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sábado, 11 de fevereiro de 2023

Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência: números chamam atenção para gestação entre jovens; aumento de conscientização de métodos contraceptivos é preciso


A adolescência é considerada a fase entre 10 e 20 anos1 incompletos e, no Brasil, estima-se que 23% da população esteja nessa faixa etária. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), essa fase é classificada por2 um complexo processo de crescimento e desenvolvimento psicossocial. No que tange a saúde dessa população, gravidez não-planejada acaba por ser um ponto de atenção. Uma pesquisa realizada pela Bayer em parceria com a Febrasgo, conduzida pelo IPEC, revelou que 68%3 das mulheres iniciaram a vida sexual até os 18 anos e que 66%3 não tiveram consulta com o ginecologista antes da primeira relação, o que pode levar a desinformação sobre métodos contraceptivos e a uma gravidez não planejada neste período. 

Gestações não planejadas durante a fase da adolescência podem culminar em importantes consequências na sua vida, tanto no aspecto social e econômico em que essa adolescente está inserida. Sendo assim, a conscientização sobre métodos contraceptivos é essencial. Em fevereiro, a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência tem como objetivo disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da incidência da gravidez na adolescência. 

“É preciso que cada vez mais a gente fale sobre diferentes métodos contraceptivos. Os de longa duração, como os DIUs, são uma boa opção para os jovens porque, além de manterem o ciclo natural da paciente, também possuem maiores taxas de eficácia e segurança quando comparados com pílulas e contraceptivos orais. Uma outra vantagem é que facilitam a adesão ao tratamento”, comenta o Dr. Eli Lakryc, diretor de assuntos médicos da Bayer Brasil & LATAM. 

A pesquisa da Bayer em parceria com a Febrasgo revela ainda que 65%3 das entrevistadas afirmaram que, se tivessem mais conhecimento sobre contraceptivos na época em que engravidaram sem planejamento, poderiam ter evitado a gestação. Por sua vez, dados do IBGE4 relatam que 35% de alunos entre 13 e 17 anos já tiveram iniciação sexual, dos quais quase 41% não fizeram uso de preservativo ou qualquer outro método contraceptivo. Além disso, mais de 17%4 fizeram uso de pílula do dia seguinte sem aconselhamento médico. 

“Altos índices de gravidez não planejada estão diretamente ligados ao conhecimento e acesso a métodos contraceptivos. A Bayer, como líder em saúde intima e em contracepção, acredita que devemos garantir informações de qualidade para que as pessoas tenham conscientização sobre métodos modernos para poderem escolher se e quando gostariam de ser mães ou pais”, afirma o médico.

 

Contraceptivos de longa ação: mais segurança e autonomia

A informação continua sendo a chave para o conhecimento. Ainda segundo a pesquisa, 93% das mulheres3 concordam que é necessário ampliar o acesso a informações sobre métodos contraceptivos de longa ação. Nesse sentido, essa pode ser uma solução para evitar gestações não planejadas entre jovens. 

Os métodos contraceptivos de longa ação, como os DIUs, têm revolucionado a contracepção e contribuído de forma positiva com o planejamento familiar. Apesar de ainda não serem os mais utilizados, a pesquisa da Bayer e Febrasgo mostra que 94% das mulheres3 entrevistadas concordam que os métodos de longa ação trazem mais liberdade e autonomia. 

Os métodos de longa ação têm eficácia comprovada de 99,2% a 99,9%5 (dependendo do método). Tanto que a pesquisa mostrou que as mulheres que optam pelo contraceptivo de longa ação, a principal motivação (49%)5 é a segurança oferecida. 



REFERÊNCIAS

1. Biblioteca Virtual da Saúde - Ministério da Saúde
2. Marco legal - Saúde, um direito de adolescentes
3. Gravidez não planejada atinge 62% das mulheres no Brasil
4. IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2019
5. Campanha Liberdade Vem de Dentro


Epilepsia: saiba identificar as crises e como agir durante uma crise

Nem toda convulsão é epilepsia, entenda os diferentes tipos de crises que afetam cerca de três milhões de brasileiros


Historicamente, a epilepsia carrega uma bagagem de estigmas e preconceitos envolvendo questões sociais e psicológicas. Por isso, o Dia Internacional da Epilepsia (13/1) é celebrado anualmente, com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a doença.

 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a epilepsia atinge mais de 50 milhões de pessoas no mundo, sendo três milhões no Brasil. A doença neurológica é caracterizada por descargas elétricas anormais, excessivas e recorrentes no cérebro, gerando diferentes crises epiléticas.

 

Carlos Alberto, médico da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24h Zona Leste, localizada em Santos (SP), explica o surgimento de diferentes sintomas da doença. “Podem ocorrer desde crises de ausência até crises convulsivas. Isso porque a epilepsia é causada por um foco que desorganiza as ondas cerebrais, e dependendo do lugar do cérebro em que esse foco é desorganizado, os sintomas mudam”, explica o profissional.

 

A unidade, que pertence a rede pública de saúde da Prefeitura de Santos, sendo gerenciada pela entidade filantrópica Pró-Saúde, atua como referência para urgências em Clínica Médica, Ortopedia, Pediatria e Odontologia.


