O decreto que regulamenta a isenção de metade
do IPVA para os veículos elétricos da cidade de São Paulo, assinado hoje
pelo prefeito Fernando Haddad, é um importante passo para a popularização
desta tecnologia na avaliação da ABVE-Associação Brasileira do Veículo
Elétrico. Para Island Faria Costa, um dos diretores da entidade presentes
na cerimônia, realizada na manhã desta sexta, 21 de agosto, na Prefeitura
de São Paulo, a lei poderá gerar um efeito cascata, levando outras
prefeituras e os governos estaduais e federal a reverem a carga tributária
que incide sobre os veículos elétricos. “O custo de aquisição é um dos
grandes impeditivos da disseminação desta tecnologia, que, por outro lado,
é muito mais barata no abastecimento e manutenção”, explica. “Além de
custar menos no uso, o veículo elétrico contribui com a saúde pública, pois
não gera poluição sonora e do ar”, ressalta.
Durante o evento, representantes do setor
apresentaram ao prefeito a proposta de liberar os veículos elétricos do
rodízio municipal. “Dada a pequena frota existente na cidade, não haveria
impacto sobre o trânsito, mas sim sobre a prática de ter dois carros para
driblar o rodízio, já que muitas vezes o segundo carro é um modelo mais
antigo e mais poluente”, explica. “Além de reduzir a poluição, a troca por
um único veículo de tecnologia muito mais econômica proporcionará uma
redução significativas de gastos para os consumidores”, completa.
A isenção do IPVA deve ser um estímulo para que
os paulistanos procurem saber mais sobre o veículo elétrico. Quem quiser
conhecer as novidades do setor poderá visitar gratuitamente a 11a edição do
Salão Latino Americano de Veículos Elétricos, que acontece de 24 a 26 de
setembro no Pavilhão Amarelo do Expo Center Norte, em São Paulo. Além de
carros, o evento terá lançamentos em motos, bikes, patinetes, skates e até
ônibus – todos movidos a eletricidade.
Atualmente, 5% da frota mundial é elétrica,
sendo que o Brasil está muito aquém desse número: estimativas da ABVE
indicam que no Brasil há cerca de 3000 veículos elétricos em circulação. “O
crescimento da demanda é fundamental para gerar a escala necessária para
termos produção local de carros elétricos”, lembra Island. “A tecnologia do
carro elétrico tem potencial para estimular a substituição da atual frota,
com tremendos efeitos sobre toda a cadeia automotiva, incluindo uma forte
geração de empregos”, destaca.
Embora seja um tributo estadual, o IPVA tem
metade de seu valor repassado às prefeituras dos municípios onde os
veículos são emplacados. É dessa parte que a Prefeitura de São Paulo está
abrindo mão para estimular a migração para uma tecnologia não poluente.
Este ano, o requerimento da isenção deverá ser feito manualmente, mas a
partir de 2016 o sistema estará totalmente automatizado, em formato
semelhante ao da nota fiscal paulistana. “Os carros elétricos são tão
eficientes que o valor gerado pela economia com abastecimento e manutenção
chega a cobrir parte significativa de seu financiamento. Mesmo com o
aumento da conta da luz, abastecer um veículo elétrico custa menos que um
modelo convencional”, detalha Island.
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