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quinta-feira, 23 de maio de 2024

Como combater a discriminação religiosa no local de trabalho

A guerra entre Israel e Hamas reascendeu o alerta mundial acerca da intolerância religiosa.

Dados recentes do Disque 100 mostram que houve aumento no número de denúncias de intolerância religiosa no Brasil. Em 2018, foram registradas 615 denúncias, enquanto em 2023 foram registradas 1.418 – um aumento de 140,3%.

Esses números se refletem na sociedade como um todo, inclusive no ambiente de trabalho, minando os princípios de igualdade e respeito no mundo profissional. 

A discriminação religiosa se manifesta quando um indivíduo é tratado de maneira desigual ou injusta com base em sua religião, crenças ou práticas espirituais. Por exemplo, um colaborador pode ser alvo de comentários ofensivos, excluído de oportunidades de promoção ou até mesmo dispensado devido à sua afiliação religiosa.

Nestes casos, se comprovado o ato praticado dentro do ambiente de trabalho, o agressor pode ser dispensado por justa causa, além de responder a processo criminal, já que a discriminação religiosa é crime, previsto na Lei nº 9.459/1997.

Para combater essa problemática, é essencial que as empresas adotem medidas proativas. Implementar políticas claras de diversidade e inclusão é um primeiro passo crucial. Essas políticas devem proibir explicitamente qualquer forma de discriminação religiosa e garantir que todos os colaboradores sejam tratados com respeito e equidade, independentemente de suas crenças. Além disso, é fundamental fornecer treinamento regular aos empregados para promover a conscientização sobre a importância da tolerância religiosa e do respeito mútuo.

Estabelecer canais de denúncia eficazes para relatar incidentes de discriminação e assegurar que tais denúncias sejam tratadas de forma rápida e adequada também é crucial. 

Criar uma cultura organizacional que valorize a diversidade religiosa e promova o diálogo aberto e inclusivo entre os colaboradores é importantíssimo para construir um ambiente de trabalho mais justo, acolhedor e produtivo para todos. Somente assim podemos avançar na direção de locais de trabalho verdadeiramente inclusivos, onde cada indivíduo seja valorizado pelo que é, independentemente de suas convicções religiosas.

 

Fonte: Mariana Barreiros Bicudo - sócia do Barreiros Bicudo Advocacia, advogada, pós-graduada em Direito e Processo do Trabalho pelo Mackenzie, é formada em Executive LL.M. em Direito Empresarial – CEU Law School.


Redação Enem 2024: conheça os possíveis temas e como ampliar o repertório sociocultural

A redação do Enem exige um texto dissertativo-argumentativo
sobre um tema da atualidade.
 Foto de picjumbo no Pexels.


 

Prova vale até 1000 pontos e pode fazer a diferença no resultado final

 

Os estudantes que irão prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) sabem da importância de se dedicar à redação, prova que vale até 1000 pontos e pode fazer a diferença no resultado final. Algo que merece atenção é pensar sobre os possíveis temas que devem ser cobrados no exame. 

A redação do Enem exige um texto dissertativo-argumentativo sobre um tema da atualidade, com argumentos, propostas de solução e respeito aos direitos humanos. Ter uma excelente escrita, uma boa capacidade de argumentação e conhecimento sobre o assunto são essenciais para obter uma boa pontuação. 

Uma maneira de formular repertório é criar associações entre os temas e os conteúdos estudados em sala de aula, ressalta a professora de Oficina de Redação do Ensino Médio do Colégio Marista Londrina, Laís Marina Souza Sorace. 

“Uma forma eficaz de se fazer isso é construir fichas e mapas mentais relacionando palavras chave com séries, filmes, livros e filmes, ‘linkando’ temas de eixo social com conceitos das disciplinas da escola. Desse modo, ficará muito mais fácil selecionar, organizar e relacionar fatos, conhecimentos e informações em defesa do seu ponto de vista”, explica. 

Para ampliar o repertório sociocultural e melhorar a redação, é importante ler obras literárias, artigos de opinião, jornais, revistas e assistir noticiários, por exemplo. Isso ajuda na aquisição de conhecimento, o que fornece embasamento para argumentações mais sólidas e bem estruturadas. 

Além disso, observar os principais acontecimentos da atualidade ajuda a criar uma visão crítica e reflexiva, o que contribui para a produção de um texto dissertativo-argumentativo bem fundamentado. O tema da redação é revelado apenas no dia da prova, mas alguns assuntos que devem aparecer são: 

1.Inclusão de pessoas com transtornos educacionais 

2.Doação de órgãos 

3.Desastres ambientais e climáticos 

4.Surto de animais peçonhentos 

5.Inteligência Artificial 

6.A importância do Censo

7.Carros elétricos e formas de energia limpa

8.Sustentabilidade/ Agenda 2030

9.Violência na escola/ Evasão escolar 

10.Os efeitos das Guerras na sociedade brasileira


Com eficiência e redução de erros, IA acelera processo de autorizações para cirurgias

De acordo com Rodolfo Damasceno, especialista em estratégias de autorizações cirúrgicas, à medida que essas soluções avançam, processos burocráticos tornam-se menos complexos para a prestação de cuidados médicos


O setor de saúde tem passado por uma revolução tecnológica, com inovações que prometem transformar processos complexos e burocráticos em procedimentos mais ágeis e eficientes. A inteligência artificial, por exemplo, está facilitando a obtenção de autorizações cirúrgicas, determinando a rapidez com que um paciente recebe o tratamento necessário. 

Obter a autorização para uma cirurgia envolve diversas etapas, desde a solicitação inicial até a aprovação pelas operadoras de saúde. No entanto, esse processo muitas vezes é lento e sujeito a erros, atrasando tratamentos críticos e causando frustração para pacientes e médicos. 