 

Sintomas em crises focais

 

As crises focais, ou parciais, são aquelas em que apenas uma área do cérebro é afetada. Existem dois tipos delas:

 

· Simples: pode ser identificada quando não há perda de consciência. Nesse caso, pode causar alterações no cheiro, sabor ou som, movimentos involuntários em áreas específicas do corpo, formigamento e tontura;


· Complexas: caracterizada pela perda de consciência. Essa crise pode causar movimentos repetitivos no paciente, sem que ele consiga responder aos estímulos à sua volta.


 

Sintomas em crises generalizadas

 

Essas crises afetam os dois lados do cérebro de forma generalizada. Aqui, pode-se destacar as principais:

 

· Crise de ausência: o indivíduo parece aéreo – é como se sumisse do ambiente – e pode fazer movimentos sutis com os olhos. Geralmente afeta crianças;

 

· Crises atônicas: provoca perda de controle muscular, podendo levar a quedas repentinas;


· Crise tônico-clônicas: um dos tipos mais frequentes, junto com a crise de ausência, essa crise é conhecida quando o indivíduo fica se debatendo. Ela pode causar a perda de consciência, rigidez e tremor pelo corpo – convulsão – em alguns casos há a perda de controle da bexiga e língua.

 

“Vale destacar que apenas um episódio de crise convulsiva não caracteriza a epilepsia. Para diagnosticar a doença é preciso que o paciente passe por pelo menos dois episódios, com intervalo de 24 horas”, ressalta Carlos Alberto.

 

Ao identificar um episódio de crise, é importante buscar atendimento médico para a correta avaliação, diagnóstico do caso e início do tratamento, que pode ser realizado com medicamentos que evitam as descargas elétricas cerebrais anormais.

 


O que fazer durante uma crise

 

Durante um episódio de crise epilética onde a pessoa está se debatendo é importante que o ambiente seja esvaziado, retirando objetos e pessoas que estão próximos a ela.

 

Em seguida, deite-a de lado e proteja sua cabeça colocando algo macio embaixo, como um travesseiro ou almofada. Após isso, tente afrouxar as roupas do indivíduo e não coloque nada em sua boca, nem segure sua língua, pois isso pode machucá-la ainda mais. 

“Atenção às crises que duram mais de cinco minutos e são recorrentes! Elas indicam uma emergência neurológica e, nesses casos, o paciente precisa ser atendido de imediato por profissionais”, alerta o médico da UPA.


Campanha global de conscientização sobre o câncer infantojuvenil

8% das mortes infantis são causadas pela doença  

 

O câncer infantojuvenil já é a doença que mais mata crianças e adolescentes de 1 a 19 anos no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), órgão ligado ao Ministério da Saúde: cerca de 8% das mortes infantis são causadas pela doença.

 

O Dia Mundial de Combate ao Câncer Infantojuvenil, 15 de fevereiro, foi criado em 2002 pela Childhood Cancer International (CCI), e simboliza uma campanha global para conscientizar sobre a doença e expressar apoio às crianças, adolescentes e famílias que enfrentam o problema.

 

Os tipos mais comuns são as leucemias, que afetam os glóbulos brancos, os que atingem o sistema nervosos central e os chamados linfomas, que agridem o sistema linfático. Mas também ocorrem em crianças e adolescentes o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal), o tumor de Wilms (tipo de tumor renal), a retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho), o tumor germinativo (das células que originam os ovários e os testículos), o osteossarcoma (tumor ósseo) e os sarcomas (tumores de partes moles).

 

“É de extrema importância chegar ao diagnóstico preciso precocemente para que se possa ter o menor impacto possível na saúde da criança, durante o tratamento, o que pode se traduzir na redução das doses da quimioterapia, tempo de internação e, também, prevenir complicações, impactando, assim, da menor forma, e promovendo, ao máximo, a qualidade de vida do paciente”, orienta o médico Hugo Martins de Oliveira, coordenador da Oncopediatria do OncoCenter do Hospital Dona Helena.

 

O profissional explica que, diferente do câncer de adulto, o infantojuvenil geralmente é de natureza embrionária – ou seja, de células indiferenciadas, o que significa a possibilidade de respostas melhores aos tratamentos. Mas as causas do câncer infantojuvenil ainda são desconhecidas pela ciência médica, ao contrário das doenças que afetam os adultos, geralmente associadas a questões ambientais, ocupacionais ou estilo de vida.

 

É fundamental o papel da família no acompanhamento da saúde geral de crianças e adolescentes, procurando ajuda médica sempre que entender necessário. Alguns sinais são muito importantes, nesse contexto:


- palidez

- hematomas ou sangramentos sem razão aparente

- caroços ou inchaços, especialmente se forem indolores, sem febre ou outros sinais de infecção

- perda de peso inexplicada

- febre, tosse persistente ou falta de ar

- suores noturnos

- alterações nos olhos como pupila branca, estrabismo repentino, perda visual, hematomas ou inchaço ao redor dos olhos

- inchaço abdominal

- dores de cabeça, principalmente se forem incomuns, persistentes ou graves

-vômitos, especialmente pela manhã ou com piora ao longo dos dias

- dores nos braços ou pernas, dores ósseas, inchaços sem traumas nessas regiões

- fadiga, letargia ou mudança no comportamento, como isolamento

- tontura, perda do equilíbrio ou da coordenação motora.

 

“Nas últimas décadas, o progresso no tratamento do câncer na infância e na adolescência foi extremamente significativo. Hoje, em torno de 80% das crianças e adolescentes acometidos da doença podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. A maioria deles terá boa qualidade de vida após o tratamento adequado”, comenta o oncopediatra.

