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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Aprenda como evitar o refluxo, problema que atinge cerca de 20% dos brasileiros


Cirurgião do aparelho digestivo dá sete dicas de como evitar o incômodo no estômago


Sensação de queimação no estômago, azia e regurgitação. Esses são alguns dos sintomas que atingem as pessoas com refluxo gastroesofágico. O problema é basicamente o retorno involuntário e repetido do conteúdo do estômago para o esôfago e atinge de 10% a 20% da população, segundo estimativas de especialistas. Porém, é possível evitar essa complicação.

O Dr. Fernando Bray, Cirurgião do Aparelho Digestivo do Hospital Santa Catarina (SP), elenca algumas dicas para evitar este mal que acomete tantos brasileiros.
  • Procure comer em menor quantidade, mais vezes ao dia: O ideal é fazer de quatro a cinco refeições ao dia, a cada três horas, em pequenas porções. Refeições grandes acentuam os sintomas de refluxo.
  • Não deitar logo após a refeição: é importante evitar deitar-se após as primeiras duas horas pós refeição. Na horizontal, o suco gástrico sobe com mais facilidade ao esôfago, causando desconforto.
  • Elevar a cabeceira da cama ou dormir com travesseiro alto: a gravidade auxilia diminuindo o refluxo do estômago para o esôfago.
  • Evitar alimentos gordurosos: esse tipo de alimento, principalmente as frituras, sobrecarregam o estômago e relaxam o esfíncter (estrutura muscular no formato de anel, de controle involuntário), o que facilita o refluxo.
  • Não cometer excessos com café e bebidas alcoólicas: essas bebidas, quando ingeridas em excesso, elevam a acidez no estômago, relaxam o esfíncter esofagiano e estimulam os sintomas de queimação.
  • Evitar o tabagismo: o fumo é um grande vilão do estômago. Substâncias presentes no cigarro relaxam o esfíncter esofagiano inferior, possibilitando a volta dos alimentos.
  • Invista em chás anti-inflamatórios: chá de camomila, espinheira santa e erva cidreira, que possuem propriedades anti-inflamatórias, contribuem para a mucosa do aparelho digestivo.

FEVEREIRO MARCA O DIA MUNDIAL DE COMBATE AO CÂNCER


 Mês também é conhecido pela cor laranja, voltada à conscientização em relação à leucemia


Embora a palavra câncer ainda seja um tabu para um grande número de pessoas, os especialistas são unânimes em afirmar que a identificação precoce da doença aumenta consideravelmente as chances de cura.

Por isso, a União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), marcou 4 de fevereiro como o Dia Mundial de Combate ao Câncer, com o objetivo de conscientizar e educar a população sobre a prevenção, que pode evitar milhões de mortes todos os anos. O mês também é conhecido pela cor laranja para alertar sobre a leucemia.

A tendência global ainda é de crescimento no número de casos de câncer, o que aumenta a importância de iniciativas como essas. De acordo com a OMS, uma a cada seis pessoas morrem no mundo em razão da doença e cerca de 18 milhões desenvolvem o câncer a cada ano, a maioria em países de baixa e média renda. A expectativa é que o número chegue a 21 milhões de pessoas, em 2030.

No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima a ocorrência de 600 mil novos casos em 2019, sendo 1/3 relacionados com o estilo de vida: tabagismo, consumo de álcool, sedentarismo, obesidade e exposição excessiva ao sol. Entre os cânceres com maior incidência entre os homens estão os de próstata, de traquéia, de brônquio e de pulmão, seguido de cólon e reto. Já entre as mulheres, os mais frequentes são os de mama, de cólon e reto e de colo do útero.

“É importante destacar o impacto da educação e a prevenção junto a todos os tipos de cânceres, pois já está comprovada a redução de pelo menos 30% da incidência e mortalidade quando as ações são efetivas no sentido de prevenir ”, destaca o Dr. Ricardo Antunes coordenador da área de Cirurgia Oncológica do Grupo Leforte e presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC).

Alimentação saudável e a prática de atividades físicas, como caminhar, já são um bom começo, pois contribuem para evitar um fator de risco importante para o câncer: a obesidade.  Aliado a estas práticas, é preciso dar atenção aos exames preventivos de acordo com a faixa etária ou identificação de alguma alteração na saúde ou no corpo, como um pequeno nódulo.


Fevereiro laranja

O mês e a cor buscam atuar na conscientização de combate à leucemia, uma doença que começa na medula óssea, onde o sangue é produzido, e está entre os dez tipos que mais atingem a população brasileira (https://www.inca.gov.br/numeros-de-cancer).

Geralmente, de origem desconhecida, a leucemia possui mais de 12 tipos sendo que os quatro mais comuns são:
  • Leucemia linfoide crônica (LMC): Raramente afeta crianças. A maioria das pessoas diagnosticadas com esse tipo da doença tem mais de 55 anos. Se desenvolve de forma lenta.
  • Leucemia mieloide crônica (LMA):  Atinge principalmente adultos
  • Leucemia linfoide aguda (LLA): Mais comum em crianças pequenas, mas também ocorre em adultos. Avança rapidamente
  • Leucemia mieloide aguda (LMA): A incidência aumenta com o aumento da idade.. Ocorre em crianças e adultos e avança rapidamente.
Entre os sintomas estão: cansaço, dores nos ossos e nas articulações, febres que podem vir acompanhadas de suores noturnos, perda de peso, aparecimento de manchas roxas ou avermelhadas na pele, palpitações e sensações incômodas na região abdominal, sangramento nas gengivas e no nariz, e inchaço no pescoço.