De acordo com Rodolfo Damasceno, especialista em estratégias de autorizações cirúrgicas, a inteligência artificial tem se mostrado uma ferramenta poderosa para agilizar processos em diversas indústrias, e a saúde não é exceção. “Sistemas de IA podem analisar grandes volumes de dados em segundos, identificar padrões e tomar decisões com base em critérios pré-estabelecidos. No contexto das autorizações cirúrgicas, isso significa que um sistema pode rapidamente verificar se todos os requisitos foram atendidos, comparar com políticas de operadoras de saúde e, até mesmo, prever possíveis obstáculos”, relata.

Uma aplicação prática é o uso de algoritmos de aprendizado de máquina para revisar automaticamente as solicitações de autorização, identificar informações faltantes ou incorretas e alertar os médicos para corrigirem antes de enviar. “Isso reduz o tempo de processamento e minimiza a quantidade de solicitações rejeitadas por erros simples”, pontua.


Conectando médicos e operadoras

Além da IA, as plataformas digitais têm desempenhado um papel crucial na modernização do processo de autorização cirúrgica. “Com essas plataformas, é possível facilitar a comunicação entre médicos, hospitais e operadoras de saúde, permitindo um fluxo de informações mais rápido e transparente”, declara Damasceno.

Um exemplo notável de inovação na área de autorizações cirúrgicas é o Método RD3x. “Utilizando uma combinação de tecnologias avançadas para triplicar o número de cirurgias autorizadas, essa metodologia oferece uma solução prática e eficiente para médicos cirurgiões, otimizando cada etapa do processo de autorização e garantindo que mais pacientes recebam os tratamentos que precisam no menor tempo possível”, afirma

Para o especialista, é possível afirmar que novas tecnologias estão remodelando o cenário das autorizações cirúrgicas, trazendo maior eficiência, redução de erros e melhorias no atendimento. “À medida que essas soluções avançam, podemos esperar um futuro onde os processos burocráticos se tornem cada vez menos complexos para a prestação de cuidados médicos de qualidade”, finaliza. 



Rodolfo Damasceno - Empreendedor com uma década de atuação na área de saúde, Rodolfo possui ampla expertise em estratégias de autorizações cirúrgicas junto às operadoras de saúde. Destaca-se por sua significativa contribuição, destravando mais de 10.000 processos cirúrgicos em um período de 10 anos e auxiliando médicos cirurgiões em diversas especializações. Além de ser o criador do Método RD3x, um impulsionador para a qualidade de vida dos Médicos Cirurgiões que pode triplicar o número de cirurgias autorizadas, o especialista também criou o Método RD+, um processo de consultoria que auxilia diretamente os pacientes que buscam a realização de determinados procedimentos cirúrgicos.
Para mais informações, acesse o Instagram.


Como o envelhecimento e as novas estruturas das famílias latino-americanas impactam o consumo

 Estudo da Kantar aponta que as gerações escolhem produtos e marcas de forma diferente

 

Além da economia, a demografia tem impacto significativo no consumo de bens massivos na América Latina. É o que aponta o levantamento Consumer Insights Q4 2023, produzido pela Kantar, líder em dados, insights e consultoria. O estudo revela trimestralmente as principais tendências no mercado de bens não duráveis na região. 

Hoje, a principal tendência demográfica na América Latina é que se trata de uma região que envelhece rapidamente. Até 1990, as crianças entre 5 e 14 anos eram o principal grupo populacional. Com a queda na taxa de natalidade e o aumento da expectativa de vida, desde 2018 há predominância de idosos de 65 anos ou mais. 

“Isso trouxe mudanças relevantes para a sociedade e para o comportamento de consumo – algo que continuará em ritmo acelerado. Segundo a Organização das Nações Unidas, até 2025, a projeção é que o grupo acima de 50 anos ultrapasse o número de crianças. Em 2050, por sua vez, quase 40% da população na América Latina deverá ter mais de 50 anos”, explica Marcela Botana, Market Development Director Latam, da Kantar.

O envelhecimento implica também em uma mudança na composição familiar. Com menos crianças e maior expectativa de vida para os adultos, o resultado são lares cada vez menores. Nos últimos 20 anos, o tamanho médio diminuiu uma pessoa (20%). Isso aconteceu tanto nas classes altas como nas baixas.

Dentro desse novo contexto familiar, duas gerações se destacam. A principal são os Baby Boomers. Os indivíduos com mais de 65 anos representam quase ¼ de todos os domicílios de até duas pessoas na América Latina. Os Millennials formam o outro grupo: com até 34 anos, representam as novas famílias, com até dois filhos. 

Entre os Millenials, 63% têm níveis socioeconômicos baixos. Mas à medida que a idade avança, a situação econômica melhora, o que tem impacto direto na forma de consumo. 

Ainda assim, os dois grupos compartilham o hábito de gastar menos com produtos de supermercado. “Os mais novos podem não ter rendimentos que lhes permitam gastar mais, embora tenham essa necessidade porque têm filhos, enquanto os mais velhos têm mais rendimentos, mas não priorizam esses itens em detrimento de outras comodidades, como saúde e entretenimento”, ressalta a especialista da Kantar. 

Não apenas o nível de gastos muda, mas também como os grupos usam o seu orçamento. A geração Millennial tem a menor frequência de compra entre todos os grupos (3,6 vezes mais baixa), mas conta com um volume maior por viagem (7 unidades). Isso faz sentido, uma vez que os lares, normalmente, têm chefes de família que trabalham fora, mas que devem cuidar dos filhos. Assim, o tempo é um recurso escasso para se gastar com compras. 

