Preços
do grupo habitação tiveram a maior alta no ano, com aumento de 16,73%
Durante os sete primeiros meses do ano, a inflação dos preços de produtos e
serviços dobrou se comparada com o mesmo período de 2014. De janeiro a julho de
2015, o crescimento médio dos preços foi de 0,98% ao mês, contra 0,49% no ano
passado.
Dentre as nove categorias avaliadas
na pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), realizada mensalmente pela
Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo
(FecomercioSP), o segmento habitação foi o que apresentou a maior alta para o
bolso do consumidor paulistano. De janeiro a julho deste ano, a variação desse
grupo chegou a 16,73%. Em relação a junho, o crescimento foi de 2,42%.
A classe E, cujos rendimentos são
inferiores à R$ 976,58, foi a mais impactada com esse aumento nos preços, uma
vez que destina um quarto de sua renda para itens relacionados à
habitação.
Alimentação e bebidas também figuram
entre as maiores elevações, completando 11 meses de altas consecutivas. Em
julho, o acréscimo foi de 0,71% ante a elevação de 0,48% apontada em junho. No
período que compreende os meses de janeiro a julho, a variação foi de 6,61%.
Juntos, os gastos com habitação e
com alimentação e bebidas respondem por quase 40% do total de consumo das
famílias paulistanas, o que, claramente, evidencia uma necessidade de
reorganização no orçamento doméstico. De acordo com a assessoria econômica da Entidade,
a restrição do poder de compra, especialmente nas classes de renda mais baixa,
é o primeiro reflexo a ser observado. Isso porque tais grupos contemplam itens
essenciais que são considerados prioridade na hora dos pagamentos.
Seguindo este processo
inflacionário, outras atividades tiveram aumento mensal nos preços: saúde
(0,70%); transportes (0,32%); artigos do lar (0,15%); despesas pessoais
(0,45%); e comunicação (0,55%). Apresentaram queda na variação os itens de
vestuário (-0,40%) e educação (-0,02%). No caso de vestuário, o recuo deve-se,
ao menos em parte, segundo economistas, às liquidações realizadas no setor, em
decorrência dos estoques elevados e da queda nas vendas.
A exemplo dos resultados de
pesquisas anteriores, as classes de renda mais baixa são as mais afetadas com a
alta dos preços. Na classe D, o indicador registrou, no mês, alta de 0,95%,
seguida da classe E (0,93%) e da classe C (0,77%). Para essas camadas (com
rendimentos até R$ 7.324,33), a elevação dos preços supera a média geral de
0,75%. Já nas demais, A e B, que possuem ganhos além desse valor, o CVCS
encerrou o mês com aumento, respectivamente, de 0,58% e 0,69%.
De acordo com os economistas da
FecomercioSP, os preços enfrentam um cenário de disseminação e persistência de
altas, características típicas de um quadro inflacionário.
Os aumentos nas tarifas de água e
energia permanecem como os maiores responsáveis na elevação do custo de vida do
paulistano. Somado isso, verifica-se, mais uma vez, o impacto maior nas classes
de renda mais baixa, que acabam sentindo 50% mais do que as outras, já que as
maiores altas estão concentradas em itens essenciais e, por esse motivo, não
podem ser eliminadas da lista de consumo das famílias.
IPV
O Índice de Preços do Varejo (IPV), um dos indicadores que compõem o CVCS, registrou alta de 0,16% em julho, abaixo do 0,46% observado no mês anterior. Já no acumulado de 2015, o aumento foi de 5,01%. No mesmo período do ano passado, o indicador registrou variação mensal zero.
O Índice de Preços do Varejo (IPV), um dos indicadores que compõem o CVCS, registrou alta de 0,16% em julho, abaixo do 0,46% observado no mês anterior. Já no acumulado de 2015, o aumento foi de 5,01%. No mesmo período do ano passado, o indicador registrou variação mensal zero.
O grupo alimentação e bebidas
liderou com a maior alta no mês (0,70%). Na comparação mensal, os destaques
ficaram por conta do aumento dos preços da pêra (15,65%); azeitona (9,38%);
mamão (9,18%); salmão (5,715); leite longa vida (5,41%); e milho verde em conserva
(5,31%). Os produtos comercializados nesse setor acumulam 6,43% de elevação no
ano.
Em segundo lugar, o item saúde e
cuidados pessoais contribuiu com avanço de 0,21% na alta do IPV. Aparelho
ortodôntico (1,06%) e higiene pessoal (0,52%) - com destaque para os produtos
para o cabelo (1,95%) e para a unha (1,90%) - puxaram as maiores variações
positivas.
Neste caso, a classe D, que possui
rendimentos entre R$ 976,59 a R$ 1.464,87, é a mais atingida, já que destina
parte relativamente maior do seu orçamento para itens de alimentação e saúde.
IPS
O Índice de Preços de Serviços (IPS) encerrou o mês de julho com alta de 1,37% com relação a junho, quando registrou 1,39%. No acumulado do ano, a variação é de 9,19%. O indicador apontou média mensal de 1,27% de alta entre janeiro e julho deste ano, praticamente três vezes mais do que os 0,46% registrados no mesmo período de 2014.
O Índice de Preços de Serviços (IPS) encerrou o mês de julho com alta de 1,37% com relação a junho, quando registrou 1,39%. No acumulado do ano, a variação é de 9,19%. O indicador apontou média mensal de 1,27% de alta entre janeiro e julho deste ano, praticamente três vezes mais do que os 0,46% registrados no mesmo período de 2014.
Das nove categorias analisadas, oito
tiveram crescimento nos preços no mês, com exceção apenas de educação (0,0%). O
protagonista das maiores altas foi o grupo habitação, que respondeu por 61% do
total de elevação observada. Entre os serviços que mais pressionaram a
atividade em julho, estão energia elétrica residencial (11,11%); conserto de
refrigerador (3,40%); taxa de água e esgoto (2,25%); aluguel residencial
(0,75%); reforma de estofado ( 0,70%); e gás encanado (0,51%).
O grupo que apresentou a segunda
maior alta foi o de transportes, com variação de 0,98%. No acumulado de 2015, o
crescimento foi de 2,71%.
Saúde e cuidados pessoais vêm em
seguida, com aumento médio de 1,33% nos preços e variação positiva de 6,70% no
acumulado do ano. As altas nos preços de plano de saúde (1,61%); hospitalização
e cirurgia (1,43%) e exames de imagem (0,54%) contribuíram de forma contundente
para o resultado do indicador.
Metodologia
O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O IPS avalia 66 itens de serviços, e o IPV de 181 produtos de consumo.
O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O IPS avalia 66 itens de serviços, e o IPV de 181 produtos de consumo.
As faixas de renda variam de acordo
com os ganhos familiares: até R$ 976,58 (E); de R$ 976,59 a R$ 1.464,87 (D); de
R$ 1.464,88 a R$ 7.324,33 (C); de R$ 7.324,34 a R$ 12.207,23 (B); e acima de R$
12.207,24 (A). Esses valores foram atualizados pelo IPCA de janeiro de 2012.
Para cada uma das cinco faixas de renda acompanhadas, os indicadores de preços
resultam da soma das variações de preço de cada item, ponderadas de acordo com
a participação desses produtos e serviços sobre o orçamento familiar.
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