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quinta-feira, 23 de maio de 2024

Diástase abdominal: o que é, sintomas, prevenção e tratamento

Cirurgião plástico da Unimed Araxá explica tudo sobre o enfraquecimento e separação do músculo reto abdominal

 

A diástase abdominal ocorre quando os feixes do músculo reto abdominal se separam. Embora seja mais frequente em mulheres, homens também podem ser afetados por essa condição. Em entrevista, o cirurgião plástico da Unimed Araxá, Henrique Ovídio Coraspe Gonçalves, explica as causas, sintomas, prevenção e tratamento para esta situação.

 

O que é a diástase abdominal e quais as causas mais comuns?

O músculo reto abdominal é formado por duas bandas verticais que se unem na região central do abdômen, esses são os músculos que formam os famosos “gominhos” quando hipertrofiados por exercícios. 

Algumas condições podem fazer com que essa musculatura seja esticada e acabe sendo enfraquecida, o que pode levar à separação dessas duas bandas, alteração que não pode ser revertida apenas com fortalecimento muscular. Isso acaba resultando, em alguns casos, na protrusão do conteúdo abdominal interno - agora menos protegido. 

Algumas das principais situações que podem levar ao afastamento das bandas do músculo reto abdominal são: gestação com bebê muito grande, ganho de peso excessivo na gestação, múltiplas gestações, perda de peso após cirurgia bariátrica e o processo natural de envelhecimento.

 

Quais são os sintomas que o paciente nota?

O principal sintoma da diástase abdominal consiste no afastamento do espaço entre os músculos centrais do abdômen, o que pode ser sentido quando o paciente pressiona as mãos contra o centro da barriga e contrai a musculatura. Geralmente a situação é bem identificável clinicamente. Além disso, em situações em que a pressão dentro do abdome é aumentada, como o que ocorre ao se levantar ou tossir, ele se projeta ainda mais e forma uma protuberância que acomete toda a extensão vertical e central do abdômen.

 

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico dessa alteração pode ser feito por um cirurgião plástico após avaliação física do paciente, sendo confirmado por meio de exames de ultrassom ou tomografia computadorizada para mensurar a abertura muscular apresentada

 

Há como fazer uma prevenção?

Sim. Para a prevenção de diástase adquirida, duas ações são importantes: realização de exercícios físicos que fortaleçam a parede abdominal e manutenção de peso adequado, evitando a obesidade.

 

Para quem já apresenta a diástase, qual é o tratamento?

Em alguns casos, principalmente em pacientes que tiveram a primeira gestação, a diástase pode ser resolvida espontaneamente após o parto, mas na maioria dos casos é necessário um tratamento cirúrgico. 

Esse tratamento cirúrgico pode ser realizado isoladamente (somente a correção da diástase), que pode ser realizado por cirurgia aberta, videolaparoscópica e até robótica. 

Porém, geralmente a diástase do reto é acompanhada de outras alterações pós-gestacionais, como excesso de pele na parte inferior do abdome (flacidez) e lipodistrofia (acúmulo de gordura em determinadas regiões). Por isso, o mais comum é a correção da diástase acompanhada da cirurgia de abdominoplastia e lipoaspiração.  Dessa forma, além de restaurar a função muscular conseguimos uma melhora estética para a paciente.


Alergia Alimentar: Destaques para Conhecer e se Cuidar

Alergia Alimentar, uma iniciativa crucial para ampliar a compreensão e o manejo de um problema de saúde significativo tanto na infância quanto na vida adulta.

Alergias alimentares afetam aproximadamente 10% das crianças até os dois anos de idade, e embora muitas possam superar essas alergias, cerca de 2% dos adultos continuam a enfrentar essas condições. A crescente incidência de alergias alimentares no Brasil sublinha a necessidade de maior conscientização e educação.


Alimentos Causadores de Alergias: Conhecendo os Principais Vilões


1. Leite:
- Principais proteínas causadoras: caseína, alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina.
- A tolerância pode se desenvolver até os cinco anos, mas a dieta deve ser ajustada para evitar deficiência de cálcio.

2. Ovo
- Proteínas responsáveis: ovomucoide e ovoalbumina.
- Necessidade de excluir tanto a clara quanto a gema da dieta.
- Importante observar a presença de ovo em vacinas como as da febre amarela e gripe.

3. Soja:
- Comum em bebês e crianças, com tendência a desaparecer até os 10 anos.
- Presença em diversos produtos, como temperos e alimentos congelados.

4. Castanhas:
- Aumento significativo de alergias a oleaginosas.
- Reações podem surgir em qualquer fase da vida e tendem a persistir.
- Sensibilidade a uma oleaginosa não implica necessariamente sensibilidade a outras.

5. Frutos do Mar:
- Camarão é o principal alérgeno, mas caranguejo, lagosta e peixes também são comuns.
- Avaliação médica é essencial para determinar a segurança do consumo.

6. Amendoim:
- Alergia em ascensão, especialmente em idades precoces.
- Capaz de provocar reações persistentes.

7. Trigo:
- Alergia ao trigo não deve ser confundida com doença celíaca.
- Proteínas do trigo podem desencadear reações alérgicas.
- Excluir da dieta alimentos que contenham centeio, cevada e malte.