À medida que a idade avança, esse comportamento muda. Em geral, a frequência de compras aumenta conforme as famílias envelhecem (3,8 vezes por semana) e o volume por viagem diminui (6,5 unidades). Isso ocorre porque os Baby Boomers tendem a ter mais tempo livre e, assim, podem se dedicar para encontrar melhores ocasiões e preços. 

Por fim, a escolha das cestas também é diversa. Os Millennials concentram grande parte dos gastos no universo da higiene, que representa 13% de todo o orçamento – maior do que em qualquer outro grupo. Apenas a categoria de fraldas representa 5%. Enquanto entre os mais velhos, Laticínios e Bebidas ganham 8% de relevância em relação à média dos outros lares. 

“É necessário lembrar que, embora estejamos nos tornando cada vez mais semelhantes às economias desenvolvidas em termos de taxas de natalidade e expectativa de vida, temos uma disparidade econômica que permanece forte. Mesmo com a evolução nos últimos 30 anos, nosso PIB ainda é apenas ¼ do da Europa. Com isso, a América Latina é uma das primeiras regiões do mundo a vivenciar o envelhecimento sem ainda ter alcançado o status de economia desenvolvida, o que implica em desafios e oportunidades”, conclui Marcela.



Kantar
www.kantar.com/brazil


Desigualdade social é a principal preocupação do Brasil, revela Ipsos

Pesquisa também aponta que para a nação brasileira, as pessoas com deficiência física e mulheres são os grupos que mais sofrem algum tipo de discriminação no país


 

Sete em cada dez pessoas no Brasil concordam que a desigualdade é o problema mais crucial ou um dos mais importantes enfrentados pelo país. Globalmente, 52% concordam com essa afirmação. No topo do ranking estão Indonésia (79%), Brasil (74%), Colômbia, Turquia e Tailândia, todos com 70%, e África do Sul (69%). Enquanto Holanda (32%), Canadá (35%) e Polônia (35%) apresentam os menores índices.

Quando comparados aos países de outros continentes, as nações da América Latina mostram uma preocupação significativamente maior em relação à desigualdade do que, por exemplo, os países da Europa e da América do Norte. No contexto latino-americano, o Brasil lidera o ranking com 74% (sendo 24% dizendo ser a maior preocupação e 50% um das maiores); seguido por Colômbia com 70%; México com 63%, Peru com 62% e Argentina 58%; e o Chile com 56% .

Além da desigualdade, 41% dos brasileiros acham que pessoas com deficiência física pertencem ao grupo que mais sofre discriminação no país, já 37% apontam serem as mulheres e 35% que são gays, lésbicas e bissexuais.


 

Responsabilidade Social


Para 75% dos brasileiros, é o governo quem deveria assumir a responsabilidade de tentar diminuir a desigualdade no país. O Brasil está em segundo lugar dos que mais creem na responsabilidade do Governo. A primeira colocação fica com a Indonésia (82%) e empata com a Colômbia (75%) no ranking. Já os que menos concordam com essa afirmativa são Alemanha (55%), Canadá (56%) e Índia (57%).

Os brasileiros atribuem essa responsabilidade, em segundo e terceiro lugar, a empregadores (25%) e organizações de advocacia (24%).


 

LGBTQIAPN+


Outra categoria que também se destaca no Brasil são as pessoas gays, lésbicas e/ou bissexuais. O país ocupa a segunda posição no ranking global em relação à percepção de que esse grupo sofre tratamento desigual ou injusto, com 35%. Em primeiro lugar está a Polônia (39%), seguida pelo México em terceiro lugar (34%). A média global é de 23%.

 

Os dados fazem parte da pesquisa "Equalities Index 2024", conduzida pela Ipsos em 29 países, visando medir a percepção da população em relação à igualdade social. O estudo teve 21.759 entrevistados, sendo aproximadamente mil entrevistados no Brasil, entre 23 de fevereiro a 8 de março. A margem de erro para o Brasil é de 3,5 pontos percentuais. Esta é a segunda edição do estudo, que será realizado anualmente para acompanhar as mudanças na sociedade.



Rodovia Washington Luís (SP-310) receberá 300 luminárias fotovoltaicas

Divulgação: Concessionária Eixo SP
Nova iluminação melhora visibilidade noturna e contribuir para a segurança dos motoristas que trafegam pela via

 

A Eixo SP, sob supervisão da ARTESP - Agência de Transporte do Estado de São Paulo, deu início nea segunda-feira (20) à instalação de 300 luminárias com painéis fotovoltaicos no trecho de serra da Rodovia Washington Luís (SP-310) A iniciativa tem como objetivo aumentar a segurança dos motoristas, especialmente à noite, e contribuir para a preservação do meio ambiente.

 

As novas luminárias serão instaladas nos dois sentidos da rodovia, entre o km 194, próximo ao acesso a Corumbataí, e o km 197, na altura do Posto Geral de Fiscalização (PGF). A previsão é de que os trabalhos sejam concluídos na primeira quinzena de junho.

 

Milton Persoli, diretor-geral da ARTESP, destaca a importância dos novos equipamentos: “Com as novas luminárias, os condutores terão uma visão mais clara das condições da pista, permitindo antecipar movimentos e dirigir com mais segurança. A melhoria na iluminação também facilita a sinalização de eventuais obstáculos, o que contribui para a redução de acidentes.”  

 

O trecho de serra da SP-310, que possui um volume diário médio de 30 mil veículos, apresenta um cenário com curvas acentuadas, subidas e descidas íngremes, o que exige muita atenção dos motoristas, principalmente à noite. A implantação da iluminação visa reduzir os riscos de acidentes, aumentando a visibilidade e a segurança viária, possibilitando aos condutores uma visão mais clara das condições da pista, permitindo antecipar movimentos e dirigir com mais segurança. 

