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terça-feira, 29 de novembro de 2022

Por que algumas pessoas rejeitam próteses de silicone?

Especialista explica quais os motivos por trás desse problema e o que é recomendado nesses casos; apesar da queda no número de procedimentos, a colocação de prótese segue sendo uma das cirurgias mais realizadas no mundo

 

Há alguns anos eram feitos mais de 200 mil procedimentos de inclusão de próteses de silicone, de acordo com levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Embora esse número tenha diminuído, essa operação ainda é uma das mais procuradas. “Historicamente, a cirurgia de inclusão de próteses mamárias é a mais realizada do mundo. Houve uma queda nos últimos anos, mas, atualmente, ela se encontra no segundo lugar entre as mais realizadas”, detalha o cirurgião plástico do Hospital CEMA, Odair Soares Júnior. No entanto, esse que é o sonho de muitas mulheres, muitas vezes pode encontrar obstáculos, e um dos principais é a “rejeição” da prótese. Mas por que será que isso acontece? 

Primeiramente, vale lembrar que a expressão ‘rejeição ao silicone’ não é a mais adequada, embora seja a mais popular. Isso porque, nesse caso, o corpo não rejeita o silicone, como em outras cirurgias. O que ocorre é o que os especialistas chamam de contratura capsular. “A prótese de silicone é um corpo estranho, então ela promove uma reação inflamatória que leva a formação de uma cápsula e essa cápsula pode evoluir para uma contratura”, explica o médico. A contratura capsular é uma espécie de cicatriz que passa a envolver o silicone, podendo levar a sintomas, como mamas doloridas e com distorções nos casos mais avançados (Baker III e IV).

Essa contratura pode ocorrer em qualquer momento, após a colocação do implante, mas, de acordo com o cirurgião, é menos frequente no primeiro ano e mais frequente por volta dos 10 anos de uso. Quando isso ocorre, existem várias alternativas, e elas passam por entender se a mulher vai querer manter ou não o silicone. “Em situações nas quais ocorre contratura e há intenção de continuar utilizando o silicone, a principal proposta é de troca da prótese mamária e do plano cirúrgico. Por exemplo: se a prótese está localizada na estrutura retroglandular (a mais comum) ela pode ser mudada para subfascial (acima do músculo e abaixo da camada fascial) ou submuscular (atrás do músculo peitoral)”, detalha. 

O médico explica que nos casos nos quais a mulher não quer mais a prótese, se faz necessária uma avaliação médica do volume residual da mama após o explante (retirada da prótese) e se há flacidez. Se não existe flacidez, a indicação é de fazer uma lipoenxertia da mama, que nada mais é do que um procedimento para remover gordura de uma área e injetar em outras áreas, como a mama, aumentando o seu volume. “Se existir flacidez, fazemos a montagem do tecido residual (pexia) associado ou não à lipoenxertia. Tudo vai depender de quanto tecido mamário existe após a retirada do silicone”, completa. 

Vale lembrar que a colocação de próteses mamárias não atrapalha a gestação e amamentação. “A fisiologia mamária é totalmente preservada. O único cuidado que a paciente deve ter, após a colocação, é fazer visitas anuais de retorno ao médico para acompanhamento”, orienta o cirurgião. “Apesar da redução no número de cirurgias de mama devido a uma onda negativa em relação a elas intensificada pelos meios de comunicação, as próteses são extremamente confiáveis. Aquelas pessoas que desejam a realização de um procedimento seguro de aumento das mamas podem confiar, basta procurar um cirurgião plástico especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica que, com certeza, vão ficar satisfeitas com o resultado”, complementa o médico.


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