Pesquisar no Blog

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Ainda é possível aplicar a Lei nº 8.666/93, a Lei do Pregão e o RDC?


Com queda da MP 1.167/23, administradores devem buscar orientações dos organismos de Controle Externo e Interno e de Consultorias e Procuradorias Públicas  

 

Direito e Política se retroalimentam. Nas democracias representativas, as leis – objeto primordial das ciências jurídicas – são gestadas, alteradas e extintas no ambiente político-partidário.  

Essa realidade nem sempre contribui para a racionalidade do ordenamento positivo. A prática demonstra que agremiações partidárias congregam os mais variados interesses e representam as mais diversas correntes ideológicas, de modo que a síntese do jogo político resulta, vez ou outra, em normas que podem parecer desapegadas da coerência idealizada para o direito.  

São os custos do pluralismo democrático. Longe de ser uma externalidade negativa, essa contingência foi sopesada quando da arquitetura das instituições, encontrando solução em órgãos jurisdicionais e administrativos com competência para orientar a interpretação correta das leis e preencher vazios normativos.  

A tese acima é comprovada pela recente caducidade da medida provisória que ampliava a vigência temporal dos antigos diplomas de licitações e contratações públicas.     

Contextualizando, recordo que a Nova Lei de Licitações, a Lei nº 14.133/21, previa que, após dois anos de sua publicação, a legislação anterior esgotaria sua vigência. Ou seja, a partir de 01/04/2023, só seria possível aplicar a nova norma.  

Mas, atendendo ao pleito de inúmeros gestores e administradores públicos, que mesmo após dois anos não se sentiam seguros quanto às novidades introduzidas pelo novo marco legal, o Chefe do Executivo Federal editou, às vésperas da derrogação, a Medida Provisória 1.167, que prorrogava, até 30/12/2023, existência jurídica das Leis 8.666/93,10.520/02 (Lei do Pregão) e dos arts. 1º a 47 da Lei nº 12.462/11, o Regime Diferenciado de Contratações – RDC.   

Ocorre que o Congresso deixou de apreciar e votar esse expediente normativo de natureza temporária, tendo ele perdido seus efeitos pelo decurso do prazo, em 28/07/2023. Desse modo, além de constatar que controvérsias político-partidárias resultam em questionamentos jurídicos importantes, é preciso dar uma resposta institucional adequada aos questionamentos decorrentes da caducidade da medida provisória, esclarecendo as possibilidades de incidência das normas revogadas pela Lei nº 14.133/21.  

Ressalto ainda que no curso da vigência da Medida Provisória 1.167, foi sancionada a Lei Complementar n° 198/23, que, de igual maneira, prolongou, até 30/12/2023, a validade das Leis nºs 8.666/93, 10.520/02 (Lei do Pregão) e do RDC.   

Logo, a alteração promovida pela citada lei complementar encampou, de modo definitivo, o texto da medida provisória, de modo que continua sendo possível aplicar a antiga legislação de contratações públicas até o penúltimo dia do exercício de 2023.  

 

Resta, entretanto, um obstáculo a ser superado.   

A medida provisória especificava, na redação conferida ao art. 191 da Lei nº 14.133/21, as condições que permitiam a ultratividade das leis revogadas. Contemplava, portanto, que o certame e os contratos poderiam ser regidos pela Lei do Pregão, RDC ou o diploma da 8.666/93, mesmo após o fim de suas vigências, desde que houvesse opção expressa por essas leis até 30/12/2023 e a publicação do instrumento convocatório ou do ato autorizativo da contratação direta ocorresse até 29/12/2023.   

Ao contrário, a redação original do art. 191, repristinada pela perda de eficácia da medida provisória, não detalha os requisitos que autorizam a continuidade da eficácia dessas leis, após a revogação.  

Diante desse cenário de incerteza, devem ser resgatados os precedentes e pareceres técnicos expedidos anteriormente à edição da medida provisória e que ofereciam uma resposta à possibilidade de efeitos intertemporais das legislações pretéritas.   

Na esfera da União, cito o PARECER n.º 00006/2022/CNLCA/CGU/AGU, que facultava a escolha do regime jurídico de licitações e contratações públicas desde que essa opção fosse exercida na fase preparatória e em data anterior à revogação da legislação aplicável.   

No mesmo sentido, o Acórdão 507/2023, de 22/03/2023, do Plenário do TCU, segundo o qual a eleição do regime antigo poderia ser feita até o termo final de vigência das leis previsto no art. 193, II, da Lei nº 14.133/21, devendo a publicação do Edital ser materializada até 31/12/2023.  

No caso do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, ainda que em orientação interna, constato a adoção de entendimento semelhante. No Ato GP nº 11/23, publicado em 29/03/2023, a possibilidade de licitar ou contratar com base nas Leis nºs 8.666/93, 10.520/02 e RDC poderia ser exercitada até a data de revogação dessas leis, sendo que as publicações fossem efetivadas até 29/12/2023.  

Nesses termos, buscando maior segurança jurídica para os gestores públicos, compreendo que as dúvidas e questionamentos ocasionados pela perda de eficácia Medida Provisória 1.167 devem encontrar resposta nas orientações pedagógicas e técnicas dos organismos de Controle Externo e Interno e das Consultorias e Procuradorias Públicas.  

Os Tribunais de Contas, por sua vez, não podem se esquecer da obrigação imposta pelo art. 173 da Lei nº 14.133/21, uma vez que “deverão, por meio de suas escolas de contas, promover eventos de capacitação para os servidores efetivos e empregados públicos designados para o desempenho das funções essenciais à execução desta Lei, incluídos cursos presenciais e a distância, redes de aprendizagem, seminários e congressos sobre contratações públicas.”  