 

Além de melhorar a segurança dos motoristas, o uso de tecnologia sustentável nas luminárias representa uma economia significativa de energia a longo prazo. As luminárias fotovoltaicas captam a luz do sol para gerar a energia necessária para funcionar, dispensando a utilização de energia elétrica da rede convencional.



Mudanças climáticas provocam eventos extremos causando enormes prejuízos

A busca por soluções sustentáveis para a mitigação das mudanças climáticas nunca esteve tão em evidência.

 

À medida que o clima piora, os desastres naturais se tornam mais frequentes. O aumento das secas ou chuvas devastadoras em algumas regiões do Brasil é uma realidade.

O ano de 2024 pode ser um dos mais quentes registrados na história, superando as marcas de 2023, alertou a Organização Meteorológica Mundial (OMM), vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU). 

Segundo a OMM, os eventos climáticos extremos, como ondas de calor, secas, incêndios florestais, chuvas fortes e inundações, devem se intensificar em algumas regiões, com impactos significativos. 

“Quando as águas baixarem, o Rio Grande do Sul vai se defrontar com outro desafio de enormes proporções, reconstruir suas cidades com estruturas e espaços mais resilientes aos episódios de clima extremo, salienta Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News & Negócios. 

As perspectivas do último Relatório Síntese sobre Mudança Climática, divulgado em 2023 e elaborado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), não são animadoras. O documento informa que a superfície global da terra atingiu, no período de 2011-2020, 1,1 grau Celsius a mais que no período 1850–1900. 

Na primeira metade da próxima década, a temperatura global deve aumentar em 1,5 grau Celsius. Além disso, os pesquisadores alertam que será muito difícil controlar o aumento da temperatura dentro de 2 graus Celsius até o final do século XXI, conforme a meta do Acordo de Paris. 

“É preciso conscientizar a sociedade de que a maior e mais impactante fase de contenção das mudanças climáticas irá começar quando a questão ambiental deixar de ser apenas um projeto de governo e se tornar um plano pessoal e de vida de cada cidadão”, pontua o professor Claudio de Brito Neri, docente de Geografia do Colégio Presbiteriano Mackenzie Tamboré. 

A Allianz Trade, empresa de seguro de crédito comercial, divulgou recentemente o relatório Latin America Shall We Dance?, que revela um panorama dos riscos econômicos em países da América Latina. Segundo os economistas, as repercussões econômicas das mudanças climáticas vêm tanto dos riscos físicos (por exemplo, ciclones, inundações, ondas de calor) quanto da perda de produtividade do trabalho devido ao aumento do calor. 

“Embora seja cedo para calcular os prejuízos da tragédia climática que atinge o Rio Grande do Sul, é possível ao menos sinalizar algumas condições futuras para um dos mais importantes setores para a economia nacional, ou seja, o Agronegócio. O setor exportou em 2023 produtos no valor de US$ 167 bilhões em números redondos, ou seja, quase metade da pauta exportadora total”, ressalta Claudio Felisoni, presidente do IBEVAR e professor da FIA Business School. 

O Brasil precisa adotar o planejamento como forma de reduzir os danos causados por esses períodos de chuvas extremas e estiagem. Caso contrário, os prejuízos se multiplicarão.“De acordo com uma estimativa, as mudanças climáticas podem destruir 9% do valor das moradias do mundo até 2050, o que equivale a 25 trilhões de dólares”, finaliza a economista Vininha F. Carvalho.


Cartão de crédito: Especialista explica motivos para optar pela forma de pagamento

Segurança das operações e vantagens em programas de pontos estão entre os benefícios para o consumidor

 

De acordo com um estudo do Banco Central, o uso de cartões de crédito como forma de pagamento teve um crescimento de 30% nos últimos quatro anos, representando um total de 84,9 milhões de usuários no país. Para além das possibilidades de parcelamento e prazos maiores para pagamentos, o recurso vem se demonstrando uma estratégia segura para realizar operações financeiras em compras online ou presenciais, a ponto do Procon divulgar orientações a respeito das compras de Dia das Mães, sugerindo a priorização dos pagamentos realizados através de cartões de crédito. O objetivo do órgão é evitar problemas aos consumidores com gastos excessivos e golpes.

 

Flávia Kuerten Michels, Especialista de Negócios e Investimentos da CredCrea, listou alguns argumentos que corroboram com os conselhos do Procon, entre eles a maior segurança das operações, facilidade de cancelamento das compras em caso de golpes e a economia que pode vir de programas de pontos e premiações lançadas pelas operadoras.

 

Segurança nas compras presenciais e online


Ao realizar as compras em lojas físicas ou mesmo em sites e aplicativos, os dados do cartão são protegidos por protocolos de segurança rigorosos para evitar o risco de fraudes e golpes. De acordo com Flávia, essa é uma das principais vantagens, pois caso ocorra uma transação com valores acima dos apresentados na oferta, ou mesmo cobranças indevidas, o consumidor facilmente consegue bloquear o cartão e solicitar a análise de atividades incomuns. “Se o produto adquirido não corresponder ao anunciado ou houver qualquer problema na cobrança, o cliente pode contestar a compra junto a operadora. Caso a denúncia seja considerada válida, é feito o reembolso do valor”.

 

A especialista ainda aconselha que o consumidor ative alertas do cartão no seu celular, para ter um maior controle do uso. “A maioria das operadoras oferecem o serviço de alertas, que permitem que o consumidor bloqueie imediatamente o cartão de crédito em caso de haver transações suspeitas”, argumenta.