Alergia ao Glúten


A alergia ao glúten, uma proteína encontrada no trigo, cevada e centeio, é uma condição distinta da doença celíaca. A doença celíaca é um distúrbio autoimune em que a ingestão de glúten leva a danos no intestino delgado, enquanto a alergia ao glúten provoca uma resposta alérgica que pode incluir sintomas como urticária, dificuldades respiratórias e anafilaxia. É essencial que pessoas com alergia ao glúten evitem todos os alimentos que contenham essa proteína e substituam por alternativas sem glúten, como arroz, milho e quinoa.


 Intolerância à Lactose

A intolerância à lactose, diferente da alergia às proteínas do leite, envolve a incapacidade de digerir a lactose, o açúcar presente no leite e seus derivados. Essa condição ocorre devido à deficiência de lactase, a enzima responsável pela digestão da lactose. Sintomas comuns incluem inchaço, diarreia e dor abdominal após a ingestão de produtos lácteos. Pessoas com intolerância à lactose podem consumir produtos sem lactose ou utilizar suplementos de lactase para ajudar na digestão.


Conclusão

Conscientização sobre Alergia Alimentar é uma oportunidade para aumentar o conhecimento sobre alergias alimentares e melhorar a qualidade de vida daqueles afetados. A educação é fundamental não apenas para os alérgicos, mas também para suas famílias, amigos e cuidadores. Com a identificação dos alimentos alérgenos e a busca por alternativas seguras, é possível viver de forma saudável e segura.

 

Cris Ribas Esperança - Nutricionista Funcional. Seus Hábitos só terão resultados quando forem sustentáveis e reais. Acredita que se alimentar bem, não é mais ou menos é o segredo para uma vida de saúde e prosperidade. Além da formação é pós graduada em Gastronomia Funcional e especializada em Nutrição Comportamental e Low Carb. Sócia proprietária do Instituto do Bem-Estar Giulliano Esperança, onde divide seus compromissos junto a carreira de nutricionista.


Gordura corporal pode influenciar no aparecimento do glaucoma

Especialista do Hospital CEMA explica por que isso acontece e quais são os tratamentos atuais para a doença 


O excesso de gordura corporal tem impactos diretos na saúde. No entanto, as consequências podem ser ainda maiores do que se pensava. Um estudo recente, publicado na revista Nature e realizado pelo UK Biobank Eye and Vision Consortium (entidade que reúne uma série de centros de pesquisa nos Estados Unidos e na Inglaterra) mostrou que uma taxa elevada de gordura no sangue aumenta o risco de desenvolver glaucoma primário de ângulo aberto, o glaucoma mais comum de todos. “O aumento do risco apontado no estudo está associado ao triglicérides, principal molécula de gordura que circula no corpo”, explica a oftalmologista do Hospital CEMA, Liliany Melo Ercolin Ciconelo. O glaucoma é uma doença ocular que provoca alterações no nervo óptico e pode levar à cegueira. 

A médica explica que, após uma refeição, todas as calorias são transformadas em triglicérides, que são, então, armazenados nas células de gordura. A liberação ocorre quando o corpo precisa de energia para realizar as funções do dia a dia. Entretanto, o consumo excessivo de alimentos ricos em gordura e carboidratos pode causar aumento do triglicérides. Certos medicamentos, tendências genéticas e doenças que provocam elevação dessas taxas estão entre os principais fatores desse aumento. O estudo relatou que altas taxas de triglicérides podem deixar o sangue mais grosso, e essa viscosidade sanguínea causa elevação da pressão intraocular. A má circulação sanguínea também prejudica o nervo óptico. 

“Apesar dos importantes achados deste estudo, vale salientar que a origem exata do glaucoma ainda não está totalmente esclarecida. Hoje considera-se uma doença multifatorial, com forte componente genético associado”, detalha a especialista. Porém, é possível dizer que pessoas com propensão genética e expostas a fatores de risco, com altas taxas de triglicérides no sangue, podem ter mais chances de desenvolver o glaucoma de ângulo aberto. 

Embora existam estudos em andamento para desenvolver novas formas de tratar o glaucoma, é importante que todas as abordagens sejam individualizadas. “Cada paciente com glaucoma apresenta características únicas, que devem ser cuidadosamente avaliadas para elaboração de um plano de cuidados personalizado e multidisciplinar”, explica a médica. Segundo ela, o acompanhamento periódico é fundamental para detectar precocemente a progressão da doença e ajustar o tratamento adequadamente.

 

Hospital CEMA


Desvendando o hipotireoidismo: vida segue normal com diagnóstico e tratamento adequados

No Brasil, estima-se que até 22 milhões de pessoas (aproximadamente 10% da população1,2 possa sofrer com a doença1,2, que é de 5 a 8 vezes mais frequente nas mulheres3; Paciente precisa de disciplina para a jornada entre diagnóstico até chegar ao tratamento adequado; A endocrinologista Laura Ward sugere práticas da rotina para ajudar na adesão dos pacientes ao tratamento contínuo.

 

Dez por cento das mulheres acima dos 40 anos apresentam algum problema na tireoide[2]. Uma das condições que afeta a tireoide, o hipotireoidismo, acarreta a diminuição da produção dos hormônios T3 e T4, essenciais para o bom funcionamento do metabolismo e do organismo5. Essa disfuncionalidade da tireoide causa sintomas que impactam a qualidade de vida dos pacientes, mas são pouco específicos. Por serem facilmente confundidos com outras doenças, como a depressão, podem dificultar ainda mais o diagnóstico, sendo importante o acompanhamento por um médico especialista6.

