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Câncer de próstata é o segundo
mais frequente em homens
Apesar dos índices não serem bons, a saúde do
homem nem sempre é colocada em pauta. O novembro azul vem, justamente, para
discutir uma das doenças mais comuns para o público masculino: o câncer de
próstata. Listada entre as três patologias mais incidentes, a doença
apresenta dados alarmantes. Segundo pesquisa realizada em 2015 pela Coalizão
Internacional para o Câncer de Próstata - IPCC, 47% dos homens com a
doença em estágio avançado desconhecem e não dão importância aos
sintomas. De acordo com a ONG britânica Cancer Care, 1,1 milhão de homens são
afetados pelo câncer de próstata e a enfermidade provoca 307 mil mortes no
mundo, todos os anos.
Segundo dados de pesquisa feita nesse ano pela
Sociedade Brasileira de Urologia, na capital mineira as estatísticas não são
das melhores: 73% dos belo-horizontinos nunca se consultaram com
especialistas em saúde masculina, uma estatística pior que a média nacional,
na qual 51% dos entrevistados com mais de 45 anos nunca foi a um urologista.
"Os brasileiros ainda apresentam muita
resistência em procurar um urologista, principalmente, os mineiros, mais
conservadores. Ainda existem muitos mitos a respeito do exame que, na
verdade, é super rápido, não passa de 20 segundos", explica o urologista
da Clínica Origen, Bernardo Xavier.
O médico ressalta que não há como se prevenir,
mas é muito importante detectá-la precocemente. "Quando a doença é
descoberta cedo, as chances de cura são muito altas, podendo chegar a
90%". Segundo Xavier, homens a partir dos 50 anos devem fazer exames de
próstata anualmente. Já aqueles que possuem algum fator de risco, devem
iniciar os exames a partir dos 45. Idade e histórico familiar são os
dois dos principais fatores que podem levar à doença.
Sintomas
O câncer de próstata se manifesta de forma silenciosa,
por isso a necessidade da prevenção para que ele seja descoberto em estágio
inicial. "Existem exames que podem ser realizados em pessoas que não
possuam indícios ou sintoma da doença, são chamados de exames de
rastreamento. Como o câncer de próstata, usualmente, só causa sintomas quando
em estágio avançado, somente a prevenção pode detectar a doença de forma mais
precoce" afirma Marcus Castilho, radio-oncologista da Radiocare, centro
avançado de radioterapia do Hospital Felício Rocho. Em fases iniciais, a
patologia é assintomática. Em estágios mais avançados, o indivíduo pode ter
dificuldade para urinar, alterações da freqüência urinária e, ainda, ter
sangue nas fezes ou urina, ou dores ósseas quando já em situação de metástase
(quando o câncer se espalha para outros órgãos).
Tratamentos
O tratamento varia de paciente para paciente e
depende do estágio da doença, idade, probabilidade de cura e, expectativa de
vida. Cirurgia, radioterapia e terapia hormonal são os procedimentos mais
indicados.
Ao ser detectado precocemente, a observação é
um dos procedimentos mais recomendáveis para tumores de características pouco
agressivas. Outras opções são a realização da cirurgia ou de radioterapia.
Quando optado pela observação, o médico acompanha de perto o paciente para
indicar algum tratamento específico nos casos em que os exames mostrem uma
possível piora dos parâmetros do câncer. Para aqueles que descobrem a doença
em estágio avançado, cirurgia, radioterapia e hormonioterapia são aplicadas
individualmente ou combinadas. Já em fase metastática, o tratamento é feito
pela terapia hormonal. "Existem técnicas que, por uma série de fatores,
são aplicáveis para alguns e para outros não. Cada organismo reage de uma
forma", afirma Marcus Castilho.
Para o tratamento da doença, a braquioterapia é
um dos recursos mais utilizados. O procedimento, que evita a cirurgia, é
benéfico pelo fato de levar a radiação ao local exato do tumor. "É feita
uma distribuição de pequenas sementes de iodo radioativo por toda a próstata
do paciente, com o objetivo de diminuí-lo ou erradicá-lo por completo",
conta o oncologista. Esse tipo de tratamento também causa um índice menor de
disfunção erétil, uma vez comparado com a cirurgia.
Riscos de disfunção erétil e
infertilidade?
A maior preocupação masculina é que seja
acometido pela incontinência urinária e impotência sexual. Realmente, devido
a alguns tratamentos, existe essa possibilidade, por isso a importância do
diagnóstico precoce. "Quanto mais cedo ele for diagnosticado, menos agressivo
será o tratamento e, logo, menos riscos de ocorrer a disfunção erétil",
orienta Roque.
Tratamentos como radio e quimioterapia podem
fazer com que a fertilidade do homem seja afetada. "Para aqueles que
sonham em ser pais, a capacidade de ter filhos pode ser mantida, se, ao
receber o diagnóstico, ele recorrer ao congelamento de espermatozoides, um
procedimento simples e garantido", afirma Selmo Geber, professor titular
da UFMG e médico da Clínica Origen.
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