 

Economia para os consumidores

Outro aspecto importante levantado por Flávia são os programas de benefícios que as operadoras de cartões de crédito oferecem, que podem transformar compras regulares em oportunidades de economia e premiações. “Programas de pontos permitem que o consumidor acumule créditos para trocar por produtos, passagens aéreas e descontos em parceiros. Outros oferecem cashback ou descontos diretos em lojas específicas, reduzindo o valor final das compras e gerando economia para o consumidor”, explica Flávia.

Além dos pontos, bancos e cooperativas costumam oferecer condições de pagamento facilitadas, descontos exclusivos e prêmios em campanhas personalizadas ao longo do ano. “Aqui na CredCrea, por exemplo, estamos fazendo um sorteio de prêmios para os cooperados que priorizarem suas compras através do cartão de crédito, com produtos que vão desde eletrodomésticos a patinetes elétricos”, conclui Flávia.


Flávia Kuerten Michels - Especialista de Negócios e Investimentos da CredCrea


Sebrae RS mobiliza movimento de compras locais em apoio aos negócios do Rio Grande do Sul

Diante dos alagamentos que afetaram grande parte do estado, iniciativa quer estimular consumidor a valorizar produtos gaúchos

 

A reconstrução do estado passa, também, por garantir empregos e renda para seus habitantes e os pequenos negócios são responsáveis pela maior parte das vagas abertas no RS. Então, diante de um cenário de desestabilização das empresas gaúchas, o Sebrae RS está estimulando a população para que compre dos pequenos negócios. Com a hashtag #compradogaucho, a mobilização já está também nas redes sociais.  

A ideia é sensibilizar consumidores para que mantenham a economia ativa, impulsionando os micro e pequenos negócios do bairro, da cidade ou da localidade onde vivem, mantendo empregos ativos e a economia girando. A importância do consumo das pequenas empresas é essencial porque as MPEs, além de grandes geradoras de empregos e de movimentarem a economia, também precisam de suporte para se reerguerem. 

“E garantir o giro desses negócios nesse momento significa a manutenção da atividade desses milhares de empresários e de suas famílias. Gerar renda também significa dignidade para as pessoas. Governos têm sua responsabilidade, mas as organizações, instituições e a sociedade também têm seu papel. Os pequenos empreendedores, se conseguirem manter suas empresas ativas neste momento, também podem ter condições de ajudar outras e mobilizar o seu entorno”, considera o presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae RS, Luiz Carlos Bohn. 

De acordo com ele, é por isso que é importante que as pessoas comprem e movimentem a economia gaúcha, e um bom começo para isso é que o consumidor priorize compras dentro de seu bairro, de sua região. Somente na capital gaúcha, quase 46 mil empresas de todos os portes foram afetadas pelos recentes alagamentos. Levantamento do Sebrae RS mostrou que no estado em torno de 600 mil micro e pequenas empresas foram afetadas diretamente ou indiretamente. Somado a isso, tendo em vista a magnitude da catástrofe, a circulação das pessoas e de mercadorias ficou significativamente comprometida, afetando negócios como bares, restaurantes, casas noturnas, shows, espetáculos, eventos, feiras, mercearias e comércio em geral.

 

Juntos pelo RS 

Empresários afetados, direta ou indiretamente, pelas chuvas no Rio Grande do Sul têm à disposição um repositório com informações que ajudam nesse momento de necessidade de reestruturação dos negócios.

O Sebrae RS reuniu num mesmo local as medidas e programas anunciados pelo governo – em todas as esferas – e informa os caminhos para acesso a recursos privados e para a suspensão do pagamento de financiamentos, bem como renegociação de dívidas.

Acesse em: https://conhecimento.sebraers.com.br/lp/juntos-pelo-rs/


quarta-feira, 22 de maio de 2024

Os efeitos do abraço no organismo

 

O Dia do Abraço é uma data especial que nos convida a refletir sobre a importância e os benefícios de um gesto tão simples, mas tão poderoso: o abraço. Comemorado em 22 de maio no Brasil, o Dia do Abraço, tem suas raízes em uma campanha de "free hugs" (abraços grátis) iniciada na Austrália, em 2004, quando o australiano Juan Mann, sentindo que o mundo estava se tornando cada vez mais distante e individualista, decidiu espalhar abraços para desconhecidos em um shopping de Sydney. Seu objetivo era quebrar barreiras emocionais e fortalecer os laços entre as pessoas. 

Segundo os noticiários da época, Mann estava passando por uma crise pessoal, seus pais haviam se divorciado, seu noivado havia terminado abruptamente, e ele via a sociedade de forma excessivamente mecanizada. Com um cartaz que anunciava "abraços gratuitos", Mann esperou cerca de 15 minutos até que uma senhora, que havia perdido seu cão, se aproximasse dele com os braços abertos. Esse gesto quebrou o gelo e inspirou outros frequentadores do local a aceitarem os abraços de Mann. O movimento ganhou projeção global quando um vídeo editado por um amigo de Mann foi publicado no YouTube tornando-se viral. 

O abraço vai além de um simples contato físico. É uma manifestação de afeto, empatia e conexão humana que traz uma série de benefícios, tanto para quem dá, quanto para quem recebe. Eles reforçam as conexões sociais e melhoram os relacionamentos interpessoais, transmitindo apoio, compreensão e aceitação. Um simples abraço pode expressar mais do que palavras, demonstrando solidariedade em momentos de alegria ou de dor. 