“Estes indicativos iniciais podem ser confundidos com outras doenças, principalmente quando falamos de crianças. Por isso, a importância desta data de alerta para reforçar a investigação de alterações na saúde e também nos resultados de exames de sangue de rotina”, explica o Dr. Rodrigo Santucci, médico-chefe do setor de Transplantes de Medula Ossea do Hospital Leforte.

Ele reforça as chances de cura por meio de tratamentos avançados como os anticorpos monoclonais –proteínas usadas pelo sistema imunológico para identificar e neutralizar corpos estranhos, como células tumorais –, tratamentos quimioterápicos ou o mais conhecido que é o transplante de medula óssea. Neste caso, a doação pode vir de um parente compatível ou de uma pessoa que fez um cadastro no hemocentro, cujo dados vão para o REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea).


Dia Mundial de Combate ao Câncer


Como reeducar a sua mente para fugir dos alimentos ultraprocessados


Além de gerar a obesidade, a má alimentação também pode ser um dos motivos do aumento da incidência do câncer; a especialista em obesidade Gladia Bernardi  lista formas de equilibrar o pensamento para aderir a um cardápio mais saudável


Créditos: Envato Elements


A obesidade ainda é uma das doenças mais comuns no Brasil. De acordo com dados do Ministério da Saúde, uma em cada cinco pessoas estão acima do peso. A principal causa que tem levado as pessoas a engordarem é a má alimentação, que inclui o consumo excessivo de açúcar e, principalmente, a ingestão de alimentos ultraprocessados. Por consequência disso, segundo uma pesquisa divulgada pelo Portal da USP, esses alimentos aumentam as chances da formação de nódulos malignos.

Para a nutricionista e especialista em obesidade, Gladia Bernardi, autora do best-seller Código Secreto do Emagrecimento” (Ed. Gente), essa situação alarmante acontece porque a grande maioria das pessoas não segue uma dieta equilibrada. “Os alimentos ultraprocessados são aqueles que passaram por um processo que adiciona uma alta quantidade de sal, açúcar, gorduras ou conservantes. Por serem compostos por essas substâncias em grande quantidade, ingeri-los a longo prazo trará, com certeza, problemas para a saúde do corpo”, explica Gladia.

Ainda de acordo com a especialista, além da rotina corrida, que faz com que as pessoas não prestem atenção no que comem, esse tipo de alimento é muito prático e costuma apresentar um custo benefício mais baixo para os consumidores. “Eles podem ser encontrados em forma de refrigerantes, doces, macarrão instantâneo, chocolate, comida congelada, adoçantes, entre outros. Por isso, é sempre importante evitar esses itens e, caso for consumi-lo esporadicamente, ficar atento aos ingredientes no rótulo do alimento, optando pelos mais saudáveis”, completa.


Saiba como a mente pode interferir na má alimentação

Como citado acima, por serem responsáveis pelo aumento do número do câncer nos próximos anos, esses alimentos ultraprocessados não devem estar inseridos na alimentação do dia a dia. “Em meu livro, eu explico que a grande causa da obesidade é comermos por compulsão, e não por necessidade. Por isso, as famosas “dietas” muitas vezes não dão certo, pois devemos ensinar a nossa mente que comer nada mais é do que uma necessidade fisiológica. Devemos comer para saciar a fome, e não usar os alimentos para ‘tapar’ vazios emocionais”, completa.

“Quando passamos a comer por compulsão, significa que podemos apresentar algum trauma - que chamo de gatilho - localizado no inconsciente, e que nos faz consumir alguns alimentos de maneira descontrolada, mesmo sabendo que eles nos fazem mal, aumentando o risco de doenças como o câncer”, salienta Gladia.


Como alcançar equilíbrio

Para a especialista, o recomendado é transformar a mente, dessa forma deixando a compulsão por alimentos industrializados de lado e incluindo alimentos mais naturais, sem muito açúcar, conservantes, sódio e outros itens. “Não é necessário tirar esses alimentos de vez da alimentação, ninguém precisa viver sem nunca consumir um único chocolate, por exemplo. O importante é saber dosar, e não comer nada em excesso, principalmente os itens ultraprocessados. Podemos substituir um atum em conserva, por exemplo, por um atum fresco”, exemplifica ela.

Para finalizar, Gladia alerta que para pessoas obesas, que não conseguem mudar o padrão de que a comida não deve ser ingerida em excesso, é preciso treinar a mente constantemente e livrá-la dos possíveis traumas, adotando uma rotina mais equilibrada e aumentando a saúde e bem estar a longo prazo. “No meu livro, ensino um passo a passo para combater os gatilhos mentais e, consequentemente, emagrecer, servindo também como prevenção de doenças como o câncer”, finaliza.



Dia Mundial de Combate ao Câncer: diferença nos tratamentos públicos e privados tira o sono dos oncologistas


Segundo médico, pacientes sofrem e muitas vezes morrem desnecessariamente devido à falta de conscientização, recursos e principalmente, acesso aos serviços oncológicos


Na próxima segunda-feira (4 de fevereiro), comemora-se o Dia Mundial de Combate ao Câncer. A data, criada pela União Internacional de Controle do Câncer (UICC), visa mobilizar pessoas e organizações mundiais para reforçar a importância de adoção de hábitos saudáveis, atitudes de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento fundamentais para o controle da doença.

