Além do uso de mosquitos transgênicos, mosquitos
irradiados e de bactérias para o controle do mosquito, um dos investimentos na
luta contra o Aedes aegypti, na tentativa de barrar o avanço
especialmente do Zika vírus no país, tem sido o desenvolvimento de
bioinseticidas. A Embrapa, por exemplo, está trabalhando no desenvolvimento do
Inova-Bti, um líquido que pode ser adicionado em qualquer lugar que acumule
água ou que tenha potencial para se tornar um criadouro do mosquito, causando a
morte das larvas do Aedes aegypit e sem oferecer qualquer risco às
pessoas ou a animais domésticos.
“É
importante que se invista ainda mais nessa área, primeiro pela necessidade de
se chegar logo a uma solução para esse grave problema que estamos enfrentando
no país, com a formação de uma geração de microcefálicos. Depois, já temos uma
boa experiência com o desenvolvimento e uso de inseticidas biológicos
especialmente no combate a pragas agrícolas. E se temos instituições
capacitadas trabalhando nesse sentindo e obtendo resultados importantes no
combate ao Aedes aegypit, devemos dar atenção aos avanços”, diz o
Biólogo Celso Luiz Marino, membro do CRBio-01 – Conselho Regional de Biologia –
1ª Região (SP, MT e MS).
Marino
explica que os inseticidas biológicos são produzidos à base de microrganismos
entomopatogênicos, que são encontrados em abundância na própria natureza e são
nocivos apenas contra ácaros e insetos. “Esses patógenos vivem ou se alimentam
dentro de um inseto hospedeiro, causando doenças nos mesmos e, consequentemente,
sua morte”, completa o Biólogo do CRBio-01. Considerando a existência de 2,5
milhões de espécies de insetos e que cada um tem um microrganismo associado, é
enorme a possibilidade de controle de pragas com o uso de inseticidas
biológicos.
Porém,
enquanto ainda não se chega a uma solução eficaz no combate ao Aedes aegypit,
o melhor controle está ainda na prevenção, em destruir possíveis criadouros do
mosquito. “É preciso que a população redobre a atenção para evitar água parada
em vasos, garrafas, pneus ou quaisquer outros objetos que favoreçam o acúmulo
de água”, lembra o Biólogo. Além disso, ele sugere ainda a aplicação de telas
em portas e janelas, mosqueteiros sobre a cama e o uso de repelentes para se
proteger do mosquito.
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