sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Empoderamento feminino no trabalho: veja como a humanização pode ajudar

Susanne Anjos Andrade, especialista em desenvolvimento humano e autora do best-seller "O Poder da Simplicidade no Mundo Ágil", lista medidas que criam um dia a dia profissional mais humanizado, auxiliando na igualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho

Crédito: Envato Elements 


A busca das mulheres pela igualdade no ambiente de trabalho é um tema em alta nos tempos atuais. E, mesmo com as dificuldades, elas dominam cada vez mais profissões que eram consideradas masculinas, e cada vez mais tornam-se chefes. Segundo pesquisa da Grant Thornton, 29% das empresas brasileiras possuem mulheres em cargos de liderança, um crescimento de 10 pontos percentuais em relação ao levantamento realizado em 2017.

Mas, por mais que ganhem cada vez mais espaço no mercado, o público feminino ainda sofre preconceito dentro das empresas, nem que seja de maneira velada, como a desigualdade nos salários, por exemplo. E, para driblar esse problema e acabar de vez com a discriminação de gênero no ambiente corporativo, empresas buscam um estilo de gestão humanizada. Mas como essas medidas podem ajudar?

De acordo com a especialista em desenvolvimento humano Susanne Anjos Andrade, autora do best seller "O Poder da Simplicidade no Mundo Ágil", a humanização corresponde tanto aos valores praticados entre as pessoas como também à cultura da própria empresa, que deve entender que o ser humano é a base para a conquista dos resultados. "Não importa o gênero do colaborador, ele deverá sempre ser cuidado, valorizado e reconhecido. É preciso investir na essência da humanização, com práticas como colaboração, empatia e comunicação. Empresas que não apostarem na humanização estão no caminho do fracasso", comenta ela.

Abaixo, ela lista medidas que ajudam na humanização e, consequentemente, ajudam no crescimento das mulheres no âmbito profissional:


Trabalho em equipe

Quando a empresa tem uma liderança que tem o foco na colaboração, consegue controlar a ansiedade e a competitividade destrutiva (não saudável), que podem surgir entre os membros de um mesmo time, fortalecendo o trabalho em equipe para garantir melhores chances de sucesso.

"Quando as pessoas criam uma boa conexão e sabem se comunicar para resolver os problemas de trabalho, cria-se uma oportunidade para as mulheres se destacarem e mostrarem o seu verdadeiro valor e capacidade, que são características que não dependem de gênero", esclarece Susanne.


Igualdade nos cargos

Uma das principais medidas dentro de uma empresa humanizada é a igualdade entre os membros de uma equipe. Um gestor deve receber o mesmo tratamento de um estagiário, e vice-versa. Muitas empresas optam por investir em uma sala grande, sem divisórias, para que não haja barreiras entre o líder e o funcionário.

Susanne explica que este processo pode ser muito positivo para o crescimento da mulher no mercado, já que, se a política interna da empresa é apostar na igualdade, o mesmo vai ser feito na hora de acertar o salário no final do mês. "Vejo um equívoco em algumas corporações, que decidem promover somente as mulheres. Nesse caso, também pode ser considerada uma forma de discriminação contra elas mesmas. As pessoas devem ser promovidas quando mostrarem que merecem, por meio do trabalho. O caminho é de igualdade e meritocracia", explica ela.


Incentivo ao protagonismo

Tomar as rédeas da carreira é algo que todos os profissionais deveriam fazer, até para encontrar o seu verdadeiro propósito e sentir-se realizado com o que faz. Corporações que seguem a humanização incentivam seus colaboradores a assumirem o protagonismo. E, de uma maneira indireta, essa medida pode auxiliar as mulheres a se posicionarem no dia a dia, e também em casos de discriminação.

"Eu acredito que a responsabilidade não é somente das mulheres, mas também dos homens. É uma questão de respeito ao ser humano. Quando as mulheres assumem o protagonismo, todos à sua volta, sejam colegas ou gestores, tendem a ser mais justos, reconhecendo o potencial delas de forma mais expressiva", explica.


Política contra o assédio

Não ser ouvida quando dá uma opinião, ganhar menos que um colega homem que exerce a mesma função, receber elogios exagerados e com segunda intenção quando está arrumada são atitudes machistas contra as mulheres, e que podem ser consideradas assédio.

"Pode parecer besteira, mas esses comentários, assim como muitos outros, ainda são comuns no ambiente de trabalho. Por isso, há empresas que vestem a camisa e adotam uma política contra essas atitudes, oferecendo proteção para que as mulheres continuem lutando pelo seu espaço de uma maneira justa", comenta.

"Com muita frequência vejo discriminação em áreas em que predominam homens, como empresas de TI. Basta elas serem minoria em algum local, que já escutam frases como "mulher em TI é homem". Quanto maior for essa igualdade, todos sairão ganhando, homens e mulheres, pois teremos um ambiente mais leve e humanizado, com profissionais mais felizes e produtivos", finaliza.







Susanne Anjos Andrade - Autora dos Best-Sellers "O Poder da Simplicidade no Mundo Ágil", recém-lançado pela Editora Gente, "O Segredo do Sucesso é Ser Humano", e do livro digital "A Magia da Simplicidade". É coach, palestrante e professora de cursos de MBA pela Faculdade de Informática e Administração Paulista (FIAP) em disciplinas sobre carreira, coaching e liderança. Também é sócia-diretora da A&B Consultoria e Desenvolvimento Humano, empresa que criou o "Modelo Ágil Comportamental", e parceira da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-SP). Confira também livros e treinamentos.


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