Estudos científicos mostram que abraçar pode ter um impacto positivo na saúde física e emocional. Quando abraçamos, nosso corpo libera oxitocina, também conhecida como o "hormônio do amor" - que ajuda a reduzir os níveis de cortisol, que é o hormônio do estresse, promovendo uma sensação de calma e bem-estar. Além disso, abraçar libera dopamina e serotonina, neurotransmissores responsáveis pela sensação de prazer e felicidade, o que significa que pode instantaneamente melhorar o humor e criar uma sensação de contentamento. O ato de abraçar também pode fortalecer nosso sistema imunológico, pois o contato físico frequente e afetuoso tem sido associado ao aumento na produção de glóbulos brancos, essenciais na defesa do nosso organismo contra doenças. 

Abraçar também tem efeitos positivos na saúde do coração. Pesquisas indicam que pessoas que recebem abraços regulares tendem a ter menor pressão arterial e frequência cardíaca, contribuindo para a saúde cardiovascular a longo prazo. Para crianças, especialmente, o contato físico através de abraços contribui para o desenvolvimento emocional, ajudando a construir uma base segura de confiança e autoestima. 

No Dia do Abraço, celebre o poder do toque humano. Ofereça um abraço caloroso para seus amigos, familiares e até para você mesmo, caso precise. Em um mundo, que muitas vezes pode ser solitário e estressante, um abraço pode ser a cura silenciosa para muitas das nossas angústias. Vamos espalhar o carinho e lembrar que, às vezes, um simples gesto pode fazer toda a diferença.  

 

Patrícia Rondon Gallina Menegassa - farmacêutica, mestre em ciências farmacêuticas, professora do curso de Farmácia do Centro Universitário Internacional Uninter.


Dia Internacional da Biodiversidade: pesquisas da Apta lembram que, sem preservação ambiental, não há alimento

Data instituída em 1992, pela Organização das Nações Unidas (ONU), é um lembrete de que toda forma de vida tem valor e merece ser preservada

 

Biodiversidade é o nome que se dá à variedade de seres vivos que ocupam determinada área, como uma cidade, um estado, um bioma ou o planeta todo. Essa diversidade é composta de microrganismos, plantas e animais, dos menores insetos aos maiores mamíferos – incluindo nós, seres humanos. O Dia Internacional da Biodiversidade, celebrado em 22 de maio, foi escolhido pela ONU como uma forma de nos fazer lembrar da importância de preservarmos as diferentes formas de vida, que merecem ter seu espaço garantido em nosso planeta. A data também nos convida a refletir sobre o quanto somos dependentes de um meio ambiente equilibrado e a valorizar as contribuições práticas que as outras espécies nos trazem, como na polinização das lavouras, enquanto fonte de alimentos e remédios e na manutenção do clima e dos processos naturais.

 

Sabendo da importância da biodiversidade para todos nós, os Institutos de Pesquisa da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP, realizam diversas pesquisas que buscam aliar a produção com a conservação da fauna e flora.

 

Entendendo e cuidando da vida nas águas brasileiras 

Instituição da Apta voltada aos rios, mares, lagos e reservatórios, o Instituto de Pesca (IP-Apta) dedica atenção especial ao tema da biodiversidade nos ambientes aquáticos. Além de levantar informações sobre a riqueza de espécies de peixes e demais organismos presentes nas águas, as pesquisas buscam entender de que forma alterações nos ecossistemas podem impactar atividades produtivas, como a pesca. 

“Temos realizado estudos em diversos tipos de rios de pequeno porte, onde se concentra 70% da diversidade de peixes brasileira. Muitos destes ambientes ainda são pouco conhecidos e já estão sujeitos a diferentes impactos ambientais, como assoreamento, lançamento de esgotos e uso do solo inadequado”, preocupa-se a pesquisadora do IP Katharina Eichbaum Esteves. Em sua pesquisa são feitos levantamentos da fauna de peixes, procurando correlacionar sua diversidade a diferentes características ambientais, como presença de vegetação ripária, tipo de substrato e qualidade da água. “Estas informações são importantes para identificar quais fatores ambientais favorecem a presença de uma determinada comunidade naquele ecossistema”, desenvolve. 

Também pesquisadora do Instituto, Cacilda Thais Janson Mercante estuda a qualidade da água de ambientes aquáticos, visando caracterizar as relações entre os organismos e os chamados fatores abióticos (variações de temperatura, oxigênio, pH, entre outros). “Os organismos que eu estudo compõem a comunidade fitoplanctônica, comumente conhecidos como algas, grupos de microrganismos que possuem uma característica muito importante, pois realizam o processo de fotossíntese”, pormenoriza a especialista. Segundo Cacilda Thais, esse processo faz com que, por meio da luz solar, as algas produzam seu próprio alimento, ao mesmo tempo que geram oxigênio, que é liberado na água e pode ser utilizado pelos peixes. “Com relação à biodiversidade, temos muitas espécies de algas vivendo nos ambientes aquáticos e que são alimento para diversas espécies de peixes. Estudar e buscar manter a boa qualidade das águas significa preservar a biodiversidade aquática”, enfatiza. 

As duas pesquisadoras alertam sobre o delicado equilíbrio dos ecossistemas aquáticos e como muitas atividades humanas trazem impactos à biodiversidade e podem interferir inclusive nos ciclos de pesca. “A poluição aquática afeta diretamente a biodiversidade dos mais diferentes grupos de organismos aquáticos. As algas são os principais indicadores de alteração na qualidade das águas, sendo que sua biodiversidade diminui drasticamente com a poluição”, exemplifica Cacilda Thais. “Outra questão é o desmatamento das matas ciliares, que têm diversas funções ecológicas, como diminuir a erosão do solo e manter a qualidade das águas dos rios e lagos que sustentam toda a vida aquática”, acrescenta. No que diz respeito à pesca, Katharina sinaliza que os impactos se dão de diferentes formas. “Existem interações entre predadores e presas, ou seja, se uma determinada espécie é eliminada, há um efeito que pode se propagar através de toda a cadeia alimentar”, destaca. “Estes impactos podem ser causados pela introdução de espécies exóticas, poluição, desmatamento ou má qualidade da água, entre outros fatores”, finaliza.

