Dia Mundial de Prevenção da Gravidez não
Planejada
Pesquisa da Unifesp aponta que 53% das mulheres
iniciaram a vida sexual entre 16 e 18 anos de idade
iniciaram a vida sexual entre 16 e 18 anos de idade
Levantamento
mostra que 60% das jovens ainda têm vergonha de falar sobre sexo e
contracepção. Avaliação faz parte das ações que integram campanha mundial de
prevenção da gravidez não planejada
Falar
sobre sexo e contracepção é mais comum nos dias de hoje, principalmente pelo
início da vida sexual acontecer cada vez mais cedo. Apesar disso, a quantidade
de informações disponíveis sobre os cuidados que devem ser tomados parece ainda
não ser suficiente. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS),
cerca de 16 milhões de meninas entre 15 e 19 anos dão à luz todo
ano, a maioria em países de baixa ou média renda (2014).
Uma
pesquisa realizada pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de
São Paulo (EPM-Unifesp), em parceria com a Bayer, entrevistou 2.000 mulheres
acima dos 14 anos de idade, de quatro capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo
Horizonte e Salvador), e revela que 53% das mulheres iniciaram sua vida
sexual entre 16 e 18 anos de idade, sendo que, do total de
participantes, 92% afirmam usar algum método contraceptivo.
Apesar do índice positivo sobre o uso de
métodos contraceptivos, 60% delas ainda têm vergonha de falar sobre sexo
e contracepção. Quando perguntado sobre qual motivo de tamanha vergonha, 44%
dizem que consideram algo muito íntimo. "Quando se trata de
adolescentes, a gravidez não planejada pode não só representar um susto, mas um
sério risco à saúde, sendo um dos principais contribuintes para a mortalidade materna.
É fundamental que as jovens se previnam busquem orientação correta, sempre com
o acompanhamento de um especialista. Conscientizar ainda é a melhor forma de
prevenir", alerta o Prof. Afonso Nazário, do Departamento de
Ginecologia da EPM-Unifesp.
As
principais causas da gravidez não planejada estão relacionadas à falta do uso
de métodos contraceptivos seguros, problemas de adesão ao método, mau uso do
método escolhido ou a acomodação do casal em relação aos cuidados preventivos.
De acordo
com a pesquisa, 81% das mulheres conhecem alguém que engravidou antes
dos 16 anos.
Apenas 31%
das entrevistadas afirmaram já ter tido uma conversa positiva sobre
sexualidade com os pais ou responsáveis. "A gravidez em
jovens é o reflexo da falta de acesso à informação. Nessa fase, é necessário
que tanto os responsáveis como as escolas estimulem a ida ao ginecologista e
conversem com os adolescentes sobre os riscos da falta de cuidado com a vida
sexual, que podem comprometer uma ou mais vidas", completa Dr.
Nazário.
Um novo comportamento
Com o avançar dos anos, o tema sexualidade vem
sendo abordado com mais naturalidade. Para 62% das entrevistadas o tema
"virgindade" não é mais um tabu e para um pouco mais da metade (51%)
o sexo representa um prazer pessoal. No quesito sexo sem
compromisso, 32% das jovens disseram que estão abertas à prática. Em
contrapartida, 26% indicam que jamais fariam.
Com relação à contracepção, no final do ano
passado, a Associação Americana de Pediatria divulgou uma nova diretriz
recomendando o uso de DIU e implantes hormonais para evitar gravidez na
adolescência, e a pesquisa comprovou que existe adesão significativa a
esses métodos. Segundo o estudo da EPM-Unifesp, entre os métodos
contraceptivos mais utilizados pelas mulheres estão camisinha (35%), pílula
anticoncepcional (34%) e contraceptivos de longa duração como DIU e implante
(13%). Os números indicam ainda que 77% das mulheres têm
o hábito de ir ao ginecologista.
Embora
a vida sexual esteja iniciando mais cedo e os jovens possuam mais acesso a
informações, os índices de gravidez não planejada ainda são elevados.
Para 45% das entrevistadas o principal motivo seria a irresponsabilidade
e 26% acham que a causa principal é o esquecimento ou uso incorreto do
método de prevenção escolhido. Quando perguntado sobre a postura do parceiro
em relação à contracepção, 58% das mulheres disseram que a decisão é
exclusivamente delas.
Gravidez e relacionamento
Para a maioria das entrevistadas (56%), a
contracepção representa segurança e cuidado com a própria saúde, ficando
à frente da preocupação com o planejamento familiar (26%). Quando
perguntadas sobre uma possível gestação, 44% dizem que não saberiam o
que fazer se descobrissem a gravidez ainda na adolescência, sendo que 31%
consideram a depressão e a diminuição da autoestima como
as principais consequências negativas que podem ser desencadeadas neste
cenário.
A preocupação com a vinda de um bebê sem
planejamento é algo delicado em todas as faixas etárias, mas para 66%
das jovens ouvidas, isso atrapalharia os planos para o futuro,
como estudo e carreira. Um outro ponto que chama a atenção é a importância do
relacionamento com o parceiro, desde o ato sexual, a escolha do método contraceptivo
em conjunto, até a perspectiva de futuro. Para as entrevistadas, o mais
importante num relacionamento, por ordem de relevância, é: família e planos
futuros (22%), amor (22%), companheirismo (15%) e sexo (14%).
É sua vida, é seu futuro
Com o objetivo de melhorar a educação sexual,
promover a conscientização sobre a contracepção moderna e reduzir os altos
índices de gravidez não planejada e/ou de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) em todo o mundo, foi
criado o Dia Mundial da Prevenção da
Gravidez Não Planejada, que acontece em 26 de setembro. Cada ano a campanha tem
um tema, e o de 2015 é : "É sua vida, é seu futuro" e o
mote digital #umaamigaminha #umamigomeu.
A ação é uma iniciativa
de ONGs e sociedades internacionais - com apoio mundial da Bayer,
e acontecerá pelo nono ano consecutivo em mais de 70 países da
Europa, Ásia e América Latina. No Brasil, a Escola
Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo
(EPM-Unifesp) é parceira do projeto. No site www.vivasuavida.com.br,
desenvolvido especialmente para a campanha, é
possível encontrar diversas informações sobre sexo seguro, gravidez e
contracepção, entre outros temas.
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