A disfunção da glândula tireoidiana pode causar vários sintomas, como fraqueza, cansaço excessivo, desânimo, diminuição da memória, irregularidade menstrual, desaceleração dos batimentos cardíacos, intestino preso, queda de cabelo, ganho de peso e aumento do colesterol no sangue4. Sintomas esses que usualmente estão presentes em muitas outras doenças, incluindo as arboviroses bem comuns atualmente, como a Dengue, e infecções como a gripe e a COVID-19.

Esses sintomas também podem aparecer em muitas condições relacionadas ao estilo de vida, como o estresse, e transtornos da saúde mental também podem ter sintomas parecidos. No Brasil, estima-se que até 22 milhões de pessoas (aproximadamente 10% da população 1,2) sofram com a doença1,2, que é de 5 a 8 vezes mais frequente nas mulheres[3].

O tratamento realizado para hipotireoidismo normalmente é feito com reposição do hormônio tireoidiano. O sucesso do tratamento exige disciplina do paciente, desde a jornada pela busca do diagnóstico até o tratamento adequado, com horários e dosagens corretos. É importante também o acompanhamento próximo do médico.

Para pacientes polifarmácia (que fazem uso de mais de quatro medicamentos simultaneamente), por exemplo, a jornada de tratamento pode ser mais desafiadora, devido à necessidade de gerenciar múltiplos medicamentos que interagem; dos riscos associados a interações medicamentosas; às condições associadas de saúde etc. A eficiência na adesão ao tratamento está relacionada à regularidade na administração diária do medicamento que consiste em um único comprimido na dosagem adequada7.

É o caso da jornalista e coordenadora da Coalizão Vozes do Advocacy, Vanessa Pirolo, que além do tratamento para hipotireoidismo, é paciente de diabetes tipo I. O diagnóstico de hipotireoidismo foi resultado de um câncer na tireoide.

 

Vanessa Pirolo

Jornalista e paciente de hipotireoidismo

“Minha mãe foi a primeira a ter o nódulo na tireoide detectado e após exames complementares, fez a retirada da tireoide. Na sequência, as mulheres da minha família foram passando pelo mesmo processo. Na minha vez, a detecção foi bem precoce e hoje faço o tratamento seguindo as recomendações do médico quanto a jejum e dose, com visitas de rotina a cada seis meses”.   

A médica Laura Ward reforça as recomendações de seguir o tratamento continuamente logo após o diagnóstico de hipotireoidismo:

 

Laura Ward

Endocrinologista, pesquisadora e professora titular da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP

“O tratamento para o hipotireoidismo é contínuo, pode durar a vida inteira e requer uma rotina diária de medicação. Por isso, os pacientes precisam compreender plenamente a importância da adesão correta ao tratamento e os riscos associados à falta de tratamento adequado, que podem resultar em impactos consideráveis em sua qualidade de vida.”

A baixa adesão ao tratamento pode levar a uma qualidade de vida reduzida e a um aumento do risco de complicações a longo prazo, como alto risco de elevação de colesterol e/ou triglicerídeos, hipertensão arterial, problemas cardiovasculares, infertilidade e depressão8.

A Dra. Laura recomenda algumas dicas práticas que podem ajudar na rotina de administração de medicamentos contínuos, como os usados no tratamento dos distúrbios da tireoide:

Estabeleça um horário regular associados a hábitos rotineiros: associar a tomada do medicamento com uma atividade diária, como escovar os dentes pela manhã, pode ajudar a evitar que o medicamento seja esquecido.

Defina lembretes: utilizar alarmes no celular, aplicativos de lembrete de medicamentos ou até mesmo notas visuais em locais de fácil visualização também são estratégias que auxiliam a gerenciar a rotina de medicamentos que precisam ser tomados.

Guarde o medicamento em local de fácil acesso: manter os medicamentos ao alcance facilita o cumprimento do tratamento prescrito pelo médico, além de ajudar a monitorar a quantidade de medicamento à disposição, evitando interrupções no tratamento.

 

O desafio do diagnóstico

Apesar de ser uma doença que exige cuidados, 40% das pessoas diagnosticadas com hipotireoidismo não realizam o tratamento da forma adequada9. Diante desse cenário, incentivar o paciente a realizar o tratamento adequadamente e obter informações que o ajude no diagnóstico correto da doença são desafios que influenciam no tratamento do hipotireoidismo.

A detecção do hipotireoidismo é feita por exames de sangue para analisar o TSH, hormônio estimulante da tireoide, que precisa ser repetido após 4 a 6 meses para a conclusão do diagnóstico de hipotireoidismo. Isso porque existem elevações transitórias do TSH por várias causas. A dosagem de TSH e de outros parâmetros estabelece a causa do hipotireoidismo e, posteriormente, também é importante para acompanhar a eficácia do tratamento.

 

Laura Ward

“Os sintomas pouco característicos do hipotireoidismo geram muitas dúvidas nas pessoas, por isso é importante que elas procurem um médico para investigar a causa desses sintomas e pedir os exames necessários. Persistir no caminho do diagnóstico evitará não apenas o agravamento da doença, mas também as chances de receber um diagnóstico e fazer um tratamento inadequado.”

 



Sanofi



Referências

[1] Olmos RD, Figueiredo RF. Aquino EM, Lotufo PA, Bensenor IM. Gender, race and socioeconomic influence on diagnosis and treatment of thyroid disorders in the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil). Braz Med Biol Res. 2015 Aug:48(8):751-8.

2 Benseñor, Isabela M et al. “Incidence of thyroid diseases: Results from the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil).” Archives of endocrinology and metabolism vol. 65,4 (2021): 468-478. doi:10.20945/2359-3997000000348

3 Brasil. Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. “Tireoide e Coração na Dose eA m— bia — Internacional da Tireoide — Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/tireoide-e-coracao-na-dose-certa-25-5-dia-internacional-da-tireoide/

4 Hipertireoidismo e Hipotireoidismo - SBEM (endocrino.org.br) [Internet]. Disponível em: https://www.endocrino.org.br/hipertireoidismo-e-hipotireoidismo/ Acessado em 02/05/2024.

5 Alves B / O / OM. Hipotireoidismo | Biblioteca Virtual em Saúde MS [Internet]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/hipotireoidismo-2/

6 Mitos e Verdades sobre o Distúrbios da Tireoide – Departamento de Tireoide da SBEM [Internet]. Disponível em: https://www.tireoide.org.br/para-o-publico/mitos-e-verdades-sobre-o-disturbios-da-tireoide/

7 Bagattoli RM, Vaisman M, Lima JS, Ward LS. Estudo de adesão ao tratamento do hipotiroidismo. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia. 2000 Dec;44(6):483–7

8 Hipotireoidismo: Causas, Sintomas e Tratamento | Sanofi Brasil [Internet]. www.sanofi.com.br. Disponível em: https://www.sanofi.com.br/pt/sua-saude/medicamentos/hipotireoidismo


Cinco dicas para reter massa muscular durante a menopausa


A menopausa é um período marcado por mudanças hormonais significativas que afetam diversas áreas da saúde, incluindo a massa muscular. Para muitas, a perda de massa muscular durante esse período pode ser uma preocupação. De acordo com um estudo recente da Menopause, quem entra em menopausa precoce, principalmente quando induzida por cirurgia, como a retirada dos ovários, têm maior probabilidade de desenvolver perda muscular do que aquelas que passaram por menopausa natural aos 45 anos ou mais de idade. 

Os resultados da pesquisa mostram que cerca de 46% das mulheres em menopausa precoce cirúrgica têm desconfortos musculoesqueléticos, enquanto o mesmo acontece com 29% das que passam por essa fase de maneira natural e dentro da idade esperada. Márcia Cunha, CEO da Plenapausa, uma empresa que visa levar informação, cuidado e tratamento para mulheres, explica que a dor e a perda de massa muscular estão mais relacionadas às variações hormonais do que à idade em si e isso acontece porque a menopausa cirúrgica precoce resulta na diminuição mais rápida e completa dos hormônios ovarianos, como estrogênio e testosterona, em comparação com outros tipos de menopausa. 

"Esses e muitos outros casos que têm sido cada vez mais comuns, apontam a necessidade de discutirmos a temática e, consequentemente, os tratamentos indicados para amenizar os sintomas. Neste cenário, a reposição hormonal surge como uma importante aliada e é uma das terapias disponíveis para amenizar sintomas. A terapia de reposição hormonal é uma opção de tratamento para os sintomas de quem entra nessa fase da vida antes do tempo esperado. Através da administração de hormônios, como estrogênio e progesterona, é possível aliviar os sintomas e também prevenir, a longo prazo, a deficiência hormonal", diz.

 

Dicas para ajudar a manter a massa muscular e a saúde geral durante a menopausa: 

  • Pratique exercícios: a atividade física regular, especialmente os exercícios de resistência e força, como levantamento de pesos e pilates, pode ajudar a manter e até mesmo aumentar a massa muscular durante a menopausa. Esses exercícios estimulam o crescimento muscular e fortalecem os ossos, ajudando a prevenir a perda muscular associada ao envelhecimento.
  • Foco na alimentação: uma dieta rica em proteínas é essencial para a saúde muscular. Inclua fontes de proteína magra, como peixes, frango, ovos, leguminosas e produtos lácteos, nas refeições para fornecer os aminoácidos necessários para a manutenção muscular durante a menopausa. Além das proteínas, é importante manter uma dieta equilibrada, rica em frutas, vegetais, grãos integrais e gorduras saudáveis. Isso fornece os nutrientes essenciais para sustentar a massa muscular e a saúde óssea durante a menopausa. Evite alimentos processados e açucarados, que podem contribuir para o ganho de peso e a perda muscular.
  • Descanse: o descanso adequado é crucial para a recuperação muscular. É importante dormir o suficiente todas as noites e incluir períodos de descanso adequados entre os treinos. Isso permite que os músculos se reparem e cresçam, promovendo a retenção de massa muscular.
  • Consulte um profissional de saúde: não hesite em procurar orientação profissional de um médico, nutricionista ou personal trainer. Eles podem ajudar a desenvolver um plano personalizado para suas necessidades durante a menopausa, garantindo que você esteja adotando as melhores práticas para manter sua saúde muscular e bem-estar geral.
  • Reposição hormonal: o uso da terapia hormonal até a idade natural da menopausa pode ajudar a reduzir alguns dos efeitos adversos a longo prazo.

 



Márcia Cunha - Fundadora e CEO da Plenapausa, graduada em Economia e MBA em Gestão Estratégica de Negócios pela FGV. Sempre inserida no universo feminino, formou-se em Psicanálise pelo CEP SP, a fim de compreender ainda mais as mulheres. Ela é Business and Executive Coach formada pelo ICI, possui mais de 18 anos de experiência profissional e atuou em organizações nacionais e multinacionais de grande porte como Alcoa, Delphi, Vivo e Epay Worldwide.