“Infelizmente, a realidade da saúde pública brasileira não permite o mesmo tratamento disponível no sistema privado e ainda há entraves que prolongam o diagnóstico. E, o câncer não dorme em berço esplêndido. Essa falta de acesso, de recursos, de serviços muitas vezes leva a morte do paciente”, afirma o oncologista de Campinas-SP, Adolfo Scherr, do Grupo SOnHe – Sasse Oncologia e Hematologia.

No Brasil, sancionada em novembro de 2012 e em vigor desde maio de 2013, a Lei 12.732 garante aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) o início do primeiro tratamento oncológico em até 60 dias após o diagnóstico. “Porém, na prática, esta lei não funciona. Um exemplo é um paciente diagnosticado com câncer de próstata no estágio inicial. Se o tratamento definitivo indicado for a radioterapia, este deve esperar em média um ano na fila para conseguir o procedimento na rede pública. Isto sem contar no tempo gasto para o diagnóstico, prazo este não contemplado pela lei, uma vez que uma biópsia de próstata guiada por ultrassom é realizada em poucos serviços públicos, o que faz com que boa parte dos pacientes que não possuem plano de saúde tenham que pagar pelo exame ou quem não tem recursos, fica a mercê de uma longa espera. E o câncer espera?”, indaga o oncologista.

Segundo  Dr. Adolfo, quando o diagnóstico é câncer a primeira palavra que vem à mente do médico é tempo.  “Para a maioria dos tumores malignos, quanto mais precoces forem o diagnóstico e a terapêutica adequada, maiores as chances de cura, ou seja, quanto menos tempo se ‘perder’ entre o início de um sintoma ou o aparecimento de um nódulo suspeito na mama, por exemplo, e o diagnostico seguido do tratamento, maiores as chances de sucesso. O paciente da rede privada tem acesso muito mais rápido, diferente de quem depende do SUS”.


Tecnologia, alta complexidade e aumento de custo

Segundo o médico, em medicina, especialmente na oncologia, todo acréscimo de tecnologia e vanguardismo vem obrigatoriamente acompanhado de um aumento nos custos. Por um lado, exames como tomografia computadorizada, ressonância magnética, cintilografia óssea entre outros são fundamentais para o diagnóstico. E por outro, medicamentos que curam, ou que aumentam a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes Todos considerados de alto custo.
“Resolver este problema de subfinanciamento dos serviços públicos versus alto custo dos tratamentos oncológicos não é simples e demanda um esforço global que envolve governo, indústria farmacêutica, médicos e sociedade em geral”, comenta Dr. Adolfo.

O médico aponta que o orçamento previsto em 2019 para a saúde no Brasil é de R$ 128 bilhões. Deste montante, apenas 2% será destinado para a oncologia. “Esta é a média anual de gasto do orçamento total do Ministério da Saúde para o tratamento oncológico”, diz.

De acordo com o oncologista, com os valores repassados pelo governo federal para as instituições públicas (em sua maioria), ou privadas que prestam serviço ao SUS no âmbito do tratamento de câncer, se consegue tratar de forma honesta a maioria dos pacientes. Muitos são curados, segundo ele. “Porém, o que fazer quando – não muito raro – o paciente necessita de um tratamento de alto custo e este é, por vezes, é a sua única opção? Quem paga a conta? Muitas vezes é o paciente, com sua vida”, alerta o médico.

Dr. Adolfo afirma que os oncologistas devem lutar para que os serviços atendidos pelo SUS tenham protocolos de tratamento oncológico baseados em evidências científicas e em estudos de custo-efetividade, uma vez que nem sempre a droga mais cara e mais recente lançada no mercado é a mais eficaz e mais custo-efetiva.

“Além disso, é de extrema importância o engajamento dos oncologistas, em especial os que trabalham em serviços públicos, com as sociedades médicas como, por exemplo, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) que mantém uma via permanente de diálogo e negociação junto ao Ministério da Saúde na busca de incorporação de novas tecnologias e tratamentos contra o câncer no âmbito do SUS”, finaliza.


Dados do câncer

Segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil terá cerca de 582 mil novos casos de câncer em 2019. Um estudo conduzido pelo grupo Observatório de Oncologia em parceria com o Conselho Federal de Medicina mostrou que o câncer já é a principal causa de morte em 10% dos municípios brasileiros, superando os óbitos por doenças cardiovasculares, atualmente líderes em mortalidade. E a estimativa é que, em 2030, as neoplasias sejam a primeira causa de morte no país.






Adolfo Scherr - graduado em medicina pela Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAM). Fez residência em Clínica Médica pelo Conjunto Hospitalar do Mandaqui-SP. Possui residência em Oncologia Clínica pela Unicamp e Mestrado em Clínica Médica pela FCM-Unicamp. É membro titular da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) com título de Especialista em Cancerologia Clínica pela Associação Medica Brasileira – AMB/SBOC. Adolfo faz parte do corpo clínico de oncologistas do Grupo SOnHe – Sasse Oncologia e Hematologia e atua no Hospital Vera Cruz, no Instituto Radium de Campinas e no Hospital Santa Tereza.

Já ouviu falar que devemos reduzir nossa ingestão de sódio?


O sódio é um elemento mineral que está muito presente no corpo, especialmente no plasma. Ele se apresenta em nossa dieta na forma de cloreto de sódio (sal de cozinha). O consumo excessivo é um fator de risco para pressão alta.