 

Mas, para chegar aos melhores resultados, Hugo Oliveira sublinha a necessidade da atuação da família, durante o tratamento. “É muito relevante o acolhimento de seus próprios sentimentos diante da doença, ajudando a fortalecer os laços para apoiar a criança em todos os níveis, seja espiritual, familiar ou no nível profissional. Um momento que exige atenção e dedicação total à criança, tratando seus medos, suas angústias, seus sentimentos, e acolhendo da melhor forma para que possamos ajudar a crescer e desenvolver nosso pequeno paciente de forma segura e saudável”, diz o médico.

 

Hugo destaca, ainda, que é fundamental tratar a criança respeitando os limites de maturidade inerentes à idade. “Ela precisa saber as informações, dentro daquilo que tem de maturidade para entender sobre o que é a doença, como é o processo que ela enfrenta. Ao ter consciência de tudo que está enfrentando, estará mais bem preparada para essa jornada – e, mais do que isso, será ativa participante de todo o processo de sua própria cura porque, assim, terá aliviado seu medo e eventuais frustrações, características desse momento difícil”, sublinha.

 

Para o profissional, a melhor ferramenta da família, nessa hora, é a positividade, o otimismo, a fé. Buscar ajuda espiritual e psicoterapêutica também são ótimos caminhos. “É um momento delicado, em que tratamos não apenas nosso pequeno paciente, mas também seu núcleo familiar. Temos que acolher os sentimentos dessa família e desconstruir as crenças limitantes ou inadequadas frente a morte, o medo do tratamento... É essencial a esperança, a crença positiva, sem camuflar a realidade, priorizando o enfrentamento real daquela situação. É a melhor forma de apoiar e acolher essa família”.


Quimioterapia antes da cirurgia pode ajudar a reduzir o risco de retorno do câncer de intestino

Novo estudo revela que receber quimioterapia antes e depois da cirurgia pode ser mais eficaz do que apenas a quimioterapia pós-cirúrgica


Um estudo publicado no dia 19 de janeiro no Journal of Clinical Oncology mostrou que seis semanas de quimioterapia neoadjuvante, que é o tratamento administrado antes da cirurgia, além da quimioterapia adjuvante padrão - administrada após a cirurgia -, resultou em um declínio de 28% na recorrência da doença em pacientes com câncer colorretal avançado do que apenas quimioterapia pós-cirúrgica.

 

O câncer colorretal é o terceiro câncer mais comumente diagnosticado no mundo e casos recentes entre famosos, como as cantoras Preta Gil e Simony, Pelé e Roberto Dinamite indicam a relevância do tema. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimam que em 2023 serão 45.630 novos casos da doença no Brasil, sendo que 23.660 em mulheres e 21.970 em homens.

 

Os casos estão aumentando, com uma incidência cada vez maior desse tipo de câncer em pacientes mais jovens, com menos de 50 anos, e principalmente sedentários e acima do peso. Em mulheres, é o segundo colocado em incidência, só perdendo para o câncer de mama. Em homens, está deixando o terceiro lugar, pois até então perdia para câncer de próstata e pulmão, seguindo para a segunda posição.

 

Segundo a oncologista e oncogeneticista Isabella Tavares, a alimentação e estilo de vida saudável influenciam no diagnóstico. “Dietas pobres em fibras, excesso no consumo de alimentos ultraprocessados, excesso de peso corporal e falta de exercícios físicos contribuem para o surgimento da doença”, afirma.

 

O tratamento padrão para este tipo de câncer, quando localmente avançado - que invadiu o tecido local, mas não se espalhou para tecidos distantes - envolve cirurgia seguida de quimioterapia pós-operatória, também conhecida como quimioterapia adjuvante. “Apesar de seus benefícios, esse tratamento padrão está associado à recorrência da doença em 20 a 30% dos pacientes com câncer colorretal. O novo estudo sugere que antecipar a quimioterapia pode prevenir a recorrência do câncer, o que é animador. Mas é importante ponderar prós e contras do tratamento”, diz Isabella.

 

Segundo a médica, existem algumas preocupações associadas ao uso de quimioterapia neoadjuvante. “Uma delas são os efeitos colaterais tóxicos devidos que podem tornar o paciente inapto para a cirurgia. Outra possibilidade é causar progressão de tumores quimiorresistentes”, afirma. Apesar disso, o estudo mostra que a quimioterapia neoadjuvante pode ajudar a reduzir o tamanho e o estágio do tumor, facilitando a remoção cirúrgica, além de reduzir o risco de derramamento de células tumorais durante a cirurgia, o que pode ajudar a reduzir o risco de metástase após a cirurgia. “É importante que mais pesquisas sejam realizadas para determinar os resultados de longo prazo após a quimioterapia neoadjuvante”, conclui.

 

Metodologia do estudo

 

Para comparar a eficácia da quimioterapia neoadjuvante com a quimioterapia adjuvante padrão, os pesquisadores avaliaram a doença residual ou recorrente durante o período de acompanhamento de 2 anos após a cirurgia.

 

O estudo controlado randomizado de fase 3 consistiu em 699 pacientes com câncer colorretal localmente avançado cujos tumores não haviam se tornado metástase. Isso incluiu pacientes cujo câncer havia crescido dentro ou através da camada mais externa da parede do cólon ou reto, mas não havia se espalhado para tecidos distantes. Foram seis semanas de quimioterapia antes da cirurgia e outras 18 semanas de quimioterapia após a cirurgia. O grupo de tratamento padrão consistiu de 354 pacientes designados para receber 24 semanas de quimioterapia pós-operatória.

