De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA) cerca de 185
mil novos casos de câncer de pele são registrados no Brasil, a cada ano. Os carcinomas basocelulares e os
espinocelulares são os mais frequentes e,
geralmente, estão relacionados à exposição solar. Mais raro e letal que
os mencionados acima, o melanoma é um dos tipos mais agressivos de câncer de
pele, com 8,4 mil casos registrados por ano. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, quando descoberto no início,
tanto os carcinomas como os melanomas têm mais
de 90% de chance de cura. Por isso, o diagnóstico precoce e medidas protetivas,
como fotoproteção (protetor solar,
chapéu, boné, óculos de sol, camisas com proteção ultravioleta) e avaliação
dermatológica periódica são fundamentais para a prevenção e o diagnóstico
precoce da doença.
De acordo com o Prof. José Antonio Sanches, dermatologista e
coordenador da Dermatologia Oncológica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a Instituição
conta com uma equipe multidisciplinar voltada para a abordagem do câncer de
pele, atuante na prevenção, no diagnóstico e nos tratamentos clínicos,
cirúrgicos e radioterápicos.
Além da equipe de dermatologia oncológica, o Hospital dispõe de profissionais
com vasta experiência no diagnóstico do câncer de pele, equipe de cirurgia
dermatológica para o tratamento da doença e tecnologia de ponta, como o Fotofinder.
“Com esse equipamento é possível fazer o mapeamento digital de toda pele com
dermatoscopia das pintas (nevos melanocíticos) para pacientes de alto risco
para melanoma”, esclarece o especialista.
Para o dermatologista, apesar de ser o tipo de câncer mais
frequente no mundo, o câncer de pele é altamente curável, principalmente quando
diagnosticado precocemente. “Se for eventualmente diagnosticado mais
tardiamente, a equipe está totalmente integrada ao grupo de oncologia clínica,
cirúrgica e radioterapia, dando todo o suporte interdisciplinar necessário para
o seguimento dos pacientes”, assegura Sanches.
Mitos e Verdades sobre o Câncer de pele
Para tirar dúvidas e esclarecer algumas questões sobre o câncer de pele, o coordenador da Dermatologia Oncológica levanta algumas questões importantes e esclarece se são mitos ou verdades sobre a doença:
1. É verdade que pessoas de pele
clara têm mais chance de desenvolver o câncer de pele?
Verdade
Quanto mais clara a pele, maior
probabilidade de desenvolver o câncer da pele. Pele que raramente bronzeia e
sempre queima é mais suscetível aos danos causados ao DNA das células da pele,
devido à exposição solar (raios ultravioletas).
2. Quem gosta de se expor ao sol tem mais chance de desenvolver o
câncer de pele?
Verdade
Os raios ultravioletas provenientes do
sol causam danos cumulativos ao DNA celular. Quanto mais danos, maior a chance
de ocorrer mutações nas células com consequente cancerização.
3. Protetor solar previne contra o câncer de pele?
Verdade
O protetor solar interage com a
radiação solar diminuindo a chance da ocorrência dos danos causados pela
radiação ultravioleta ao DNA celular.
4. O guarda-sol protege contra os raios solares?
Verdade
O guarda-sol é uma barreira física que
diminui a chegada dos raios ultravioletas do sol na pele. Importante ressaltar
que todos devemos adotar o que chamamos de medidas de fotoproteção. Essas
medidas constituem em abrigar-se do sol, procurando sombras de árvores, de
construções, de guarda-sóis, usando roupas protetoras e, evitando expor-se ao
sol nos períodos de altos índices de UV (entre 10 e 16 horas). Complementam
essas medidas, o uso do filtro solar.
5. Não é necessário passar protetor solar na sombra?
Mito
Mesmo na sombra, há incidência de
radiação ultravioleta refletida por pisos muito claros, pela água, pela areia e
pela neve. No interior de residências sem reflexão de luz solar, não há essa
necessidade.
6. O câncer de pele só se desenvolve no verão?
Mito
O câncer da pele ocorre pelo acúmulo de
dano ao DNA. Pode ocorrer em qualquer período do ano. Por isso é aconselhável o
uso do protetor solar, mesmo quando o dia está nublado.
7. Qualquer pinta pode se transformar em câncer de pele?
Mito
Existem muitos tipos de sinais na pele.
Muitas delas não são predisponentes ao desenvolvimento de câncer da pele.
8. Pintas com pelo não se transformam em câncer?
Mito
Pintas com pelo podem se transformar em
câncer da pele.
9. O câncer de pele é diferente nos homens e nas mulheres?
Mito
São idênticos.
10. Manchas vermelhas na pele podem ser câncer?
Verdade
Quaisquer sinais na pele podem ser
câncer.
11. Manchas que coçam, ardem ou descamam podem ser câncer?
Verdade
Qualquer alteração que ocorra em um
sinal na pele dever ser mostrado para o médico dermatologista.
12. Pintas novas podem ser câncer.
Verdade.
13. Pessoas negras não desenvolvem câncer de pele?
Mito
Pessoas negras também desenvolvem
câncer de pele mesmo tendo maior proteção ao dano solar. Habitualmente, têm
maior predisposição de desenvolvimento de melanoma nas plantas dos pés e
regiões ungueais (são as regiões de encontro da pele com a unha).
14. Melasma pode se transformar em câncer de pele?
Mito
Melasma é uma pigmentação anômala que
ocorre na pele exposta ao sol, mas não se trata de proliferação pré-cancerígena
ou cancerígena da pele.
ABCDE das pintas
Para identificar uma pinta suspeita, o especialista recomenda o uso da regra denominada ABCDE, que consiste na observação de cinco aspectos diferentes:
A -- Assimetria: pintas que não são simétricas;
B -- Bordas: quando as bordas apresentam irregularidades em seu formato;
C -- Cor: variação da tonalidade das pintas e mudança de tonalidade de uma pinta
já existente;
D -- Diâmetro: pintas com diâmetro maior que 5mm;
E -- Evolução: pintas que se modificam em qualquer aspecto como cor ou tamanho;
Para conferir outras informações sobre
o câncer de pele acesse o site: câncer
de Pele - Centro de Oncologia.
Hospital
Alemão Oswaldo Cruz
https://www.hospitaloswaldocruz.org.br/
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