Finalizo, assim, prestando contas, pois no exercício de 2022, período em que presidi a Corte de Contas Paulista, foram promovidos seis encontros técnicos visando esclarecer e orientar os gestores sobre a Nova Lei de Licitações. Esses eventos foram realizados em São Paulo, Araraquara, Registro, Presidente Prudente, Bauru e São José dos Campos, contando com a presença de milhares de pessoas. O conteúdo ficou disponibilizado nos canais virtuais da Escola Paulista de Contas Públicas e continua a ser acessados por todos aqueles que buscam se capacitar para melhor compreender e aplicar corretamente a Nova Lei de Licitações. 

  

Dimas Ramalho - Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo 

 

Governo de SP apresenta PPA 2024-2027 em novo formato

Freepik

O Plano Plurianual prioriza a gestão orientada por dados e tem 12 objetivos estratégicos, como o fortalecimento do empreendedorismo e a modernização das políticas fiscal e tributária

 

O governo de São Paulo encaminhou à Assembleia Legislativa o PPA (Plano Plurianual) 2024-2027, que reúne diretrizes, objetivos estratégicos e programas governamentais com recursos, indicadores e metas para o próximo quadriênio. 

Neste ano, o Plano Plurianual tem formato inédito, com foco na gestão orientada por dados e otimização de metas. O texto se baseia na premissa do PPA base zero, com diagnóstico setorial regionalizado e análises que permitiram a identificação de novos desafios e oportunidades, o aprimoramento de programas bem-sucedidos e a criação de novas ações.

“Fizemos um diagnóstico de cada região de São Paulo para conhecermos a real situação dos programas, como atendem à população e quais são as necessidades de hoje", explica o governador Tarcísio de Freitas.

A elaboração da proposta foi coordenada pelas Secretarias da Casa Civil e da Fazenda e Planejamento, com a participação dos secretários de Estado e também da população, por meio de 18 audiências públicas realizadas ao longo de 2023 em todas as regiões administrativas e metropolitanas paulistas.


OBJETIVOS

O novo PPA contém 12 objetivos estratégicos, que visam a redução da vulnerabilidade social, o fortalecimento do empreendedorismo e da competitividade do setor produtivo e a modernização das políticas fiscal e tributária. 

Entre as iniciativas pioneiras estão o programa Integra Tietê, focado no cuidado integrado com o maior rio paulista, ações para universalização do saneamento e proteção ambiental; e o São Paulo Olímpico, direcionado ao desenvolvimento de talentos desde a fase escolar.

“O PPA expressa as prioridades de governo e elenca os objetivos estratégicos, facilitando o monitoramento da sociedade, tendo sido elaborado segundo as melhores práticas internacionais e calcado no orçamento por resultados", destaca Samuel Kinoshita, secretário da Fazenda e Planejamento. 

Entre as prioridades da atual gestão, destacam-se a qualificação profissional e inserção no mercado de trabalho contemplando a população economicamente ativa, além da população em situação de vulnerabilidade; promoção de políticas públicas para as mulheres; e ampliação do combate ao crime organizado.

Há ainda ações focadas em áreas estratégicas, como expansão do teleatendimento de saúde para diferentes áreas e níveis de complexidade; plano integrado para Transtorno do Espectro Autista (TEA); crédito e subvenção para desenvolvimento rural sustentável; fomento do comércio exterior; implantação e extensão de linhas de trem e metrô; transição energética; e modernização tecnológica dos serviços públicos entre outras.


REVISÃO

Outra medida inovadora é a possibilidade de revisão ao longo do quadriênio, visando assegurar a evolução das ações e o cumprimento das metas. O mecanismo permitirá alterar, incluir ou excluir indicadores, fundir ou desmembrar programas e alterar metas desde que não modifiquem o objetivo do programa e público-alvo, visando a definição de rotas assertivas para alcance de metas mediante uma gestão orientada por avaliações e busca por resultados.

Essas revisões serão publicadas em portal do Governo do Estado e deverão ser informadas à Alesp e ao Tribunal de Contas do Estado. A inclusão ou exclusão de programas e seus atributos que alterem os valores globais das programações serão propostas por meio de projetos de lei dos orçamentos anuais.

 

Redação DC
https://dcomercio.com.br/publicacao/s/governo-de-sp-apresenta-ppa-2024-2027-em-novo-formato


Dia do Estagiário: veja como preparar o currículo para mais de 13 mil vagas abertas

Reprodução - Internet
Especialista dá dicas para destacar objetivo profissional, experiências e habilidades para conquistar o recrutador

 

Comemorado hoje 18 de agosto, o Dia do Estagiário celebra o cargo de jovens que estão no início da carreira e buscam colocar em prática os conhecimentos acadêmicos. Segundo a Associação Brasileira de Estágios (ABRES), o Brasil tem, hoje, 686 mil estagiários. Entretanto, mais de 5 milhões dos jovens com até 24 anos estão desempregados, conforme dados do Ministério do Trabalho.

Para estudantes em busca de emprego, o segundo semestre oferece oportunidades. No portal de recrutamento Empregos.com.br, estão abertas 13,5 mil vagas de estágio, com remuneração média de R$ 850. Profissionais de administração, pedagogia e marketing são os mais buscados pelas empresas.

Para aumentar as chances de ingressar no mercado de trabalho, um bom currículo é um diferencial. “Conhecimentos técnicos e habilidades comportamentais como proatividade e boa comunicação são bem vistos pelos recrutadores e, por isso, devem ser destacados no currículo. As empresas buscam estudantes comprometidos e interessados em aprender”, afirma Bruno Rizzato, diretor do aplicativo de vagas Trampolim.