 

Como resultado, a quimioterapia antes da cirurgia ainda levou à regressão tumoral significativa e foi associada a efeitos colaterais semelhantes aos normalmente observados após a quimioterapia adjuvante. 

O estudo constatou que essa abordagem (quimioterapia neoadjuvante) era segura e mais eficaz, reduzindo o tamanho ou a disseminação do tumor e prevenindo a recorrência da doença mais do que a quimioterapia adjuvante padrão.

 


Isabella Tavares - Médica Oncologista Clínica, Observership in Gastrointestinal Cancer pela Georgetown University, Washington, DC, EUA, Intensive Course in Cancer Genetic Risk Assessment pelo City of Hope, CA, especialização em Predisposição Hereditária ao Câncer pelo Hospital Israelita Albert Einstein.
https://draisabellatavares.com.br/
Projeto Vencendo o Câncer


Prevenção aos casos de gravidez na adolescência passa por informação correta e ação integrada de entes públicos, família e escola

Freepik
Dados da OMS divulgados em 2017 revelaram que na América Latina e no Caribe, a taxa de gravidez entre adolescentes é a segunda mais alta do mundo, superada apenas pela média da África Subsaariana


O primeiro passo na prevenção da gravidez na adolescência é derrubar a crença de que ao falar sobre o assunto, estariam os pais ou responsáveis estimulando a vida sexual de adolescentes de forma precoce. A discussão é uma das preocupações da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul. O médico pediatra, Tiago Chagas Dalcin, ressalta estatisticamente que o RS está em um patamar um pouco mais avançado que outras regiões do Brasil, mas defende que o assunto esteja de forma permanente em pauta para ação nacional e de forma integrada em toda a sociedade. No Rio Grande do Sul (RS), a proporção de gravidez na adolescência vem apresentando queda ao longo dos anos, passando de 16,40% em 2010 para 10,40% em 2020

“Um dos maiores desafios nessa conscientização é que muitas pessoas acreditam na ideia falsa de que falar sobre sexualidade estimula um início da vida sexual. Isso não é verdade. A recomendação é transmitir conhecimento adequado e que a linguagem seja adequada a cada faixa etária e contexto social vivido por cada um”, afirma.

A questão envolve o debate e participação ativa de vários entes, tendo cada um o seu papel dentro da sociedade: escola, família, redes de atenção a saúde e a sociedade civil organizada. 

“Tudo isso deve estar de forma integrada. O adolescente precisa ser instrumentalizado para na vida real ter autonomia e conhecimento de modo que consiga tomar as suas escolhas com melhores evidências. É fundamental ajudar na construção desses cidadãos”, completou o médico.

Instituída pela Lei nº 13.798/19, a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência foi celebrada no período do ano que inclui o dia 1º de fevereiro.


Pesquisas

A realização de pesquisas também é um aliado no debate sobre o tema. Um dos exemplos é o  Projeto Adolescentes Mães, executado pelo Hospital Moinhos de Vento via PROADI-SUS, em parceria com o Ministério da Saúde, e que tem como objetivo avaliar o perfil biopsicossocial, principalmente em relação à saúde mental e o impacto da gestação gerado na vida de adolescentes e seus filhos. O projeto realiza ações educacionais com a disponibilização de materiais digitais em textos, vídeos e podcasts a adolescentes e seus familiares.


Principais Conceitos

- Gravidez precoce: este termo induz ao pressuposto de que há uma idade mais adequada para ter filhos, porém isto depende do contexto social e das experiências que as adolescentes vivenciaram e vivenciam. Para algumas, a gravidez faz parte do projeto de vida, enquanto para outras está relacionada a circunstâncias de vulnerabilidade e risco social. Altos índices de pobreza, desigualdade social e de gênero (Martinez et al, 2011;UNFPA, 2021), podem diminuir o acesso aos meios de informação e prevenção, levando à gravidez precoce pela não utilização de métodos contraceptivos, pela utilização inadequada ou pelo estupro de vulnerável. A decisão sobre a hora certa de engravidar está relacionada ao direito básico que todas as mulheres devem ter sobre a sua
sexualidade.

- Gravidez não planejada: é aquela que não foi programada pela adolescente ou pelo casal. A pouca autonomia sobre o próprio corpo pode dificultar a (ao) adolescente a antevisão das consequências do exercício da vida sexual (Lima et al, 2004), impedindo o planejamento da gravidez. Informações sobre planejamento reprodutivo, acesso aos métodos contraceptivos, educação sexual e de gênero na escola e na família são recursos para subsidiar as tomadas de decisões sobre a vida reprodutiva.

- Gravidez não desejada: gestação em contrariedade às aspirações de felicidade da(o) adolescente naquele momento de sua vida. Pressupõe a consciência clara acerca da possibilidade da gravidez como decorrência do exercício da sexualidade, bem como de razões suficientemente fortes para impedi-la, em nome de outros objetivos.

- Estupro de Vulnerável: de acordo com o Código Penal, “ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos” é tipificado como estupro de vulnerável, sendo “[...] irrelevante o eventual consentimento da vítima para a prática do ato, experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente” (Súmula 593 do STJ, 2017).


