A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica alerta a população no Dezembro Laranja sobre a necessidade de realizar a cirurgia plástica na pele após retirada do tumor. A maioria dos pacientes não tem essa informação apesar de aproximadamente 40% deles terem indicação para o procedimento
O câncer de pele é um tema sensível para os brasileiros. O
Brasil é um dos países do mundo com maior irradiação solar anual e a população
ainda não aderiu completamente ao hábito de usar o protetor solar. Esses dois
fatores impulsionam uma estatística cruel: o câncer de pele é o tumor maligno
mais frequente entre os brasileiros, totalizando 30% de todos os cânceres
registrados no país, com cerca de 200 mil novos casos por ano. “A maioria dos cânceres de pele
localizam-se na cabeça e no pescoço onde o tratamento cirúrgico oncológico
resulta em feridas operatórias que necessitam de boa reconstrução”, explica
Renato Santos, cirurgião plástico oncológico, membro da Sociedade Brasileira de
Cirurgia Plástica. A cirurgia para a extração do tumor é indispensável, porém,
muitas vezes, ela gera lesões importantes na pele que precisam ser tratadas
adequadamente. “A cirurgia plástica é necessária para reestabelecer a estética
e a funcionalidade da lesão da
pele, devolvendo a integridade à
região”, explica Lydia Masako Ferreira, médica cirurgiã plástica e presidente
da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. De acordo com a última pesquisa
internacional, Plastic Surgery Statistics Report, mais de 5 milhões de
pessoas fizeram a cirurgia plástica após a retirada do tumor em 2020. Esse
número vem crescendo a cada ano.
Para
recuperar a região
O
objetivo é remover o tumor mas também garantir a melhor aparência possível
sobre a cicatriz. Assim, a orientação é que o paciente, antes da operação,
questione o médico sobre a necessidade de cirurgia plástica após a remoção do
câncer e procure auxílio nesse sentido. “O cirurgião plástico possui
especialização para atuar principalmente nas lesões maiores ou localizadas
próximos a estruturas nobres do ponto de vista estético, como as que acometem
ou estão próximas ao olho, nariz, orelhas e lábios”, exemplifica o especialista
Renato Santos.
Os
cirurgiões plásticos contam principalmente com duas alternativas cirúrgicas
para a reconstrução da lesão. Uma delas é o que denominamos de Transplante
livre ou Enxerto de pele que consiste na retirada de pele de outra parte do
corpo do paciente e transferi-la para a lesão. A outra, quando o ferimento é de
menor dimensão, pode ser realizado o denominado sutura primária da lesão, isto
é, unir as extremidades das margens da pele excisada. O cirurgião plástico ao
analisar o caso e acompanhar o paciente, saberá a melhor alternativa a se
adotar.
A pele
fala
Sinais
de que é preciso procurar o médico
A
auto-observação é fundamental para identificar possíveis marcas que exigem a
avaliação médica. Normalmente, a regra para sinais pigmentados é verificar se
houve alterações no âmbito ABCDE (assimetria, bordas irregulares, coloração
heterogênea, diâmetro maior que 6 mm e evolução). Além desse, vale a pena
atentar-se para...
- Lesão na pele que não cicatriza em 4 semanas
- Alterações de cor, tamanho ou textura em sinais já existentes
- Sangramento ou prurido constante em um ponto na pele
- Elevação, brilho ou presença de pequenos vasos em lesão
Em
qualquer um desses casos, procure um médico. Apenas ele poderá realizar o
diagnóstico e afastar a suspeita de câncer de pele ou encaminhar o paciente
para os tratamentos.
SBCP - Sociedade
Brasileira de Cirurgia Plástica
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