Estudos confirmam que usuários de drogas
são mais suscetíveis a problemas bucais, como cárie, gengivite,
hipersensibilidade e formação de abcessos, do que a maioria das pessoas.
Matéria publicada no jornal britânico Addiction
demonstra que justamente esses pacientes têm menos acesso ao tratamento
dentário. A constatação preocupa a classe de cirurgiões-dentistas, na medida em
que o número global de usuários de drogas aumenta em três milhões de usuários
por ano.
De acordo com o cirurgião-dentista Fernando
Baeder, membro da APCD – Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas,
as drogas afetam a saúde bucal de várias formas. “O contato direto dos dentes
com a cocaína e o crack com o tempo acaba resultando em erosão dental,
enfraquecendo o esmalte e expondo a dentina (parte viva do dente) – o que
provoca bastante dor, do tipo que se sente em “choques” ao contato com o ar e
líquidos quentes ou frios. Mas as drogas também podem reduzir a produção de
saliva, resultando na síndrome da boca seca, aumentar o impulso por alimentos
com baixo ou nenhum valor nutricional (salgadinhos, por exemplo), bruxismo,
aumento do consumo de açúcar e muito mais”.
Duarte cita o estilo de vida dos usuários
frequentes de drogas como outro fator que impacta a saúde bucal. “O usuário
contumaz, viciado pesado, geralmente atravessa uma fase de baixa autoestima,
não cultiva hábitos adequados de higienização bucal e tampouco recorre a tratamentos
odontológicos regulares. A cocaína, quando aplicada diretamente sobre a mucosa
bucal, por exemplo, com o passar do tempo provoca ulcerações e inflamação
gengival grave associada a dor intensa. Há casos em que ocorre inclusive a
necrose do tecido gengival, formando uma película branca sobre a ferida. Mas a
falta de escovação pode resultar em problemas ainda mais sérios, em decorrência
da proliferação desenfreada das bactérias na boca – o que faz com que elas
migrem para a corrente sanguínea e desencadeiem outras doenças graves,
inclusive cardiopatias e doenças respiratórias”.
De acordo com o cirurgião-dentista, os
usuários de crack – subproduto da cocaína – podem sofrer lesões na mucosa bucal
desde o contato direto com a fumaça. Além disso, o crack pode destruir o
esmalte dos dentes, provocar lesões na língua e garganta. “Mas não são somente
as drogas ilícitas que comprometem a saúde bucal dos usuários. O cigarro, que
ainda é bastante consumido no Brasil, apesar das inúmeras campanhas
antitabagistas, tem um papel importante na doença periodontal, enfraquecendo o
tecido gengival e comprometendo sua revascularização. Vale a pena observar,
também, que o fumante geralmente carece de uma higienização bucal mais efetiva.
Normalmente, após as refeições, ao invés de escovar os dentes ele acende um
cigarro. Trata-se de um hábito comum e largamente disseminado. Com o tempo,
além de aumentar o risco de lesões de cárie e infecções bucais, o fumante
também passa a apresentar dentes manchados, desalinhados e enfraquecidos”.
Fontes:
Dr.
Fernando Baeder
- cirurgião-dentista, membro da APCD –
Associação
Paulista de Cirurgiões-Dentistas – www.apcd.org.br
ResponderExcluirSintomas da Dependência Química: Aprenda a Identificá-los!
http://blog.viversemdroga.com.br/sintomas-da-dependencia-quimica-aprenda-a-identifica-los/