 Marcelo Matusiak

Fonte: Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul
Departamento de Atenção Primária e Políticas de Saúde
Divisão das Políticas dos Ciclos De Vida
Política de Saúde de Adolescentes
Universidade Federal de Santa Maria
Unisinos

  

Acha que carnaval é só festa? Saiba como o feriado pode ser estimulante para o desenvolvimento da linguagem do seu filho

Especialista em fala e linguagem, Camilla Guarnieri explica como o carnaval pode ser uma época divertida e educativa para crianças. 

 

Tempo de qualidade é muito importante para o desenvolvimento das crianças. Ele proporciona interações verdadeiras, oportunidade de treinar novas habilidades e de aprender, por imitação, os bons modelos dos adultos. Podemos observar esse desenvolvimento, por exemplo, no período de férias, quando a criança passa mais tempo socializando com os pais. Então, por que não aproveitar o feriado do carnaval para acentuar a melhora na linguagem do seu filho e ainda fazê-lo se divertir? 

De acordo com a doutora Camilla Guarnieri, fonoaudióloga especialista em fala e linguagem, as interações de verdade são importantíssimas para o desenvolvimento da fala e da linguagem das crianças, e na grande maioria das vezes os pais são as pessoas que têm maior tempo de convicção com os filhos, o que os tornam importantes agentes ativos na estimulação da fala e da linguagem dos pequenos. Lembrando que quando falamos de estimulação, a qualidade sempre é um dos principais pilares.

Ao longo dos seus estudos e práticas, Camilla observou o quanto as atividades lúdicas possuem resultado mais eficaz nas crianças. Os pequenos estão sempre buscando uma forma de resumir tudo a brincadeiras, jogos e diversão. O carnaval é um período excelente para tornar o desenvolvimento da fala prazeroso, por meio das atividades comuns das festas é possível desenvolver diversas habilidades nas crianças. Pensando nisso, a fonoaudióloga Camila Guarnieri reuniu dicas que podem estimular a linguagem na época mais alegre do ano.

A primeira é investir em marchinhas de carnaval para aumentar o vocabulário, trabalhar o ritmo e exercitar a dicção. “As músicas, quando bem escolhidas, são ótimas aliadas na estimulação da fala e da linguagem. Podemos inserir novas palavras no vocabulário, trabalhar o ritmo que é muito importante e, para as crianças menores, a prática facilita muito simplificando a produção de forma natural”, afirma a fonoaudióloga. Ela traz o exemplo da criança pequena que que ainda só canta uma sílaba ou palavra de cada estrofe da música. Camila diz que essa atividade faz parte do desenvolvimento típico e é uma forma muito eficiente de começar a treinar a produção da fala.

Adornos e adereços são fortes aliados do desenvolvimento da coordenação motora. Por meio da confecção de máscaras, instrumentos e brincadeiras é possível encontrar um caminho para evoluir nesse processo. “Nessa atividade, compreender um pouco mais sobre instruções, trazendo conceito de cores, texturas e direções, auxilia o desenvolvimento da criança" reforça Camila. Usar fantasias para contar histórias, encenar e até brincar de mímica são atividades lúdicas que, além de serem muito divertidas para os pequenos, dão muitas oportunidades de contato com a linguagem. Os pais também podem trazer para a brincadeira os personagens favoritos do filho, inserindo-os no contexto do carnaval. A fonoaudióloga afirma que isso pode ajudar a explorar ainda mais a imaginação do seu filho, fazendo com que ele associe boas memórias ao período da folia.

O mais importante de tudo é conhecer bem a criança para que a atividade escolhida seja uma experiência, além de educativa, especial, e que proporcione alegria para ela. “Pode ser um jogo de tabuleiro, uma brincadeira ao ar livre, um passeio diferente, o importante é sempre ter uma comunicação ativa e funcional”, explica a fonoaudióloga. Esclareça, conte os fatos e interaja. As crianças precisam se sentir acolhidas, amadas e ouvidas, para, só assim, conseguirem expandir sua linguagem e aprenderem a se comunicar melhor.   

 

Fga. Dra. Camilla Guarnieri (CRFa 2 – 18977 - Fonoaudióloga graduada pela USP, mestre pelo Programa de Pós-graduação em Fonoaudiologia da pela USP com a dissertação defendida na linha de pesquisa “Processos e Distúrbios da Linguagem” intitulada “Programa de Estimulação para Crianças com Atraso de Linguagem” e doutora pelo Programa de Pós-graduação em Fonoaudiologia da pela USP/Bauru com a tese defendida na linha de pesquisa “Telessaúde e Teleducação” intitulada “Curso online para treinamento de Fonoaudiólogos na intervenção em linguagem infantil”. Durante o doutorado realizou estágio pesquisa no exterior na University of South Florida (USF – EUA). Já organizou livro, escreveu capítulos de livros, artigos e materiais para a avaliação e intervenção de fala e linguagem em crianças. Já foi coordenadora pedagógica e professora de diversos cursos e aprimoramentos para a formação de fonoaudiológos na atuação com a fala e a linguagem em crianças. É a fonoaudióloga clínica responsável pelas áreas de fala e linguagem na Clínica Care Materno Infantil.
Instagram: @dra.camilla.guarnieri
www.dracamilla.com.br


Cientistas de instituições brasileiras buscam caminhos para monitorar terremotos em ‘tempo quase real’


Desabamento de um centro comercial na província de Diarbaquir, ocorrido após o terremoto que afetou a Turquia no último dia 6 de fevereiro (foto: Wikimedia Commons) 


Em meio ao cenário de destruição causado pelo terremoto que atingiu parte da Turquia e da Síria matando mais de 17 mil pessoas, a ciência busca avançar no monitoramento e na caracterização dos movimentos de falhas geológicas que permitam alertar para esse tipo de ocorrência. Até o momento, não existem instrumentos capazes de prever tremores.

