Saiba quais são as
práticas corretas de manipulação e como deve ser a escolha do local que será
comprado o alimento
Tradicionalmente,
os brasileiros consomem mais peixes na Semana Santa do que em outras épocas do
ano. Por isso, é importante redobrar o cuidado na compra, na conservação e no
preparo desse alimento que se faz presente como símbolo de vida na mesa das
famílias brasileiras.
“Os peixes são
ricos em proteínas, vitaminas e minerais, que contribuem para a formação
muscular e previnem doenças do coração, já que também é uma boa fonte de ômega
3”, afirma Cristiane Kovacs, nutricionista do Instituto Dante Pazzanese de
Cardiologia, unidade da Secretaria de Estado da Saúde.
O alerta, porém, é
que quando ingerimos peixes em más condições, corremos o risco de ser
contaminados por doenças transmitidas pelos agentes biológicos (bactérias,
vírus e parasitas patogênicos) ou químicos (biotoxinas, resíduos de metais
pesados) que residem no alimento. Essa contaminação resulta em sintomas como
vômitos e diarreias, atingindo principalmente crianças, idosos e pessoas com o
sistema imunológico debilitado.
Por esse motivo, o
consumidor deve estar atento às características físicas e sensoriais antes de
adquirir o pescado, seja ele fresco ou congelado.
“Na hora da
compra, dê preferência aos peixes frescos que não são manipulados do que os
peixes congelados que perdem as vitaminas no processo de congelamento e
degelo”, aconselha Cristiane.
O consumidor deve
avaliar atentamente se o local que será comprado o alimento é limpo, higiênico
e se possui condições adequadas para armazenamento e conservação do produto. Os
pescados devem estar sendo mantidos em uma temperatura entre 0°C e 2°C, ter
odor de maresia, brânquias úmidas e brilhantes, apresentando uma cor
avermelhada ou rosa. Além disso, as escamas devem estar firmes, os olhos
abertos, brilhantes, sem estarem opacos ou afundados nas órbitas.
Quando a escolha
de compra for de peixes congelados, o consumidor deve seguir as orientações que
constam na embalagem. Sendo obrigatório conter o nome do produto, nome e
endereço do fabricante, lista de ingredientes, conteúdo líquido, identificação
da origem, lote e data de validade. As embalagens não devem estar sujas,
amassadas, estufadas, trincadas, furadas ou abertas. Caso o produto não
apresente as características descritas, informe a empresa responsável pela
venda e troque-o, evitando o consumo do alimento danificado.
Na hora de
conservar em domicílio, é ideal não misturar espécies diferentes de peixes em
um mesmo recipiente e não temperá-los antes de congelá-los.
“Armazene
imediatamente os alimentos refrigerados e congelados na geladeira ou freezer e
consuma até a data de validade do produto, conforme indicada no rótulo. Na
ausência destas informações, os pescados podem ser mantidos na geladeira
durante 3 dias na temperatura de 2º C, e no freezer durante três meses na
temperatura de -18ºC” explica Claudia Maria Ruggiero Amaral, diretora do Grupo
de Alimentos do Centro de Vigilância Estadual.
No último estágio,
o do preparo, os hipertensos devem ficar atentos à quantidade de sal que as
espécies de peixes possuem, realizando o dessalgue em água fria sob
refrigeração, ou em água sob fervura. Ao realizar o descongelamento mantenha o
alimento sob refrigeração, em temperatura inferior a 5º C. Use tábuas e
utensílios diferentes para manipular o peixe cozido de outros alimentos crus,
evitando a contaminação cruzada.
Caso o consumidor
escolha o peixe servido cru, é necessário congelá-lo a 18ºC negativos por pelo
menos 24 horas antes da degustação. Esse procedimento evita o risco de contrair
difilobotríase, uma doença que causa dor abdominal, diarréia, flatulência,
vômito e, nos casos graves, anemia e perda de peso.
“O mais importante
na forma de preparo é optar pelo assado ou grelhado, evitando as preparações
fritas. Lembrando ainda, que quando cozinhamos o peixe podemos perder vitaminas
hidrossolúveis, como a vitamina C e o complexo B.” sugere Cristiane.
Para aqueles que decidirem comer fora de casa a
Diretora do Grupo de Alimentos do Centro de Vigilância Estadual, também dá as
dicas: “Busque verificar as condições de higiene do estabelecimento. Se os
alimentos expostos para o consumo em balcões estão protegidos contra poeiras,
insetos e contra contaminantes oriundos dos consumidores. Além do mais, fique
atento na temperatura do balcão térmico: os alimentos quentes devem estar a uma
temperatura mínima de 60ºC por no máximo 6 horas e os alimentos frios até 10ºC
por no máximo 4 horas”, alerta.
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