Testes podem ser feitos por motoristas de todo
o Brasil pela Buonnylab´s
A
Buonny, referência em gerenciamento de riscos em transportes e logística
no Brasil, acaba de criar uma divisão, a BuonnyLab´s, que será responsável
pelos exames toxicológicos para motoristas, de acordo com legislação que entrou
em vigor em março deste ano.
O
motorista terá a possibilidade de fazer os exames no Brasil todo por um preço
tabelado (R$ 299,00) , que ainda pode ser parcelado para facilitar a renovação
da carteira.
A importância do exame para redução de
acidentes
O
principal objetivo da lei é reduzir o número de mortes em acidentes nas
estradas. Dados do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) indicam que,
no ano de 2014, das 2.660 mortes registradas, 399 tiveram motoristas no
exercício profissional de sua atividade. De acordo com a Associação Brasileira
de Medicina de Trânsito, as drogas agem no sistema nervoso central do motorista
e alteram a concentração, coordenação motora e percepção, o que coloca em risco
a própria vida, bem como de passageiros e outros motoristas.
Seguem dados que mostram os perigos nas
estradas (fonte estudo SOS Estrada)
Pesquisa
realizada pela Faculdade de Ciências
Médicas de Minas Gerais com condutores de veículos de carga no
Ceasa, em Contagem, na Grande Belo Horizonte, revelou que 50,9% dos
condutores de cargas que se acidentaram faziam
uso das drogas conhecidas como rebites
Na
pesquisa, ficou constatado que dos
entrevistados que consomem anfetaminas, 86,9% afirmaram conduzir o
veículo por mais de 13 horas ininterruptas, sendo que 75,8% disseram dormir
menos de cinco horas diárias.
A
frequência de utilização da droga também
é alta: 57,1% dos entrevistados afirmaram
usar os estimulantes pelo menos três vezes
por semana. Dentre os usuários de
anfetamina 70% tem idade entre 20 a 46 anos e 21% de 46 a 75
anos, o que indica que são os mais jovens os principais usuários de drogas,
conforme alegam muitos caminhoneiros.
As
pesquisadoras Maria Masson e Valéria Monteiro, da Universidade Estadual de
Campinas, no estudo de 2010 intitulado: “Estilo de vida, aspectos de saúde e
trabalho de motoristas de caminhão".
Segundo
as pesquisadoras, em relação ao uso de medicamentos, a maioria dos
entrevistados (54,2%) fazia uso de drogas psicoativas para se manterem
acordados, devido a necessidade de percorrerem longas distâncias e sofrerem
pressão do tempo para a entrega de mercadorias, sendo que 54,4% dos motoristas
ingeriam até cinco comprimidos de anfetamina por viagem.
Outro dado assustador é que 43,8% estavam usando drogas há mais de 10 anos. Os
entrevistados afirmaram dormir em média 5,3 horas por dia na semana em que
estavam trabalhando e 7,9 horas no final de semana. O foco da pesquisa foram
caminhoneiros que transportam cargas perecíveis, em particular os verdureiros.
Em
2014, oficiais 2º Batalhão de Policiamento Rodoviário
(2º BPRv, com sede em Bauru/SP) lançaram
um livro com 29 artigos, fruto das pesquisas,
experiências, sugestões e constatações do dia a dia da fiscalização nas
rodovias. A obra, intitulada: “Policiamento
Rodoviário: cenário e perspectivas” oferece
vários temas para reflexão.
Assim,
caminhoneiros viciados em drogas tornam-se presas fáceis para o tráfico e são
aliciados para distribuição altamente capilarizada de drogas no Brasil.
Combater as drogas na boleia ajudará a combater as drogas nas pequenas cidades.
Em
setembro de 2014, uma carreta foi apreendida com 32 toneladas de açúcar e 226
kg de crack, na região de Presidente Prudente (SP). Ao confessar o crime o
caminhoneiro informou que ganhou o caminhão como pagamento pelo transporte do
crack.
Obrigatoriedade
dos testes
A
Portaria MTPS 116/2015, regulamentadora da Lei n.º 13.103/2015, dispõe sobre a
realização de exames toxicológicos em motoristas profissionais no transporte
rodoviário de cargas e passageiros. A portaria determina a realização
do exame na pré-admissão, a cada dois anos e meio, e na demissão de
profissionais, contratados no regime CLT.
O
exame analisa a queratina coletada de amostras de cabelo, pelos ou unha do
profissional e constata se, nos 90 dias anteriores à coleta, o motorista
consumiu substâncias psicoativas como: maconha, cocaína, mazindol, crack,
femproporex, ecstasy, heroína, metanfetaminas ou anfepramona.
Para a emissão e renovação das CNHs categorias C, D e E, todos os
motoristas profissionais, tanto contratados no regime CLT, quanto autônomos,
deverão a partir de 30 de abril, segundo a Resolução 517criada pelo
Conselho Nacional de Trânsito (Contran), e pela Lei federal 13.103/2015,
realizar o exame toxicológico juntamente com os demais exames
obrigatórios.
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