Pesquisadores ligados a instituições e universidades brasileiras têm desenvolvido nos últimos anos estudos com foco, entre outros objetivos, em apontar a importância da homogeneização de diferentes escalas para comparação de atividade sísmica em regiões diversas e também do monitoramento em near real time (NRT, na sigla em inglês para quase em tempo real).

É com esse objetivo que um grupo de cientistas recebe apoio da FAPESP para trabalhar nos próximos quatro anos no desenvolvimento de métodos baseados na ionosfera que detectarão terremotos e tsunamis em NRT. A ionosfera é a camada da atmosfera localizada entre 60 e 1.000 quilômetros (km) de altitude, composta de íons, elétrons e plasma ionosférico que exercem, por exemplo, influência na propagação das ondas de rádio para lugares distantes da Terra.

“Um pequeno tremor na atmosfera pode ser bem maior na ionosfera. Por exemplo: o deslocamento da superfície da Terra durante um terremoto pode ser de milímetros, mas na ionosfera o registro atinge um número 10 mil vezes maior. Sabemos que nas últimas três décadas há vários trabalhos nessa área, mas nosso foco é o monitoramento em tempo quase real, um desafio ainda a ser resolvido. Um primeiro pulso de tremor dura cerca de dez minutos. Já conseguimos detectar em seis minutos depois do início do terremoto, mas queremos reduzir esse prazo, talvez para dois minutos ou poucos segundos”, explica o pesquisador Esfhan Alam Kherani, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Considerado um dos poucos especialistas na dinâmica da ionosfera/atmosfera em atuação no Brasil, Kherani é o pesquisador responsável pelo projeto “Detecção ionosférica e imageamento de terremotos e tsunamis em tempo quase real”, financiado pela FAPESP.

Atua juntamente com outros cientistas do Inpe, entre eles Eurico Rodrigues de Paula; da Universidade do Vale do Paraíba (Univap); da Universidade de Brasília (UnB) e do Instituto Global de Física de Paris (IPGP). O grupo inclui analistas de dados, especialistas em simulações e em Sistemas Globais de Navegação por Satélite (GNSS, termo genérico para um sistema de navegação por satélite que fornece posição precisa, como coordenadas geográficas e altitude, a qualquer momento e em qualquer parte do planeta).

Estudioso dessa área, o doutorando Saúl Alejandro Sánchez Juarez, que faz parte do grupo, afirma que mesmo terremotos de baixa magnitude podem ajudar a entender como monitorar outros maiores. “Em nosso trabalho publicado no ano passado reportamos distúrbios ionosféricos cossísmicos ou ionoquakes [causados pela transferência da energia sísmica para a atmosfera e a ionosfera na forma de ondas de gravidade acústica] associados aos terremotos Ridgecrest de choque principal 6,4 Mw [escala de magnitude de momento, que mede a energia liberada] e seus tremores secundários entre 3,55 e 4,6 Mw ocorridos em 4 de julho de 2019 na Califórnia, Estados Unidos. É possível que os terremotos de magnitude Mw menor que 4,6 sozinhos não possam gerar ionoquakes detectáveis. No entanto, na presença do choque principal de maior magnitude, ainda podem registrar contribuições para os ionoquakes”, completa Juarez.

O pesquisador se refere ao artigo publicado na revista científica Remote Sensing no início do ano passado, que estudou os efeitos na ionosfera do terremoto que atingiu a região sul da Califórnia em 2019. Teve como epicentro os arredores da cidade de Ridgecrest, sendo um dos mais fortes registrados na região. Chegou a ser sentido em um raio de quase 640 km e provocou danos em infraestruturas. O trabalho teve apoio da FAPESP.

Segundo Kherani, com tsunamis é possível fazer alertas, mas em casos de terremoto a situação é diferente, principalmente se os tremores são de baixa magnitude.

“Dentro do projeto, meu papel é fornecer subsídios para a análise de dados sismográficos. No Brasil, onde os tremores são de baixa magnitude, contamos hoje com a Rede Sismográfica Brasileira [RSBR], com estações de monitoramento instaladas por todo o país e capazes de detectar, de forma geral, sismos a partir de 2 ou 2,5 de magnitude regional [mR] ou de momento [Mw]”, diz à Agência FAPESP o professor Giuliano Sant'Anna Marotta, chefe do Observatório Sismológico da UnB.

O observatório faz parte de um dos quatro grandes grupos da RSBR, que tem o objetivo de monitorar a sismicidade do território nacional e gerar informações por meio das atuais 93 estações instaladas pelo país. A parte Sul e Sudeste da RSBR está sob a coordenação do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP).


Medindo o terremoto

Uma das escalas usadas para medir a magnitude dos terremotos é a Richter, desenvolvida nos anos 1930 pelos sismógrafos Charles Richter e Beno Gutenberg, ambos do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech na sigla em inglês). Ela quantifica a intensidade conforme a manifestação na superfície terrestre e cresce de forma logarítmica. Com isso, um tremor de magnitude 4 é 100 vezes maior que um de 2 pontos, por exemplo.

