Classificada como
um tipo de demência, a doença se diferencia pela possibilidade de ser
totalmente reversível, se diagnosticada e tratada rapidamente.
"O declínio das funções do cérebro faz parte
do processo natural do envelhecimento, por isso é importante a atenção nos
sinais em pessoas com mais de 60 anos, que é a faixa etária em que há mais
registros da doença", explica o neurocirurgião.
A tríade clínica que caracteriza o distúrbio é
formada, de acordo com a seguinte ordem de importância:
- Apraxia de marcha (existe força nos membros inferiores, mas dificuldade em executar plenamente a marcha que fica com pequenos passos);
- Demência (comprometimento das funções executivas, presença de lentificação mental e dificuldade de memorizar fatos recentes);
- Incontinência urinária (perda do controle da micção, e, em alguns casos, da evacuação).
Para Gomes Pinto, alguns sinais são denunciantes,
como quedas, acordar várias vezes à noite para urinar ou esquecer coisas
simples do dia-a-dia com frequência. "Podem ser sinais de HPN",
afirma.
A doença foi descrita há cerca de 50 anos pelo
neurocirurgião colombiano Salomón Hakim, após observar que pacientes com
hidrocefalia sem hipertensão intracraniana, quando submetidos à punção de
líquor lombar ou à derivação ventrículo-peritoneal (DVP), para aliviar a
pressão do cérebro causada pelo acúmulo de líquido, apresentavam melhora
neurológica.
De acordo com o especialista, ainda não há
estatísticas sobre a incidência e prevalência da HPN, pois falta consenso
universal relacionado às etapas do diagnóstico da doença, como subdiagnósticos,
diagnósticos errados, principalmente, quando as características da tríade não
se manifestam ao mesmo tempo.
Aproximadamente 95% dos pacientes portadores de HPN
têm dificuldade para andar, mas 52% evidenciam a tríade clínica completa.
"No Brasil, cerca de 11 mil casos novos poderiam ser diagnosticados por
ano, mas isso não ocorre por desconhecimento da doença, tanto por parte dos
profissionais da saúde, quanto da população", conclui o neurocirurgião
Fernando Gomes Pinto.
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