Diante
de um cenário de demissões voluntárias, contratação por habilidades e
experiências e o formato de trabalho temporário despontam como principais
tendências para diversos segmentos
Consolidação
de modelos flexíveis de trabalho e a busca por equilíbrio entre vida pessoal e
profissional também seguem como importantes norteadores para o próximo ano
Flexibilidade,
qualidade de vida, novas competências para líderes, contratação por habilidades
e experiências, e trabalho temporário, são algumas das principais tendências
apontadas pela Randstad para 2023. A consultoria global, líder em recrutamento
e seleção com presença em 38 países, reúne sua expertise e capilaridade para
prenunciar demandas do setor de RH e antever os principais desafios das
empresas frente ao atual comportamento dos talentos neste próximo ano.
Fabio Battaglia,
CEO da Randstad no Brasil, afirma que, por conta dessa escassez de
talentos, as empresas têm buscado alternativas como a contratação por
habilidades e experiências e não olhando apenas para o diploma: “Com a urgente
demanda de profissionais com conhecimentos específicos e com pouca mão de obra
que atende a esses requisitos, as empresas têm avaliado os candidatos por suas
vivências”. O executivo destaca ainda que este também é um desafio para as
parametrizações dos sistemas de recrutamento e seleção: “A tecnologia é uma
aliada e facilitadora, mas não substitui a relação humana, por isso, nos
processos é necessário enxergarmos além dos currículos, precisamos ver as
pessoas e seus potenciais. Muitas vezes os candidatos têm soft skills que
permitem que sejam indicados para diferentes vagas e é o papel do consultor
identificar e extrair o melhor desses talentos para as melhores oportunidades,
e isso não tem relação com diploma, mas sim, com quem são essas pessoas.”
O trabalho
temporário também tem sido um caminho importante para encontrar habilidades e
vai permanecer durante o próximo ano, tendo a grande vantagem de contratação
durante o período em que as empresas precisam atender a demandas específicas.
De acordo com a Asserttem (Associação Brasileira do Trabalho Temporário), há
expectativa de 680 mil vagas até o fim do próximo mês, em torno de 115 mil a
mais que no mesmo período de 2021. Essa é a maior previsão de oferta temporária
nos últimos 9 anos. “O trabalho temporário é favorável para empresas e
candidatos. Permite a contratação de habilidades específicas para um
determinado período e pode culminar na entrada de pessoas no mercado de
trabalho e em efetivações de profissionais”, destaca Fabio.
O executivo da
Randstad conta ainda que o trabalho por tempo determinado não é exclusivo de
funções operacionais, os profissionais mais experientes e com expertises
específicas têm atuado bastante nessa modalidade: “Vemos uma nova tendência no
mercado chamada Interim Management, em que especialistas a C-Levels apoiam
empresas em todas as alçadas de tomadas de decisões, como projetos de expansão,
reestruturação ou às que passam por alguma grande mudança. Esses talentos
buscam não somente desafios constantes, mas também flexibilidade. São
profissionais com muita bagagem e conhecimento atuando como consultores em seus
respectivos mercados para projetos específicos”, diz Battaglia.
Para Fabio
Battaglia, a volta das atividades de maneira ininterrupta em 2022 serviu como
um laboratório para empresas lidarem com o desafio cultural e de engajamento à
distância: “Os formatos de trabalho mais flexíveis vieram para ficar. No modelo
híbrido, as empresas adaptaram seus ambientes e configuração de escritório e,
com isso, provocou a liderança a fomentar uma proposta mais colaborativa, de
troca e inovação, estabelecendo sobretudo a conexão emocional. Nos dias de
home-office, esses líderes precisam encarar o dia a dia de outra maneira,
respeitando e entendendo a rotina de cada colaborador, estimulando seus times
para que se mantenham produtivos e engajados, dando autonomia a eles, tudo sem
esquecer de questões importante como saúde mental".
Apesar disso,
muitas empresas optaram por retornar ao modelo 100% presencial e vêm
enfrentando problemas de atração e retenção. Segundo dados do Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Caged), do total de desligamentos registrados nos
últimos doze meses, 1 a cada 3 desligamentos foi voluntário, o que reforça que
os profissionais, especialmente os mais qualificados, permanecem na busca por
oportunidades que trazem equilíbrio e qualidade de vida. “Durante os últimos
dois anos vimos despontar temas no Brasil como A Grande Resignação e Quiet
Quitting, movimentos vindos dos Estados Unidos que procuraram ressignificar a
relação dos talentos com o mercado de trabalho. Vemos em nossos estudos globais
que essa tendência permanecerá no próximo ano e será liderada essencialmente
pelos profissionais mais disputados pelas empresas, como das áreas de Finanças,
RH, Tecnologia, Supply Chain, entre outras”, complementa Fabio.
Outro caminho
para as empresas é a formação e capacitação dentro de casa. De acordo com o
estudo Workmonitor 2022, realizado pela Randstad, para 92% dos trabalhadores
brasileiros, capacitação e desenvolvimento é o fator mais importante na hora de
escolher um emprego, ficando à frente de benefícios e salários. “Essa não é
somente uma necessidade das companhias, mas também um anseio dos talentos que
querem se desenvolver e atuar em áreas que se despontam cada vez mais. A
solução está em investir em programas de qualificação para formar, reter e
atrair talentos e, com isso, também resolver parte dos problemas ocasionados
pelas deficiências estruturais do mercado de trabalho brasileiro.”, conclui o
executivo.
Recrutamento e seleção para empresas | Randstad Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário