O presidente do
Grupo Interamericano para Erradicação da Febre Aftosa–GIEFA, Sebastião Guedes,
viaja nesta semana para Punta del Este (Uruguai) para participar do
encontro da Comissão Sulamericana de Luta contra a Febre Aftosa. Entre os
dias 7 e 8, os líderes dos criadores e autoridades sanitárias do continente
irão avaliar os atuais índices de incidência da aftosa nos principais países
detentores de rebanhos bovinos da América do Sul.
Na oportunidade,
Guedes, que também é o vice-presidente do CNPC – Conselho Nacional da Pecuária
de Corte, vai apresentar uma pesquisa iniciada em novembro último durante o
fórum “2020 – O Futuro do Brasil sem Aftosa”, realizado em São Paulo com a
presença de quase uma centena de representativas entidades da agropecuária
brasileira e de lideranças do setor privado do Paraguai e Bolívia.
A referida pesquisa,
cuja tabulação foi encerrada em Março, aponta que mais de 90% dos pesquisados
desejam o fim progressivo da vacinação dos plantéis nacionais até 2020, pois
consideram que a aftosa já está praticamente erradicada na maior parte do País
e que, sem a vacinação, os pecuaristas poderão expandir as receitas com seus
rebanhos e fazer com que se tornem mais competitivos no mercado mundial de
carne bovina no chamado “segmento ou circuito não-aftósico”.
Atualmente, o Brasil não participa desse mercado, hoje avaliado em U$ 12
bilhões, devido à insegurança dos países importadores – como Japão, Coréia do
Sul, Singapura, México, Estados Unidos e Canadá entre outros – que não compram
carne resfriada ou congelada de países que ainda usam a vacinação, pois têm
dúvidas sobre a ocorrência da aftosa no gado vacinado.
O Brasil pode seguramente
ampliar a área livre de aftosa sem vacinação, pois 84% do nosso rebanho estão
em estados de 10 a 22 anos sem ocorrência de focos. A vacinação pode ser retirada
principalmente por áreas dos circuitos pecuários ou por redução em faixas
etárias dos rebanhos. A expansão da área sem vacinação deverá também ampliar as
exportações de carne suína para atraentes mercados importadores, onde o Japão
ocupa grande destaque.
Pesquisas conduzidas
pelo PANAFTOSA demonstram ausência de circulação viral no nosso continente.
Para Guedes, hoje, a maior preocupação do setor pecuário é com a brucelose,
raiva bovina, clostridioses e outras doenças infecto contagiosas, e
bem menos com a aftosa.
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