Alinhada à ONU, SBGG
chama atenção para aspectos a serem aperfeiçoados para adaptar as cidades ao
novo perfil populacional
Em seu 25º ano, no Dia
Internacional do Idoso, celebrado em 1º de outubro, a Sociedade Brasileira de
Geriatria e Gerontologia (SBGG), alinhada ao direcionamento da Organização das Nações Unidas (ONU),
chama a atenção para a “sustentabilidade e inclusão da pessoa idosa no ambiente
urbano”.
Segundo dados apresentados pela
ONU estima-se que 1 em cada 10 pessoas do mundo devam residir em áreas urbanos
nos países em desenvolvimento, como o Brasil, até 2030. Simultaneamente, é
notório o crescente número de pessoas idosas na população. Só no Brasil o
número de idosos já alcança 22,9 milhões (11,34% da população) e a estimativa é
de que nos próximos 30 anos esse número mais que triplique.
A combinação de migração para
os centros urbanos com o aumento dos idosos significa que o número de pessoas
com mais de 60 anos vivendo em cidades pode crescer para mais de 900 milhões em
2050, o que representa um quarto do total da população urbana – ou seja, 1 em
cada 5 pessoas será idoso.
Para a SBGG são necessários
esforços interdisciplinares ligados ao envelhecimento para que possa
haver mudanças a fim de que haja no Brasil a preparação para esta nova e emergente
realidade populacional. De acordo o presidente da
Sociedade, João Bastos Freire Neto, o ambiente urbano sustentável e inclusivo
deve permitir segurança, acessibilidade e oportunidades e, atualmente,
verifica-se que pessoa idosa não está contemplada nesse contexto, apesar do
crescimento populacional significativo no País. Ele esclarece que o
envelhecimento é um processo contínuo, irreversível e universal e todas as
pessoas desejam uma vida com qualidade, autonomia, independência e
segurança em qualquer idade.
A presidente do Departamento de
Gerontologia, Maria Angélica Sanchez, alerta para o fato de que embora haja
políticas voltadas ao idoso, como o Estatuto e a Política Nacional do Idoso
(PNI), por exemplo, elas precisam ser colocadas em prática. “O Brasil precisa
despertar agora para a nova realidade demográfica. Não podemos ficar apenas
pensando no que vai acontecer em 2030 ou 2050, caso contrário, vamos nos
deparar com um cenário caótico. Temos que nos adequar a esta realidade hoje”,
ressalta a especialista em gerontologia.
Freire Neto avalia que é
preciso propiciar condições para que o idoso continue participativo na
comunidade em que vive. De acordo com a ONU, os transportes são
considerados “uma das pedras angulares para a participação, independência e
inclusão social da pessoa idosa”. Neste sentido as cidades precisam
ser repensadas para atender às necessidades principalmente, das pessoas idosas,
para que elas não venham a serem prisioneiras no meio em que vivem, mas que
tenham oportunidades para continuarem ativos, da forma que lhe convierem.
A discussão estabelecida neste 25º
aniversário do “Dia Internacional do Idoso” acontece em antecipação da III
Conferência das Nações Unidas sobre Habitação e Desenvolvimento Urbano
Sustentável (Habitat III) a ser realizada em 2016 pela ONU, que irá repercutir
não só sobre o impacto do novo ambiente urbano em pessoas idosas, mas
também o impacto dos idosos sobre o novo ambiente urbano.
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