De forma geral, um tremor menor que 3,5 pontos é registrado pelos sensores sismológicos, mas pode não ser percebido se ocorrer longe das cidades. Entre 3,5 e 5,4 pontos pode ser sentido pela população, mas raramente causa danos. Já de 6,1 a 6,9 o terremoto pode ser destrutivo em áreas em torno de 100 km do epicentro e entre 7,0 e 7,9 – faixa em que está o registrado na Turquia no início de fevereiro de 2023 – pode provocar sérios danos.

Há também a Escala de Magnitude de Momento (abreviada como Mw), criada em 1979 por Thomas Hanks e Hiroo Kanamori, que substituiu a Richter para medir a magnitude dos terremotos em termos de energia liberada.


Entendendo o fenômeno

Professor do IAG-USP e um dos principais especialistas em sismologia do Brasil, Marcelo Assumpção foi o pesquisador responsável por um Projeto Temático FAPESP que durante mais de sete anos reuniu cientistas para estudar a estrutura sísmica da crosta e do manto superior das bacias Pantanal, Chaco e Paraná.

A empreitada resultou em 14 artigos publicados em periódicos internacionais, três teses de doutorado e oito mestrados. Em artigo divulgado em dezembro de 2022 no Journal of South American Earth Sciences, o grupo discute o uso de indicadores de magnitude de tremores, à luz de índices regionais para o Brasil.

“O Temático da FAPESP estava ligado à pesquisa de estruturas mais profundas. Possibilitou a instalação e a operação de várias estações de monitoramento nas bacias do Paraná e do Pantanal. Essas estações ajudaram a registrar tremores de terra nos últimos anos no Brasil, constituindo uma importante fonte de dados para melhorar o conhecimento das necessidades do país e buscar entender os motivos de algumas regiões terem mais tremores do que outras”, completa Assumpção.

Localizado em uma região estável, no interior de placa tectônica, o Brasil registra todos os anos tremores de terra de baixa magnitude, que nem sempre são sentidos pela população. Os Estados mais suscetíveis são o Ceará e o Rio Grande do Norte, seguidos do sul de Minas e do Pantanal de Mato Grosso. Em agosto do ano passado, por exemplo, foram registrados oito tremores na costa do Rio Grande do Norte, sendo o maior deles com magnitude de 3,7 pontos (na escala Richter), segundo a Rede Sismográfica Brasileira.

Os abalos de maior intensidade no país foram detectados em 1955 na Serra do Tombador, em Mato Grosso, com 6,2 pontos e em 2022 na região da fronteira com o Peru, que ficou em 6,5 pontos.

Assumpção destaca que em breve deve ficar pronto um mapa de ameaça sísmica do Estado de Minas Gerais, com olhar especial para as áreas de mineração e barragens. Após os rompimentos da Barragem do Fundão, em 2015 no município de Mariana – considerado o pior desastre ambiental do país –, e da barragem em Brumadinho, ambos em Minas, os órgãos governamentais ampliaram as exigências de diagnóstico de estabilidade de solo, incluindo avaliações sísmicas.

Outros artigos publicados por grupos de pesquisadores que incluem o professor Assumpção podem ser lidos em: https://agupubs.onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1029/2021JB022575 e www.mdpi.com/2073-4433/12/6/765.


Luciana Constantino
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/cientistas-de-instituicoes-brasileiras-buscam-caminhos-para-monitorar-terremotos-em-tempo-quase-real/40670/

 

Bolsa do Povo tem 1,5 mil vagas disponíveis para idosos beneficiários do VidAtiva

Programa de incentivo à atividade física para pessoas com mais de 60 anos oferece inscrições pela internet até 24 de fevereiro

 

O programa VidAtiva, que integra o Bolsa do Povo, está com 1,5 mil vagas ainda disponíveis, das 3,6 mil oferecidas no início deste ano, para pessoas com mais de 60 anos e renda familiar de até três salários mínimos. As inscrições na iniciativa de incentivo à atividade física podem ser feitas pelo portal do Bolsa do Povo (www.bolsadopovo.sp.gov.br) até o próximo dia 24. 

Administrado pela Secretaria de Esportes do Estado e operado pela Prodesp – empresa de tecnologia do Governo de São Paulo, o VidAtiva oferece benefício de R$ 100 mensais para serviços em academias ou clubes esportivos. Os interessados devem acessar o portal do Bolsa do Povo, clicar no botão “VidAtiva” na página inicial e, depois, em “Se inscrever (cidadão)”. Após preencher o formulário e indicar qual academia ou clube gostaria de frequentar, o cidadão deve aguardar o contato com a aprovação do benefício. 

Atualmente, há vagas disponíveis nas cidades de Alambari, Araçatuba, Araraquara, Araras, Barueri, Bauru, Cajamar, Campinas, Cotia, Diadema, Dracena, Franca, Guarujá, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Itu, Jacareí, Jundiaí, Marília, Matão, Mogi das Cruzes, Mogi Guaçu, Monte Mor, Osasco, Praia Grande, Presidente Prudente, Registro, Ribeirão Preto, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São José dos Campos, São Paulo, São Vicente, Sorocaba, Suzano, Taboão da Serra e Taubaté. 

As atividades previstas no programa são natação, hidroginástica, tai chi chuan, ioga, musculação, pilates, ginástica, alongamento, vôlei adaptado, caminhadas orientadas, dança circular, dança de salão, malha, bocha e treinamento funcional voltado para idosos. Outras modalidades poderão ser propostas pelos estabelecimentos, mas precisam de aprovação da coordenação do VidAtiva. 

