Especialista do Hospital 9 de Julho
alerta para os riscos do diagnóstico tardio e do não tratamento das hepatites
virais; aproximadamente 70% das infecções entre os portadores de hepatite C se
cronificam
Embora sejam
inicialmente silenciosas, as hepatites virais podem levar a complicações sérias
como a cirrose quando não diagnosticadas precocemente. Isso acontece porque os
vírus causadores da doença geram uma inflamação crônica e silenciosa no fígado,
que é o segundo maior órgão do corpo humano, responsável por secretar e
metabolizar substâncias importantes para a manutenção da saúde.
No Brasil, os tipos de
hepatites virais mais comuns são a A, B e C. Embora algumas delas – como a
hepatite A -, possam ter evolução benigna, sem deixar sequelas, outras podem
levar a danos graves para a saúde. Por isso, segundo a hepatologista do Centro
de Gastroenterologia do Hospital 9 de Julho, Marta Deguti, os tratamentos estão cada vez
mais complexos e individualizados.
“Enquanto a hepatite A tem transmissão
oral-fecal, as B e C podem ser transmitidas por relações sexuais e transfusões
sanguíneas, respectivamente”, destaca a especialista. A partir do diagnóstico,
o médico irá recomendar o melhor tratamento de acordo com o tipo e
características de vírus, perfil do paciente e análise de possíveis doenças
concomitantes, que possam interferir ou prejudicar a melhora do quadro.
Quanto à periodicidade
das medicações, algumas podem ser utilizadas por tempo limitado, outras são de
uso diário prolongado. Há ainda as de dose única ou associadas a outros
remédios.
Quando não
diagnosticadas a tempo, ou não tratadas adequadamente, as hepatites virais
podem evoluir para uma cirrose hepática. Em casos mais graves, há risco de
desenvolvimento de câncer no fígado. “Além disso, é importante lembrar que
alguns comportamentos podem piorar o quadro como, por exemplo, o consumo de
álcool. Além disso, a obesidade e o diabetes mal controlado podem piorar a
doença”, lembra a Dra. Marta.
Diagnóstico
Não são raros os casos
de pessoas que sofrem por anos de hepatite sem saber da doença. O diagnóstico
pode acontecer incidentalmente, em um check-up médico ou durante o processo de
doação de sangue.
De acordo com a Dra.
Marta, é preciso ficar atento quando um ou mais desses sintomas aparecem
associados: febre, náuseas, dores articulares, falta de força, coloração
amarelada da pele e escurecimento da urina. “O especialista também pode
solicitar um exame mais detalhado quando a pessoa relata antecedentes que o
coloquem sob suspeita, como em casos de transfusão sanguínea”, conclui a
hepatologista.
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