Apesar
da busca pela igualdade nunca ter sido tão fortalecida, machismo ainda
atrapalha o empoderamento da mulher Unsplash
Recentemente
o Fórum Econômico Mundial divulgou estudo com muitas conclusões a respeito da
presença da mulher no mercado de trabalho global. Várias informações ali
contidas assustam, como o tempo que teremos de esperar para alcançar a
igualdade entre homens e mulheres no mundo corporativo, estimado em 136 anos se
nenhuma aceleração desse processo for adicionada.
Foram encontradas
diversas situações que precisamos compreender para superar as barreiras que as
mulheres enfrentam na jornada profissional, todas elas compiladas no Panorama Liderança
Feminina: a visão delas sobre os desafios de gestão, maior estudo já realizado sobre liderança feminina,
feito pela Startse em parceria com o Opinion Box.
Ficaram claras no
panorama quinze grandes barreiras mentais e emocionais para o empreendedorismo
das mulheres, e que impactam de forma incisiva na desigualdade no mercado, como
explica Tânia Gomes Luz, ex-vice-presidente da ABSTARTUPS, integrante do
Conselho de Inovação (Conin) da Associação Comercial de São Paulo, head do
programa Ac boost e especialista em Digital Branding. “Por mais que hoje a
mulher tenha amparo legal e instrumental para vencer e superar as barreiras
impostas por uma sociedade que sempre a viu como inferior e incapaz, alguns
freios ainda seguram este crescimento que, sem dúvida nenhuma, poderia ser
muito maior”.
Das quinze barreiras
identificadas no estudo, compilamos as cinco mais mencionadas pelas
profissionais como as que mais impactam no seu desenvolvimento enquanto líderes
empreendedoras.
5º lugar - Falta de suporte adequado
As mulheres ainda sentem
que não existe uma real compreensão da parte das empresas e parceiros da diferença
o que um suporte adequado às mulheres pode fazer, já que a mulher tem demandas
específicas do gênero e que dependem de uma política da empresa para se
expressarem em sua plenitude.
São profissionais que
lidam com jornada dupla ou até tripla, e que, portanto, não podem ser tratadas
da mesma maneira que os homens caso o objetivo seja expressar igualdade de
tratamento e suporte integral.
Mais da metade das
mulheres entrevistadas acha que existe suporte adequado em seus grupos
profissionais, porém um número bastante alto ainda (41%) se sente pouco
suportada nas necessidades específicas da mulher e não consegue equilibrar as
diferentes funções femininas na sociedade.
4º lugar - Networking e contatos com tomadores de decisão
Tânia Gomes Luz comenta essa barreira com uma
visão social da questão. “As mulheres cresceram entendendo que o ‘certo’ seria
viver para o lar, os filhos e a família. Nunca fomos educadas para a abertura
total como os homens, que sempre foram incentivados a se abrir para o mundo, se
aventurar. Ainda há uma grande dificuldade interna da parte da mulher de
explorar o potencial do contato humano no mundo dos negócios”.
3º lugar - Medo de errar
43% das mulheres consultadas pelo Panorama Liderança Feminina: a visão delas sobre os desafios de gestão disseram que temem falhar em missões e situações importantes. Essa insegurança dialoga diretamente com a barreira anterior, onde a própria maneira como a mulher é criada e cresce na sociedade interfere na maneira como ela lida com o mundo exterior.
O maior desafio reside na
transformação desta insegurança em uma característica que deixe de atrapalhar e
passe a ajudar a mulher na sua construção de carreira, sendo um instrumento a
mais de cautela, minimizando falhas evitáveis.
2º lugar - Fugir do estereótipo “mulherzinha”
46% das entrevistadas sentem que é um grande desafio para elas lidar com a expectativa geral de que a mulher líder, em algum momento, revelará que é emocional e frágil demais, expondo-se e fragilizando-se diante de uma equipe ou de seus parceiros.
As características
convencionadas masculinas pela sociedade, como objetividade e frieza emocional,
tornam-se uma espécie de meta a ser perseguida, e isso acaba por se tornar um
conflito constante e é a segunda maior barreira emocional que distancia a
mulher da plenitude profissional.
1º lugar - Não falar de suas conquistas
A mulher bem sucedida e
segura de si acaba tendo de pagar um preço alto por seu sucesso, que é a
extrema dificuldade de mencionar suas conquistas em público. O receio de
parecer extremamente vaidosa, “exibida” e com os pés fora do chão acomete 52%
das mulheres entrevistadas.
“Culturalmente os homens
têm esse exercício muito mais bem resolvido perante a sociedade. Eles falam do
aumento de salário que tiveram, da namorada nova, do carro que foi trocado, de
quanto estão satisfeitos com a vida e ninguém enxerga isso como uma falha de
caráter ou um problema. As mulheres são muito ciosas de suas imagens e sempre
são muito criticadas quando resolvem se impor ou falar nos mesmos termos. Isso
explica esse comportamento, que infelizmente é tão disseminado. Mulheres que se
empoderam devem sim falar disso, pois estimulam outras mulheres a procurarem a
mesma satisfação pessoal”, finaliza Tânia Gomes Luz.
Tânia Gomes Luz - Conselheira
e Estrategista de Digital Branding, Founder da GirlBoss, com mais de 10 anos de
carreira, teve grandes cargos de destaque no meio empresarial. Foi CEO da
33&34 Shoes, Vice-Presidente da Associação Brasileira de Startups
(ABSTARTUPS), Infracommerce, underDOGS, Maplink, entre outras. Atualmente,
Tânia não se limita apenas a gerenciar empresas. Além de empresária e
palestrante, a profissional é Conselheira do Comitê de Inovação da Associação
Comercial de São Paulo, onde é head do Ac boost, programa de inovação da
entidade. Também é Digital Branding Professor na Be Academy e Board Advisor,
Living Lab MS. Entusiasta e pesquisadora nas áreas de branding, cultura digital
e startups. https://www.linkedin.com/in/taniagomesluz/
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