A partir da próxima semana PS Municipal Lauro Ribas Braga, em Santana, irá operar com número reduzido de médicos
O
Pronto-Socorro Municipal Lauro Ribas Braga, em Santana, passará a atender, a
partir do próximo 1° de maio, com um número menor de profissionais. A mudança é
resultado de uma transição na gestão do PS que atualmente é feita pela Santa
Casa e passará a ser feita pelo Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde
(Iabas), ambas Organizações Sociais (OSs).
Com a troca,
97 profissionais, entre médicos, enfermeiros e funcionários do setor
administrativo, foram demitidos. O presidente do Sindicato dos Médicos de São
Paulo (SIMESP), Eder Gatti, alerta que a consequência disso é o aumento de
filas e a demora no atendimento da unidade que possui demanda de alto fluxo.
A medida vai
contra o argumento da prefeitura, que diz estar empenhada em aumentar a oferta
de médicos, mas está autorizando e financiando as demissões perpetradas pelas
Organizações Sociais. “A Prefeitura de São Paulo não é só conivente, mas também
responsável pelas demissões. Foram anunciadas medidas como “quarteirização” de
médicos (quando OSs têm aval para contratar médicos na condição de pessoa
jurídica) com a justificativa de falta de médicos, mas a própria prefeitura
está promovendo e financiando demissões. Isso contribui ainda mais para a
precarização do trabalho e do atendimento da população, algo que é
inaceitável”, afirma Gatti.
“A demanda
do SUS tem aumentado consideravelmente nos últimos tempos por conta dos surtos
de H1N1 e Dengue. O PS não pode perder tantos profissionais em uma situação que
já é crítica, pois a assistência à saúde da população local corre o risco de
entrar em colapso’, diz Gatti.
Sem
infraestrutura
Além da
falta de médicos, o Pronto-socorro de Santana padece de uma infraestrutura
precarizada. Um exemplo é que PS conta com cinco respiradores para manter
pacientes em ventilação mecânica, mas a capacidade da rede de oxigênio da
unidade comporta apenas dois desses respiradores. Logo, a vida dos pacientes
pode ser colocada em risco se mais de dois pacientes necessitarem do aparelho
ao mesmo tempo.
O hospital
ainda enfrenta o agravante do déficit da rede de saúde municipal. Pela falta de
vagas na rede pública, os leitos de retaguarda do PS, que seriam apenas para
manter pacientes em observação, acabam sendo usados para hospitalizações que
duram semanas e, às vezes, até meses.
“O PS de
Santana não é uma unidade de internação, mas acaba mantendo pacientes ali sem
ter estrutura para internação. Esses problemas são sérios e colocam a população
em risco. Com a nova medida da prefeitura a situação irá piorar já que a
sucessão de OSs irá reduzir o número de médicos’, finaliza Gatti.
Sindicato
dos Médicos de São Paulo (SIMESP)
Fundado em 1929, o Sindicato defende a atividade médica, a luta pela dignidade
no exercício da medicina e o acesso à saúde como direito do cidadão. Aborda
temas como planos de saúde, Sistema Único de Saúde (SUS), organizações sociais
(OSs) e salário dos médicos, entre outros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário