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quinta-feira, 23 de maio de 2024

Doença Celíaca: mitos e verdades

  Médica da rede Meu Doutor Novamed, do Grupo Bradesco Seguros, aponta tratamentos e sintomas da patologia, que atinge cerca de 80 milhões de pessoas no mundo 



A doença celíaca, também conhecida por enteropatia sensível ao glúten, atinge 1% da população mundial – cerca de 80 milhões de pessoas –, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Dores no abdômen e diarreias estão entre os sintomas desta enfermidade crônica que ganhou projeção nos últimos anos. De acordo com a Federação Nacional das Associações de Celíacos no Brasil, são estimados dois milhões de casos no país. Para esclarecer os conceitos relacionados à intolerância ao glúten, foi criado o movimento Maio Verde – mês da Conscientização da Doença Celíaca.

“É uma patologia autoimune, que atinge todas as faixas etárias. Uma vez que o glúten é removido da dieta, os sintomas melhoram e o revestimento do intestino delgado se recupera ao longo do tempo”, afirma Larissa Loureiro de Carvalho, gastroenterologista da rede de clínicas Meu Doutor Novamed na Unidade da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

A doença celíaca é crônica e afeta o intestino delgado em pessoas geneticamente predispostas. É desencadeada pela ingestão de glúten, uma proteína encontrada em cereais como trigo, cevada e centeio. Em determinada fase da vida, pessoas com predisposição ao quadro, em contato com o glúten, ativam células de defesa do organismo, que “lutam” contra o composto.

Os sintomas podem variar de gastrointestinais, como dor abdominal, diarreia crônica, a sintomas gerais como fadiga, perda de peso, erupções cutâneas, cefaleia, anemia, osteoporose e problemas neurológicos, principalmente em crianças.

O tratamento se dá com uma dieta isenta de glúten, retirando alimentos que contenham trigo, cevada e centeio. Como é uma doença autoimune, não há cura, apenas o controle a partir da dieta. Quem não é celíaco, porém, não tem necessidade de realizar dietas restritivas.

“Pacientes sem sintomas ou diagnóstico citados anteriormente não necessitam fazer dieta isenta de glúten. Prevalecendo sempre o equilíbrio alimentar, de quantidade e variedade, e avaliando as comorbidades associadas. Pacientes com doenças autoimunes se beneficiam de dieta com baixo teor de glúten, devido a seu potencial inflamatório em quem é geneticamente predisposto”, diz.


Doença celíaca x sensibilidade ao glúten: esclarecimentos

Mas nem sempre sintomas, como dores abdominais, significam a existência da doença. Segundo a médica Larissa Loureiro, a sensibilidade ao glúten causa reflexos semelhantes e há, ainda, os indivíduos que apresentam alergia à proteína. Cada caso requer um tratamento diferente. Exames específicos ajudam a detectar a existência da doença. “Em resumo, enquanto a doença celíaca é uma condição autoimune desencadeada pela ingestão de glúten, a alergia ao trigo é uma reação alérgica às proteínas do trigo. A sensibilidade não celíaca ao glúten é uma condição em que os indivíduos experimentam sintomas após a ingestão de glúten, mas sem os marcadores autoimunes associados à celíaca. O tratamento varia de acordo com a condição. Uma dieta isenta de glúten é fundamental para a doença celíaca, enquanto a alergia ao trigo requer a exclusão do contato com o trigo e a sensibilidade não celíaca ao glúten pode exigir uma restrição variável da proteína”, esclarece a Dra. Larissa.


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