O sódio (símbolo Na da tabela periódica) é um dos sais minerais. Em nosso corpo está principalmente no sangue e no líquido intersticial (líquido localizado ao redor das células). Sua concentração no sangue é controlada por vários hormônios, incluindo a aldosterona e o hormônio antidiurético.

Nos alimentos, geralmente se apresenta na forma de cloreto de sódio. Aliás, o sódio possui 40% de sódio, isto é: 1 g de sal = 400 mg de sódio.

As principais funções em nosso organismo são equilibrar a quantidade de água no organismo, juntamente com o potássio. Enquanto o sódio retém líquidos, o potássio provoca a excreção, de modo que as células fiquem com a quantidade adequada de água. Ele é ssencial para a transmissão de impulsos nervosos e contração muscular.

Sua concentração no sangue e no fluido intersticial condiciona a quantidade de água presente nas células e o volume sanguíneo. Em pessoas sensíveis à ingestão de sal, o excesso de sódio pode aumentar o volume sanguíneo e, assim, promover a hipertensão arterial.

No Brasil, o consumo médio diário de sal de cozinha é de 12 gramas por pessoa. Essa quantidade está muito acima da quantidade diária recomendada, que é de 1 a 1,5 grama de sódio, ou seja, 2,5 a 3,75 gramas de cloreto de sódio por pessoa.

As agências de segurança sanitária tendem a recomendar a ingestão máxima de sódio que não deve ser excedida, a fim de prevenir a hipertensão arterial e doenças cardiovasculares.

Nos últimos quinze anos, vários estudos confirmaram o impacto do excesso de sal no risco de problemas cardiovasculares e sugeriram outros efeitos deletérios, como o aumento do risco de câncer de estômago ou osteoporose (desmineralização óssea). Por exemplo, a síntese de cerca de trinta estudos de intervenção mostra que, em média, uma redução de 1,7 a 1,8 g de sal por dia permite que pessoas normotensas (pressão arterial normal) diminuam em 0,2 na pressão sistólica (o primeiro dígito da pressão) e 0,1 na pressão diastólica (o segundo dígito); nos hipertensos, a queda é de 0,5 e 0,32, respectivamente.

Pesquisadores avaliaram o impacto do sal nas doenças cardiovasculares, revisaram dados de 19 estudos com mais de 177 mil pessoas e encontraram uma possível redução de 23% nos derrames e 17% nos infartos do miocárdio com a redução do consumo de sal a 5 g em vez de 10 g por dia.
A alimentação de crianças menores de três anos deve ser de muito baixo teor salino, com o objetivo de não sobrecarregar seus rins imaturos nos primeiros meses de vida e evitar a formação do paladar a sabores muito salgados.

Os atletas têm uma maior necessidade de sódio, já que as perdas no suor podem chegar a 6 a 7 g de sal em 1 a 3 horas de treinamento, especialmente em caso de exercício intenso e alta temperatura. Além das ingestões dietéticas, recomenda-se, durante o treino de mais de 1 hora, consumir uma bebida que forneça 1,2 g de sal (480 mg de sódio) por litro.


Benefícios

O sódio, juntamente com o potássio, é um nutriente essencial para as contrações musculares, ajudando a manter o ritmo cardíaco normal. A ausência de sódio pode levar a uma arritmia cardíaca.

Participa do fornecimento de energia para o organismo. Agindo no metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras, o sódio transforma essas substâncias em energia para o corpo. Assim, na ausência de sódio pode ocorrer o cansaço físico.

O sódio participa do processo de contrações musculares. Assim, a ausência deste mineral leva a uma fragilidade dos músculos. Também colabora na retenção de líquidos no organismo e do equilíbrio da quantidade de água no corpo.


Fontes alimentares

O sódio é um nutriente encontrado no sal de cozinha e em muitos outros alimentos. Embora uma certa quantidade venha naturalmente nos alimentos, este ingrediente é mais frequentemente adicionado aos pratos com a finalidade de aromatizá-los e preservá-los, ou para alterar sua textura ou estrutura.

Itens ricos em sódio são os frios, molhos, alimentos semi-conservados, queijos. Por outro lado, os alimentos que contêm pouco são frutas, legumes, leite, iogurte, carne, peixe e ovos.


Riscos

Deficiência pode ocorrer em casos de diarreia crônica grave ou uma dieta muito restritiva (livre de sal). A deficiência pode aparecer em atletas, que não compensariam perdas significativas no suor. A falta de sódio induz uma alteração do funcionamento do sistema nervoso, fraqueza muscular, hipotensão (baixa pressão sanguínea), desidratação, dor de cabeça, vômitos, diarreia e até mesmo a arritmia cardíaca. Especialmente nos idosos, suprime o apetite e pode levar à desnutrição.


Excesso

O excesso de sal está envolvido na ocorrência de pressão alta e doença cardiovascular. No entanto, nem todos os indivíduos têm a mesma sensibilidade ao sal. Aqueles para quem o consumo elevado é particularmente deletério são: pessoas já hipertensas (embora uma redução na ingestão de sal não melhore sistematicamente sua pressão arterial), diabéticos ou com sobrepeso e idosos.

Exagerar no sal aumenta a excreção urinária de cálcio e pode, assim, promover a formação de pedras nos rins à base de cálcio. O sódio em excesso no organismo rouba o cálcio dos ossos, aumentando o risco de desenvolver problemas como osteoporose ou osteopenia.