 

Sistemas Agroflorestais buscam perspectiva integral de sustentabilidade

Partindo de um olhar abrangente da biodiversidade e sua importância para nossa vida, a Apta Regional promove pesquisas e ações com foco na agroecologia, integrando os aspectos ambientais, sociais e econômicos da produção de alimentos. Ao lado de grupos de produtores, coletores de sementes e coletivos populares, a Instituição criou, em 2022, a Rede Agroecológica Regional (RAR), para reunir projetos de pesquisa e iniciativas que busquem fomentar a produção de alimentos de base agroecológica, tendo como um de seus eixos centrais a manutenção e resgate da biodiversidade. A RAR abrange tópicos como produção orgânica, plantas medicinais e aromáticas nativas, o uso de óleos essenciais e hidrolatos para insumos agropecuários, controle biológico e as Plantas Alimentícias Não-Convencionais (Panc).

Nesse âmbito, um tema que recebe crescente atenção são os Sistemas Agroflorestais (SAF), que aliam produção e preservação. “Os SAF contribuem com a biodiversidade ao produzir simultaneamente em consórcio, ou em sequência temporal, diversidade de plantas distribuídas na mesma área, inclusive podendo resultar em ganhos significativos para a conservação das espécies”, explica o pesquisador da Apta Regional de Pindamonhangaba Antonio Carlos Devide. “Há uma diversidade de SAF, que podem focar desde a restauração ecológica de uma área por meio do plantio de uma floresta com SAF biodiverso sucessional, até em sistemas de produção intensiva alinhados com o mercado, como na agricultura sintrópica, para obter diversidade de alimentos e produtos no curto espaço de tempo”, complementa.

A ideia por trás do conceito é que o sistema se retroalimenta, com as espécies presentes contribuindo para a manutenção de energia e nutrientes. “Nos SAF a reciclagem de energia é circular e beneficia todos os organismos vivos que atuam na cadeia alimentar em equilíbrio dinâmico, minimizando as perdas”, detalha Devide. O uso das podas de algumas espécies de plantas como adubos verdes para beneficiar outras de interesse econômico é um exemplo de como essas inter-relações funcionam. “Do micro ao macrocosmo todos os seres se beneficiam com a poda na agrofloresta. Os benefícios são visíveis, com o crescimento de organismos decompositores que degradam a matéria orgânica e das plantas que se beneficiam dos nutrientes reciclados, além do fluxo de animais que buscam abrigo nos SAF”, diz o especialista, agregando que esses são sistemas produtivos bastante resilientes, que suportam melhor eventos climáticos extremos e outras adversidades.

O pesquisador da Apta Regional ressalta que a promoção da biodiversidade é a chave para a agrofloresta, que, por sua vez, pode ser um norte para atingirmos uma sociedade sustentável. “Proteger a biodiversidade é a única via para se alcançar o equilíbrio biológico e, por isso, os SAF devem se tornar a cada dia um caminho para uma melhor organização social, política, econômica, ambiental e cultural”, conclui.

 

Controle biológico para agroecossistemas equilibrados 

Os insetos e demais invertebrados não estão presentes nas lavouras apenas para causar danos. Eles fazem parte da biodiversidade em um agroecossistema e só passam a ser um problema quando este está desequilibrado. Pesquisas desenvolvidas pelo Instituto Biológico (IB-Apta) propõem uma forma bastante eficiente de usar recursos presentes na própria natureza para controlar as pragas e doenças dos cultivos, possibilitando que esse equilíbrio volte a ocorrer. “Nos ecossistemas agrícolas é possível as pragas serem controladas pelos inimigos naturais. Trata-se de uma tecnologia sustentável, conhecida por controle biológico, que tem insetos predadores, parasitoides e entomopatógenos como agentes de controle que atuam diminuindo sua densidade populacional”, aponta a pesquisadora do IB Terezinha Monteiro Cividanes. 

A especialista cita como exemplos as joaninhas, as tesourinhas, que comem ovos da lagarta do cartucho do milho, e algumas espécies de percevejo, que predam lagartas desfolhadoras. Principal foco de pesquisa de seu trabalho, as joaninhas são importantes insetos predadores que, além de pulgões, consomem ácaros, cochonilhas, moscas-brancas entre outros. “Elas são extremamente vorazes e eficazes no controle de pragas, diminuindo os danos e os prejuízos econômicos ocasionados por esses organismos nas culturas agrícolas”, afirma Terezinha. Em consequência disso, a produção de alimentos é incrementada em termos de qualidade e quantidade. 

A pesquisadora do IB acrescenta que, pelo fato de as joaninhas ocorrerem espontaneamente no ambiente, torna-se importante conhecer suas fases de desenvolvimento e hábitos de vida para preservá-las no sistema produtivo. “Em um ambiente agrícola, a diversidade de espécies de plantas é recomendável, pois assim a biodiversidade será maior. Nesse tipo de ambiente, a incidência de insetos benéficos, como os predadores, é incrementada”, elucida. 

Terezinha lembra ainda que, dentro do contexto do equilíbrio ecológico, inimigos naturais como as joaninhas são altamente sensíveis aos defensivos químicos. Por isso, atenta para a importância de empregar esses produtos somente quando realmente necessário e com orientação profissional. “Um ambiente em equilíbrio, ou seja, onde as populações de pragas e de inimigos naturais são mais ou menos constantes, proporciona sustentabilidade na produção de alimentos, características que beneficiam o agricultor, o consumidor e o meio ambiente”, encerra.

