No início de março, dia 4, comemorou-se o Dia Mundial da Obesidade. O objetivo desta data é identificar a percepção das pessoas sobre esta patologia que está associada intimamente às doenças do coração.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, atualmente mais da metade
dos adultos apresenta excesso de peso, com prevalência maior no sexo feminino.
Segundo o Atlas Mundial da Obesidade 2022, elaborado pela Federação Mundial da
Obesidade, estima-se que 30% dos brasileiros serão obesos até 2030. Este é um
dado que merece a nossa atenção.
A obesidade ainda é uma patologia pouco diagnosticada e sem um
tratamento completo – além de ser uma doença crônica. As principais causas
incluem fatores genéticos, ambientais, psicológicos, culturais e sociais,
alterações do metabolismo, sedentarismo e hábitos alimentares.
Para o diagnóstico em adultos, o parâmetro mais utilizado é o
índice de massa corpórea (IMC). Para chegar a esse número, divide-se o peso do
paciente pela altura elevada ao quadrado (peso / altura2). Se o resultado
dessa fórmula ficar entre 18,5 e 24,9 kg/m2, o peso é considerado normal. Entre
25,0 e 29,9 kg/m2, é situação de sobrepeso. Acima deste valor, a pessoa é
considerada portadora de obesidade, isso tudo segundo métrica padrão utilizada
pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Considerando a atual expectativa de vida do brasileiro, 80 anos
para mulheres e 73 para homens, o IMC é um indicativo importante. Se, aos 70
anos, o IMC for normal, há 80% de chances de a pessoa atingir essa expectativa
média, se não passar dela. Já se o IMC ficar entre 35-40, esse índice cai para
60%, o que nos dá mais um alerta de cuidado com a obesidade.
É importante frisar que a obesidade é fator de risco para doenças
cardiovasculares, que são as que atualmente possuem maior mortalidade no Brasil
e no mundo, como a aterosclerose, hipertensão arterial, doenças coronárias e
insuficiência cardíaca, além do acidente vascular encefálico.
Com o objetivo de motivar as pessoas a tratar a obesidade, existe
um grupo de profissionais de saúde que formam uma equipe multidisciplinar com
olhar cuidadoso: cardiologistas, endocrinologistas, nutricionistas, psicólogos
e educadores físicos. Todos esses especialistas podem ajudar a pessoa que sofre
de obesidade a mudar o estilo de vida, o que poderá contribuir para a perda de
peso. Atualmente, novos medicamentos também auxiliam neste tratamento. Em
outros casos, a cirurgia bariátrica é a melhor alternativa. Porém, isso depende
de uma avaliação médica acurada e multidisciplinar para que o procedimento
funcione e atenda ao propósito.
A obesidade é um problema sério e nós, profissionais da saúde,
juntamente com a sociedade, precisamos combater essa doença se quisermos mudar
as estimativas. Cuide-se e não tenha receio em procurar um médico que possa
ajudar você nessa jornada, porque ela não é fácil, mas os resultados serão os
melhores. Sua saúde agradece!
Rafaela
Penalva - cardiologista, PhD em Ciências e professora do curso de Medicina da
Universidade Santo Amaro – Unisa
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