Levantamento
mapeia prejuízos econômicos, sociais e emocionais provocados pela doença, que
se torna uma ameaça ainda maior em meio aos surtos de gripe
Em um
momento em que as atenções se voltam para os surtos de gripe provocados pelo
vírus H1N1, um outro importante problema de saúde para o Brasil também ganha
destaque: a pneumonia, uma das principais causas de internação no País, com
elevada mortalidade. Isso porque a gripe facilita a locomoção pelo corpo da
principal bactéria associada à pneumonia, o pneumococo, possibilitando que ela
se desloque do nariz até os pulmões, levando à infecção. Essa bactéria está
presente, quase sempre de forma assintomática, no nariz de 80% das crianças,
conforme a literatura médica.
Pacientes com o sistema
imunológico mais fragilizado, como crianças, idosos, gestantes e portadores de
doenças crônicas, estão entre os públicos mais suscetíveis à pneumonia causada
pela bactéria pneumococo. Mas, com a consolidação da vacinação infantil contra
as doenças pneumocócicas nos últimos anos, vem ocorrendo um declínio de hospitalizações
ligadas à doença nessa faixa etária1,2. Em contrapartida, houve um
aumento no volume de internações de pessoas com 50 anos ou mais. A situação é
ainda mais grave quando se considera o contexto nacional, marcado por um
acelerado envelhecimento populacional, segundo tendência que vem sendo apontada
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nos últimos anos.
Em 2015,
por exemplo, a parcela com 50 anos ou mais correspondia a 45,7% dos 626.321
hospitalizados por pneumonia nos hospitais ligados ao Sistema Único de Saúde
(SUS), porcentagem que era de 32,5% para os pacientes com 4 anos ou
menos. Já em 2009, um ano antes do início da vacinação infantil em massa,
as crianças de até 4 anos correspondiam à maioria dos casos, ou 39,8% das 808.350
internações motivadas pela doença no período, enquanto os adultos com 50 anos
ou mais somavam 248.398 pessoas, ou 30,7% do total. A situação, portanto,
praticamente se inverteu.
Campanha
O desafio, agora, é
conscientizar a população madura sobre a importância da proteção. Esse é o
objetivo da campanha Pneumonia Pneumocócica tem Vacina, lançada hoje
pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), com apoio da
Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e da Pfizer. Com ações presenciais e
plataforma digital, a iniciativa percorrerá o Distrito Federal e sete Estados
do País: São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco, Bahia, Rio Grande
do Sul e Paraná. Em parques e shoppings selecionados, enfermeiros distribuirão
materiais informativos sobre a pneumonia pneumocócica e suas formas de
prevenção.
O público poderá encontrar
mais informações sobre a campanha no portal www.pneumoniatemvacina.com.br, além de acompanhar a
programação prevista para cada cidade na fanpagewww.facebook.com/pneumoniatemvacina. “É preciso provocar uma mudança efetiva no hábito vacinal
dos brasileiros. Muitos acreditam, erroneamente, que vacinas são importantes
apenas para as crianças. Por isso, necessitamos levar adiante um trabalho
contínuo de conscientização”, afirma o pneumologista
Fernando Luiz Cavalcanti Lundgren, presidente eleito da SBPT para o biênio
2017-2018.
Pesquisa
Mesmo entre os adultos que
conhecem a importância da prevenção contra as doenças pneumocócicas, dúvidas
prevalecem. É o que mostra um levantamento inédito sobre o tema realizado em
seis capitais do País e divulgado hoje. Realizada pelo Instituto Global Market
Research, a pedido da Pfizer, a pesquisa Retratos da Pneumonia envolveu
600 participantes. E, embora 57% desses entrevistados tenham admitido que
poderiam ter feito algo no passado para prevenir a pneumonia, o desconhecimento
sobre as formas mais adequadas de proteção prevalece. Nenhuma das pessoas que
acreditam que poderiam ter evitado a pneumonia citou a vacinação. Entre as
respostas mais comuns aparece, por exemplo, a falsa percepção de que evitar
friagem poderia ter impedido o surgimento da doença, o que na verdade constitui
um mito.
Outra confusão comum
quando o assunto é a prevenção de doenças pneumocócicas aparece com destaque no
levantamento. A maioria das pessoas, ou 50,7% do total, acredita que a vacina
contra a gripe protege também contra a pneumonia, quando na verdade a
imunização contra cada uma dessas doenças é feita por meio de vacinas
completamente diferentes. No caso da vacina contra a pneumonia pneumocócica,
por exemplo, basta uma única dose para que o adulto fique protegido durante
toda a vida dos sorotipos contemplados pelo imunizante.
O levantamento mostrou
também que a pneumonia, além de comprometer a saúde do paciente, impacta
fortemente outras áreas de sua vida, com repercussões econômicas, sociais e
emocionais. São comuns, por exemplo, prejuízos profissionais e perdas sociais
relevantes, considerando a necessidade de internação em grande parte dos casos
e de tratamento prolongado. De fato, 66,2% dos entrevistados tiveram de se
afastar do trabalho em função da doença. E por muito tempo: essa ausência
durou, em média, 21 dias. Já o tratamento se estendeu por 28 dias, em média.
Além disso, 59,3% dos participantes alegaram perdas sociais e emocionais
significativas, como o afastamento da família e dos amigos, bem como a
impossibilidade de comparecer a eventos únicos e importantes, como casamentos e
formaturas.
De modo
geral, 64,5% dos participantes, o que representa 387 pessoas, disseram que
foram impactados de alguma forma pela pneumonia. Desses, quase um terço (27,9%)
relatou que um familiar também teve de se afastar do trabalho para auxiliá-lo
no tratamento. Ainda em relação aos impactos econômicos da doença, 46% dos
entrevistados alegaram que os custos domésticos aumentaram por causa da
enfermidade. Além disso, 49,1% deles apontaram gastos extras com transporte e
84,8% declararam que tiveram mais despesas com medicamentos.
A pesquisa
envolveu pacientes com 18 anos de idade ou mais, moradores de São Paulo, Rio de
Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre e Curitiba. Quase quatro a cada
dez pacientes (37,8%) tiveram de ser hospitalizados e, dentro desse grupo, a
internação durou 14 dias, em média. “Por meio desse trabalho constatamos que os
prejuízos da doença vão muito além dos aspectos orgânicos, o que é extremamente
valioso para um momento em que se valoriza, cada vez mais, um olhar voltado
para o paciente como um todo, e não apenas para a doença que ele apresenta”,
afirma o diretor médico da Pfizer, Eurico Correia.
Referências:
1.
Afonso, Eliane T. Effect of 10-Valent Pneumococcal
Vaccine on Pneumonia among children, Brazsil. Emerging Infectious Diseases
Journal.
2.
Andrade, Ana Lucia. Evaluating the impact of PCV-10 on
invasive pneumococcal disease in Brazil: A time-series analysis. Human Vaccines
& Immunotherapeutics. Volume 12, Issue 2, 2016
Fonte: Pfizer
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