Paula
Neves, coordenadora do Colégio Franciscano Pio XII, explica o papel dos pais e
da escola no desenvolvimento da inteligência emocional das crianças
A inteligência
emocional segue no topo das habilidades essenciais para um amadurecimento
saudável, já que ela é a capacidade de perceber, avaliar, entender e
administrar as próprias emoções e as dos outros da melhor maneira. Apesar de
parecer um talento nato, saber lidar com os sentimentos não é tão simples assim
e a maioria das pessoas precisa aprender a dominá-los. Hoje, pais e escolas
estão cada vez mais investindo na educação emocional das crianças já nos primeiros
anos de vida.
Para Paula Neves Fava
Bon, coordenadora da Educação Infantil no Colégio Franciscano Pio XII, o ideal
é trabalhar a inteligência emocional com os pequenos o quanto antes. “Mudar de
escola ou perder um bichinho de estimação podem ser as primeiras frustrações da
criança que, apesar de parecerem pequenas para os pais, devem ser abordadas
para que ela aprenda a lidar com esses sentimentos, seja a tristeza, a raiva ou
a decepção”, comenta Paula. “Desenvolver a inteligência emocional desde pequeno
ajuda a formar adultos mais autoconfiantes, persistentes, motivados e capazes
de controlar as próprias emoções”, completa.
O que os pais devem
fazer?
Os familiares são os
principais responsáveis por estimular a inteligência emocional das crianças,
uma vez que elas os veem como exemplos e tendem a imitá-los na maioria das
ações. Por isso, Paula explica que para promover o desenvolvimento emocional a
dica é mostrar aos pequenos que os pais também têm esses sentimentos. “É
preciso estimulá-los a falar, sentir e ensinar como enfrentar determinada
emoção no momento em que ela acontece. Essa vivência e a observação do modelo
adulto irão formar na criança essa inteligência emocional”, pontua Paula.
De acordo com a
coordenadora, os pais não devem reprimir esses sentimentos, mas sim ajudá-los a
lidar com eles. “Os pequenos ainda não sabem como controlar uma quantidade
enorme de emoções pelas quais estão sujeitos e, por isso, quando se deparam com
uma situação que lhes desagrada, acabam reagindo com choro ou berros, podendo
constranger os adultos. Mas é importante não reprimir, mas sim mostrar-se
compreensivo à frustração da criança e ajudá-la a superar”, ressalta.
O papel da escola
Tão importante quanto
a orientação dos pais, está o trabalho da escola para o desenvolvimento da
inteligência emocional. Para Paula, a educação emocional em sala de aula é
essencial, uma vez que é lá onde os alunos passam grande parte dos seus dias.
“No Colégio, construímos a educação emocional já na primeira semana de
adaptação, junto aos pais. Logo de início, procuramos mostrar aos pequenos que
é normal sentir insegurança, medo e, ao mesmo tempo, tentamos desmistificar a
causa desses sentimentos”, conta a coordenadora.
Ajudar as crianças a
identificarem como estão se sentindo é parte essencial para uma educação
emocional saudável, sempre mostrando que elas podem ficar tristes ou alegres
com o decorrer dos acontecimentos. “Também explicamos para os pequenos que
nosso corpo diz como estamos e nos sentimos, então, diante do espelho incentivamos
a fazerem carinhas e gestos corporais. A escola tem o dever de incentivar a
inteligência emocional da melhor maneira possível para que essas crianças, por
sua vez, se tornem adultos confiantes, determinados e centrados”, finaliza.
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