Procedimento deve ser feito anualmente a partir
dos 40 anos, e é capaz de identificar nódulos ainda não palpáveis.
Embora
a mamografia seja importante para a detecção de nódulos e tumores nas mamas,
ela ainda não faz parte da agenda anual de exames de muitas mulheres
brasileiras com mais de 40 anos. De acordo com a radiologista e especialista em
exames por imagem das mamas do Lavoisier
Medicina Diagnóstica, Dra. Flora Finguerman, o diagnóstico precoce pode
fazer toda a diferença no tratamento de nódulos e tumores nas mamas.
Segundo
a Sociedade Brasileira de Mastologia, em 2013 o número de brasileiras entre 50
e 60 anos que realizaram o procedimento foi três vezes menor que o recomendado
pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Dados do Instituto Nacional do Câncer ainda
apontam que os tumores de mama estão entre as principais causas de óbitos por
câncer no mundo, principalmente nas mulheres entre 39 e 58 anos.
Para
ajudar a quebrar alguns mitos sobre o exame, abaixo a especialista esclarece
algumas dúvidas:
1 – A radiação do exame é perigosa, por isso é melhor não
fazê-lo.
Mito.
Embora o aparelho de Raios-X utilizado na mamografia emita radiação, ela não é
perigosa se realizada conforme as orientações médicas e com controle de
qualidade adequado. A recomendação é que o exame seja feito anualmente, a
partir dos 40 anos. A radiação dificilmente implicará em prejuízos à saúde,
mesmo nos casos em que a mulher precisa realizar o exame antes dessa idade.
2 – O ultrassom da mama pode também ser usado para detectar
nódulos e tumores?
Verdade.
Embora não seja um exame obrigatório no rastreamento, o ultrassom também pode
ser usado para o diagnóstico em casos de suspeita médica. “O exame costuma ser
indicado principalmente para mulheres que têm as mamas densas. Nestes casos, nem
sempre a mamografia consegue fazer uma boa avaliação”, afirma a médica. Há
também a ressonância magnética das mamas, que é usada em casos ainda mais
específicos, como em rastreamento do tumor e avaliação da mama em pessoas que
já tiveram câncer.
3 – É preciso começar a fazer a mamografia antes dos 40
quando alguém próximo da família, como minha mãe ou avó, teve câncer de mama
ainda jovem?
Verdade.
Quando há um histórico de câncer na família, principalmente em pessoas com
parentesco de primeiro grau, como mãe e irmã, é recomendado antecipar a
realização anual do procedimento. Segundo a Dra. Flora Finguerman, “se a mãe da
paciente teve um histórico de câncer nas mamas ainda jovem, com 40 anos, por
exemplo, recomenda-se que ela comece a fazer a mamografia 10 anos antes da
idade que sua mãe tinha quando desenvolveu o quadro. Ou seja, se a mãe teve aos
40 anos, a paciente pode começar a fazer o exame aos 30”, explica. Entretanto,
quando há suspeita alta de câncer, o exame poderá ser realizado em mulheres mais
jovens, mesmo com menos de 25 anos, complementa.
4 – A mamografia detecta nódulos com poucos milímetros?
Verdade.
O exame é capaz de detectar nódulos a partir de 2 a 3 mm. De acordo com a
médica, isso decorre do grande avanço na melhoria da qualidade do exame,
afinal, antes da mamografia, os nódulos eram percebidos apenas quando se
tornavam palpáveis, com cerca de 1 cm. “Essa diferença na detecção e no
diagnóstico é essencial para um tratamento efetivo”, enfatiza a especialista.
5 – Embora seja importante realizar o autoexame com
frequência, ele não substitui o procedimento.
Verdade.
O autoexame deve fazer parte da rotina das mulheres, independentemente da sua
faixa etária. Entretanto, ele não substitui o exame de mamografia.
“Normalmente, o autoexame detecta nódulos quando eles já estão em tamanhos
maiores, o que pode dificultar ou atrasar o tratamento. Porém, ele é
imprescindível, até mesmo para as mulheres mais velhas que já realizam a
mamografia anualmente, pois pode detectar mudanças nas mamas que nem sempre
podem aguardar até a data do próximo exame para serem percebidas”, finaliza a
especialista.
Sobre a mamografia
A
mamografia é um exame de Raios-X das mamas, que detecta alterações sugestivas
de câncer, em particular em seu estágio precoce, antes de se tornar palpável. A
detecção e o diagnóstico precoce de um câncer de mama pode diminuir as chances
de morte da paciente em 30% a 70%. As mulheres devem realizar este exame pela
primeira vez aos 40 anos de idade e se submeter a controles anuais mesmo acima dos
70 anos, dependendo das condições físicas e eventual doenças concomitantes.
Mulheres abaixo dos 40 podem precisar realizar a mamografia em algumas
situações, como presença de alto risco familiar ou alterações palpáveis. Após
os 70 anos, recomenda-se continuar o rastreamento mamográfico nas mulheres que
tenham boas condições de saúde. Já a ultrassonografia não é um método de
rastreamento do tumor mamário, mas é um importante adjunto em determinadas
condições. A ultrassonografia pode ser o primeiro exame mamário por imagem em
mulheres abaixo dos 30 anos que percebem um nódulo palpável, ou nas mulheres
grávidas. Também é importante na orientação de punções biópsias de nódulos, que
podem ser cistos ou sólidos.
Lavoisier
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