Especialista revela como superar os desafios dos cuidados bucais após a maternidade

Segundo José Todescan Júnior, membro da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética, a adoção de uma rotina prática de cuidados pode servir como um exemplo positivo para os filhos

 

Com a maternidade, a rotina de uma mulher muda drasticamente. Cuidar de um bebê requer atenção e dedicação quase constantes, o que pode fazer com que cuidados pessoais, como a higiene bucal, se tornem secundários. No entanto, é essencial manter esses cuidados não apenas pela saúde da mãe, mas também como parte de um modelo de comportamento saudável para o desenvolvimento do bebê. 

Segundo dados levantados pelo National Institutes of Health - NIH, aproximadamente 5% das mulheres apresentam sintomas persistentes de depressão pós-parto por até três anos após o nascimento da criança, o que pode afetar significativamente sua capacidade de cuidar de sua própria saúde, incluindo a saúde bucal.
 

Definindo uma rotina prática 

De acordo com o Dr. José Todescan Júnior, especialista em Prótese Dental, odontopediatria e endodontia, além de membro da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética, a chave para manter uma boa saúde bucal é a consistência. “Mães podem se beneficiar de uma rotina de cuidados bucais simplificada, que pode incluir escovação após cada refeição, usando uma escova de dentes de qualidade e pasta com flúor. Se não for possível passar o fio em todas as escovações, o uso ao menos uma vez por dia também é essencial e pode ser feito em qualquer momento que tenha alguns minutos livres, como durante a soneca do bebê”, revela.
 

Envolvendo as crianças nos cuidados bucais 

Enquanto a mãe cuida de sua própria saúde bucal, é uma ótima oportunidade para ensinar boas práticas às crianças. “Deixar que o filho observe a escovação dos dentes e, eventualmente, participe da atividade, é uma boa opção. Isso estabelece uma rotina de cuidados bucais para ele desde cedo e o acostuma com a importância dessa prática”, declara. 

Segundo o especialista, as consultas regulares ao dentista não devem ser esquecidas. “Marcar visitas frequentes para check-ups e profilaxias preventivas é vital. Sincronizar os horários das consultas com momentos em que seja possível ter algum suporte para o bebê, seja através de familiares, amigos ou cuidadores, também é uma boa opção”, pontua. 

Integrar cuidados bucais na rotina de uma mãe pode parecer um desafio, mas com planejamento e ajustes práticos, é completamente viável. “Isso não apenas irá beneficiar a saúde dessas mães, mas também servirá como um exemplo positivo para seus filhos. Manter uma boca saudável é um investimento na saúde geral e no bem-estar da própria família”, finaliza Todescan. 



José Todescan Júnior - Atuando com excelência na área de Odontologia há mais de 33 anos, José Todescan Júnior é especialista em Prótese Dental, Odontopediatria e Endodontia pela USP. Membro da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética, membro da IFED (International Federation Esthetic Dentistry), membro da no Associação Brasileira de Odontologia Estética e membro da ABOD (Associação Brasileira de Odontologia Digital). Ele acredita que o profissional que se aperfeiçoa em diversas áreas pode escolher sempre o melhor para os pacientes.



Clínica Todescan
clinicatodescan.com.br
instagram.com/todescanjrodontologia


Maio Roxo alerta para importância do diagnóstico precoce de doenças reumáticas

Tratamentos de fibromialgia, espondilite anquilosante e lúpus tendem a trazer resultados melhores quando estes quadros são constatados em estágio inicial

 

O mês de maio é marcado pela conscientização de doenças reumáticas como a fibromialgia, a espondilite anquilosante e o lúpus, condições crônicas que afetam milhões de pessoas em todo o mundo, mas que, muitas vezes, são mal compreendidas e diagnosticadas tardiamente. 

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), a fibromialgia se manifesta em um coeficiente que varia de 2% a 12% da população adulta no Brasil, enquanto o lúpus acomete 150 pessoas a cada 100 mil. Já a espondilite anquilosante acomete mais de 2 milhões de brasileiros e é considerada uma doença, hoje, muito comum. ‏‍

As doenças destacadas no Maio Roxo são ainda pouco conhecidas pela população. Elas podem trazer graves consequências para a qualidade de vida dos pacientes, quando não diagnosticadas e tratadas de forma precoce e adequada. Pacientes com essas doenças tendem a enfrentar longos períodos até receberem um diagnóstico correto, o que pode levar a um agravamento dos quadros clínicos. É por isso que essa conscientização sobre as doenças é tão importante”, ressalta a reumatologista da Sociedade Paulista de Reumatologia (SPR), Sandra Watanabe.

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O lúpus é uma doença autoimune complexa que pode afetar várias partes do corpo, incluindo pele, articulações, rins e outros órgãos. Os sintomas variam bastante, o que leva a uma possibilidade de que ele seja “confundido” com outras doenças, tornando o diagnóstico desafiador. Os sintomas mais comuns incluem fadiga extrema, dores articulares e musculares, erupções cutâneas, sensibilidade à luz solar, febre e inflamação em órgãos. 

Já a espondilite anquilosante é uma forma de artrite que afeta principalmente a coluna vertebral e as articulações sacroilíacas. Os sintomas incluem dor crônica nas costas e rigidez, que podem piorar ao longo do tempo. É comum que os pacientes associem o quadro a uma dor ciática. 