Moderação

Para aqueles que desejam reduzir a quantidade de sódio em sua dieta diária, seguem algumas dicas:
  • Procure utilizar outros tipos de temperos no lugar do sal. Por exemplo, limão, azeite, entre outros.
  • Evitar alimentos com alto teor de sódio, como bacon, queijos, azeitonas e salame.
  • O sal do Himalaia (sal rosa) também é uma boa alternativa. Este sal contém menor concentração de sódio (aproximadamente 23 mg em 100 mg do produto), além de uma grande quantidade de outros minerais.
  • Verifique os rótulos dos alimentos para selecionar aqueles com menor quantidade de sódio.

O sódio é considerado um nutriente benéfico para as plantas, ou seja, é elemento mineral que estimula o crescimento dos vegetais, mas não é um essencial. As funções do sódio nas plantas ainda não são bem conhecidas. Em alguns vegetais o Na pode substituir parcialmente o K, principalmente em reações enzimáticas onde o K não é exigido de forma absoluta e, também, nos efeitos puramente osmóticos (abertura e fechamento dos estômatos e osmorregulação nos vacúolos). O Na está associado ao estimulo no crescimento vegetal, principalmente na expansão celular e no equilíbrio hídrico nas plantas..
Os sintomas de toxidez estão associados à redução no crescimento e na produção, além do amarelecimento e murchamento das folhas.

Além do próprio sal (cloreto de sódio) alguns alimentos in natura que são ricos em sódio são as algas, peixes marinhos, mariscos, queijos, arroz e café, por exemplo.




Vilã do verão para os ouvidos


As férias e o verão são marcados por exageros do contato dos ouvidos com a água. Dra. Tanit Ganz Sanchez, Otorrinolaringologista e fundadora do Instituto Ganz Sanchez, explica como evitar dor de ouvido, zumbido e outros danos por pequenos descuidos.

O bom funcionamento dos ouvidos é essencial para a qualidade de vida. Porém, muitas vezes, negligenciamos ou subestimamos a entrada de  uma simples gota de água ou uso das hastes flexíveis podem causar.

Assim, a saúde auditiva é comprometida quando sentimos dor, inflamação, sensação de ouvido tampado, zumbido, tontura ou perda auditiva.

E, para a surpresa de muitos, as férias de verão são vilãs frequentes das vias auditivas, como detalha Tanit Ganz Sanchez, Otorrinolaringologista e fundadora do Instituto Ganz Sanchez. “Nessa época do ano, as pessoas nadam mais no mar e nas piscinas. Quem nunca ouviu um amigo contando que depois das férias ou de um final de semana na praia ou na piscina, ficou surdo, tonto ou com zumbido no ouvido?”.

Tanit Ganz Sanchez, que é a pioneira sobre as pesquisas de zumbido no Brasil, explica que, assim como qualquer outro órgão do corpo, os ouvidos precisam de atenção e lista quais são as principais causas de problemas no ouvido neste período do verão.

Piscina e Mar: O acúmulo de água no canal do ouvido pode causar a Otite Externa, pois o local fica úmido e facilita o crescimento de bactérias ou fungos. Isso provoca dor de ouvido - que pode ficar bem forte após 3 ou 4 dias sem tratamento -, sensação de entupimento e de perda de audição temporária (enquanto durar a infecção), além de zumbido. Para evitar isso, pessoas com ouvidos sensíveis à entrada de água devem secá-los adequadamente após cada entrada na água, seja com a toalha ou pingando algumas gotas de álcool se sentir que o ouvido entupiu.





Profa Dra. Tanit Ganz Sanchez - Otorrinolaringologista com doutorado e livre-docência pela USP, Diretora-Presidente do Instituto Ganz Sanchez, criadora da Campanha Nacional de Alerta ao Zumbido (Novembro Laranja) e do Grupo de Apoio Nacional a pessoas com Zumbido. Assumiu a missão de desvendar os mistérios do zumbido e é pioneira nas pesquisas no Brasil, sendo reconhecida por sua didática, objetividade e compartilhamento aberto de ideias. É especialista em Zumbido, Hiperacusia, Misofonia e Distúrbios do Sono.

Cinco mitos sobre o câncer desvendados por especialistas


Celular e micro-ondas causam câncer? Oncologistas comentam dúvidas e explicam origem de boatos sobre causas da doença


Dados recentes indicam que, ao longo da vida, um a cada cinco homens e uma a cada seis mulheres desenvolverão câncer, de acordo com o GLOBOCAN 2018 – estudo liderado pela International Agency for Research on Cancer, que estima a taxa de incidência da doença em diferentes regiões do mundo. Só no Brasil, considerando levantamento do Instituto Nacional do Câncer (INCA), 600 mil brasileiros deverão receber o diagnóstico da doença este ano. Diante dessa realidade, os especialistas são taxativos: a informação ainda é a ferramenta essencial para o combate e diagnóstico precoce de tumores malignos entre a população em geral.

É frequente, todavia, que graças às facilidades promovidas pela comunicação por meio da tecnologia e do uso de ferramentas de busca na internet que boatos sobre as principais causas de câncer se espalhem rapidamente e passem a ser tidas como verdades absolutas, mesmo que não contem com qualquer tipo de fundamento científico.

Do celular ao açúcar, muitos são os "vilões" apontados como grandes responsáveis pelos índices de casos da doença na atualidade. Para ajudar a esclarecer alguns desses mitos, cinco especialistas respondem às principais dúvidas que surgem nos consultórios:


Açúcar alimenta o câncer

O açúcar é fundamental para as células humanas realizarem seus processos metabólicos e o mesmo acontece com as células cancerígenas, mas isso não quer dizer que o açúcar cause ou até mesmo alimente o câncer.