Ele destaca que a contratação de jovens talentos é também um investimento para empresas: “Os estudantes têm muito a contribuir para um negócio, pois chegam ao local de trabalho com a mentalidade diversa, engajados e capazes de oxigenar novas ideias”, pontua o especialista.


Currículo para estágio

Para os estagiários de primeira viagem, Bruno Rizzato reuniu quatro dicas para elaborar o currículo e aproveitar as milhares de vagas abertas:

1 - Objetivo

Em uma ou duas linhas, declare seu objetivo. Por exemplo: "Estudante de Engenharia Civil buscando estágio para desenvolver habilidades práticas e contribuir com projetos”. Evite usar um objetivo geral para todas as empresas. Personalize-o para a vaga e empresa específica que está se candidatando.

2 - Formação acadêmica

A formação acadêmica é uma das partes mais importantes do currículo. Por isso, posicione-a logo após o objetivo. Além de mencionar o curso, a universidade e o período que está cursando, inclua informações relevantes sobre projetos acadêmicos nos quais tenha trabalhado, honras e premiações.

3 - Experiência profissional

Valorize as experiências anteriores. Mesmo que não estejam diretamente ligadas à sua área de atuação, elas podem mostrar seu comprometimento e habilidades transferíveis. Se não tem experiência profissional, destaque projetos acadêmicos ou voluntários nos quais tenha trabalhado. Isso pode demonstrar suas habilidades práticas e proatividade.

4 - Habilidades técnicas e comportamentais

Seja específico nas habilidades técnicas. Em vez de apenas listar “Excel”, você pode incluir mais detalhes, como: “Análise de dados em Excel” ou “Criação de macros em Excel”. Destaque também as habilidades comportamentais, mencionando situações e resultados reais. Por exemplo: “Proativo: liderou projeto acadêmico que resultou em uma melhoria de 20% na eficiência do processo estudado”.


Material 100% digital nas escolas de SP: Especialista alerta que substituição deve ser feita com cuidado

De acordo com o Diretor da Teia Multicultural, escola voltada para uma educação humanista e inovadora, Lucas Briquez, a medida pode impulsionar a infraestrutura das escolas


Com a nova decisão da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo de adotar materiais 100% digitais nas redes estaduais para ensino fundamental e médio a partir de 2024, a educação estadual deve utilizar, do 1º ao 5º ano, materiais digitais com suporte físico, do 6º ao 9º ano e ensino médio, material 100% digital.

 

Para implementar a medida, o governo pretende implantar internet nas escolas, realizar a doação de computadores para alunos carentes e compra de mais aparelhos para as instituições. A medida dividiu opiniões entre especialistas.

 

Materiais físicos são dispensáveis na educação?


De acordo com o Diretor da Teia Multicultural, escola humanista e inovadora, e da Asas Educação, Lucas Briquez, em especial nos anos iniciais, os materiais físicos ajudam a desenvolver habilidades motoras e cognitivas dos alunos.

 

Os livros são bastante relevantes para a educação básica pois existem etapas onde as crianças precisam desenvolver, por exemplo, a coordenação motora fina, com a qual os materiais físicos podem ser mais eficazes”.

 

Além disso, a absorção de conteúdos no papel é diferente que em conteúdos digitais, pois eles oferecem estímulos que podem afetar a atenção do aluno, uma relação diferente da estabelecida com materiais físicos, que têm o aprendizado como único objetivo” Explica Lucas Briquez.

Também existem outras atividades que são melhor estimuladas através da relação com livros impressos, como a organização manual dos materiais, capricho com a escrita, entre outros, que são importantes para o desenvolvimento das habilidades cognitivas, de crianças, adolescentes e até de adultos” Ressalta.

 

Materiais 100% digitais: Bons ou ruins para a educação?


Eu, particularmente, acredito que nada é totalmente positivo ou negativo, existem perdas e ganhos em todo tipo de mudança. Neste caso, a necessidade de equipar as escolas com ferramentas e tecnologias para implementar a medida gera um ganho pontual para alunos que não têm acesso a elas”.

No entanto, isso é muito subjetivo, não sabemos se esse processo irá ocorrer desta forma ou se os recursos realmente serão aplicados, sem esse investimento sólido não adianta substituir os materiais físicos em nome de uma falácia da digitalização”.

Também é importante introduzir ferramentas digitais de forma gradual às crianças, pois elas podem se tornar apenas uma ferramenta de distração que acabe prejudicando o seu aprendizado e desenvolvimento” Explica Lucas Briquez.

 

 

Lucas Briquez - diretor executivo do Asas Educação e Diretor Administrativo e sócio da Teia Multicultural, escola inovadora reconhecida pelo MEC como instituição de referência para a Inovação e a Criatividade em educação básica do Brasil, e pela seleção mundial de escolas inovadoras Education Cities no desafio Edumission, onde recebeu título honorário de “Inovação em Interdisciplinaridade”. Lucas tem MBA em Marketing e Negócios Digitais pela Be.Academy, é professor de empreendedorismo, design thinker, designer instrucional e copywriter. Hoje, seu maior objetivo é levar a metodologia da Teia Multicultural para crianças e adolescentes de todo país, através da Edutech Asas Educação.


Fique ligado, guia DAS-MEI deste mês vence no dia 21 de agosto

 Portal e app do Sebrae ajudam microempreendedores individuais a não perderem o prazo


Atenção, MEI! O prazo para pagamento sem juros do boleto do DAS se encerra na  próxima segunda-feira (21). A quitação mensal da guia dentro da validade garante ao Microempreendedor Individual o acesso aos benefícios da Previdência Social, como aposentadoria, salário-maternidade, auxílio-doença e afastamento, além de garantias à família, como pensão por morte e auxílio-reclusão.

