Informações exclusivas do Programa Idade
Ativa, desenvolvido pela seguradora, foram analisadas por especialistas da UERJ
e apontam as principais variáveis associadas à rotina do idoso que elevam a
probabilidade de internação
O Estudo Idade Ativa, realizado pela SulAmérica
em parceria com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), por meio
do Centro de Estudos e Pesquisa em Saúde Coletiva (CEPESC), revela dados sobre
importantes variáveis que impactam diretamente a saúde do idoso. O trabalho
inédito avaliou os perfis dos participantes do Programa Idade Ativa, criado
pela companhia para promover o envelhecimento saudável, e tem como objetivo
principal compreender os principais aspectos que influenciam em futuras
internações deste público.
Com quase 5 mil participantes, o Programa Idade
Ativa reúne informações exclusivas sobre pessoas acima dos 65 anos que foram
orientadas sobre os cuidados necessários com a saúde, alimentação, atividade
física e prevenção de acidentes domésticos, por exemplo, fundamentais para o
envelhecimento saudável e autonomia. Entre os principais resultados já
alcançados por meio da iniciativa estão 31% de redução na frequência de
internação, 25% de queda no tempo de permanência em hospitais e diminuição de
20% nos custos para a empresa. “Os números demonstram que o Idade Ativa é um
grande sucesso. Precisávamos dar um passo à frente e compreender em detalhes a
melhor forma de utilizarmos esses dados. Neste sentido, a parceria com a UERJ
foi fundamental”, explica o vice-presidente de Saúde e Odonto da SulAmérica,
Maurício Lopes.
Estatísticos da Universidade, entre eles o
doutor em Probabilidade e Estatística e Matemática, Antônio Carlos Ponce de Leon,
avaliaram dados recolhidos durante quatro anos de 3,5 mil participantes do
Programa. Foram analisadas diversas variáveis relacionadas à rotina dos idosos,
como “ocorrências de quedas”, “auto percepção da saúde”, “uso de cinco ou mais
medicamentos” e “atividades diárias”. De acordo com o levantamento, quanto
maior a autonomia, acesso à informação e adoção de hábitos saudáveis, menores
são os riscos de permanência em hospitais.
“Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) apontam que a expectativa de vida no Brasil está
aumentando consideravelmente. Em 1991, os idosos representavam 4,8% da
população, em 2000, 5,8%, e agora chegam a 7,4%. Essa realidade tem direcionado
iniciativas da SulAmérica que visam garantir uma assistência à saúde com
qualidade a esta população. Nos últimos anos, temos trabalhado massivamente em
programas como o Idade Ativa, que permitam às pessoas que estão na terceira
idade preservarem ao máximo o seu estado de saúde. Essa importante parceria com
a UERJ permite aprofundar o conhecimento sobre essa população, identificar os
principais riscos e cuidados, além de servir de ponto de partida para
investimentos contínuos na prevenção de doenças e promoção à saúde”, afirma
Maurício Lopes.
Resultados
A “auto percepção da saúde” é uma variável
reconhecidamente importante em pesquisas de populações idosas. Tendo como linha
de base o grupo participante do Programa que avaliou a própria saúde como
“ótima”, o estudo identificou que a taxa de internação é 107% maior no grupo de
segurados com auto percepção regular. Para aqueles que declararam “ruim” ou
“péssima”, esse índice de hospitalização é mais do que o dobro e atinge 160%.
“Essa variável merece ser observada de perto, pois auxilia na identificação de
prognósticos associados à mortalidade e internação”, explica doutora
KylzaEstrella, responsável pela coordenação da pesquisa no Centro de Estudos e
Pesquisa em Saúde Coletiva (CEPESC) do Instituto de Medicina Social da UERJ.
Para a saúde do idoso, a ocorrência de queda é
um fator de risco que oferece consequências no curto, médio e longo prazo.
Entre os participantes do Idade Ativa, a possibilidade de internação é 46%
maior no grupo que relatou alguma ocorrência de queda em relação ao que não
mencionou. “A incidência de quedas recentes, além de causar insegurança no
indivíduo, desencadeia o aparecimento ou agravo de doenças”, esclarece doutora
Kylza.
Outro aspecto avaliado no levantamento é o uso
de medicamentos pela população idosa. Apesar da necessidade do uso de remédios
para o controle de doenças comuns nesta faixa etária, como diabetes e
hipertensão, o uso de cinco ou mais medicamentos diariamente, definido como
polifarmácia, é um dos fatores associados ao aumento de internações. Entre os
participantes do Idade Ativa, foi observado que 43% utilizam cinco ou mais
medicamentos diários. A taxa de internação é 66% maior neste grupo em relação
ao que não faz uso ou faz em uma quantidade menor.
Ainda segundo a doutora Kylza, atividades de
vida diária são o eixo central para o planejamento da saúde do idoso. Para
aqueles cujo comportamento segue no sentido contrário, ou seja, que não
praticam ou apresentam dificuldades na realização de práticas diárias,
observa-se uma elevada taxa de internação. Usando como referência o grupo que
realiza atividades rotineiras sem dificuldade, foi constatado que idosos com
muita dificuldade para fazer compras, por exemplo, taxa de internação é mais do
que o dobro (114%) do que o grupo com independência. Já aqueles que apresentam
muita dificuldade em utilizar transporte público, apresentam taxa 90% superior
ao grupo com independência.
Tomar banho sozinho também é um indicativo
relevante. Idosos com dificuldades ou que dependem de outras pessoas para essa atividade
têm índice de internação 89% maior em relação aos independentes. Quanto à
mobilidade, a taxa de internação é 100% maior em idosos que têm dificuldade de
locomoção na comparação com os que não têm. Subir escadas, por exemplo, é o
exercício físico de maior impacto no índice de internação. Os idosos com muita
dificuldade em subir e descer degraus atingem o dobro dessa taxa também (111%)
em relação aos que não apresentam esse empecilho.
“Os resultados referentes ao Programa Idade
Ativa, especificamente, são muito animadores. Verificamos que os grupos que
integram a iniciativa da companhia têm os riscos reduzidos e vivem a terceira
idade com mais confiança e qualidade de vida. A taxa de internação é 133% maior
para segurados que nunca participaram do programa, um número muito expressivo”,
destaca Lopes, que complementa: “Não temos dúvidas de que a gestão da saúde é o
caminho que deve ser trilhado pelo mercado de saúde como um todo. A aplicação,
hoje, de iniciativas cujo resultado será observado no médio e longo prazo, nos
permite cuidar da saúde dos nossos segurados, além de olhar para a
sustentabilidade desse setor”, finaliza o executivo.
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