A frequência do beneficiário será monitorada pelo estabelecimento credenciado por meio de check-in no aplicativo Poupatempo Digital, disponível para download gratuito nos sistemas Android e iOS. Para o crédito mensal, o comparecimento precisa ser de, no mínimo, 75% do período inicialmente acordado pelo beneficiário. 

No caso de dúvidas, o cidadão conta com a Central de Atendimento do Bolsa do Povo, por meio de ligação gratuita ou mensagem no WhatsApp para o telefone 0800 7979 800. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

 

Credenciamento de novas unidades 

O VidAtiva também está com inscrições abertas para credenciamento de novas academias, clubes e demais estabelecimentos esportivos. Para participar, o local deve ter capacidade de atendimento de 10 ou mais vagas exclusivas para o programa. Os interessados devem acessar o portal do Bolsa do Povo, clicar no botão “VidAtiva” na página inicial e depois em “Se inscrever (Academias)”. Após preencher o formulário, é necessário aguardar o contato com a aprovação. 

Para mais informações e dúvidas, o atendimento do gestor de estabelecimento do ramo esportivo será realizado pelo e-mail da Secretaria Estadual de Esportes: vidativa@sp.gov.br .

 

Faturamento do Turismo cresce 92,1% na capital paulista em 2022

Para este ano, tendência é que setor se mantenha aquecido nos dois primeiros meses e retome com mais força a partir de março

 
Na capital paulista, o turismo encerrou 2022 em alta, com crescimento de 48,4%, na comparação com o ano anterior. O faturamento do setor aumentou 92,1% no período: de R$ 28.558.507, em dezembro de 2021, para R$ 54.867.559, no último mês do ano passado.
 
Os dados são do Índice Mensal de Atividade do Turismo (IMAT), indicador do Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) em parceria com o Observatório de Turismo e Eventos, da SPTuris.
 
Para 2023, a tendência é que o turismo se mantenha aquecido nos dois primeiros meses do ano, retomando de maneira mais forte a partir de março, com a volta integral dos eventos de negócios. Este cenário que deve movimentar a cadeia do setor da cidade e estimular a geração de mais empregos.
 
Em dezembro, o crescimento do setor foi de 22,2%, na comparação anual. O período foi marcado pela alta temporada do turismo de lazer e, também, de um momento residual no qual as empresas ainda realizam eventos e reuniões na cidade. Esta combinação de fatores proporcionou aumento de 26,7% no faturamento no mês, em relação a novembro. 
 
Na ocasião, também foi registrado crescimento de 21,1% na movimentação nos principais terminais rodoviários paulistanos – 40.917 passageiros por dia, ante 33.793 no 11º mês do ano. Em dezembro de 2021, a média diária registrada foi de 35.865 pessoas.
 
Além da demanda natural, a conjuntura pode ser justificada pelo fato de que famílias do interior estão buscando destinos de curta distância, como a capital, para viajar. Desta forma, evitam preços elevados das passagens aéreas – tendência que se consolidou no ano passado e deve continuar em 2023.
 
Apesar da variação modesta (0,8%) em dezembro, o estoque de emprego em cargos relacionados ao turismo segue em expansão, com 417.384 trabalhadores formais na área. O índice mostra a solidez da retomada do setor na capital, com demanda nos mais diversos campos de atuação.
 
Em relação aos terminais aéreos, houve queda na circulação média diária (-0,4%) em comparação a novembro. No entanto, o patamar de dezembro, de 161,6 mil passageiros por dia, está 10% acima do registrado no mesmo período do ano anterior.
 
Por fim, a taxa de ocupação hoteleira ficou em 54,7%, índice abaixo do nível de novembro de 2022 e de dezembro de 2021, quando foram registradas taxas de 71,9% e 58,9%, respectivamente. De forma sazonal, o período entre janeiro e fevereiro são mais fracos quanto aos demais meses do ano.
 
De acordo com a FecomercioSP, a cidade de São Paulo tem tradição em se manter como uma potência no turismo de negócios. No entanto, a cada ano, o lazer encontra espaço para crescer em períodos habitualmente menos demandados.
 
De acordo com Guilherme Dietze, assessor técnico do Conselho de Turismo da Entidade, dezembro trouxe resultados que coroam o trabalho realizado por todo o setor, após dois anos muito difíceis. “Além de recuperar a demanda dos eventos de negócios, que sempre caracterizaram a capital, os produtos e serviços ligados a lazer, entretenimento, compras e gastronomia se consolidaram e podem ser definidores da posição de São Paulo como um dos principais destinos de turismo no Brasil”, afirma.


 
Nota metodológica

O indicador é composto por cinco variáveis que têm os mesmos pesos para a criação do índice. São analisadas as movimentações de passageiros dos aeroportos de Congonhas (Infraero) e Guarulhos (GRU Airport), assim como dos passageiros das rodoviárias (Socicam), a taxa média de ocupação hoteleira na cidade (FOHB), o faturamento do setor do turismo na capital (FecomercioSP/SMF-SP) e o estoque de emprego nas atividades exclusivas do turismo (Caged). O índice tem sua base no número 100, usada como referência de comparação em janeiro de 2020. Ele pode sofrer mudanças mensais em decorrência dos dados que compõem o cálculo, com a saída de projeções e a entrada de números consolidados na série.


 
FecomercioSP


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