Para facilitar a vida do empreendedor, o Sebrae oferece um novo recurso que permite a emissão da guia do boleto DAS-MEI sem custo para o MEI. A ferramenta está disponível no portal do Sebrae ou no aplicativo para celulares. Com a novidade, o processo ficou mais rápido, intuitivo e simples. Em menos de 10 segundos são emitidos boletos para download ou códigos para pagamentos on-line.


Como funciona?

Para emitir o boleto, o MEI deve fazer o login com CPF e senha no portal do Sebrae e acessar o ambiente personalizado “Meu Mural”, onde estará disponível a emissão do boleto ou código para pagamento on-line, bem como a consulta ao histórico de pagamentos da contribuição.

Caso o usuário não possua o CNPJ MEI vinculado, basta inserir o dado no campo “CNPJ” para emiti-lo. Para o usuário que possui o CNPJ MEI vinculado ao cadastro, basta acessar as abas de contribuição, pois o campo “CNPJ” aparece preenchido automaticamente. Em “Ver boletos pagos”, é possível consultar o histórico de pagamentos.


O que é o DAS?

O Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS) é uma guia única de pagamento de impostos pela qual o Microempreendedor Individual (MEI) faz o recolhimento dos seus tributos. Esse documento é acessado de forma on-line e pode ser pago em qualquer serviço bancário até o dia 20 de cada mês ou dia útil subsequente.


Agosto Vermelho: como evitar acidentes envolvendo eletricidade em casa

Clint Patterson na Unsplash

 Em 2022, 756 acidentes envolvendo eletricidade foram registrados no Brasil. Dicas simples ajudam a diminuir os riscos.

 

Durante todo o mês de agosto, uma campanha de conscientização sobre os riscos de acidentes relacionados à eletricidade está sendo difundida no país. O motivo? De acordo com a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), foram registrados 756 acidentes envolvendo a rede elétrica no Brasil apenas em 2022. Desses casos, 270 fizeram vítimas fatais.  

“Agosto Vermelho" faz parte da 17ª Campanha Nacional de Segurança para a Prevenção de Acidentes Elétricos. O objetivo é mostrar por que os acidentes envolvendo a rede elétrica são tão perigosos, como eles acontecem e de que maneira é possível evitá-los.  

Ainda segundo a Abradee, a maioria dos acidentes envolvendo eletricidade acontece durante a construção ou a manutenção predial, por causa da presença de cabo energizado no solo. Furto de condutores ou de equipamentos de energia, ligações elétricas clandestinas e incidentes com máquinas e equipamentos agrícolas completam a lista.

 Energia elétrica: os 3 acidentes mais comuns como se proteger deles 

Queimaduras, explosões, danos a equipamentos eletroeletrônicos, eletrocussões, interrupções de energia… a lista de problemas que a eletricidade pode causar é extensa. Dentre todos os acidentes que podem ser causados pela energia elétrica, os 3 mais comuns são: choque elétrico, incêndios de origem elétrica e mortes por descarga atmosférica. 

 

1) Choque elétrico  

O choque elétrico é o que acontece quando uma corrente elétrica passa pelo ser humano. Quando uma pessoa entra em contato com a eletricidade, o próprio corpo passa a ser o fio condutor de energia, o que pode trazer consequências graves para a saúde. 

Em muitos casos, o choque elétrico não causa morte, mas diversas consequências negativas. Conforme a eletricidade passa pelo corpo, ela causa queimaduras que podem ter diferentes graus de intensidade dependendo da potência. Quando atinge o coração, pode levar a uma parada cardíaca.  

Além disso, quem leva um choque elétrico tem, no mínimo, um pequeno susto. Se isso acontece quando a pessoa está em um local alto ou perigoso, o risco de cair e se machucar é grande.  

Ferramentas como o detector de tensão são grandes aliadas na prevenção de acidentes envolvendo eletricidade. Este item identifica se há alguma tensão elétrica sem que a pessoa precise testar manualmente. É só aproximar o detector que ele vai checar se há uma carga muito elevada.  

 

2) Incêndios de origem elétrica 

Os incêndios de origem elétrica normalmente, estão relacionados à sobrecarga de energia. De acordo com a Associação Brasileira de Conscientização dos Perigos da Eletricidade (Abracopel), só em 2020 foram registrados 583 incêndios por sobrecarga no país.  

A sobrecarga acontece quando se coloca mais carga do que o aceitável em um circuito. O resultado disso é o aquecimento do fio e, consequentemente, um incêndio. Na maioria das vezes, isso ocorre dentro da própria casa. Ligar vários aparelhos em uma extensão conectada a uma única tomada é um dos maiores exemplos de coisas simples que podem levar a um incêndio por sobrecarga. 

Incêndios de origem elétrica também podem ser desencadeados por problemas na instalação interna do equipamento. Isso é comum quando pessoas que não entendem de eletricidade fazem a instalação por conta própria. Um pequeno erro, por menor que seja, pode acabar comprometendo todo o funcionamento e ocasionando o incêndio.  

Uma dica de ferramentas que diminuem o risco de acidentes é a fita isolante. Por ser feita de materiais que não conduzem eletricidade, evita que a corrente elétrica passe de um fio para outro, o que poderia levar a um incêndio. É importante ficar atento, pois uma fita isolante de má qualidade pode causar o efeito inverso e favorecer o incêndio. 

 

3) Mortes por descarga atmosférica 

A descarga atmosférica surge a partir do acúmulo de cargas elétricas. O maior exemplo são os raios. De acordo com levantamento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em 2021, o Brasil é o país com maior incidência de raios no mundo, com cerca de 77,8 milhões de descargas por ano. Além disso, é o 7º país com mais mortes causadas por raios.  

