A Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) chega aos seus 45 anos como
instrumento importante para o desenvolvimento da produção agropecuária
nacional. Um papel crescente quando consideramos os desafios futuros do Brasil,
como fornecedor de energia, fibras e alimento para o mundo.
Em um mundo
que assiste cada vez mais a tecnologia ser incorporada ao processo produtivo,
destaco que a pesquisa voltada ao setor agropecuário hoje se compõe de inúmeros
órgãos públicos e privados aos que se somam instituições de ensino, também
públicas e privadas, constituindo um sofisticado sistema de pesquisa científica
e inovação tecnológica. Nele a Embrapa precisa continuar a protagonizar
iniciativas que auxiliem o agricultor a aumentar sua produtividade e agregar
valor ao seu produto. O desafio é ser atual, dinâmica e relevante – ao mesmo
tempo em que dribla a burocracia, os limites orçamentários e se qualifica para
enfrentar a feroz competição internacional.
Deve somar
seus esforços para que as inovações tecnológicas, os produtos e a agricultura
familiar cheguem também aos produtores de menor porte e à agricultura
familiar.
Com a
chegada definitiva às lavouras de drones, GPS, big data, internet das coisas e
o constante avanço da mecanização na atividade agropecuária, relembramos a
frase de que “ há tanta tecnologia em um grão de milho quanto em um celular de
última geração, ” para dar uma idéia da modernidade que caracteriza o nosso
setor.
De acordo
com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO),
seremos 9 bilhões de habitantes no planeta todo. Alimentar a todos com segurança
e saudabilidade deve ser o principal foco de pesquisadores, tanto da esfera
pública quanto da privada.
Enquanto
secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, apliquei
diretriz do governador Geraldo Alckmin, para aproximar a pesquisa e a inovação
da atividade cotidiana do produtor. É preciso que os passos da inovação cheguem
ao pasto, à lavoura, estejam presentes para melhorar a vida do homem do campo.
Um grande
passo foi a implantação dos Núcleos de Inovação Tecnológica. Eles estão
presentes nos seis institutos da Pasta: Biológico (IB), de Zootecnia (IZ),
Agronômico (IAC), de Economia Agrícola (IEA), de Pesca (IP) e de Tecnologia de
Alimentos (Ital) e na APTA (Agência Paulista de Tecnologia).
Os NITs
retiram entraves burocráticos para facilitar as parcerias público-privadas para
pesquisas sobre inovações para o agro. Além disso, permitem que os resultados
desses estudos sejam divididos com os pesquisadores, incentivando quem dedica
sua vida a melhorar a agropecuária.
Os
resultados já são sólidos e devem ser cada vez melhores.
Esta forma
de atuar supera os desafios de um Estado fragilizado na sua capacidade de
financiar mas, amparado pelo novo marco nacional regulatório de Ciência e
Tecnologia e pelo decreto que fizemos em São Paulo, permite viabilizar não
somente fontes de recursos mas parcerias que dão foco e garantem difusão mais
ampla dos avanços tecnológicos.
Estou certo
de que é um caminho que precisa ser trilhado pela Embrapa e por todos
institutos públicos de pesquisa do setor.
A
informação está mudando a regra do jogo, é preciso entender esse dinamismo para
não ficar obsoleto, improdutivo. A pesquisa tem papel determinante nesta
competitividade. É ela quem pode fazer com que se produza mais sem avançar em
mata nativa, com cultivares mais resistentes e alimentos com mais
saudabilidade.
Mas não
podemos delegar toda a responsabilidade à pesquisa, é preciso que a eficiência
esteja presente em todos os elos da cadeia. No Brasil, nosso produtor rural é
eficiente, mas acaba esbarrando em carga tributária alta e falta de
infraestrutura logística para escoamento, para citar dois dos problemas
principais.
O desafio é
dinamizar as instituições públicas de pesquisa e aproximar esses resultados de
sua aplicação prática no campo. Se o Brasil quer continuar sendo campeão de
exportações do agronegócio, precisa investir em inovação e tecnologia – dois
temas de total domínio da aniversariante Embrapa.
No novo mundo,
virtual, conectado e cada vez mais dinâmico, é preciso caminhar rumo à
tecnologia para não ficar para trás. A inovação traz crescimento, equilíbrio
social e respeito ambiental. O agro agora é digital, sem fronteiras e campo
fértil para a semeadura de ideias relevantes, transformadoras e
necessárias.
Vamos
avançar!
Arnaldo Jardim deputado federal PPS/SP
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