Já a fibromialgia é uma síndrome caracterizada por dor generalizada e sensibilidade em todo o corpo, fadiga, distúrbios do sono e problemas cognitivos. Ela também é frequentemente mal diagnosticada, devido à sua natureza complexa e sintomas variados que envolvem manifestações como fadiga, distúrbio de sono, distúrbio de humor, alterações intestinais, cefaleia e outros sintomas do sistema nervoso.

O diagnóstico precoce das doenças como lúpus, espondilite anquilosante e fibromialgia tem papel crucial na redução do sofrimento e no processo de assegurar qualidade de vida e perspectivas melhores de tratamento. Quando não são diagnosticadas prontamente, os pacientes tendem a enfrentar sintomas debilitantes e complicações graves que afetam bastante a qualidade de vida.

“Ao promover a conscientização sobre os sinais e sintomas dessas doenças e incentivar avaliações médicas precoces, permitimos intervenções mais eficazes, incluindo terapias direcionadas, medicamentos específicos e medidas preventivas para reduzir o impacto das doenças no longo prazo”, completa a doutora Sandra Watanabe.


HGG alerta para a importância da doação de leite materno: 1 ml pode salvar vidas

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O Hospital Geral do Grajaú, sob gestão do Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês, tem o desafio de aumentar as doações de leite materno para atender à demanda de recém-nascidos internados em sua UTI Neonatal


Amamentar é um ato de amor da mãe para com seu bebê. Já a doação de leite materno é um ato de solidariedade que, literalmente, salva vidas. Para o Hospital Geral do Grajaú (HGG), instituição sob gestão do Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês (IRSSL), as doações para o banco de leite são essenciais para atender os bebês recém-nascidos, internados na UTI Neonatal do hospital.
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Rico em nutrientes, anticorpos e enzimas que ajudam a fortalecer o sistema imunol
ógico dos recém-nascidos, o leite materno é um alimento completo. No entanto, nem todas as mães conseguem amamentar seus filhos por diversos motivos e os bebês prematuros, principalmente, precisam deste leite para se desenvolverem.
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O leite materno é importante para o crescimento e desenvolvimento dos bebês prematuros. Ele possui, por exemplo, o DAH (ácido docosahexaenóico) e as imunoglobulinas, que normalmente os bebês recebem da mãe no final da gestação. Mas, quando eles nascem prematuramente, acabam não recebendo. Então, quando eles recebem o leite materno, ingerem também essas imunoglobulinas da doadora. Eles também precisam ganhar peso e o leite materno é mais gorduroso e tem mais nutrientes do que a fórmula, sendo essencial para o desenvolvimento, explica a médica Patrícia M. Terrivel, pediatra e neonatologista do Instituto Sírio-Libanês e responsável pelo banco de leite do Hospital Geral do Grajaú, em São Paulo.
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Qualquer quantidade ajuda: at
é 1 ml de leite materno pode ser suficiente para nutrir um bebê prematuro cada vez que ele for amamentado. A médica explica que, enquanto ele está recebendo leite, recebe um soro em paralelo para completar a oferta necessária de nutrientes. Dessa forma, 10ml podem alimentar até dez recém-nascidos diariamente.
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Todo leite doado ao banco de leite do HGG é pasteurizado. Dessa forma, a instituição garante que o leite seja seguro e de qualidade, seguindo rigorosos padrões de higiene e controle, uma vez que as doadoras também passam por uma triagem infecciosa. Uma vez pasteurizado, ele dura até seis meses dentro do freezer. No entanto, a médica conta que nunca chegam a esperar seis meses, pois a quantidade de doadoras é baixa e a necessidade, muito grande.
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Toda mulher que amamenta é uma potencial doadora, basta ser saudável e não tomar nenhum medicamento que interfira na amamentação. Além disso, o peito não é estoque, ele é fábrica. Quanto mais ela colocar a criança para mamar, mais ela vai produzir leite. Dessa forma, quando a mulher está amamentando e percebe que está vazando leite do outro lado, ou que, na hora do banho, tem que fazer uma ordenha de alívio para não empedrar o peito, esse leite está excedente. Então, esse pouquinho que ela conseguir tirar já ajuda outras crianças”, explica a Dra. Patrícia.

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Saiba como doar
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Para doar leite para o Hospital Geral do Grajaú, é importante morar na área de cobertura do hospital, estar em fase de amamentação, apresentar exames pré ou pós-natal compatíveis com a doação de leite; não fumar; não ingerir bebidas alcoólicas ou drogas ilícitas.
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Todas as lactantes cadastradas recebem um kit completo para retirada do leite e materiais educativos. A coleta pode ser feita em ambiente hospitalar, nas salas especializadas dentro do pr
óprio HGG, ou em retirada domiciliar, feita por uma equipe técnica que visita as doadoras semanalmente. As interessadas podem fazer o cadastro diretamente no Banco de Leite Humano do hospital pelo telefone (11) 3544-9444 (ramal 217).


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Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês (IRSSL)


Doença Celíaca: mitos e verdades

  Médica da rede Meu Doutor Novamed, do Grupo Bradesco Seguros, aponta tratamentos e sintomas da patologia, que atinge cerca de 80 milhões de pessoas no mundo 



A doença celíaca, também conhecida por enteropatia sensível ao glúten, atinge 1% da população mundial – cerca de 80 milhões de pessoas –, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Dores no abdômen e diarreias estão entre os sintomas desta enfermidade crônica que ganhou projeção nos últimos anos. De acordo com a Federação Nacional das Associações de Celíacos no Brasil, são estimados dois milhões de casos no país. Para esclarecer os conceitos relacionados à intolerância ao glúten, foi criado o movimento Maio Verde – mês da Conscientização da Doença Celíaca.