Ao contrário do que diz a crença, um raio pode sim cair duas vezes no mesmo lugar. Porém, um único raio já é o suficiente para fazer um grande estrago. A intensidade elétrica de um raio é de cerca de 20 mil amperes. Para ter noção, um chuveiro elétrico usa em torno de 20 a 30 amperes. Ou seja: se um choque causado por um curto no chuveiro já pode ser perigoso, o de uma descarga atmosférica é mil vezes mais. Ao ser atingido por um raio, o corpo sofre com os mesmos efeitos de um choque elétrico, mas em intensidade bem maior. 

 

Ferramentas manuais elétricas: regras de segurança podem evitar acidentes 

Usadas em ambientes de trabalho, mas também muito comuns dentro de casa, ferramentas elétricas como furadeiras, serras, esmerilhadeiras e marteletes também podem levar a acidentes sérios quando manuseadas errado. 

O cuidado mais básico, e que a maioria das pessoas não segue, é ler o manual de instruções. Apesar de parecer perda de tempo, é nesse pedaço de papel que se encontram todas as informações necessárias sobre as ferramentas que serão utilizadas, desde a sua voltagem até as normas de segurança específicas de cada produto.   

Também é importante checar se a voltagem das ferramentas manuais elétricas é a mesma da tomada. As voltagens mais utilizadas são 110V, 127V e 220V. Colocar equipamentos de 127V em tomadas 220V, por exemplo, pode fazer com que eles queimem, já que a corrente distribuída será muito maior do que a suportada. Além de danificar as ferramentas, há um alto risco de acidentes. 

Além de prolongar a vida útil das ferramentas, cuidar bem dos fios é uma forma de se proteger de acidentes . Segurar o equipamento pelo cabo, dobrá-lo muitas vezes e guardar de qualquer jeito são algumas situações que danificam a passagem de energia, aumentando os riscos. Uma dica extra é não cortar e nem tentar consertar os fios por conta própria. O ideal é sempre pedir para que um profissional faça os consertos necessários.  

Não é recomendado usar ferramentas elétricas em locais úmidos com as mãos molhadas. O corpo humano não é um bom condutor de energia, mas a presença de água aumenta sua capacidade de condução, aumentando o risco de choque.  

Por fim, para evitar acidentes com ferramentas elétricas, o ideal é não forçar o seu uso. Se o equipamento já está velhinho e não funciona como antes, o mais indicado é levá-lo para o conserto (que deve ser feito por um especialista). Caso não tenha jeito, é hora de aposentá-lo.  

 

Brasil sofreu 23 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos no 1º semestre de 2023


·      Relatório do FortiGuard Labs, laboratório de inteligência e análise de ameaças da Fortinet, revela que o Brasil foi o país mais atingido da América Latina no período

 

·      Os novos números do FortiGuard Labs foram anunciados durante do Fortinet Cybersecurity Summit 2023 (#FCS), realizado em São Paulo 

 

·      Os países da América Latina somam mais de 63 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos no primeiro semestre de 2023

 


Durante o Fortinet Cybersecurity Summit 2023, realizado hoje (16/8) em São Paulo, no Espaço Unimed, a Fortinet® (NASDAQ: FTNT), líder global em segurança cibernética que impulsiona a convergência de redes e segurança, anunciou os novos dados do relatório semestral do Cenário Global de Ameaças do FortiGuard Labs. O Brasil recebeu o maior número de tentativas de ataques cibernéticos, com 23 bilhões, seguido pelo México (14 bilhões), Venezuela (10 bilhões), Colômbia (5 bilhões) e Chile (4 bilhões).

 

A América Latina e o Caribe sofreram mais de 63 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos no primeiro semestre de 2023, de acordo com os dados da organização de pesquisa e inteligência de ameaças da Fortinet.

 

“A sofisticação das ferramentas e o alto nível de direcionamento dos ataques cibernéticos é uma das principais análises que tiramos dos novos números do FortiGuard Labs. O setor tem um grande desafio relacionado à escassez de habilidades em segurança cibernética, que tem afetado empresas em todo o mundo, principalmente o Brasil. Globalmente, o número de organizações que sofrem violações devido à escassez de talentos tem aumentado. Uma saída estratégica para qualquer organização é contar com os serviços avançados de empresas especializadas, que possuem especialistas dedicados e podem otimizar as operações, assim a equipe de TI poderá se concentrar nas tarefas mais estratégicas, protegendo melhor o negócio”, disse Frederico Tostes, country manager da Fortinet Brasil e vice-presidente de Cloud para América Latina e Canadá.

 

Enquanto as empresas continuam em uma posição reativa, devido à crescente sofisticação dos agentes mal-intencionados e à escalada de ataques direcionados, a análise contínua do cenário de ameaças fornece informações valiosas que podem servir como um alerta antecipado das atividades de ameaças potenciais e ajuda os líderes a priorizarem a estratégia de segurança e os esforços de aplicação de correções.

 

Derek Manky, estrategista-chefe de Segurança e vice-presidente de Inteligência Global contra ameaças do FortiGuard Labs, explica que interromper o cibercrime é um esforço global que abrange relações fortes e confiáveis e a colaboração entre os setores público e privado. “Além disso, exige investimento em serviços de segurança baseados em Inteligência Artificial, que podem ajudar as equipes de segurança a coordenarem a inteligência de ameaças, acionável em tempo real e em toda a organização. Com as ameaças direcionadas em alta, as equipes de segurança não podem ficar ociosas. Nesse sentido, o FortiGuard Labs continua fornecendo inteligência inovadora e acionável para ajudar as equipes de segurança a priorizarem proativamente os esforços de correção e responder às ameaças mais rapidamente do que nunca”, completou Manky.

