela sua relevância histórica e social e ao mesmo tempo por sua importância subjetiva, o tema ‘felicidade’ desperta interesse ontem e hoje. Mas seria a felicidade um comportamento ou estado de espírito passível de ser ensinado?
Filosoficamente, a felicidade pode ser compreendida como um estado de satisfação e realização. Estar feliz equivale, portanto, a sentir-se satisfeito, realizado. Embora tal satisfação não tenha uma duração permanente, são as experiências de momentos felizes que conduzem ao desenvolvimento de uma vida feliz, ou seja, uma vida realizada. Epicuro (341-270 a.C) inicia a Carta a Meneceu, mais conhecida como Carta sobre a Felicidade, com uma exortação ao exercício da filosofia, atividade que tem como finalidade tornar feliz o homem que a pratica. Assim, se alguém acredita que ainda não chegou ou que já passou o momento de se dedicar à filosofia, é como se dissesse que ainda não chegou ou que já passou o momento de ser feliz.
Para Epicuro o caminho mais adequado para alcançar a felicidade está na satisfação equilibrada dos desejos, sendo o prazer o início e o fim de uma vida feliz. Nesta perspectiva, não existe vida feliz sem prudência. Na sequência da carta, Epicuro apresenta o seu tetrapharkom (4 remédios) ou elementos necessários para uma vida feliz: 1) não atribuir falsos juízos aos deuses; 2) não temer a morte; 3) não há mal que seja eterno; 4) o bem é facilmente alcançável.
Diferente de Epicuro, nosso tempo é marcado, entre outras características, pelo imediatismo, que traz consigo a potencialização da ansiedade e suas consequências. Assim, quando uma expectativa não é concretizada no menor tempo possível, advém a frustração e com ela a insatisfação e a infelicidade. A própria busca “desesperada” da felicidade, a preocupação demasiada em ser feliz (e, junto com ela, a fuga de qualquer atividade), sentimento ou situação que leve à frustração, inclusive com o uso de medicamentos, pode provocar frustrações e converter-se no seu oposto, ou seja, produzir ainda mais insatisfação e infelicidade.
Considerando essa problemática, que caminho seguir? Como ensinar e aprender a felicidade ou o caminho para ela? Se estar feliz é sentir-se satisfeito, realizado, a dimensão da autoconsciência precisa ser considerada, ou seja, como me sinto, me compreendo, me considero? Quais são minhas prioridades? O que eu compreendo que pode me fazer mais feliz e por quê?
Não raro, existe uma discrepância entre o modo de compreender a si mesmo e o mundo no qual se vive com a realidade concreta da vida. Por exemplo, podemos considerar que para sermos mais felizes é necessário ficar mais tempo com a família e amigos, mas quanto isso se torna possível? De um modo geral, quando estamos reunidos preferimos ficar no celular ou absorvidos nas próprias preocupações com pouco ou nenhum envolvimento.
Uma solução simplista poderia indicar que é apenas necessário começar a pensar como se vive ou começar a viver como se pensa a fim de superar a discrepância e encontrar-se. Contudo, não somos seres totalmente programáveis respondendo a estímulos que produzem efeitos previamente estabelecidos. Podem existir tantas receitas para ser feliz quantas sejam as vidas que habitam no planeta. Ainda que bons exemplos e comportamentos possam ser ensinados, é necessário que cada ser humano e cada comunidade humana encontre os caminhos para sua realização e felicidade.
Luís
Fernando Lopes - professor do curso de Filosofia e da Área de Humanidades e
atua no setor de inovação da Escola Superior de Educação do Centro
Universitário Internacional Uninter.
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