“É uma patologia autoimune, que atinge todas as faixas etárias. Uma vez que o glúten é removido da dieta, os sintomas melhoram e o revestimento do intestino delgado se recupera ao longo do tempo”, afirma Larissa Loureiro de Carvalho, gastroenterologista da rede de clínicas Meu Doutor Novamed na Unidade da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

A doença celíaca é crônica e afeta o intestino delgado em pessoas geneticamente predispostas. É desencadeada pela ingestão de glúten, uma proteína encontrada em cereais como trigo, cevada e centeio. Em determinada fase da vida, pessoas com predisposição ao quadro, em contato com o glúten, ativam células de defesa do organismo, que “lutam” contra o composto.

Os sintomas podem variar de gastrointestinais, como dor abdominal, diarreia crônica, a sintomas gerais como fadiga, perda de peso, erupções cutâneas, cefaleia, anemia, osteoporose e problemas neurológicos, principalmente em crianças.

O tratamento se dá com uma dieta isenta de glúten, retirando alimentos que contenham trigo, cevada e centeio. Como é uma doença autoimune, não há cura, apenas o controle a partir da dieta. Quem não é celíaco, porém, não tem necessidade de realizar dietas restritivas.

“Pacientes sem sintomas ou diagnóstico citados anteriormente não necessitam fazer dieta isenta de glúten. Prevalecendo sempre o equilíbrio alimentar, de quantidade e variedade, e avaliando as comorbidades associadas. Pacientes com doenças autoimunes se beneficiam de dieta com baixo teor de glúten, devido a seu potencial inflamatório em quem é geneticamente predisposto”, diz.


Doença celíaca x sensibilidade ao glúten: esclarecimentos

Mas nem sempre sintomas, como dores abdominais, significam a existência da doença. Segundo a médica Larissa Loureiro, a sensibilidade ao glúten causa reflexos semelhantes e há, ainda, os indivíduos que apresentam alergia à proteína. Cada caso requer um tratamento diferente. Exames específicos ajudam a detectar a existência da doença. “Em resumo, enquanto a doença celíaca é uma condição autoimune desencadeada pela ingestão de glúten, a alergia ao trigo é uma reação alérgica às proteínas do trigo. A sensibilidade não celíaca ao glúten é uma condição em que os indivíduos experimentam sintomas após a ingestão de glúten, mas sem os marcadores autoimunes associados à celíaca. O tratamento varia de acordo com a condição. Uma dieta isenta de glúten é fundamental para a doença celíaca, enquanto a alergia ao trigo requer a exclusão do contato com o trigo e a sensibilidade não celíaca ao glúten pode exigir uma restrição variável da proteína”, esclarece a Dra. Larissa.


Uso de cannabis dispara 151%: saiba como fazer o tratamento legalmente

 

A venda de produtos medicinais à base de cannabis nas farmácias brasileiras cresceu 151% no 1º trimestre de 2024 em relação ao mesmo período do ano passado


A venda de produtos medicinais à base de cannabis nas farmácias brasileiras cresceu 151% no 1º trimestre de 2024 em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo relatório da Associação Brasileira da Indústria de Canabinoides (BRCann), foram comercializadas 417,6 mil unidades, o que movimentou R$ 163,7 milhões nem 2024. Este crescimento reflete um aumento significativo na aceitação e demanda por tratamentos com a planta, apesar dos desafios legais e regulatórios que ainda cercam o uso medicinal da cannabis no Brasil. “Enfrentamos um preconceito enorme e secular com a maconha no Brasil e ainda estamos vendo o reflexo disso. A planta tem um potencial enorme de cura e de aumentar a qualidade de vida de tantos pacientes, mas ainda temos que lidar com empecilhos legais e regulatórios”, comenta o advogado Ladislau Porto, especialista em Direito Canábico, do escritório Dantas e Porto.

Porto, que conquistou autorização de cultivo para 25% das associações de pacientes que atuam de forma legalizada no Brasil, detalha o passo a passo para quem quer acessar o tratamento com cannabis medicinal de forma segura e dentro da legalidade. O ponto de partida é uma consulta com um médico que avaliará a situação e decidirá se a cannabis pode ser um caminho viável para o tratamento. A prescrição médica deve detalhar a justificativa para o uso, a dosagem recomendada, a forma de administração preferida (óleos, extratos ou cremes tópicos) e a duração do tratamento. Com a consulta em mãos, a pessoa tem quatro opções: importar, comprar em farmácias, comprar em associações de pacientes ou produzir em casa o óleo, mediante a obtenção de um habeas corpus na Justiça para garantir que o paciente não seja preso por tráfico, nem tenha a plantação apreendida ou destruída em caso de uma batida policial.



Plantio caseiro

Esta opção requer que o paciente tenha um laudo médico detalhado, indicando a necessidade do uso, a justificativa para a prescrição, a dosagem recomendada e, se possível, a especificação do tipo de planta sugerida. É preciso detalhar a forma de uso e a frequência com que a cannabis deve ser utilizada. Além disso, o paciente tem que comprovar possuir o conhecimento técnico necessário para o cultivo e apresentar um laudo técnico detalhando o número de plantas necessárias para atender à dosagem prescrita pelo médico, considerando o ciclo de vida da planta e a produção estimada de flores ou óleo. “É a opção mais barata, mas é preciso um investimento inicial e acionar a Justiça”, detalha Porto. Autorização da Anvisa Para os pacientes que optam por produtos importados, e, portanto, mais caros, é preciso solicitar uma autorização de importação junto à Anvisa, um processo feito totalmente online. “A pessoa preenche um formulário no site onde anexa a prescrição e outros documentos, além das informações sobre o médico que está assinando a prescrição. A liberação chega em pouco tempo e com ela a pessoa pode fazer a compra em empresas especializadas”, comenta Porto.