"O problema do açúcar é que, se consumido em excesso, pode aumentar a chance de o indivíduo se tornar obeso e a obesidade é um grande fator de risco para o desenvolvimento do câncer. Estima-se que esse fator aumente em 20% o risco da doença", afirma a oncologista clínica Cintia Elaine Nascimento Givigi, do Centro Capixaba de Oncologia (CECON).

A dieta saudável é aquela que todos nós conhecemos, rica em alimentos integrais, verduras, frutas, proteínas de carne branca, em que também se limita o consumo de carne vermelha, álcool e carnes defumadas e processadas.


Vacinas podem causar câncer

Existem diversos boatos que algumas vacinas são capazes de causar o câncer, mas além de não provocar, algumas são capazes até de prevenir a doença. Um exemplo é a vacina contra o HPV, vírus responsável por 90% dos casos de câncer de colo de útero. A vacina contra hepatite B, que pode ser tomada no início da vida, também é capaz de prevenir casos de câncer de fígado.

"As vacinas estimulam o sistema imunológico, fazendo com que o corpo humano fique imunizado contra diversas doenças infecciosas. Não há qualquer relação com o desenvolvimento de câncer", explica Silvia Fontan, oncologista da Oncoclínica Recife.


Poluição causa câncer de pulmão

Já existe uma série de estudos que evidenciam uma associação entre conviver com a poluição e o risco aumentado de câncer. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já estimou também que a poluição urbana do ar foi associada com a ocorrência de 227 mil mortes de câncer no mundo em 2012.

É claro que a qualidade do ar é uma questão de saúde pública e que deve ser melhorada, mas a oncologista Mariana Laloni, do Centro Paulista de Oncologia (CPO) afirma que apesar de já ver no consultório pessoas não fumantes com câncer de pulmão, o cigarro continua sendo o maior fator de risco. "Em termos de atitudes que as pessoas podem fazer, a melhor indicação é largar o tabaco e manter um peso saudável", complementa.


Protetor solar é tóxico

Despois que algumas pesquisas alegaram que substâncias presentes no protetor solar, como o oxibenzona, podem causar reações alérgicas e até mutações no DNA, difundiu-se a ideia de que não usar protetor poderia ser mais seguro para a pele.

Adriana Scheliga, oncologista da Oncoclínica Centro de Tratamento Oncológico, no Rio de Janeiro, comenta que os resultados desses estudos ainda são controversos e que há outros levantamentos que comprovam o contrário, que o uso diário de protetor solar reduz o risco de câncer de pele. "Já sabemos que mais de 70% da população brasileira não aplica o filtro solar diariamente. Parar de recomendar o seu uso sem pesquisas fundamentadas seria imprudente", conta.

A sugestão do especialista é buscar por opções que utilizam fórmulas que tenham certificação de qualidade e evitar a exposição excessiva e constante aos raios solares.


Radiação do Celular, microondas e Wi-fi aumenta o risco de tumores

Não é de hoje que o boato de que a radiação presente em alguns aparelhos tecnológicos pode causar câncer. Até o momento nenhum estudo conseguiu encontrar uma associação entre essa exposição e o aumento do risco de câncer, isso porque esses aparelhos utilizam a radiação não-ionizante, ou seja, possuem uma energia muito fraca.

"As evidências atuais não demonstram que Utilizar o celular ou qualquer outro desses aparelhos provoque danos ou alterações clinicamente significativas no DNA das células. Assim, é precoce para tentar relacionar essas radiações com o desenvolvimento do câncer", afirma Elge Werneck, oncologista do Instituto de Hematologia e Oncologia de Curitiba (IHOC).

O especialista, contudo, explica que deve existir uma preocupação com a exposição excessiva à radiação UV e raios-x, presente em lâmpadas de vapor de mercúrio, lâmpadas de bronzeamento, luzes negras e no sol.





Grupo Oncoclínicas

Medicina Nuclear é importante ferramenta na detecção de metástase



No Dia Mundial do Câncer, Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear chama atenção para necessidade de ampliação de incentivos à incorporação de tratamentos mais eficazes e precisos na rede pública de saúde


De acordo com projeção da Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC), até 2030, câncer será a principal causa de morte em todo o mundo – anualmente, 9,6 milhões de pessoas em todo o globo perdem vida em decorrência da doença. Para prevenir o avanço desses números, o diagnóstico precoce é importante para evitar que as células cancerígenas espalhem-se para outras regiões do corpo, as chamadas metástases, estágio mais avançado. Contudo, no Brasil, 40% dos casos são identificados já em fases mais graves. Neste caso, a medicina nuclear é ferramenta importante para precisão e agilidade diagnóstica e terapêutica.

A especialidade, que utiliza materiais radioativos em baixas doses para proporcionar diagnósticos cada vez mais assertivos, tem entre suas ferramentas na investigação de metastases a tomografia por emissão de pósitrons (PET/CT). Por meio deste exame, se avalia a presença de lesões metastáticas e se detectadas permite a realização de biópsias, possibilitando que o tratamento contra a doença tenha maior eficácia e acurácia. “O procedimento permite visualizar a fisiologia humana por meio da concentração dos radiofármacos utilizados nos exames. As células cancerígenas precisam se reproduzir rapidamente, o que aumenta seu consumo de energia; o exame de PET/CT aproveita desta característica para reconhecer se o câncer foi disseminado para outras estruturas do organismo”, explica Juliano Cerci, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN).

