Novos
estudos no Brasil indicam que as pessoas devem se proteger contra esta luz, que
inclusive pode causar queimaduras e gerar radicais livres.
Uma
discussão que vem ganhando cada dia mais destaque é a importância do
desenvolvimento de produtos que contenham proteção contra a luz visível. Um dos
motivos é que, além da radiação UVA e UVB – ambas invisíveis a olho nu – a luz
que podemos enxergar também pode causar malefícios à saúde.
Novos
estudos indicam que as pessoas devem se proteger contra esta luz, que inclusive
pode causar queimaduras e gerar radicais livres. Maurício da Silva Baptista,
professor de Bioquímica da USP, conta que vem apresentando estudos para que a
luz visível seja classificada como danosa assim como raios UVA e UVB, e explica
que os fótons na faixa do visível não são intrinsicamente diferentes dos fótons
na faixa do ultravioleta, por exemplo.
“O que
os distingue é a maneira como eles ativam reações distintas quando são
absorvidos por cromóforos da nossa pele” – explica o professor. Fótons do
UVB agem diferentemente dos fótons do UVA e da luz visível, pois são absorvidos
pelo DNA de queratinócitos e melanócitos presentes nas camadas superficiais da
pele. Algumas unidades do DNA, após absorção de fótons no UVB, sofrem reações e
geram compostos mutagênicos. No caso do UVA e do visível, os fótons interagem
com a nossa pele de forma semelhante, pois são absorvidos e geram espécies
oxidantes, ou seja, radicais livres que oxidam diversas biomoléculas”, explica
o professor.
Uma
das saídas seria a aplicação de filtros solares de filmes ultrafinos, que
desempenhariam funções diversas em termos de espalhar e absorver a luz. “Alguns
produtos de maquiagem já possuem proteção que conseguem absorver a luz visível,
mas como possuem cor, ainda não foram desenvolvidos para restante do corpo”.
Baptista, inclusive, desenvolveu uma patente baseada no conceito de
nanotecnologia.
“Criamos
uma rota sintética para construir nanopartículas de sílica contendo filmes
ultrafinos de melanina, que protegem contra a luz visível, dando uma cor
natural à pele do usuário. Mas há outros desafios que precisam ser vencidos
para fazer o filtro solar com esse tipo de película. Pretendo vencer estes
desafios com indústrias do setor interessadas em desenvolver novos conceitos de
filtro solar”.
A Dra.
Betina Giehl, diretora técnica da Nanovetores
– expositora da FCE Cosmetique - acredita que a nanotecnologia poderá ajudar a
tornar viável o desenvolvimento de produtos multifuncionais, garantindo que
propriedades de diferentes ativos presentes em um mesmo produto sejam mantidas.
“Nossa rotina tem nos expostos cada vez mais a incidência da luz azul [emitida
por telas de TV e computador, por exemplo] e visível. Este cenário tende
a se intensificar, por isto os cuidados se fazem necessários. Maior segurança,
durabilidade da proteção e versatilidade de uso serão possíveis com o uso da
nanotecnologia nos produtos de proteção contra a luz visível”.
FCE Cosmetique - 23ª
Exposição Internacional de Tecnologia para Indústria Cosmética
Data: de 22 a 24 de maio
Horário: das
13h às 20h
Local: São Paulo Expo
Endereço: Rodovia dos
Imigrantes, km 1,5, São Paulo – Brasil
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