 

Guardião do patrimônio genético 

Preocupado com o desenvolvimento sustentável, o Instituto de Zootecnia (IZ-Apta) possui um Banco Ativo de Germoplasma de Plantas Forrageiras (IZ-FOR) que estuda e preserva grande diversidade de espécies forrageiras tropicais. O banco reúne cerca de 286 acessos de gramíneas e 1585 acessos de leguminosas forrageiras, sendo considerado o maior da América do Sul. Cada acesso é composto por uma porção de sementes viáveis que contêm o material genético de determinada espécie, que assim é conservada para a posteridade. 

A coleção teve início na década de 70, através de intercâmbios com outras instituições de pesquisa do Brasil e do exterior, e por meio de coleta. O principal objetivo é conservar os recursos genéticos dessas plantas forrageiras, preservando e fornecendo material biológico e informações associadas para pesquisa e desenvolvimento científico na área de zootecnia e garantindo que não serão eventualmente extintas. A seleção e o melhoramento dos acessos contidos no Banco Ativo de Germoplasma possibilitam o desenvolvimento de materiais economicamente viáveis e que atendam ao setor pecuário, que é destaque na economia nacional. 

De acordo com a pesquisadora Luciana Gerdes, diretora do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Pastagem e Alimentação Animal do IZ, atualmente o Instituto ampliou estudos para o lançamento de materiais genéticos de gramíneas e leguminosas forrageiras em parceria com a iniciativa privada. “Buscamos disponibilizar para pecuária nacional novos cultivares que atendam as necessidades de mercado com relação ao aumento da produção eficiente de alimentos, adaptabilidade às mudanças climáticas e eventos extremos e para uso nos sistemas integrados de produção agropecuário”, relata.

 

Gustavo Steffen de Almeida e Alexandra Cordeiro

 

HGG alerta para a importância da doação de leite materno: 1 ml pode salvar vidas

Freepik 
 ‍O Hospital Geral do Grajaú, sob gestão do Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês, tem o desafio de aumentar as doações de leite materno para atender à demanda de recém-nascidos internados em sua UTI Neonatal


Amamentar é um ato de amor da mãe para com seu bebê. Já a doação de leite materno é um ato de solidariedade que, literalmente, salva vidas. Para o Hospital Geral do Grajaú (HGG), instituição sob gestão do Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês (IRSSL), as doações para o banco de leite são essenciais para atender os bebês recém-nascidos, internados na UTI Neonatal do hospital.
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Rico em nutrientes, anticorpos e enzimas que ajudam a fortalecer o sistema imunol
ógico dos recém-nascidos, o leite materno é um alimento completo. No entanto, nem todas as mães conseguem amamentar seus filhos por diversos motivos e os bebês prematuros, principalmente, precisam deste leite para se desenvolverem.
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O leite materno é importante para o crescimento e desenvolvimento dos bebês prematuros. Ele possui, por exemplo, o DAH (ácido docosahexaenóico) e as imunoglobulinas, que normalmente os bebês recebem da mãe no final da gestação. Mas, quando eles nascem prematuramente, acabam não recebendo. Então, quando eles recebem o leite materno, ingerem também essas imunoglobulinas da doadora. Eles também precisam ganhar peso e o leite materno é mais gorduroso e tem mais nutrientes do que a fórmula, sendo essencial para o desenvolvimento, explica a médica Patrícia M. Terrivel, pediatra e neonatologista do Instituto Sírio-Libanês e responsável pelo banco de leite do Hospital Geral do Grajaú, em São Paulo.
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Qualquer quantidade ajuda: at
é 1 ml de leite materno pode ser suficiente para nutrir um bebê prematuro cada vez que ele for amamentado. A médica explica que, enquanto ele está recebendo leite, recebe um soro em paralelo para completar a oferta necessária de nutrientes. Dessa forma, 10ml podem alimentar até dez recém-nascidos diariamente.
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Todo leite doado ao banco de leite do HGG é pasteurizado. Dessa forma, a instituição garante que o leite seja seguro e de qualidade, seguindo rigorosos padrões de higiene e controle, uma vez que as doadoras também passam por uma triagem infecciosa. Uma vez pasteurizado, ele dura até seis meses dentro do freezer. No entanto, a médica conta que nunca chegam a esperar seis meses, pois a quantidade de doadoras é baixa e a necessidade, muito grande.
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Toda mulher que amamenta é uma potencial doadora, basta ser saudável e não tomar nenhum medicamento que interfira na amamentação. Além disso, o peito não é estoque, ele é fábrica. Quanto mais ela colocar a criança para mamar, mais ela vai produzir leite. Dessa forma, quando a mulher está amamentando e percebe que está vazando leite do outro lado, ou que, na hora do banho, tem que fazer uma ordenha de alívio para não empedrar o peito, esse leite está excedente. Então, esse pouquinho que ela conseguir tirar já ajuda outras crianças”, explica a Dra. Patrícia.
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Saiba como doar
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Para doar leite para o Hospital Geral do Grajaú, é importante morar na área de cobertura do hospital, estar em fase de amamentação, apresentar exames pré ou pós-natal compatíveis com a doação de leite; não fumar; não ingerir bebidas alcoólicas ou drogas ilícitas.
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Todas as lactantes cadastradas recebem um kit completo para retirada do leite e materiais educativos. A coleta pode ser feita em ambiente hospitalar, nas salas especializadas dentro do pr
óprio HGG, ou em retirada domiciliar, feita por uma equipe técnica que visita as doadoras semanalmente. As interessadas podem fazer o cadastro diretamente no Banco de Leite Humano do hospital pelo telefone (11) 3544-9444 (ramal 217).
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Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês (IRSSL)

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