O PET/CT é um dos exames mais avançados no que tange o diagnóstico de câncer. “Ele pode alterar a forma de tratamento em cerca de 30% dos pacientes com câncer colorretal, principalmente ao detectar massas extra-hepáticas, por exemplo, que não são captadas nos exames tradicionais como tomografia e ressonância”, cita Cerci.

A medicina nuclear é amplamente utilizada para identificar a metástase óssea, inclusive encontrando-a antes mesmo de manifestar quaisquer sintomas. Entre os tumores mais comuns que se espalham para os ossos, destacam-se o de mama, de pulmão, de próstata, de tireoide e de rim.


Importante passo

Recentemente, o Governo Federal deu um passo importante para o avanço brasileiro da medicina nuclear:  o início da construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), empreendimento que será capaz de produzir radiofármacos utilizados no diagnóstico e tratamento oncológico, por exemplo. Com isso, visa-se suprir a demanda nacional e ampliar o acesso aos procedimentos da medicina nuclear no Sistema Único de Saúde (SUS).

“Por ano, cerca de dois milhões de exames da medicina nuclear são realizados no Brasil, porém apenas 30% deles são realizados para o SUS, sendo que o SUS é responsável pela saúde de 75% da população brasileira. Ou seja, existe um abismo muito grande entre a medicina privada e a do SUS”, afirma Cerci, da SBMN.

O especialista atesta que o sistema de saúde brasileiro ainda se mostra muito defasado em relação ao restante do mundo e tem um longo caminho a ser percorrido rumo a disseminação dos tratamentos a base de tecnologias modernas e eficazes.

“É importante ter em mente que algumas conquistas já são um grande marco para a comunidade nuclear, porém seguimos com um cenário em que diversos países de baixa e média renda não contam com apoio governamental para melhorar a saúde pública”, completa Cerci.

Entenda a obesidade infantil e suas consequências


Todos sabemos que a obesidade infantil é um dos grandes problemas da saúde da criança neste século


Geralmente as patologias associadas à obesidade estão as cardiopatias, a hipertensão e a diabetes tipo II, o interessante desta pesquisa é mostrar um problema ortopédico que está aumentando a incidência nos EUA.
Nova pesquisa publicada na revista Pediatrics de novembro de 2018 sugere que o aumento das taxas de obesidade infantil está levando mais adolescentes a desenvolver uma doença debilitante do quadril que pode requerer uma cirurgia urgente.
A Epifisiólise Femoral Escapulada (EFE), que afeta um em 2.000 adolescentes, faz com que o quadril se deforme e às vezes se colapse completamente, causando dor e incapacidade vitalícia.
Para este estudo, os pesquisadores “Obesidade Infantil e Epifisiólise Femoral Deslocada” analisaram o índice de massa corporal (IMC) para aproximadamente 600.000 crianças na Escócia, onde as medições do IMC são coletadas através da triagem de rotina da saúde escolar.
Usando esse grupo de crianças (estudo acompanhado por um período de tempo), os pesquisadores mostraram que as crianças que eram obesas aos cinco anos de idade tinham uma probabilidade de 75% de permanecerem obesas quando tinham 12 anos de idade.
Mais crucialmente, as crianças com obesidade infantil grave aos cinco anos de idade, tiveram quase 20 vezes o risco subsequente de desenvolver EFE do que uma criança com baixo peso. Quanto maior o IMC da criança, maior o risco de EFE. Com isso, para identificar o IMC de uma criança, basta procurar um pronto socorro infantil.
Os autores do estudo disseram que os cirurgiões acreditam que a obesidade pode ser responsável pelo Epifisiólise Femoral Escapulada embora não haja provas substanciais até agora.
É importante que os médicos que tratam crianças estejam cientes do EFE, disseram, especialmente entre as crianças com obesidade infantil.
Embora as crianças com EFE identificadas precocemente necessitem apenas de cirurgia relativamente simples, disseram os autores, o FCEE é uma das razões mais comuns para a artroplastia de quadril em adultos jovens e, às vezes, até mesmo em crianças.

Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência




Taxa de fecundidade no Brasil é de 68,4 nascimentos cada 1 mil adolescentes, ficando acima da caribenha e a latino-americana


A Lei nº 13.798 foi sancionada em 3 de janeiro de 2019, instituindo novo artigo no Estatuto da Criança e do Adolescente (artigo 8º-A) com a criação da Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, a ser celebrada anualmente na semana que incluir o dia 1º de fevereiro.

Neste período, atividades de caráter preventivo e educativo deverão ser desenvolvidas em conjunto com o poder público e organizações da sociedade civil para disseminar informações que contribuam para a redução da gravidez precoce no Brasil.

De acordo com estimativas da ONU, nascem cerca de 14 milhões de crianças de mães adolescentes por ano em todo o mundo. A taxa de fecundidade adolescente na América Latina e no Caribe é de 73,2 por 1 mil nascimentos, quase o dobro dos níveis de outras regiões do mundo (48, 9 por mil), só sendo superada pela África, onde atinge 103 por mil.

Aliás, uma em cada cinco mulheres será mãe antes de terminar a adolescência nos países do Cone Sul, diz o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). 