 

Os destaques do relatório do FortiGuard Labs são:

 

·      O ransomware está cada vez mais direcionado: o FortiGuard Labs documentou picos substanciais no crescimento de variantes de ransomware nos últimos anos, impulsionados em grande parte pela adoção de ransomware como serviço (RaaS). No entanto, o FortiGuard Labs descobriu que houve menos detecção de ransomware no primeiro semestre de 2023. Apesar do declínio, as organizações precisam manter a guarda. Esse fator reforça a tendência que o FortiGuard Labs observou nos últimos anos de que o ransomware e outros ataques estão sendo cada vez mais específicos e direcionados, graças à crescente sofisticação dos invasores e ao interesse de aumentar o ROI por ataque.

 

·      Exploits exclusivos em ascensão: na primeira metade de 2023, o FortiGuard Labs descobriu mais de 10 mil vulnerabilidades exclusivas, 68% a mais do que cinco anos atrás. O aumento nas detecções de exploits exclusivos destaca os diferentes tipos de ataques maliciosos dos quais as equipes de segurança precisam estar atentas e como os ataques se multiplicaram e se diversificaram em um período relativamente curto. O relatório também mostra uma queda de mais de 75% no número de tentativas de exploração por organização, sugerindo que, embora as variantes de exploração tenham aumentado, os ataques são muito mais direcionados do que há cinco anos.

 

·      Wipers são usados ​​por atores de estado-nação: um aspecto importante do último relatório do Cenário Global de Ameaças foi o aumento do malware de limpeza de dados, wipers, amplamente relacionado ao conflito Rússia-Ucrânia. O FortiGuard Labs continua observando os limpadores sendo usados ​​por atores de estado-nação, embora a adoção desse tipo de malware por grupos cibercriminosos continue a crescer à medida que visam organizações dos setores de tecnologia, manufatura, governo, telecomunicações e saúde.

 

·      Os botnets permanecem nas redes por mais tempo que nunca: uma das descobertas mais impressionantes é o aumento exponencial no número total de “dias ativos”, que o FortiGuard Labs define como a quantidade de tempo entre a primeira tentativa de um botnet em um sensor até o último. Durante os primeiros seis meses de 2023, o tempo médio que os botnets permaneceram antes que as comunicações de comando e controle (C2) cessassem foi de 83 dias, um aumento de mais de 1.000 vezes em relação a cinco anos atrás. Este é outro exemplo que demonstra porque a redução do tempo de resposta é essencial, quanto mais tempo as organizações permitirem que botnets permaneçam em sua rede, maiores serão os danos e os riscos para os negócios.

 

Interromper o cibercrime requer uma abordagem abrangente

As contribuições do FortiGuard Labs para a comunidade de inteligência de ameaças na última década tiveram um impacto significativo em todo o mundo, ajudando a melhorar as proteções para clientes, parceiros e governos em sua luta contra o cibercrime. Ao quebrar os silos e aumentar a qualidade da inteligência de ameaças acionável, ela não apenas ajuda as organizações a reduzirem o risco, como também melhora a eficácia geral do setor de segurança cibernética. Os defensores cibernéticos de hoje têm acesso às ferramentas, conhecimento e suporte para começar a interromper a economia de agentes mal-intencionados, mas este é um compromisso de todo o setor com a colaboração e o compartilhamento de inteligência, o que criará um ecossistema maior de disrupção, permitindo que todo o setor vença o cibercrime.

 

Como líder em segurança cibernética de classe empresarial e inovação em redes, a Fortinet ajuda a proteger mais de meio milhão de organizações em todo o mundo, incluindo empresas globais, provedores de serviços e organizações governamentais. É importante observar que o desenvolvimento contínuo da Fortinet de inteligência artificial (IA) aplicada a casos de uso de segurança cibernética, tanto no FortiGuard Labs quanto em todo o portfólio de produtos, está acelerando a prevenção, a detecção e a resposta.

 

Especificamente, os serviços de segurança baseados em IA do FortiGuard são usados ​​por controles de segurança implantados em endpoints e aplicações através da rede e na infraestrutura da nuvem. As tecnologias de detecção e resposta específicas que utilizam mecanismos de IA e as análises na nuvem (incluindo EDR, NDR e outros) também podem ser implantadas como extensões integradas a esses controles. A Fortinet também oferece ferramentas de resposta centralizadas, como XDR, SIEM, SOAR, DRPS e muito mais, que utilizam IA, automação e orquestração para acelerar a correção de incidentes. Tudo isso desempenha um papel importante na interrupção do cibercrime em toda a superfície de ataque e em toda a cadeia de destruição do ataque cibernético.

 

Visão geral do relatório – Este último relatório do Cenário Global de Ameaças é uma visão que representa a inteligência coletiva do FortiGuard Labs, extraída da ampla gama de sensores da Fortinet que coletaram bilhões de eventos de ameaças observados em todo o mundo durante o primeiro semestre de 2023. Usando a estrutura MITRE ATT&CK que classifica as táticas, os procedimentos e as técnicas dos adversários, o relatório descreve como os agentes de ameaças atacam as vulnerabilidades, constroem infraestrutura maliciosa e exploram seus alvos.

 


FortiGuard Labs
www.fortinet.com/br, Fortinet Blog e FortiGuard Labs.


Fortinet
www.fortinet.com/br, Fortinet Blog e FortiGuard Labs.


