Com suspensão de
voos por conta do coronavírus, entidades do setor lideram ranking de perdas na
bolsa de valores, aponta levantamento do Yubb
O setor aéreo é, hoje, o principal afetado na bolsa
de valores por conta da crise instaurada pelo coronavírus. É o que aponta
levantamento realizado pelo Yubb (https://yubb.com.br/),
maior buscador de investimentos do país. Em um comparativo entre os meses de
janeiro a abril, o mercado aéreo está no topo das 20 ações com maiores quedas
no Ibovespa. No pódio, a Azul teve uma redução de 71% na rentabilidade de seus
ativos. Confira o ranking completo:
Posição | Empresa | Queda na rentabilidade das ações entre janeiro e abril de 2020 |
1 | Azul | -71,95% |
2 | IRB Brasil | -69,24% |
3 | Gol | -68,86% |
4 | CVC Brasil | -67,40% |
5 | Smiles | -64,74% |
6 | Cia Hering | -58,64% |
7 | Cogna Educação | -56,61% |
8 | Cyrela | -51,40% |
9 | Embraer | -51,24% |
10 | Usiminas | -50,05% |
11 | CSN | -47,27% |
12 | BRF | -46,42% |
13 | BTG Pactual | -46,41% |
14 | Petrobras (PETR3) | -46,31% |
15 | BR Malls | -46,23% |
16 | Via Varejo | -45,48% |
17 | Metalúrgica Gerdau | -44,80% |
18 | Ultrapar | -44,66% |
19 | Petrobras (PETR4) | -44,57% |
20 | Yduqs | -42,80% |
“O transporte aéreo é o setor mais afetado pela crise, segundo diversos especialistas. Nos Estados Unidos, por exemplo, os voos foram suspensos da noite para o dia, impactando imediatamente as empresas envolvidas neste mercado”, explica Bernardo Pascowitch, fundador do Yubb. No ranking, também estão ações da Gol (3º lugar, -68%) e da Embraer (9º lugar, -51%). “Classificamos a Embraer neste mesmo mercado porque, apesar de não ser uma companhia aérea, é uma fabricante de aviões, cuja queda é motivada pelo cenário negativo das demais”.
Outro mercado afetado diretamente com a situação
aérea é o de turismo, que também aparece entre as primeiras posições do
ranking. Em 4º e 5º lugar, respectivamente, estão a CVC Brasil (-67%) e a
Smiles (-64%). “As pessoas não estão viajando e não há planos para a situação
se normalizar. Aos poucos, a população vai voltar a trabalhar e a consumir.
Entretanto, existem demandas prioritárias e, em um cenário de crise, há cortes
daquilo que é considerado mais supérfluo. O setor de turismo presta serviços
relacionados ao lazer, que não são considerados prioritários para a população
em um momento de recessão econômica”, detalha Pascowitch.
Petróleo também impacta todo o
Ibovespa
Além do setor aéreo, outro mercado em queda no
Ibovespa é o de petróleo. A Petrobras aparece nas posições 14ª (-46,3%) e 19ª
(-44,5%), enquanto a Ultrapar figura o 18º lugar (-44,6%). “Há quem chame a
queda da bolsa brasileira de ‘crise do petróleo’, ao invés de atrelar ao
coronavírus. Como a Petrobras tem grande presença no Ibovespa, sua desvalorização
afeta diretamente todo o índice”, contextualiza Bernardo, complementando: “O
que aconteceu nos últimos meses foi a guerra de preços entre Rússia e Arábia
Saudita. Por conta dessa disputa, o preço do barril despencou e os Estados
Unidos não concordam com os valores. Além disso, há uma diminuição no consumo
de derivados de petróleo. Atualmente, carros e aviões estão usando menos
combustível, por exemplo. A crise do petróleo nada mais é do que uma grande
quantidade de oferta com uma demanda baixa, o que faz o preço cair”.
Paralelamente, a IRB Brasil ocupa o 2º lugar entre
as quedas, com uma perda de 69% da sua rentabilidade. Para o especialista, a
questão da empresa de resseguros tem a ver com a sua gestão. “A IRB Brasil está
passando por vários problemas internos. Em março, alguns conselheiros disseram
que as ações da empresa estavam sendo compradas pela Berkshire Hathaway. Foi
uma notícia bem vista no mercado, mas alguns dias depois, o fato foi negado
pela própria Berkshire. Isso trouxe uma enorme desvalorização, gerando uma
crise de confiança e credibilidade”, conclui o especialista.
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