Pediatras orientam famílias sobre como enfrentar a violência nas escolas


A violência deve ser inadmissível num ambiente concebido para proteger e educar. O alerta é do Departamento Científico de Saúde Escolar da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), que divulgou o documento “O enfrentamento da violência que afeta o ambiente escolar”. Com o fim do período de férias e o retorno de crianças e adolescentes às atividades escolares, o tema volta a preocupar famílias e também pediatras, que a partir de agora contam com uma série de orientações da Pediatria sobre como adotar ações concretas de prevenção à violência.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 42% dos alunos da rede pública de ensino relataram ser vítima de violência física ou verbal. O número alarmante, divulgado no fim de 2018, é resultado de uma pesquisa realizada com mais de 6.700 estudantes de 12 a 29 anos, em sete capitais do País: Maceió (RN), Fortaleza (CE), Vitória (ES), Salvador (BA), São Luís (MA), Belém (PA) e Belo Horizonte (MG). O estudo é uma parceria do Governo Federal com a Organização dos Estados Interamericanos (OEI) e a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso).

Os dados mais recentes da pesquisa, obtidos em 2016 e 2017 a partir do monitoramento de 50 escolas em Fortaleza (CE) e Porto Alegre (RS), reafirmam o triste panorama vivenciado pelos estudantes dos brasileiros. Mais da metade dos alunos do 1º e 2º ano afirma sofrer com xingamentos, brigas e bullying em redes sociais.

O cenário também se repete em Minas Gerais. Somente no primeiro semestre de 2018, a Secretaria de Segurança Pública do estado registrou cerca de 10,6 mil casos de violência em escolas da rede pública e particular. As situações envolvem estudantes, trabalhadores e outras pessoas com acesso às instituições de ensino. Entre as modalidades de violência mais comuns, estão furtos, ameaças, lesão corporal, dano ao patrimônio, desacato e atrito verbal.

Os professores representam um dos segmentos mais atingidos. Situações de conflito entre docentes e alunos foram alvo de um levantamento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) em 2015. Os questionários demonstraram que metade dos professores já haviam presenciado algum tipo de agressão verbal ou física por parte de alunos contra profissionais da escola.

Como forma de prevenção e enfrentamento, a família deve investir na formação de vínculo afetivo intenso com a criança ou adolescente, ampliando a comunicação e estabelecendo limites, recomendam os especialistas. Além disso, uma intensa observação comportamental do indivíduo e dos demais membros da escola também é fundamental.

A inclusão permanente do tema bullying e da violência na grade curricular representa outro método preventivo de estimulo à cultura de paz entre os alunos, professores e funcionários. Na confirmação de práticas nocivas, aponta o texto, deve ficar claro que tal comportamento é inaceitável. “As famílias de autores e vítimas de atos violentos devem estar integradas à escola – comparecendo às reuniões e eventos regularmente – e procurar orientações de suporte com o pediatra”.

O guia orienta ainda que as famílias devem ser convocadas para, junto com a escola, ampliar suas ações, chamando os alunos envolvidos, reforçando a autoestima e discutindo abertamente preconceitos relacionados a raça, cor, gênero, pobreza, religião, orientação sexual ou deficiência.

O presidente do DC de Saúde Escolar da SBP, dr. Joel Bressa da Cunha, enfatiza a importância de discutir o problema, considerado um dos principais obstáculos para o avanço da educação e saúde pública em todo o mundo. “O ambiente escolar muitas vezes é hostil para a população pediátrica. Uma pesquisa recente do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) avaliou os prejuízos gerados pelo bullying e brigas corporais ocorridos na escola. A conclusão demonstra que essas agressões têm impacto significativo na aprendizagem e bem-estar dos jovens, seja em países ricos ou pobres”, afirmou.


SINAIS DE ALERTA – De acordo com o texto, o bullying representa uma das modalidades de agressão mais comuns entre os estudantes. Entre os sinais de alerta que podem ser observados na vítima estão: mudanças de humor, recusa em ir à escola, pedido de mesada extra, isolamento social, atendimentos frequentes no serviço médico escolar, além do surgimento de dores vagas, arranhões e hematomas.

Há ainda manifestações mais severas, como ofensas verbais, ofensa sexual e agressões físicas graves, que podem acontecer dentro da escola ou no seu entorno. Outras modalidades de atos violentos – como vandalismo, furtos e até mesmo homicídios – também podem ser praticados pelos estudantes, sem relação com o problema do bullying. As motivações são variadas, mas geralmente estão relacionadas ao envolvimento com álcool ou outras drogas.


RENDIMENTO ESCOLAR – O documento ressalta ainda a existência de outras formas de violência presentes na sociedade que, embora não atinjam diretamente os estudantes, são causas de piora no rendimento escolar, como tiroteios e outros atos criminosos que influenciam no funcionamento da escola.

“Os barulhos de tiros ou de atividades noturnas que ferem a lei do silêncio acabam por perturbar o sono, o tempo e a qualidade do estudo em casa. Tiroteios impedem a saída de alunos e professores de suas casas, provocando perda de dias de aula, além de medo e apreensão. A violência que atinge familiares, resultando em mortes, também tem impacto enorme na vida pessoal e acadêmica dos alunos”, ressalta o texto.

Todo o conteúdo do documento científico foi produzido pelo DC de Saúde Escolar da SBP, composto pelos drs. Joel Conceição Bressa da Cunha (presidente); Mércia Lamenha Medeiros (secretária); Abelardo Bastos Pinto Jr; Cláudia Machado Siqueira; Elaine Mara Cesário Pereira Maluf; Maria de Lourdes Fonseca Vieira; e Paulo Cesar de Almeida Mattos.

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