Empresas em débito com a União devem regularizar dívidas para se manter no Simples

Mais de 1,2 milhão de pequenos negócios foram notificados. Descubra se você é um deles

 

Cerca de R$ 57 bilhões podem ser arrecadados com a quitação de dívidas de mais de 1,2 milhão de micro e pequenas empresas junto à Receita Federal e à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. Notificadas pelo governo federal, esses empreendimentos devem regularizar sua situação fiscal para não serem desenquadrados do Simples Nacional.

“Estar com o CNPJ regular é condição para que a empresa continue enquadrada no Simples Nacional, regime facilitado que reúne oito impostos em uma guia única e que, em alguns casos, representa redução na carga tributária”, explica a analista de Políticas Públicas do Sebrae Lillian Callafange. “Quem está com os impostos em dia pode participar de compras públicas, tem mais facilidade em acessar crédito e evita execuções fiscais”, completa a analista do Sebrae.


Sua empresa está em dívida com a União? Veja as orientações do Sebrae para o seu negócio.

Em primeiro lugar, o pequeno negócio deve conferir o montante da sua dívida e como regularizá-la. Se o débito for com a Receita Federal, é possível negociar no próprio Portal do Simples Nacional; mas se estiver inscrito em Dívida Ativa da União, a regularização deve ser realizada junto à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), por meio do Portal Regularize.

Os termos de exclusão e os relatórios de pendências dos contribuintes foram disponibilizados no Domicílio Tributário Eletrônico do Simples Nacional (DTE-SN). Também é possível ter acesso à essas informações no Portal e-CAC.

A empresa que não se regularizar pode ser desenquadrada do Simples Nacional a partir de 1º de janeiro de 2024. A regularização pode ser pelo pagamento integral ou parcelamento do débito, que deve ocorrer no prazo de 30 dias contados do momento da primeira leitura do termo de exclusão.

Se a dívida ainda estiver com a Receita Federal, o parcelamento poderá ser feito em até 60 meses, com o valor mínimo de R$ 300 a parcela. Já no Portal Regularize, ligado à PGFN, é possível parcelar a dívida em até 145 meses, com parcelas mínimas de R$ 25 para Microempreendedores Individuais (MEI) e R$ 100 para Micro Empresas e Empresas de Pequeno Porte (EPP).

É importante que o contribuinte consulte com frequência os canais oficiais de comunicação dos órgãos fazendários com a sua empresa. Quem possui dificuldade nesse acesso, pode pedir apoio a um profissional capacitado, como o contador.


Saiba mais

O Simples Nacional é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos aplicável às microempresas e empresas de pequeno porte, previsto na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Abrange a participação de todos os entes federados (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).


 

A Inteligência Artificial não substitui a essência humana

Divulgação
Você vai a uma exposição de arte e lá encontra uma pintura fabulosa, cujo artista demorou longos anos para terminá-la. Ao lado desta obra, uma pintura, igualmente linda, cujo resultado foi obtido por uma codificação textual oferecida à Inteligência Artificial e cuja impressão foi feita em pouco mais de cinco minutos. Para você, ambas as obras deveriam ter valores semelhantes?

Leonardo da Vinci demorou cerca de quatro anos para finalizar sua “Monalisa”. Michelângelo, quarenta anos até que desse por terminado a escultura de “Moisés”, e ainda mais três anos de trabalho contínuo para que “David” estivesse pronto. O que esses dois artistas tinham em comum? A resposta é quase óbvia: uma eterna busca pela perfeição.

Assistir a essa busca entre os humanos é quase que uma obsessão de nós, simples mortais. É assim no futebol, numa corrida de automóveis ou quando encontramos uma história que nos dá a sensação de ter valido a pena o esforço de estar na plateia. Mas e se os jogadores fossem robôs? E se os carros de corrida não precisassem de pilotos? Será que sentiríamos a mesma emoção? Vibraríamos da mesma forma com a vitória do nosso time de coração? Choraríamos com “tema da vitória” que nos motivava a acordar mais cedo nas manhãs de domingo?

E se o livro que você comprar tivesse sido escrito por um software de ajuntamento de palavras? Um ajuntamento que até fizesse sentido, mas você gostaria de dedicar horas ou dias de leitura para tentar descobrir quem a Inteligência Artificial (I.A.) escolheu para ser o vilão ou o herói?

Foi pensando nessa enormidade de questões que decidi estampar no meu mais recente livro “A menina e o trem”, um selo que mostra a não utilização da I.A, com a frase “100% escrita criativa humana”, na contracapa. A ideia é dar ao futuro leitor uma informação que ele vai querer saber a partir de agora.

Não sou contra a Inteligência Artificial, muito pelo contrário. Mas há lugares que, ao meu ver, ela não deveria entrar, sob o risco de nos tornarmos cada vez menos humanos. Não quero ser influenciado por robôs, não quero chorar por histórias perfeitas escritas em um minuto.

Demorei cerca de 16 anos desde a concepção à finalização deste meu livro. Foram mais de dez mil horas de dedicação, afastamento de amigos e família, madrugadas a fio para conseguir terminá-lo. Entrevistei inúmeras pessoas, visitei cenários, gravei mais de mil áudios de ajustes e inspirações. Sorria e chorava em várias passagens que escrevia. Busquei a perfeição e sei que não a encontrei, mas dei o melhor de mim. Mas de que adiantaria buscá-la se soubesse que, em um minuto, ela poderia estar pronta à minha frente? Qual estímulo daremos aos humanos se dissermos que o melhor do futuro não será feito por eles? Não vou me emocionar se um robô disser que me ama.

 

Evandro Aléssio - Tenente-Coronel do Quadro de Saúde da Força Aérea Brasileira, membro da Academia Barbacenense de Letras e autor de “A Menina e o Trem”.


