Uma empresa
eficaz é aquela que consegue entregar ao seu mercado aquilo que o mercado exige
ou mais. Quer em produto quer em serviço.
Uma empresa
eficiente é aquela cujas despesas sejam menores que suas receitas líquidas.
A eficácia se
busca com produtos atuais e com serviços adequados e bem feitos.
Porem alguns
quesitos básicos da logística e do marketing devem ser atendidos: entregar o
produto e /ou o serviço certo, na hora certa, no local certo e sem causar
stress ao cliente.
A eficiência
pode ser alcançada por aumento de vendas – maior quantidade e /ou preços mais
altos – ou por diminuição das despesas.
O empresário
sabe que num mercado competitivo apenas o desejo de aumentar preço não garante
o sucesso da empresa. Por isso ele busca trabalhar o denominador desta fração,
a redução de despesas. Em geral, vem como primeiro estagio a dispensa de
funcionários ou alguns cortes em viagens, representações etc, que, muitas vezes
são mais simbólicos que efetivos.
Menos
discutida é a necessidade de ganho de produtividade.
A
produtividade maior pode ser atendida por novas máquinas (também o caminho mais
procurado). Porem há outras alternativas bastante interessantes, que na maior
parte das vezes são menos custosas, e que, em geral, apresentam resultados
melhores e mais duradouros. Podemos citar:
- Alteração
de processos internos
- Integração
de processos internos
- Integração
de processos externos com fornecedores
- Integração
de processos com mercado (clientes diretos e indiretos)
- Implantação
de sistemas
- Treinamento
de pessoal
- Redução
de tempos mortos (sem produção)
Entretanto há
grande dificuldade dos empresários, em geral, em enxergar ganhos de
produtividade nestas alternativas porque elas não são palpáveis como uma nova
máquina ou um funcionário.
Isto ocorre
não por miopia do empresário mas por que o dia a dia o impede de ter um olhar
diferenciado.
Só para ser
ter ideia a produtividade de um funcionário americano é 10 vezes maior que a do
brasileiro.
Em estudo do
World Economic Forum 2014-2015 (www.weforum.org)
o Brasil ocupa a 56° posição em competitividade enquanto
que China 28°; Russia 53°; Africa do Sul 56°;
India 71° dentre 144 economias.
Outra análise
interessante nos é apresentada pelo Conference Board. Nesta análise a
produtividade dos brasileiros cresceu perto de 2% ao ano entre 2006 e 2011
enquanto que, em média, a Russia cresceu 3,4%, a India 5,9%, a China 10,4% e a
Indonesia 3,1%.
Podemos
definir duas produtividades:
A
produtividade expansiva e a produtividade intensiva.
A
produtividade expansiva é alcançada pela troca de uma atividade menos
produtiva, como agricultura familiar, para outra mais produtiva como
industrial. Isto é característico de um processo social migratório. Em boa
parte o espetacular crescimento chinês se deu por este movimento.
A
produtividade intensiva é aquela que ocorre no mesmo segmento.
Por isso a
intensiva exige maior dedicação na busca de melhorias em processos.
Neste sentido
consultores de empresa tem uma contribuição importante a dar na busca de melhor
competitividade para cada empresa em particular e para o país, em geral.
Não por acaso os países mais produtivos e mais desenvolvidos são aqueles
que mais trabalham cooperativamente com consultores e com troca de informações
vitais.
Dados da
entidade americana de pesquisas Conference Board indicam que os funcionários de
empresas brasileiras geraram em torno de US$ 10,8 por hora trabalhada. É a
menor média entre os países latino americanos. Por exemplo tem-se o Chile com
US$ 20,8, o México com US$ 16,8 e a Argentina com US$ 13,9 apesar de todos os
seus problemas atuais.
Parece que há
um longo e penoso caminho pela frente
O ganho de
produtividade passa inegavelmente por melhorias que fogem ao controle das
empresas, como: leis mais claras; custo menor do dinheiro; melhor
infraestrutura.
Porem
internamente, nas empresas, há grandes chances de ganhos não explorados.
Nossa
trajetória tem mostrado entretanto que enormes ganhos de produtividade podem
ser alcançados em prazos não muito longos e mesmo alguns em prazos que permitem
um payback em menos de um ano.
Um
exemplo:
Um grande
cliente nos chamou. Precisava construir um novo deposito pois o atual havia
chegado ao seu limite. Os clientes reclamavam de atrasos de entrega, mais de 30
dias para produtos em estoque ou em transito.
Ao
analisarmos a situação verificamos que o problema eram os processos mal
formulados, sem integração e muito desentendimento entre as áreas.
Após um ano
de trabalho, com poucos gastos como leitores óticos e algumas prateleiras
chegamos a reduzir o prazo de entrega para 48 horas o que permitiu faturamento
acelerado no mesmo prazo. Foi reduzido o numero de funcionários da expedição de
56 para 24 e eliminadas horas extras antes necessárias para cobrir os erros e
atrasos. Como resultados correlatos uma redução bastante importante de entregas
com problemas e portanto cliente mais satisfeitos e aumento de vendas.
Também a
linha de produção foi alterada com ganho de produtividade na própria produção,
quer pela disposição de células de produção, quer pela menor movimentação dos
matérias e produtos finais (revisão de layout).
No final a
empresa não precisou construir novo deposito, alias sobrou espaço para novos
produtos.
Também como
consequência secundaria houve uma maior participação dos funcionários nos
processos de melhoria. Isto permitiu que a empresa, um ano após estas mudanças,
numa situação de competitividade com concorrentes chineses num determinado
produto, conseguisse alcançar outras mudanças de processo produtivo, como
resultado da nova cultura implantada. Com isto passou a ser mais competitiva
que os chineses.
O empresário
brasileiro moderno precisa encarar simultaneamente duas situações antagônicas
em momentos de crise. Uma é reduzir custos imediatamente para sobreviver no
curto prazo e outra é investir em novos processos para continuar vivendo no
médio e longo prazo. Isto requer uma boa dose de paciência e um forte coração.
Hermann Marx - Diretor da Prosperity Consulting - www.prosperityconsulting.com.br
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