Nesta semana mais importante do
ano, celebramos o mistério pascal, recordando a Paixão, Morte e, na Páscoa, a
Ressurreição de Jesus Cristo, sua vitória sobre o pecado e a morte. Neste
tempo, “manteremos o olhar fixo sobre Jesus Cristo: nele encontra plena realização
toda a ânsia e anelo do coração humano. A alegria do amor, a resposta ao drama
da tribulação e do sofrimento, a força do perdão diante da ofensa recebida e a
vitória da vida sobre o vazio da morte... Nele, morto e ressuscitado para a
nossa salvação, encontram plena luz os exemplos de fé que marcaram esses dois
mil anos da nossa história da salvação” (Porta Fidei).
“A missão, que trouxe Jesus entre
nós, atinge o seu cumprimento no mistério pascal. Do alto da cruz, donde atrai
todos a Si (Jo 12, 32), antes de ‘entregar o Espírito’, Jesus diz: ‘Tudo está
consumado’ (Jo 19, 30). No mistério da sua obediência até à morte, e morte de
cruz (Fil 2, 8), cumpriu-se a nova e eterna aliança. Na sua carne crucificada,
a liberdade de Deus e a liberdade do homem juntaram-se definitivamente num
pacto indissolúvel, válido para sempre. Também o pecado do homem ficou expiado,
uma vez por todas, pelo Filho de Deus (Hb 7, 27; 1 Jo 2, 2; 4, 10)... No
mistério pascal, realizou-se verdadeiramente a nossa libertação do mal e da
morte” (Bento XVI, Sacramentum Charitatis, 9).
“Do paradoxo da Cruz surge a resposta às
nossas interrogações mais inquietantes. Cristo sofre por nós: Ele assume sobre
si os sofrimentos de todos e redime-os. Cristo sofre conosco, dando-nos a
possibilidade de partilhar com Ele os nossos sofrimentos. Juntamente com o de
Cristo, o sofrimento humano torna-se meio de salvação. Eis por que o crente
pode dizer com São Paulo: "Agora alegro-me nos sofrimentos que suporto por
vós e completo na minha carne o que falta às tribulações de Cristo, pelo seu
Corpo, que é a Igreja" (Cl 1, 24). O sofrimento, aceite com fé, torna-se a
porta para entrar no mistério do sofrimento redentor do Senhor. Um sofrimento
que já não priva da paz e da felicidade, porque é iluminada pelo esplendor da
ressurreição” (S. João Paulo II).
“Este é o coração pulsante do querigma
apostólico, no qual ocupa um lugar central e fundamental a misericórdia divina.
Nele sobressai ‘a beleza do amor salvífico de Deus manifestado em Jesus Cristo
morto e ressuscitado’ (Evangelii gaudium,
36), aquele primeiro anúncio que ‘sempre se tem de voltar a ouvir de diferentes
maneiras e aquele que sempre se tem de voltar a anunciar, duma forma ou doutra,
durante a catequese’ (Ibid., 164). Então a Misericórdia ‘exprime o
comportamento de Deus para com o pecador, oferecendo-lhe uma nova possibilidade
de se arrepender, converter e acreditar’ (Misericordiӕ Vultus,
21), restabelecendo precisamente assim a relação com Ele. E, em Jesus
crucificado, Deus chega ao ponto de querer alcançar o pecador no seu
afastamento mais extremo, precisamente lá onde ele se perdeu e afastou d'Ele. E
faz isto na esperança de assim poder finalmente comover o coração endurecido da
sua Esposa” (Francisco, mensagem para a Quaresma de 2016).
Dom Fernando Arêas Rifan - Bispo da Administração Apostólica Pessoal São
João Maria Vianney
http://domfernandorifan.blogspot.com.br/
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