A campanha de
incentivo à prevenção, combinando camisinha, testagem e tratamento vai se
estender ao longo do ano nas festas populares de todo o país
O Ministério da Saúde realiza campanha
de prevenção às Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e Aids na Festa do
Peão de Barretos (SP). A ação, que começou nesta quinta-feira e vai até 31 de
agosto, mesmo período da festa, tem como objetivo chamar a atenção e
conscientizar a população, especialmente os jovens, sobre a importância de usar
camisinha, fazer o teste de HIV e o iniciar o tratamento, em caso de
soropositividade.
O diretor do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais, do
Ministério da Saúde, Fábio Mesquita, explica que o diferencial dessa campanha é
seu ineditismo: “Pela primeira vez, temos um campanha de prevenção ao HIV e
Aids que acontece ao longo de todo o ano, abrangendo grande parte das festas
populares brasileiras”. A mobilização faz parte da nova estratégia do
Ministério da Saúde de estender a campanha de prevenção às principaisfestas
populares brasileiras.
Lançada em 1º de dezembro do ano passado (Dia Mundial de Luta
contra Aids), a campanha está em todas as regiões do país, contemplando
carnaval, festas juninas do nordeste, além de outras como Octoberfest, em
Blumenal (SC), e paradas de orgulho gays. Os materiais usam a gíria “#partiu
teste”, linguagem típica da faixa etária dos jovens, prioritária para a
campanha. As peças publicitárias para rádio, outdoor e rede sociais reforçam o
conceito de prevenção combinada “camisinha + teste + medicamento”. Além disso,
haverá a veiculação do filme em dois telões instalados na festa e dois
caminhões de selfie estarão na entrada do parque do Peão
NOVO PROTOCOLO – “O Brasil está passando
por uma revolução, desde o lançamento em dezembro de 2013 do novo protocolo de
atendimento às pessoas com HIV e aids”, ressalta Fábio Mesquita. “Em um ano,
foi registrado aumento de 30% no número de pessoas que iniciaram o tratamento
com antirretrovirais no Brasil. No período de um ano, o número de novos pacientes
com acesso aos antirretrovirais passou de 57 mil, em 2013, para 74 mil novos
tratamentos, em 2014” explica o diretor.
Este ano, a adoção da política de combate ao HIV e aids no país
comemora 30 anos de história. O Brasil tem adotado, ao longo dos anos, e
principalmente nos últimos dois anos, uma série de medidas de ampliação da
testagem de HIV em populações chaves e a facilitação do acesso de medicamentos,
com a incorporação de novas formulações mais fáceis de serem utilizadas pelas
pessoas vivendo com HIV e aids.
Essas políticas refletiram na redução da mortalidade e a morbidade
do HIV. Desde 2003, houve uma queda de 15,6% na mortalidade dos pacientes com
aids no país. A taxa caiu de 6,4 óbitos por 100 mil habitantes em 2003 para 5,7
óbitos por 100 mil habitantes em 2013.
NÚMEROS AIDS – Desde os anos 80, foram
notificados 757 mil casos de aids no país. A epidemia no Brasil está
estabilizada, com taxa de detecção em torno de 20,4 casos de aids, a cada 100
mil habitantes. Isso representa cerca de 39 mil casos novos ao ano. No Brasil,
o coeficiente de mortalidade por aids caiu 13% nos últimos 10 anos, passando de
6,1 óbitos por 100 mil habitantes em 2004, para 5,7 casos em 2013.
Nivaldo Coelho, da Agência Saúde
Ascom/MS
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