As opções mais acessíveis são o plantio em casa e as associações de pacientes, que subsidiam tratamentos para quem não tem condições de pagar e oferecem o óleo a preço de custo. “Em geral, os valores são, pelo menos, 50% mais baixos. Nós desenvolvemos um trabalho social importante com pessoas que não têm condições de pagar pelo tratamento e oferecemos também uma ajuda para que as pessoas encontrem médicos adequados e que entendam do tratamento”, comenta Denise de Mello Fogel Soares, presidente da Acolher Macaé. Essas entidades, que não têm fins lucrativos, são as responsáveis por democratizar o acesso ao tratamento. “Há todo um trabalho social com o paciente e a sua família. Oferecemos assistência jurídica, psicológica e orientação para que a pessoa encontre médicos capacitados para o atendimento. Nossa missão é democratizar o acesso à saúde que o uso medicinal da planta beneficia”, completa Denise.

Após a obtenção do direito de fazer o tratamento, o paciente deve ser monitorado de perto para verificar a resposta ao tratamento, ajustando a dosagem quando necessário e assegurando a máxima eficácia e segurança do tratamento. “Além disso, a autorização de importação ou a prescrição que permite a compra em farmácias possui validade de um ano e exige renovação para a continuidade do tratamento”, realça o especialista em Direito Canábico.

 

Ladislau Porto - advogado especializado em Direito Canábico, membro do Conselho Federal da Comissão de Cannabis Medicinal da OAB; membro da Comissão de Criminologia do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB); diretor do Setor de Cannabis Medicinal da OAB/RJ e membro da Comissão de Direito Canábico da OAB/PE. Sócio do escritório Dantas e Porto, Ladislau é associado ao Instituto Mundo Cannabis, entidade que tem como objetivo promover educação e acesso à cannabis medicinal no Brasil. Atua como consultor de Associações de Pacientes em diversos estados do Brasil para auxiliar na obtenção do direito legal de cultivar a cannabis para fins medicinais.



Duas mortes por leptospirose no RS. Sociedade médica reforça a dispensa de exames e tratamento da doença precocemente. Entenda!

  • A bactéria responsável pela doença pode sobreviver no ambiente por até seis meses
  • Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial endossa a dispensa de exames diante da falta de testes e mais demora na entrega dos resultados no Sul

 

As enchentes no Rio Grande do Sul afetam milhares de pessoas, trazendo consigo também perigos para a saúde, sendo um deles a leptospirose. Transmitida por meio do contato com a urina de animais infectados, como os ratos, a bactéria leptospira spp, pode sobreviver por até 180 dias (cerca de seis meses) no ambiente. Por isso, deve-se continuar com medidas de precaução para evitar a doença após o fim das enchentes. Conforme o mais recente relatório do Ministério da Saúde (MS) sobre a leptospirose no Brasil, 44% dos casos confirmados estão relacionados à infecção por água ou lama de inundação. 

Andre Doi, patologista clínico e diretor científico da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), explica que há exames específicos para o diagnóstico da leptospirose, mas que, nesse momento, no Rio Grande do Sul, é fundamental considerar o histórico epidemiológico e exposição do paciente para suspeita da infecção. 

"Os exames laboratoriais são importantes para o diagnóstico da doença. Entretanto, o tratamento e profilaxia, quando necessários, devem ser realizados com base na história clínica e epidemiológica, além de sinais/sintomas apresentados pelo paciente. Esta é a recomendação da SBPC/ML frente à elevada demanda pelos exames diagnósticos e escassez de testes, redução local da rede laboratorial disponível e maior tempo de resposta para os resultados", destaca o patologista clínico André Doi.

 

Como identificar - Os sintomas comuns da leptospirose incluem febre alta, dores de cabeça, calafrios, dores musculares, vômitos e icterícia, caracterizada pela pele amarelada e olhos avermelhados. Entretanto, esses sinais podem ocorrer em diversas doenças infecciosas.   

Mesmo após a diminuição do nível d’água nas cidades do Rio Grande do Sul, a leptospirose ainda pode ser contraída, já que os cidadãos ainda podem permanecer expostos a locais contaminados. Por essa razão, é importante que as pessoas usem vestimentas impermeáveis, como botas e roupas protetoras, luvas e sacos plásticos quando forem limpar suas casas, por exemplo. Superfícies molhadas se tornam propícias para a sobrevivência da bactéria da leptospirose também. Evitar o contato com água e lamas suspeitas de contaminação e não deixar que as mãos e os pés fiquem molhados por muito tempo são formas de prevenção. “A bactéria pode penetrar no corpo através da pele ou mucosas como nariz e boca, facilitando a disseminação da doença”, explica Doi. 

Ainda não há vacina disponível para a doença e o tratamento da leptospirose baseia-se na antibioticoterapia. "Em alguns casos, a administração profilática de antibióticos é indicada após exposição à água contaminada", destacou o especialista da SBPC/ML.

 

SBPC/ML - A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial


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