Empreendedorismo no Brasil

Freepik
‘A atividade do empreendedor é indispensável para a identificação e o suprimento das mais diversas necessidades que a sociedade possui em toda sua extensão e complexidade’

 

O Brasil é um país rico, e essa riqueza não se traduz somente em capital financeiro. Somos ricos em pessoas dentro de todas as suas diversidades, somos ricos em recursos naturais abundantemente distribuídos em nosso território de proporções continentais. Além de toda essa riqueza, o povo brasileiro é reconhecidamente criativo e esforçado.

A criatividade e os recursos disponíveis tornam o Brasil um país propício para o empreendedorismo, e os números comprovam isso. Segundo o Boletim do Mapa de Empresas, divulgado em 20 de janeiro de 2023, o Brasil contava com 20.191.290 empresas ativas ao final de 2022. A título de comparação, o México, segunda maior economia da América Latina, atrás somente do Brasil, contava com cerca de 4.926.000 empresas no mesmo período, segundo dados do INEGI (Instituto Nacional de Estadística y Geografía). Na Argentina, segundo maior parceiro comercial do Brasil, o número de empresas ativas naquele ano era de aproximadamente 609.000, de acordo com dados da Secretaria de la Transformacíon Productiva e do Ministerio de Producción y Trabajo da Argentina.

Contudo, apesar da pujança da economia brasileira, o clima de negócios no país apresenta desafios a quem quer iniciar uma atividade empresarial. Os percalços começam antes mesmo da empresa iniciar. Deve-se decidir qual o regime jurídico será adotado para reger a empresa, e existem vários: limitada, MEI, SLU, entre outros. Ainda, será necessário optar por um regime de tributação, que também são diversos, como exemplo: o simples nacional, lucro presumido, lucro real, além de outros que podem variar, a depender do setor da atividade almejada. Além disso existem infinitas outras decisões a serem tomadas.

Para dificultar um pouco mais, o mundo todo está passando por um momento extremamente crítico, onde o avanço da tecnologia e a revolução para uma economia verde e sustentável forçam as empresas a inovar em setores jamais explorados. Tudo isso faz com que a atividade empresarial seja cada vez mais intricada.

Um dos princípios que regem a atividade empresarial é o prolongamento da existência da sociedade no tempo, e para que uma empresa possa existir por um período tão alongado, além do espírito empreendedor de inovação é necessário dispor de investimentos em determinadas áreas que são usualmente esquecidas por quem decide enveredar pelo caminho do empreendedorismo.

Segundo dados do Mapa de Empresas de 2022, divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, praticamente metade das empresas abertas no ano passado deixaram de funcionar. O número de fechamento de empresas é elevado, e os motivos para o encerramento das atividades são diversos. Fica claro que força de vontade e disposição não são os únicos elementos necessários para o sucesso da empreitada.

Por conta dessas condições, é de primeira importância um assessoramento adequado que auxilie na tomada de decisões. É comum que empreendedores iniciantes considerem que os custos de advogados, contadores e planejadores financeiros são muito elevados, mas a presença desses e de outros profissionais pode ser determinante para a sobrevivência do negócio.

Isso se deve ao fato de que a maior parte dos encerramentos das empresas se dá por causas evitáveis, ou seja, haveria mais empresas em funcionamento caso determinadas medidas preventivas e planejadas fossem tomadas.

A presença de um advogado nos planos para a implementação e funcionamento de uma empresa pode ser decisiva. Além de elaborar um contrato social de forma adequada e sob medida visando necessidades e peculiaridades dos sócios e da empresa, um profissional do ramo jurídico interpretará contratos, defenderá os interesses da sociedade junto aos Poderes Públicos e trará mais segurança nas negociações. Em suma, a presença de um advogado trará mais segurança na realização dos atos envolvendo a empresa e fará com que possíveis perdas sejam dirimidas, além de conceder maior tranquilidade aos seus sócios.

De outro lado, do ponto de vista fiscal e financeiro, a presença de profissionais da área tais como contadores, planejadores financeiros entre outros, fará com que os lucros sejam maximizados, atuando na prevenção de perdas com recolhimentos indevidos de impostos, taxas e contribuições sociais além de trabalhar para o planejamento financeiro, a fim de criar um controle sobre o caixa que viabilize um capital de giro adequado e evite a aquisição de crédito para a realização de atividades essências para empresa. Além disso, será necessário saber diferenciar o que é recurso necessário para o desenvolvimento de sua atividade e o dinheiro necessário para a sua sobrevivência e de sua família.

Portanto, apesar de em um primeiro momento a contratação de profissionais represente um custo, ao longo da existência da empresa se verifica que a atuação de especialistas aumenta a margem de lucros e diminui despesas desnecessárias.

No mundo livre, a atividade do empreendedor é indispensável para a identificação e o suprimento das mais diversas necessidades que a sociedade possui em toda sua extensão e complexidade. Mas para se lançar ao mundo da concorrência, onde cada vez mais há menos espaço para qualquer tipo de equívoco, é necessário estar cercado de profissionais capacitados para o exercício de suas funções e de ferramentas para fazer frente aos mais recentes desafios da evolução tecnológica e da revolução para uma economia sustentável, que são inerentes à marcha humana para o progresso.

É evidente que em determinados casos o empreendedor, no início de sua atividade, não terá condições de montar uma estrutura ideal para alavancar suas ideias e seus esforços, porém, haverá de ter em mente que isso será necessário.

 

Eli Alves da Silva
Advogado especialista em Direito Empresarial
Fonte: https://dcomercio.com.br/publicacao/s/empreendedorismo-no-brasil


Posts mais acessados