O Semasa coloca na rua neste abril a nova campanha para
estimular a coleta seletiva em Santo André. Sob o conceito “Nunca uma separação
teve um final tão feliz”, serão desenvolvidas ações porta a porta e na mídia
local para sensibilizar munícipes para a importância da separação do lixo seco
(reciclável) do úmido (orgânico). Numa segunda fase, atingirá condomínios e
escolas. Com a campanha, esperamos alcançar novamente o índice de 20% de
resíduos destinados à reciclagem, marca que outrora foi realidade em Santo
André.
O município deve se orgulhar de ser pioneiro na coleta
seletiva porta a porta no Brasil. O programa existe desde 1996 e, em 2000,
passou a recolher resíduos secos porta a porta em todas as ruas da cidade.
Ainda na década passada, chegamos a reciclar 20% do material recolhido nas
residências. Ao longo dos anos, porém, o programa foi perdendo a adesão da
população e, atualmente, os índices da coleta seletiva estão em 8%. Das 650
toneladas diárias recolhidas na cidade, apenas 33 toneladas seguem para a
triagem de recicláveis feita por duas cooperativas de ex-catadores.
A consequência do descaso com que a coleta seletiva foi
tratada na última gestão está expressa nos resultados da gravimetria (estudo
que faz a segregação dos resíduos por tipo e regiões da cidade) realizada pelo
Semasa em 2013: do volume total do resíduo úmido (orgânico) recolhido pelo
Semasa na cidade, apenas 50,81% eram orgânicos.
Ou seja, ainda tem muita gente que coloca o resíduo seco
junto com o úmido! Materiais passíveis de serem reciclados e com valor
econômico atrativo para as indústrias de reciclagem estão sendo enterrados no
aterro sanitário – o que acelera o esgotamento de um espaço que deveria apenas
receber resíduos úmidos ou orgânicos.
Não podemos mais conceber que plástico, vidro e metal,
entre outros materiais, deixem de ter destinação ambiental e socialmente
adequada. Em Santo André, a coleta seletiva colabora sobremaneira para o
aumento da renda dos mais de 60 cooperados e suas famílias, que vivem da venda
destes materiais para as indústrias recicladoras.
A campanha tem este foco: virar este jogo, retomando e
qualificando a coleta seletiva de Santo André. Aí podem perguntar: por que uma
campanha de sensibilização depois de três anos do início do governo?
Porque tínhamos de ser criteriosos, reestruturando antes o processo de
coleta e triagem dos materiais recicláveis na cidade.
A primeira ação foi a ampliação do aterro sanitário
municipal, reaberto em 2014 para receber 100% dos resíduos gerados na cidade. A
segunda foi a conclusão, há dois meses, da Central de Triagem de Resíduos
Reciclados – Unidade Cidade São Jorge, um espaço adequado que permite o
trabalho de separação com muito mais qualidade e segurança para os cooperados.
Em dois meses, a central conseguiu ampliar em 50% o aproveitamento do material
que chega às esteiras para ser triado.
Santo André tem mais de 700 mil habitantes. Cada um produz,
em média, quase 1 kg de resíduos por dia. Se cada morador separar embalagens,
plásticos, vidros e metais e destinar à reciclagem, todos serão beneficiados.
A campanha pela coleta seletiva começa agora, mas não tem
prazo para terminar. Somos todos responsáveis pelo o que consumimos e pelos
resíduos que geramos todos os dias. Por isso, esta é uma campanha que acontece
em cada casa e ambiente de trabalho. Nela, você é o protagonista e o principal
colaborador para a construção de uma cidade melhor.
Sebastião Ney Vaz Junior - superintendente do Semasa
(Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André)
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