Com apenas um pediatra, HU restringe atendimento no
pronto-socorro
O pronto-socorro de pediatria do Hospital Universitário da Universidade
de São Paulo (HU-USP) fechou as portas no período da tarde e agora irá restringir
o atendimento apenas a casos emergenciais e durante o dia (das 7h às 19h). Com
um único médico pediatra por plantão, a instrução do HU alega não ter condições
de garantir que a população possa ser atendida em tempo integral seguindo os
padrões mínimos de qualidade e segurança.
A crise no HU se arrasta desde 2014, com o número de
médicos do corpo clínico diminuindo progressivamente, a ponto de deixar a
pediatria com apenas um médico especialista. O déficit de profissionais é
originário do Programa de Incentivo à Demissão Voluntária PIDV da USP
responsável pela saída de 213 profissionais. Impedido de fazer novas
contratações, as condições de trabalho no HU continuam críticas.
O Sindicato dos Médicos de São Paulo (SIMESP)
realizou hoje (25) uma assembleia para discutir a situação do hospital. Na
ocasião, ficou acordada a emissão de um documento sobre a precariedade do
sistema para a administração do HU e para o reitor da USP. A exigência imediata
é que sejam feitas as contratações de médicos, enfermeiros e técnicos
suficientes para que o serviço funcione integralmente, normalizando as
condições de trabalho desses profissionais. “A falta de médicos está gerando
uma condição de trabalho insustentável para aqueles que tentam manter o
atendimento à população. Chegamos ao ponto de termos médicos que pedem demissão
espontaneamente por conta disso”, diz o diretor do SIMESP, Gerson Salvador.
Salvador alerta que se o hospital não contratar
imediatamente os novos profissionais, outros prontos-socorros também terão que
fechar, uma vez que todo o sistema de atenção à saúde está com falta de
profissionais e não conseguem atender à demanda da população corretamente. “O
corpo clínico do pronto–socorro do HU precisa ser reconstituído com urgência,
pois todos os PSs já estão com sobrecarga no atendimento tornando, impossível
absorver essa população que estará desamparada e garantir a qualidade na
assistência à saúde”, finaliza Salvador.
Sindicato
dos Médicos de São Paulo (SIMESP)
Fundado em 1929, o Sindicato defende a atividade médica, a luta pela dignidade
no exercício da medicina e o acesso à saúde como direito do cidadão. Aborda
temas como planos de saúde, Sistema Único de Saúde (SUS), organizações sociais
(OSs) e salário dos médicos, entre outros.
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